Inclusão de polpa de caju desidratada na alimentação de ovinos



  1. Resumo
  2. Introdução
  3. Material e Métodos
  4. Resultados e Discussão
  5. Conclusões
  6. Literatura Citada

Desempenho, digestibilidade e balanço de nitrogênio1

RESUMO

A pesquisa foi realizada para avaliar o desempenho, a digestibilidade e o balanço de nitrogênio e analisar a viabilidade econômica da inclusão de polpa de caju desidratada na alimentação de ovinos em confinamento. Foram utilizados 20 ovinos machos mestiços da raça Santa Inês em confinamento, distribuídos em delineamento de blocos casualisados, com cinco tratamentos (0, 10, 20, 30 e 40% de polpa de caju desidratada - PCD) e quatro repetições. As dietas, isoprotéicas, foram compostas de feno de tifton - 85 moído (Cynodon spp.) como volumoso e concentrado formulado com milho, farelo de soja, polpa de caju desidratada e sal mineral. Os níveis de polpa de caju desidratada na dieta não interferiram no consumo de MS e PB (g/dia) e na conversão alimentar. O consumo de FDN elevou e o ganho de peso diminuiu com o aumento da inclusão da polpa de caju desidratada na dieta. Para ganho médio diário, a polpa de caju desidratada pode ser incluída em proporções de até 30% (nível que proporcionou o melhor retorno econômico). A inclusão de polpa de caju desidratada em rações para ovinos na fase de terminação reduziu a retenção de nitrogênio e afetou negativamente a digestibilidade dos nutrientes (MS, PB, FDN e FDA).

Palavras-chave: alimentos alternativos, conversão alimentar, ganho de peso

Introdução

A exploração de ovinos no Piauí tem sido voltada prioritariamente para a produção de carne para atender à demanda de proteína animal na região. No regime extensivo da exploração, as pastagens nativas são utilizadas como principal fonte de alimentação, o que, associado às condições climáticas nem sempre favoráveis das regiões tradicionalmente produtoras, tem limitado o desenvolvimento desta atividade zootécnica, particularmente no tocante à quantidade e à qualidade dos produtos fornecidos ao consumidor.

A escassez de chuvas e sua irregular distribuição limitam a capacidade de suporte das pastagens naturais. Durante a estação das chuvas, as forragens nativas são abundantes e apresentam melhor valor nutritivo, porém, no final do verão, com o decréscimo das precipitações pluviométricas, as pastagens secam rapidamente, perdendo grande parte de seu valor nutritivo, o que resulta em graves conseqüências para o rebanho. Diante dessa alternância no ciclo produtivo das pastagens, os animais passam por um regime de engorda e emagrecimento, acarretando sérios prejuízos para o criador. Assim, o uso de alimentos alternativos, constituídos de resíduos ou subprodutos agrícolas, pode minimizar os efeitos negativos da época seca nos animais. Desse modo, a utilização dos subprodutos de caju pode ser feita por meio da suplementação de animais em pastejo ou da formulação de rações para animais em confinamento.

A polpa de caju (Anacardium occidentale L.) desidratada, cuja produção brasileira é estimada em mais de um milhão de toneladas/ano, é produzida quase que totalmente na Região Nordeste. Esse subproduto merece, portanto, atenção dos criadores e do meio técnico-científico. A safra de caju no Nordeste ocorre na estação seca do ano, no período de julho a janeiro, quando diminui a disponibilidade de forragem na região, forçando o produtor a recorrer ao mercado de rações, compostas principalmente por milho e soja, produtos de alto custo na região.

O fruto do cajueiro é formado da castanha (10%) e da polpa (90%), desperdiçada em quase sua totalidade (96%) (Holanda et al., 1996). Trata-se de um recurso alimentar de elevado potencial para utilização como fonte energética em concentrados e redução dos custos de produção, visto que a alimentação animal constitui um dos fatores que mais oneram a atividade pecuária, principalmente em sistemas intensivos de criação.

As pesquisas sobre a substituição ou inclusão de produtos e subprodutos alternativos na alimentação animal têm se destacado no âmbito da nutrição animal. Entre os alimentos alternativos mais viáveis, destacam-se a farinha de mandioca, o farelo de castanha de caju, a casca de mandioca e a polpa cítrica, entre outros (Aregheore, 2000; Rodrigues et al., 2003; Lakpini et al., 1997; Monteiro et al., 1998).

Estudos com polpa de caju desidratada em dietas para ovinos são escassos na literatura. Assim, realizou-se este estudo para avaliar o desempenho, a digestibilidade in vivo e o balanço de nitrogênio em ovinos mestiços Santa Inês em confinamento alimentados com diferentes níveis de polpa de caju desidratada na dieta. Analisou-se ainda o retorno econômico desta estratégia de alimentação.


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