Impactos ambientais da carcinicultura de águas interiores



  1. Resumo
  2. Introdução
  3. Metodologia
  4. Resultados
  5. Conclusões
  6. Referências

RESUMO

O objetivo deste trabalho é identificar os principais aspectos e impactos ambientais relacionados à carcinicultura em águas interiores, através da análise das etapas do processo e dos diferentes tipos de cultivo, em 32 fazendas localizadas nas bacias do Médio e Baixo Jaguaribe, Ceará, Brasil. Essa avaliação foi realizada aplicando-se questionários e realizando-se a caracterização dos efluentes e do solo de 3 viveiros selecionados. Os principais impactos ambientais estão relacionados à ocupação de áreas de preservação permanente pelos viveiros de engorda, conflitos pelo uso da água em região semi-árida, contaminação de corpos hídricos que são fonte de abastecimento humano para os municípios da região e aumento de doenças entre os trabalhadores rurais pela manipulação inadequada de produtos químicos durante o cultivo. Esses impactos podem ser reduzidos a níveis compatíveis com a capacidade de suporte do meio, quando respeitada a legislação e adotada boas práticas de manejo. Recomenda-se também a condução de estudos que avaliem a capacidade de suporte da bacia hidrográfica, visando balizar o licenciamento ambiental e a concessão de outorgas de água para o desenvolvimento da atividade.

Palavras-chave: Carcinicultura de águas interiores, impactos ambientais, Bacia do Baixo Jaguaribe.

INTRODUÇÃO

O desenvolvimento da carcinicultura em águas interiores é resultado de uma demanda crescente do mercado internacional por camarão cultivado, do adensamento das fazendas nos estuários, da especulação imobiliária no litoral e da adaptação da espécie L. vannamei a águas com baixa salinidade (0.5 a 28.3 ‰). Esses fatores têm contribuído para o desenvolvimento da atividade em países como Estados Unidos (Arizona, Texas, Alabama e Flórida), Equador, Panamá e Brasil.

De um modo geral, não há dados sobre carcinicultura em águas interiores (Figueirêdo et al, 2003). No Brasil, não existem informações publicadas sobre a quantidade de fazendas já instaladas; entretanto, sabe-se que nos três últimos anos, muitas fazendas vêm se instalando em ambientes de baixa salinidade no Ceará e Rio Grande do Norte. De acordo com a Superintendência Estadual do Meio Ambiente do Ceará - SEMACE, já estão em operação fazendas de camarão em regiões interiores também nas bacias do Coreaú, Curu e Acaraú, sendo a maioria dos empreendimentos de porte pequeno e médio.

Essa atividade traz conseqüências sócio-econômicas, políticas, tecnológicas e ambientais que precisam ser adequadamente acompanhadas pela pesquisa agropecuária para que possa ser sustentável a médio e longo prazos. Entretanto, o cultivo do camarão marinho em água de baixa salinidade vem ocorrendo espontaneamente sem uma política orientativa e disciplinadora dessa nova atividade no semi-árido nordestino.

O objetivo deste trabalho foi identificar as principais questões ambientais relacionadas à carcinicultura em águas interiores, tomando como referência as informações inéditas produzidas pelo projeto 0102006500, financiado pelo FINEP/CTHIDRO, "Suporte Tecnológico para a Melhoria da Gestão Sustentável dos Recursos Hídricos no Baixo Jaguaribe", que tratou da atividade carcinicultura e de outras atividades causadoras de impactos ao meio ambiente.


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