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2 ENTENDENDO AS GUERRAS: Guerra, sua principal arma é o homem por ser um agente agressor
Os homens sempre recorreram à luta como árbitro final na solução de disputas – predisposição essa que reforça o ponto de vista de que o homem é naturalmente agressivo. Enquanto os outros reinos do mundo animal se contentam em geral com demonstração de agressão, e raramente matam seus semelhantes, o homem não tem tais escrúpulos e já chegou mesmo a adotar políticas deliberadas de genocídio de grandes proporções, tal é o caso dos genocídios praticados durante as Cruzadas, o dos Estados Unidos que por incrível que possa parecer durou um século inteiro contra seus próprios nativos.
[...] Quem não morreu pela guerra, e, sobretudo pelas doenças que os brancos espalhavam, muitas vezes de propósito. Em 1673, cercado no Forte Pitt pelos guerreiros do chefe Pontiac, o general inglês Jeffrey Amherst ordenou ao capitão Simon Ecuyer que enviasse aos índios cobertores e lençóis. Mostra de bondade? Que nada: os cobertores vinham direto da enfermaria, onde os soldados padeciam vítimas de uma epidemia de sarampo. Em alguns dias, os ingleses estavam curados e os índios, milhares deles mortos [...]. (REVISTA HISTÓRIA PARA VIAJAR NO TEMPO, 2006, p.27).
Os psicólogos modernos acreditam, porém, que nossa herança animal inclui o comportamento agressivo, mas, apesar disso, a guerra não é uma característica instintiva, incontrolável e não erradicável da natureza humana. O genocídio ainda que por diferenças religiosas, raciais, étnicas e nacionais, incluindo os motivos políticos não deveria nunca ter existido, pois levou os povos a lutarem cada vez mais acentuando as diferenças. A consumação de um genocídio independente da região geográfica e o motivo deste, só reforça a idéia de que o homem é o seu próprio agressor, basta ver os números em milhões de pessoas que já foram dizimadas desde o aparecimento da humanidade. Não precisamos ir muito além para ver tamanha brutalidade humana, tomamos conhecimento todos os dias na atualidade o que está acontecendo na Líbia, e na África, entre tantas outras nações que vêem seus povos serem mortos por interesses de poder e dominação. Para os povos, cansados de tanto terror, esperavam que com o século XX chegaria também a paz almejada, e depositam nele suas esperanças que corresponderia então, a cumprir fielmente com a promessa de um progresso ilimitado e de certa forma realizar o sonho utópico de bem estar e paz universal, derivados da Revolução Industrial. Em 1900 o petróleo surgia como uma hemorragia do interior da Terra.
Figura 1 - O poço de Petróleo Stlindetop, 10 de janeiro de 1901
Fonte: Lucas gusher.jpg, Acesso em 20 out. 2011.
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O poço de Spindletop, (Fig 1) no Texas jorrou sem parar aproximadamente 100.000 barris diários de petróleo por mais de uma semana, antes que pudesse ser controlado. Existia inclusive a crença geral de que o petróleo se auto-regenerava no interior do planeta. Apesar de que, se venerava o progresso, e se desejava sua chegada, ninguém pensou nas transformações sociais que viriam paralelas aos avanços científicos e tecnológicos. Os homens que viram a chegada do século XX acreditavam em um mundo que seria estabelecido solidamente, sobre bases imóveis e absolutas. Os avanços científicos estavam destinados somente a dar maior prosperidade ao mundo, e, não a transformar esse mundo de maneira radical. Para alguns pensadores, a época anterior a Primeira Guerra Mundial, era a época da segurança, e dentro do marco das idéias de otimismo e bases estáveis que havia nascido nos povos que viram a chegada do novo século, não havia lugar para se pensar em uma guerra, muito menos a uma guerra total que compromete integralmente as nações, com toda a sua população e seus recursos. Mas chegam, ao conhecimento do mundo os avanços científicos, e com eles, Einstein, que publica a primeira parte da Teoria da Relatividade, dez anos antes já havia sido publicado a obra de Freud, A interpretação dos sonhos, com eles começa a quebrar-se e a desestabilizar-se um universo físico e humano que acreditavam ser sólido e eterno. O mundo encontra-se as portas do novo século que vai trazer junto suas promessas e ameaças. O único que se sabia dele, é que iria impor transformações cada vez mais rápidas e colocaria a prova a capacidade do homem para adaptações a situações novas, a convivência com máquinas inteligentes obrigará a humanidade a repensar sua própria funcionalidade. Até aquele momento se havia ensinado as pessoas, a obrigação moral de serem homens úteis a sociedade; em um futuro próximo, deveriam pensar em como aprender a ser inúteis. Quem sabe o século XX foi o fim da infância e nele a humanidade viveu sua adolescência terrível e turbulenta. Possivelmente agora está começando a amadurecer com tudo o que isso implica, inclusive com a aceitação da possibilidade de sua própria morte. Convém em todo o caso fazer uma grande recapitulação do que foi este século com seus êxitos, seus enfrentamentos e seus dramas e suas exaltações, que no seu conjunto apresentam um friso monumental, um enorme espetáculo. Um dos seus grandes dramas são os conflitos armados que apesar de seus avanços, científicos e tecnológicos, o homem continua a fazer a guerra, ainda que as potências estejam cumprindo o pacto de desarmamento nuclear, Tratado de Redução de Armas Estratégicas (START) de 1991, (fig.2). Os conflitos armados, longe de terminar, se agravam a cada dia mais, em quantidades, e em conseqüências.
