Codornas japonesas



  1. Resumo
  2. Introdução
  3. Material e Métodos
  4. Resultados e Discussão
  5. Conclusões
  6. Literatura Citada

Determinação da exigência nutricional de cálcio de codornas japonesas
na fase inicial do ciclo de produção

RESUMO

Foi conduzido um experimento para determinação da exigência nutricional de cálcio de 360 codornas japonesas fêmeas (peso médio inicial de 121,5 g), durante o período inicial de produção (56 a 171 dias de idade). As aves foram distribuídas em delineamento inteiramente casualizado, em esquema fatorial 6 x 4, com seis níveis de Ca na ração (1,6; 2,0; 2,4; 2,8; 3,2 e 3,6%) e quatro períodos experimentais de 28 dias. Cada tratamento foi constituído de seis repetições e a unidade experimental foi representada pela gaiola contendo dez aves. Não houve efeito significativo da interação níveis de Ca ' períodos sobre nenhuma das variáveis avaliadas. Verificou-se, no entanto, aumento linear para produção de ovos, peso de ovo e espessura de casca. Houve ainda redução linear para conversão alimentar por massa de ovos e porcentagem de Ca na tíbia e efeito quadrático para massa de ovo, ganho de peso das aves, peso específico dos ovos, peso de casca e porcentagem de cinzas na tíbia. Observou-se que a produção e a massa de ovos obtidas com o nível de 3,2% de Ca foi 3,3 e 3,8% superiores, respectivamente, em valores absolutos, quando comparada àquela contendo 3,6% de Ca. A exigência de Ca estimada de codornas japonesas na fase inicial de produção variou de 3,0 a 3,6% na dieta, de acordo com os parâmetros avaliados. Recomenda-se o nível de 3,2% de Ca na dieta, que corresponde a um consumo diário de 882 mg de Ca/ave, ou de 87 mg de Ca/g de ovo, como exigência satisfatória para obtenção de melhor produção e de eficiente conversão alimentar (por massa e por dúzia de ovos) e para manutenção da qualidade dos ovos.

Palavras-chave: Coturnix coturnix japonica, desempenho produtivo, níveis de cálcio, qualidade do ovo

Introdução

No Brasil, a criação de codornas japonesas (Coturnix coturnix japonica) é uma atividade que tem crescido principalmente nas regiões Sul e Sudeste. Na década de 90, houve grande crescimento na produção, como conseqüência do consumo de ovos (até então restrito ao mercado atacadista e aos supermercados) pelas indústrias beneficiadoras, que passaram a consumi-los e fornecê-los para o mercado consumidor de ovos processados.

Embora sem informações estatísticas oficiais, os representantes das agroindústrias da cadeia produtiva de codornas afirmam que o consumo de ovos de codorna tem aumentado vertiginosamente nos últimos dez anos, como resultado de mudanças nos hábitos de alimentação do homem moderno, que tem procurado cada vez mais restaurantes tipo self-service e, do aumento no número de refeições preparadas em estabelecimentos institucionais. Esse aumento tem se mantido com a maior oferta do produto, garantida pela maior produtividade do segmento coturnícola com a adaptação e modernização dos criatórios tradicionais (Bressan & Rosa, 2002).

Esse crescimento tem despertado a atenção e o interesse de pesquisadores da área avícola no sentido de desenvolver trabalhos que contribuam para maior aprimoramento e fixação da coturnicultura como exploração rentável na produção comercial (Furlan et al., 1996). Entre esses estudos, as pesquisas em nutrição de Ca são fundamentais, pois são constituintes indispensáveis na vida das aves durante as fases de crescimento e produção, por participar na formação do esqueleto e na composição da casca dos ovos. Do total de Ca do organismo, 98 a 99% está presente nos ossos e o restante participa do metabolismo celular. Esse mineral também é essencial para a qualidade da casca dos ovos, pois participa em maior quantidade, aproximadamente 35 a 38% da casca do ovo (Stadelman & Cotterill, 1995).

Segundo o NRC (1994), a exigência nutricional de Ca é de 2,5% para codornas japonesas em postura alimentadas com dietas contendo 2.900 kcal de EM/kg. De acordo com o INRA (1999), essa exigência é de 3,0 a 3,4% de Ca para codornas na fase de produção de ovos recebendo rações contendo, respectivamente, 2.800 e 3.000 kcal de EM/kg. Trabalhos conduzidos por Masukawa et al. (2001), Pedroso et al. (1999), Shrivastav et al. (1989) e Raju et al. (1992) indicam exigências de 2,0; 2,5; 2,8 e 3,5% de Ca, respectivamente, em rações para codornas japonesas em fase de produção. Esses dados comprovam que a exigência de Ca para codornas parece não estar ainda bem definida e que estas aves são tolerantes às variações de Ca na dieta, de modo que seu metabolismo permite adequar o nível de Ca necessário à produção de ovos e excretar o excesso desse mineral (Masukawa et al., 2001).

Por outro lado, é fundamental verificar os níveis de Ca e de P na dieta quando o objetivo da criação é a produção de ovos, pois esses minerais estão diretamente relacionados ao desempenho das aves (Shrivastav, 2002), influenciando a taxa de postura, o peso de ovos, a conversão alimentar e o ganho de peso (Bailey et al., 1986).

As aves têm capacidade de se adaptar a dietas contendo baixo nível de Ca pelo aumento na sua capacidade de absorção intestinal. Hamilton & Cipera (1981) observaram que aves jovens têm maior capacidade de absorver Ca que aves com idade avançada, enquanto Leeson et al. (1986) verificaram que aves imaturas absorvem menos Ca que aquelas em produção. Esses resultados indicam que, conforme a idade, certas aves podem ter seu desempenho prejudicado, além de resultar prejuízos econômicos quando alimentadas com dieta contendo níveis inadequados de Ca.

Considerando esses fatos, objetivou-se nesta pesquisa determinar a exigência de Ca de codornas japonesas durante o período inicial de produção (56 a 171 dias de idade).


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