Figura 2 - Desarmamento nuclear entre a Rússia e os EUA
Fonte: http://dinamicaglobal.blogspot.com/, Acesso em: 12 out. 2011.
O homem não mede esforços e nem faz economia para tentar ganhar uma guerra, esquecendo-se que mesmo para a nação vencedora há grandes prejuízos, humanos e econômicos. Deve-se pensar primeiro vencer uma batalha atrás da outra, para depois ganhar-se uma guerra e para isso, recursos maciços e grande energia tem se aplicado para incrementar o poder destrutivo das armas de guerra do homem. Três tipos de armas, química, biológica e nuclear- foram desenvolvidas em grau tão horrífico de poder destrutivo, que, se a corrida armamentista não for efetivamente controlada, sua utilização generalizada poderá eliminar completamente toda espécie de vida do planeta. É esse, especialmente, o caso da corrida de armas nucleares, porque esse tipo de armas é inigualável em poder destrutivo, força praticamente ilimitada. Além disso, países, em números cada vez maior, se estão capacitando a produzir tais armas. As potências nucleares declaradas são os EUA, a Rússia, o Reino Unido, a França, a República Popular da China, a Índia, o Paquistão e Israel. Estes países já possuem o material para fins ofensivos. Outra nação que já testou armamento nuclear foi a Coréia do Norte, porém, assinou um acordo com a Organização dos Estados Unidos (ONU) para se desarmar, devido a embargos econômicos e a forte pressão norte americana.
O arsenal nuclear é considerado um tesouro de muito valor pois é disputado e usado como moeda de troca, ou uma poderosa força pois nas relações políticas entre as nações nestes tempos de comércio global, os melhores tratados e arranjos políticos se dão com os países que possuem esse material bélico. Tanto é assim que os países que possuem assento permanente no Conselho de Segurança da ONU são potências nucleares
O uso de armas biológicas não é recente, já era conhecido nas guerras da Idade Média, era comuns que exércitos lançassem com catapultas, para dentro das muralhas atacadas, pedaços de corpos de gente que morrera de peste ou varíola. Inclusive, aqui no Brasil, no século XVI, o governador do Rio de Janeiro Antônio de Salema espalhou no lugar, onde hoje está o bairro da Gávea, roupas e objetos contaminados com varíola, para matar os tamoios daquelas matas. O método funcionou, assim como deu certo durante o processo pelo qual os ingleses exterminaram tribos inteiras de índios americanos distribuindo presentes infectados entre eles. Se bem que as guerras possam ter caráter limitado, basta que uma delas se generalize para destruir a todos. Como os conflitos armados estão se tornando cada vez mais, e mais freqüentes, isso se constitui uma ameaça muito real. Se compararmos em termos de avanços tecnológicos atuais, o poder de destruição do homem não tem limites, porque mesmo sem eles, ou com pouca tecnologia entre 1898 a 1950 o mundo assistiu a 59 guerras; entre 1950 e 1970, 72 guerras, se bem que essas foram de menor porte, e as grandes potências se mostrassem relutantes em participar, salvo nas guerras da Coréia e do Vietnã.
[...] Essa militarização intensa e crescente em todo o globo, esse acúmulo incessante de poderosíssimos meios de destruição, essa influência decisiva dos imperativos militares sobre a política e a economia em praticamente todos os países, coloca uma série de dúvidas e dilemas novos para toda a humanidade. Para onde estamos sendo levados afinal? Poderá a frágil democracia - o pouco que dela resta nas nações onde ela foi criada a duras penas pelos movimentos populares – sobreviver e coexistir com essa belicosidade exacerbada? Será realmente "positivo" ou "progressista" o rumo atual da evolução da tecnologia? [...] (VESENTINI, 1990, p.71)
O esforço para terminar com a corrida armamentistas nuclear, biológica e química, entre os super poderes, tem sido totalmente infrutíferos. Alguns acordos internacionais de controle de armamentos foram negociados, mas de pouca importância, e seu aumento sobre o ritmo da corrida armamentista é muito pequeno, e menor ainda, sobre o número de armas nucleares estocadas nos arsenais do mundo.
A guerra atual possui um significado muito mais amplo que no passado: a partir de 1914, em qualquer conflito armado entre países, morrem muito mais civis que soldados, ao contrário do que ocorria até então; as noções de heroísmo, bravura ou mesmo os caracteres de "bom soldado" deixam pouco a pouco de ser relevantes e o decisivo de fato passa a ser a tecnologia dos armamentos - o militar, dessa forma, transforma-se de combatente em técnico. Qualquer guerra local tem sempre uma influência e um significado a nível planetário e, pela primeira vez na história da humanidade, a guerra pode virtualmente pode chegar ao extermínio total, ao apocalipse. A guerra em suma deixou de ser a "política continuada por outros meios" (...) para tornar-se no inverso disso: a política – institucional, é claro – é que parece ser uma expressão dos interesses e dos métodos militares-estratégicos. [...] VESENTINI. p.75. 1990 Existem agora, como durante todo o transcurso do século XX, uma ausência total de qualquer autoridade global efetiva que seja capaz de controlar ou resolver disputas armadas. A globalização avançou em quase todos os aspectos – econômico, tecnológico, cultural e até lingüístico -, menos um: do ponto de vista político e militar, os Estados territoriais continuam a ser as únicas autoridades efetivas. Existem oficialmente cerca de duzentos países, mas na prática apenas um punhado deles pesa na balança, e há um, os Estados Unidos, que é esmagadoramente mais poderoso do que os demais. Contudo, nunca nenhum país ou império foi grande ou poderoso o bastante para manter a hegemonia sobre o mundo político e muito menos para estabelecer a supremacia política e militar sobre o planeta. (HOBSBAWM, 2008, p, 28-9).
3 O SÉCULO XX E AS GUERRAS: A globalização das guerras
Para Eric Hobsbawm o século XX foi o mais mortífero de toda a história documentada, chegando o número de mortes causadas pelas guerras a superar a 10% da população mundial em 1913. Até que ponto as ações em que as forças armadas dos Estados Unidos têm se envolvido desde o fim da Guerra Fria em várias partes do mundo constituem uma continuação da era da guerra mundial, interrogação do autor no livro Globalização, Democracia e Terrorismo, páginas 21 e 22.
Ainda seguindo o pensamento do referido autor, o mundo não pode ser pensado como um bloco único, seja do ponto de vista cronológico, seja do geográfico. Mas, partimos então das ligações entre si que envolvem as guerras e conflitos armados, formais e informais espalhados pelo diversos continentes do planeta que em uma longa análise se podem pensar as guerras e conflitos como mundiais, Pois envolvem diferentes nações, ideologias sejam elas políticas, religiosas ou de outra conjuntura, pois o homem agora devido o avanço da tecnologia tem um poder de destruição sob seu comando individual muito maior, se anteriormente ele precisava de um veículo para carregar as armas para se defender ou atacar, agora carrega em seu próprio corpo sem grandes dificuldades armas mortais, como granadas, fusíveis e transmissores de comunicação ligando-o diretamente com a base, sem ter que se locomover muito, diminuindo o risco eminente, ou seja, não só está equipado com uma grande variedade de armas ofensivas, como também pode apelar para forças de apoio e para a força aérea, tanto local quanto de pontos distantes da área de combate. E os que fazem a guerra se utilizam cada vez mais de meios ofensivos e destruidores para vencer ou tentar vencer uma guerra sem importar na realidade com a humanidade. Basta ver a corrida armamentista que houve na década de 1970, principalmente com as armas nucleares. As superpotências estão armadas com grandes quantidades de ogivas termonucleares. Em 1971 os Estados Unidos somente, já possuía uma capacidade de detonar 4.000 ogivas sobre a então, antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, 1.050 a partir de bases terrestres de mísseis, 2.000 por aviões-bombardeiros e perto de 1.000 submarinos nucleares, tais como o George Washington, ainda desenvolveram ogivas múltiplas aumentando assim o poder de destruição.
Como as guerras internacionais se tornaram "totais" elas aumentam o sacrifício de vidas provocando grande aumento de baixas, e extensa destruição.
Outro elemento importantíssimo nos conflitos é a participação de toda ou de grande parte da população, em levantes civis, provocados muitas vezes por regimes repressivos, antagonismos religiosos ou tribais. Tais conflitos tem sido particularmente cruéis. A face da guerra é mais cruel ainda quando se analisa que os armamentos foram projetados mais para ferir do que para matar. E aprova disso são os milhares de soldados e civis que ficaram deficientes físicos ou mesmo com graves problemas mentais, resultado da agressão do homem contra o homem, caberia analisar aqui se fosse o caso, os motivos dessas agressões, qual sua verdadeira causa, e se justifica tamanha destruição humana, e da superfície terrestre, porque esses temas não são discutidos quando se trata de analisar as conseqüências de uma guerra, ou são analisados friamente como números de mortes e montantes econômicos, onde ambos os lados ficam acusando-se mutuamente das perdas que teve. É dessa forma que devemos ver e mostrar para as novas gerações as causas e conseqüências de uma guerra, independente do motivo que a levaram a cabo? Ver uma guerra em todos os âmbitos humanamente possíveis é o dever de cada um para que se possa pensar as futuras gerações.
A medida que aumenta o número de países independentes tem aumentado também a importância atribuída à soberania e ao nacionalismo. Há poucos prenúncios de um movimento no sentido real de internacionalismo - forma talvez mais viável para um mundo seguro e estável. Ao contrário, no futuro imediato, as questões de limites tendem a provocar, cada vez mais, novos conflitos. Nesse entre tempo, mais e mais civis estão sendo envolvidos diretamente na realidade da guerra, aumentando tragicamente o número de conflitos armados nos tempos modernos, derruba-se um muro e levantam-se outros, tal é o caso do Muro de Berlin que começou a ser derrubado em 9 de novembro de 1989, e que, em 12 de junho 1987, o então presidente dos Estado Unidos em um discurso no aniversário de Berlin, desafia Mikhail Gorbachev, Secretário Geral do Partido Comunista da antiga União Soviética a derrubar o muro de Berlin.
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We welcome change and openness; for we believe that freedom and security go together, that the advance of human liberty can only strengthen the cause of world peace. There is one sign the Soviets can make that would be unmistakable, that would advance dramatically the cause of freedom and peace. General Secretary Gorbachev, if you seek peace, if you seek prosperity for the Soviet Union and eastern Europe, if you seek liberalization, come here to this gate. Mr. Gorbachev, open this gate. Mr. Gorbachev, Mr. Gorbachev, tear doam this wall! (http://en.wikipedia.org/wiki/Tear_down_this_wall!) Tradução aproximada do texto acima: "Damos as boas-vindas à mudança e à abertura, pois acreditamos que a liberdade e segurança caminham juntos, que o progresso da liberdade humana só pode reforçar a causa da paz no mundo. Há um sinal de que os soviéticos podem fazer que seria inconfundível, que faria avançar dramaticamente a causa da liberdade e da paz. Secretário Geral Gorbachev, se você procura prosperidade para a União Soviética e a Europa Oriental, se você procurar a liberalização, venha aqui para este portão. Sr. Gorbachev, abra o portão. Sr. Gorbachev, derrube esse muro!" ( http://pt.wikipedia.org/wiki/Tear_down_this_wall ) |
3.1 AS BARREIRAS E A SEPARAÇÃO DOS POVOS: O DISCURSO POLÍTICO QUE NÃO EXPLICA
Mas a contra partida de sua queda, e ironicamente, o Estados Unidos começa a levantar no continente Americano um muro separatista contra a população do México.
Esse muro tem a finalidade de ser um guardião da segurança dos Estados Unidos, mas em seu discurso político é uma contenção a entrada de pessoas ilegais ao país de mexicanos e centro- americanos oriundos da parte Sul do continente. O início do muro na fronteira com o México se dá em 1994 com o programa conhecido como Operação Guardião (Operation Gatekeeper). Está formado por quilômetros de extensão na fronteira com Tijuana em São Diego, e dotado da mais avançada tecnologia. O mesmo inclui três barreiras de contenção, potente iluminação, detectores de movimentos, equipamentos com visão noturna, sensores eletrônicos, rádio-comunicação ligados com as bases policiais de fronteira, dos Estados Unidos, e ainda uma vigilância de 24 horas de veículos tanto blindados como comuns reforçado com os helicópteros armados, ou seja, preparados para matar. O muro está sendo ampliado para outras regiões como no Novo México, Texas e Arizona (Fig.3). Considerando a separação geográfica física que este muro representa, há ainda uma questão relevante que não é analisada, a existência de uma separação ideológica incluído aí o pré-conceito dos "subdesenvolvidos." Mas, a História não deve deixar cair no esquecimento tantas outras barreiras que separam os povos, seja pelo motivo que for, não se justifica as Nações serem divididas, o muro da vergonha, enfim caiu, mas esse fato entrou para a história como sendo o único, reavivado depois pela construção da barreira do México. Os jovens de hoje e as pessoas devem ter conhecimento de que essa prática não era desconhecida dos dirigentes políticos. Encontram-se ainda as barreiras de Ceuta e Melilla, no norte da África; os blocos da Cisjordânia; os muros marroquinos, que separam as famílias que ficaram no Sahara Ocidental, anexados por Marrocos; a muralha que divide a Coréia em duas. Entre outras, também existem na Índia. Desculpas, explicações para que existam essas barreiras contra as pessoas não faltam, desde a luta contra o terrorismo e a imigração ilegal. Mas, esses fins não escondem as injustiças sociais existente entre os povos.
Figura 3 - Muro que separa México e Estado Unidos
Fonte: http://blog.ebserver.org/ Acesso em 17 out. 2011.
Com as construções desses muros usando toda a tecnologia vigente pode-se entender como um problema regional passa a ter um significado alarmante, pois um governo decide o que fazer, e como fazer, onde e o com quem fazer, sob o aspecto da dominação tecnológica, e de caráter imperialista somados com suas ambições.
Mas o fato é que nem sempre as portas se abriram apenas com as conversas de Washington. Nesses casos, era preciso um empurrãozinho. Foi o que ocorreu com o Império Japonês, que ficou fechado, durante séculos, ao intercâmbio com o exterior. Em 1852, depois de 15 anos de infrutíferos esforços diplomáticos, a paciência americana acabou. Quatro navios de guerra, sob o comando do Comodoro Matthew Perry, posicionaram-se na baía de Tóquio e apontaram seus canhões para cidade. Um emissário foi à terra para negociar-e ameaçar- as autoridades japonesas. Caso se recusassem a liberar os portos do país ao comércio, seriam bombardeados. Os japoneses toparam. Acordo semelhante foi firmado com a China, que estendeu aos americanos os privilégios concedidos aos europeus. (Revista História Para Viajar no Tempo, 2006, p.36)
Daí a importância de entender, mas nunca aceitar nem justificar, sob nenhum aspecto as guerras, os conflitos armados formais ou informais. Parte-se desse princípio que os jovens de hoje devem entender os verdadeiros significados dos conflitos armados, e o lugar mais apropriado para isso deve ser em uma instituição de ensino. Pois, compreender os muitos aspectos que envolvem uma guerra é muito complexo, elaborar conceitos desses aspectos é um exercício intelectual muito intenso, os quais para isso devem ser elaborados a partir dos currículos escolares.
Para que servem as Guerras? Fácil seria responder se a tomássemos do ponto de vista simplista que o mundo quer e faz de tudo para apresentar. "A guerra é necessária. Precisamos atacar os inimigos para garantir a proteção dos nossos filhos". Matthew Bridges, Revista História Para Viajar no Tempo. Edição 35, pág. 35. Editora Abril. Julho de 2006. Na visão de um professor americano. Caberia saber à que inimigos ele se refere.
A sociedade tem o direito e o dever de saber, ou pelo menos tentar entender, aquilo que destrói famílias, o futuro de gerações inteiras, Estados, Nações, rios, superfícies, e o bem maior, a Vida! O homem faz a guerra pela guerra, aterroriza por aterrorizar, ou atrás de um objetivo espúrio se esconde verdades ocultas? Porque então, desde sempre houve conflitos armados? Sejam eles quais forem e o lugar de origem, perguntas que devemos tentar entender em busca da paz, da harmonia e de uma vida mais digna para as sociedades. Quão importante é entender o terror que é imposto às sociedades, e a determinadas regiões, como se não tivesse fim a agonia de milhares de pessoas, de famílias inteiras, como é o caso da África, uma região afetada por conflitos intermináveis desde suas origens, conflitos internos agravados por interesses externos, acirrando ainda mais e subvencionando o terrorismo existente nessa região.
3.2 ENTENDENDO OS CONFLITOS FORMAIS: O QUE SE ENTENDE POR CONFLITOS FORMAIS?
A diferença entre os conflitos formais e os informais é que, enquanto o primeiro é aceito pela sociedade e perdoado pelas leis, o conflito informal é rejeitado, devido a não estar amparado pela legalidade de uma guerra. Mas, o que é de fato uma guerra, para que serve fazer a guerra e quem a faz, com que objetivo? Tentando entender o significado da Guerra encontramos que guerra é: Uma luta armada entre duas ou mais nações, e ou, entre grupos de uma mesma nação, incluindo nesse termo os conflitos de guerra formais e os informais. Outros significados - desavença e o fim da paz entre duas ou mais nações ou potências: toda espécie de combate.
Recordemos então, algumas das guerras e os motivos das mesmas que marcaram a História da humanidade:
3.2.1 Guerras Médicas
Denomina-se Guerras Médicas aos conflitos bélicos entre os antigos gregos e o Impéro Persa durante o século V a. C. As Guerras Médicas ocorreram entre os povos gregos aqueus, jônios dórios e eólios e os medo-persas, (povos antigos) (Fig. 4), pela disputa sobre a Jônia na Ásia Menor, quando as colônias gregas da região, principalmente Mileto, tentaram livrar-se do domínio persa.Mapa de localização.
Figura 4 - Região da àsia Menor
Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com Acesso em: 30 out. 2011.
3.2.2 Guerras MitridáticasTrês guerras que ocorreram na Grécia e Ásia Menor, 88 a.C a 65 a.C, entre Mitrídates VI, rei do Ponto, e República de Roma. Tendo como origem do conflito uma disputa terrtorial e controle da Capadócia, uma provincia da antiga Ásia, na atual Turquia.
3.2.3 Guerras Samnitas
Foram uma série de conflitos armados da Antiguidade, entre 343ª.C. e 290 aC., nos quais a incipiente República Romana enfrentou o povo itálico dos samnitas, que dominava os montes Apeninos ao sul do Lácio, pelo controle da região central da península. Ocorreram três guerras entre os dois povos, que terminaram com a completa submissão dos samnitas ao poderio romano.
Quando se fala em guerras e conflitos se tem a idéia que países da América Latina ou do continente Americano, excluindo aqui os Estados Unidos da América, nunca tenham participado e originado um conflito armado, a História nos mostra que esse continente esteve envolvido em muitos conflitos armados, porém, foram lutas buscando sua independência e poucos conflitos foram para ampliação de territórios. As pessoas não ligam o continente Americano as grandes guerras, observa-se então a guerra da Tríplice Aliança para derrotar o Paraguai e frear sua expansão, que arrastou-se por cinco anos, pois o exército paraguaio estava muito bem estruturado, sendo aniquilado pelo patrocinio da Inglaterra. Mas o benefício dessa terrível guerra latinoamericana ficou com a Inglaterra e para os demais países que participara, Argentina, Uruguai e Brasil o resultado foi um desastre total, além das perdas econômicas o Paraguai teve uma perda de 80% de sua população jovem adulta e seu empobrecimento. Para o governo imperial restou uma dívida incalculável com o país europeu, mas manteve a conservação da região do Prata.
O Brasil foi o único país sul-americano que participou da primeira Guerra Mundial. A participação do Brasil na Primeira Guerra Mundial foi estabelecida em função de uma série de episódios envolvendo embarcações brasileiras na Europa. No mês de abril de 1917, forças alemãs abateram o navio Paraná nas proximidades do Canal da Mancha. Seis meses mais tarde, outra embarcação brasileira, o encouraçado Macau, foi atacado por alemães. Indignados, populares exigiram uma resposta contundente das autoridades brasileiras. Na época, o presidente Venceslau Brás firmou aliança com os países da Tríplice Entente (Estados Unidos, Inglaterra e França), em oposição ao grupo da Tríplice Aliança, formada pelo Império Austro-húngaro, Alemanha e Império Turco-otomano. Sem contar com uma tecnologia bélica expressiva, podemos considerar a participação brasileira na Primeira Guerra bastante tímida. Entre outras ações, o governo do Brasil enviou alguns pilotos de avião, o oferecimento de navios militares e apoio médico.
O apoio brasileiro teve muito mais presença com o envio de suprimentos agrícolas e matéria-prima procurada pelas nações em conflito. No Brasil, a Primeira Guerra teve implicações significativas em nossa economia. A retração econômica sofrida pelas grandes nações industriais europeias abriu as portas para que o parque industrial se desenvolvesse.
3.2.4 Guerras PúnicasConsistiram numa série de três conflitos que opuseram a República Romana e a República de Cartago, cidade-estado fenícia, no período entre 264 a. C. e 146 a.C. Depois de quase um século de lutas, ao fim das Guerras Púnicas, Cartago foi totalmente destruída e Roma passou a dominar o mar Mediterrâneo. (Fig 5.)
Principais batalhas e movimentos dos exércitos púnicos e romanos na Sicília durante a Primeira Guerra Púnica:
Figura 5 - Primeira Guerra Púnica
Fonte: image de Wikipedia, autor Russell & Struthers Engravers, New York, 1883.
3.2.5 Guerra de JugurtaO rei da Numídia em 160 a.C.- Roma, 104 a. C., dividiu o poder do reino entre seus primos, aos quais mandou matar para apossar-se de seus territórios na mesma época os mercadores romanos também foram massacrados em Cirta, originando o conflito com Roma.
3.2.6 Guerra dos Cem AnosComeçou em meados do século XIV e o século XV, são muitos conflitos armados que se encontra registrado na História da Europa, entre Inglaterra e França, de 1337 a 1453. Sendo a primeira grande guerra européia que teve como conseqüencias, transformações na vida social, econômica e política da Europa Ocidental (Fig 6.), envolvendo a Escócia, Boêmia, Castela e o Papado de Avignón que apoiram a França, e os que apoiaram a Inglaterra foram os alemães, portugueses e os flamengos.
Figura 6 - A Europa no final da Guerra dos Cem Anos
Fonte:http://pt.wikipedia.org. 29-11-2011. 21 hs.
3.2.7 A Guerra dos HusitasOu, movimento hussita envolveram as ações militares contra, e entre os seguidores de Jan Hus na Bohemia de 1420 até próximo a 1434, assumindo caráter revolucionário depois da morte de Jan Hus (Fig 7.). (Descontentamento com a Igreja Católica).
Figura 7 - Vários conflitos envolvendo setores religiosos e monárquicos
Fonte: http://www.iglesiapueblonuevo.es Acesso em: 20 out. 2011.
3.2.8 Guerra das RosasForam lutas dinásticas provocadas pelo dominio e obtenção do trono da Inglaterra com duração de trinta anos de batalhas esporádicas, em 1455 e 1485.
3.2.9 Guerra dos HuguenotesFoi uma série de violentos enfrentamentos cívis que se desenvolveu no Reino da França no período da segunda metade do século XVI. Aconteceram oito guerras diferentes entre 1562 e 1598, por motivos religiosos.
3.2.10 Guerras Russo-FinesasAinda que pareça que os primeiros cristãos na Finlândia foram bizantinos, a grande parte do país recebeu sua fé através de missionários suecos de tradição latina. Mesmo assim, a província oriental de Karelia foi evangelizada por monges bizantinos do antigo monastério de Valamo (Valaam, em russo) situado numa ilha no lago Ladoga.
No século XIII, Finlândia foi um campo de batalha entre a Suécia católica e a Rússia ortodoxa; eventualmente os suecos conseguiram controlar a maior parte da Finlândia, Karelia, porém, ficou sob o controle russo. Em 1617, Karelia foi tomada pela Suécia, a qual havia se tornado, de uma potência católica a potência protestante. Os suecos luteranos perseguiram por algum tempo os ortodoxos, mas as condições melhoraram no final do século passado.
Karelia foi recuperada pela Rússia em 1721 e, em 1809 o Czar conquistou a totalidade da Finlândia a qual se converteu no Grande Ducado Autônomo, dentro do Império Russo.
No final do século XIX, os ortodoxos da região de Karelia afirmaram sua identidade nacional. A liturgia, bem como muitos outros livros de teologia e espiritualidade foram traduzidos para a língua finés, que permaneceu como a língua litúrgica desta Igreja.
(http://www.ecclesia.com.br/igreja_ortodoxa/finlandia.html, Acesso em 20 out. 2011. 16.45 h). 3.2.11 Guerra dos Trinta AnosOcorreu no período de 1618 a 1648, sua denominação está relacionada diretamente a uma sucessão de guerras que envolveu várias nações européias a partir de 1618 (Fig 8.), ocorrendo principalmente na Alemanha que por vários motivos, tais como: rivalidades religiosas, dinásticas, territoriais e comerciais, levou a se prolongar pelo longo período de trinta anos.
Figura 8 - O mapa da Europa em 1648, após o Tratado de Westfália. A Área representa os Estados alemães do Sacro Império
Fonte: http://pt.wikipedia.org. Acesso em: 14 out. 2011.
3.2.12 Guerra da Devolução(1667- 1668) foi um conflito bélico entre a Espanha e a França. Se iniciou com a invasão de Luis XIV da França, aos países Baixos Espanhóis com um motivo que para essa época não é concebível, o não pagamento do dote de 500.000 Libras de sua esposa Maira Teresa da Austria que não havia sido pago, envolveu as Provincias Unidas, Inglaterra e Suécia, formando assim a Tríplice Aliança. Sendo a razão maior do conflito o desenvolvimento econômico da França e sua política protecionista, promovida pelo ministro Colbert, contrariava os interesses holandeses.
3.2.13 Guerra do NorteGuerra travada entre o Império Russo, Reino da Dinamarca, Noruega, Saxônia e Polônia em 1700 e terminando em 1721, tendo como um dos resultados o fim do Império Sueco.
3.2.14 Guerra de Sucessão EspanholaFoi disputada entre os anos de 1702 e 1714, era a disputa pelo direito a sucessão da coroa espanhola, devido a morte de Carlos II, (Fig 9.) que ao falecer não deixou herdeiros, motivo principal desse conflito.
Figura 9 - Família crescente de Felipe V de Espanha
Fonte: http://pt.encydia.com Acesso em: 18 set. 2011.
3.2.15 Guerra de Sucessão da PolôniaEssa guerra ocorreu em 1733 a 1738, e se deu devido ao apoio que recebeu a candidatura saxônica na Polônia, originando um conflito entre a França que era aliada da Espanha, e a Rússia.
3.2.16 Guerra de Sucessão AustríacaSucessão da Áustria ocorrida em 1740 – 1748 conhecida também como Tratado de Aix-la-Chapelle, foi um conflito europeu motivado pela ambição da Prússia e da Espanha. Conhecido também como, Guerra do Rei George.
3.2.17 Guerra dos Sete AnosDerivada de conflitos internacionais que ocorreram entre 1756 e 1763, durante o reinado de Luiz XV, envolvendo de um lado a França e a Áustria que tinham como aliados a Saxõnia, Rússia, Suécia e a Espanha, a Inglaterra, Portugal, Hannover e Prússia, de outro. Vários fatores desencadearam a guerra: a preocupação das potências européias com o crescente prestígio e poderio de Frederico II, o Grande, Rei da Prússia; as disputas entre a Áustria Foi o primeiro conflito a ter carácter mundial, e o seu resultado é muitas vezes apontado como o ponto fulcral que deu origem à inauguração da era moderna. A Guerra foi precedida por uma reformulação do sistema de alianças entre as principais potências europeias, a chamada Revolução Diplomática de 1756.
3.2.18 Guerra da Independência EspanholaAconteceu em 1807 e 1814, inicio do século XIX, (guerras Napoleônicas) extrapolando a fronteira da Europa, atingindo o continente Americano, mais precisamente na América Latina.
3.2.19 Guerras Carlistas
Denominação usada para caracterizar os três violentos conflitos ocirridos no século XX, na Espanha entre os carlistas, partidários de Carlos Maria Isidro de Borbón, e a governação de Isabel II de Espanha, sua sobrinha. Dando o primeiro conflito em 1833-184 e a segunda, em 1846-1849.
3.2.20 Guerra dos PastéisFoi a primeira guerra bélica entre a França e o México. Em 1838-1839, França faz a guerra na tentiva de conseguir beneficos econômicos na América do Sul.
3.2.21 Guerra GrandeDenomina-se Guerra Grande o enfrentamento ocorrido no Uruguai entre 1839 a 1851, entre brancos e colorados, conflito armado que teve o apoio do Estado do Rio Grande do Sul que lutou, originando a rebelião que se conhece como Farroupilha. Devido a intervenção de outros países vizinhos ao Uruguai e a intervenção ainda que temporária da França e do Reino Unido é que se conhece o conflito Cisplatino como Guerra Grande.
3.2.22 Guerra do ÓpioOu guerra Anglo-Chinesa, foram conflitos armados ocorridos entre a Grã-Bretanha e a China nos anos de 1839 -1842 e 1856 – 1860.
3.2.23 Guerra da CriméiaConflito que se estendeu de 1853 a1856, na península da Crimeia (Fig 10.), no mar negro, entre a Russia a França e o Reino Unido.
Figura 10 - Primeiras fotos de Guerras pelo fotógrafo Roger Fenton
Fonte: http://nucleomilitar.blogspot.com Acesso em: 04 out.2011.
3.2.24 Guerra Ítalo-AustríacaÉ a segunda guerra da independência italiana, deu-se em 1859 pela França e o Reino de Sardenha, contra o Império Austríaco (Fig 11.),e tinha como motivo a ambição ao trono da casa de Sabóia, e ambições políticas.
Figura 11 – Unificação da Itália
Fonte: http://histoblogsu.blogspot.com Acesso em: 14 out. 2011.
3.2.25 Guerra de Secessão1861 e 1865, ou Guerra Cívil Americana (Fig.12-13 ). A Guerra de Secessão foi travada entre os onze estados do Sul dos Estados Unidos, na época Estados Confederados, contra os Estados do Norte que já estava muito industrializado, enquanto a parte Sul era latifundiário e necessitava da escravidão, o Norte já por estar industrializado não precisava tanto, sendo estas diferenças consideradas principais causas da guerra civil na parte Norte do continente Europeu.
Figura 12 – Guerra Cívil Americana
Fonte: http://historiapublica.blogspot.com Acesso em 15 nov. 2011.
Figura 13 - Em Gettysburg foi travada a maior batalha da Guerra Civil Americana
Fonte: http://nibrutsit.blogspot.com Acesso em 20 out. 2011.
3.2.26 Guerra Franco–Prussiana ou Guerra franco-germânicaSe deu em julho de 1870 a maio de 1871 e foi um conflito ocorrido entre a França e o Reino da Prússia no final do século XIX (Fig.14 ), devido a não aceitação de um rei que era quase um desconhecido para ocupar o lugar de Isabel II, que havia abdicado em 1868 devido a revolução. O chanceler prussiano Otto Von Bismark e seus generais usam esse motivo como pretexto, mas o que importava era os impecilhos que a França colocava à integração dos Estados do sul da Alemanha. Conhecida também, como a Guerra das sete semanas.
Figura 14 - Balão utilizado na Guerra Franco –Prussiana, utilizado para transportes dos feridos
Fonte: http://www.amazonsaude.com. Acesso em: 12 out. 2011.
3.2.27 Guerra russo-turcaEssa guerra é uma das mais antigas na literatura militar, devido a que os conflitos entre os otamanos e os russos são bem mais antigos. Se para os otamanos é uma tentativa de recuperar territórios perdidos na Anatólia Oriental, em 1877-1878, durante a Guerra Russo-Turca, para os russos os objetivos eram muitos, como, a exigência da posse da cidade de Constantinopla, os estreitos de Bósfaro e o de Dardanelos junto com o Mar de Mármara, o Sul da Tracia até a linha de Enós-Midia, assim como partes da costa Sul, do Mar Negro. E, em Anatólia, entre o Bósforo, o rio Sakarya e pontos indeterminados, perto da Bahia de Esmirna. O governo zarista russo planejava trocar a população muçulmana do Norte da Anatólia e de Istambul com pessoas de sua confiança, ou seja, que ele considerava mais fiéis a ele, como os colonizadores casaco. Existiram muitos conflitos entre esses povos. Aqui as datas a que se tem conhecimento de tais conflitos entre esses povos: (1568-1570); (1571); (1676-1681); (1686-1700); (1710-1711); (1735-1739); (1768-1774); (1787-1792); (1806-1812); (1821-1829); (1828-1829); (1853-1856 Guerra da Criméia); (1877-1878); (1914-1917 Guerra da Cáucaso). A Guerra do Cáucaso é nomeada por muitos como Campanha do Cáucaso, mas até onde uma campanha com conflitos intermináveis, que matam, desterram, e destróem tudo o que tem pela frente, é uma campanha?
3.2.28 Guerra AngloBoerAs guerras boers ou guerras dos bôers, foram dois confrontos armados na atual África do Sul, entre os colonos de origem holandesa e francesa, os chamados bôeres com o exército britânico, que pretendia se apoderar das minas de diamante e ouro recentemente encontradas naquele território. Como resultado das guerras, os bôeres ficaram sob domínio britânico. Um obelisco, foi erguido no final dos anos 1880, demarcando a fronteira entre Moçambique e o Transvaal (formalmente denominado República Sul-Africana) após o acordo de fronteiras entre os boers e os portugueses. As fronteiras entre Moçambique e a África do Sul permaneceram intactas até esta data.
3.2.29 Guerra Sino-JaponesaEm 1894 a 1895, a necessidade por expansão e ocupação territoriais, levou o Japão e a China a um confronto (Fig.15), ambos os países tinham interesse em controlar a Coréia. A segunda deu-se em 1937 a 1945.
Figura 15– Massacre na Guerra Sino- Japonesa
Fonte: http://www.dipity.com Acesso 26 out. 2011.
3.2.30 Guerra russo –japonesaA Coréia e a Manchúria tiveram seus territórios disputados pelos Império japonês, e o Império russo, que buscavam ampliar seus domínios através da dominação de outros territórios já constituidos como Nações. Em 1904 e 1905 no Nordeste asiático, enfrentam-se ambos impérios, com a derrota da Rússia. Sendo esta conhecida como a primeira guerra do século XX, e o Japão fica conhecido como uma potência imperialista. A Manchúria Chinesa e a Coréia eram alvos de interesse desses países, sendo o que Japão foi apoiado pela Inglaterra e EUA, que queriam impedir o avanço russo sobre a região. O despreparo técnico do exército russo levou-o a derrota. Assinado o tratado de paz de Portsmouth, em 1905, em que a soberania japonesa sobre o território da Manchúria foi reconhecido. A guerra ocorreu no nordeste asiático da Rússia.
Os japoneses ganharam a península Liaodong da Manchúria meridional.
Foi o conflito armado que ocorreu entre o Império do Japão e o Império Russo, que estavam disputando certos territórios da Coréia e da Manchúria, no período datado de 1904 a 1905. (Fig.16)
Figura16 - Área em disputa pelos Russos e Japoneses
Fonte: http://www.areamilitar.net Acesso em 12 out. 2011.
3.2.31 Guerras-BalcânicasFoi dois conflitos bélicos ocorridos no Sudeste europeu dos Balcâs, duas guerras que teve pouco tempo de duração no inicio do século XX (Fig.17), entre Montenegro, Romênia, Turquia, Sérvia, e Bulgária. Com a queda do Império Otomano buscavam o dominio nos territórios dos Otamanos, esse era, de acordo com os pesquisadores, o motivo desses conflitos, ainda que, oficialmente usavam a reivindicar melhor tratamentos aos cristãos da Macedônia
Figura 17 - Forças sérvias durante a Segunda Guerra Balcânica
Fonte: http://pt.wikipedia.org. Acesso em: 21 de out. de 2011.
3.2.32 Primeira Guerra MundialConflito armado que se dá em 1914 a 1918, entre a Alemanha, Áustria-Hungria, Bulgaria e Turquia, por um lado, França, Inglaterra, Sérvia, Italia, Rússia, Montenegro, Bélgica, Estados Unidos, Polonia, Romenia, Japão, Portugal e Grécia, pelo outro. Também recebe o nome de Guerra Européia, Grande Guerra, ou Guerra das Guerras. A calma aparente que reinava na Europa depois da crise dos Balcãs, (1912-1913), não foi sufuciente para apaziguar a tensão das potências européias. Entre as causas mais antigas que desemboca com a ruptura de hostilidades, deve-se ver a desconfiança franco-germânica, resquícios da guerra de 1870, que deixou em aberto a questão de Alsácia e Lorena, na tentiva da Alemanha conseguir um império colonial proporcionado com o auge demográfico do país, a concorrência comercial e naval anglo-alemana e a complexa problemática dos balcãs, zona de atritos dos interesses russos e austro-hungaros. Sérvia protegida pela Rússia, aspirava por outra parte agrupar os povos eslavos do Sul, incluidas também as províncias meridionais do império austro-húngaro. Esta situação desencadeou uma acelerada corrida armamentista e tratados de alianças: Alemanha, Aústria, Itália ( Tríplice-aliança, 1882), França e Russia, (dupla – aliança, 1891), e a que se uniu logo depois foi a Inglaterra (Tríplice Entente). Causa imediata da guerra foi o assassinato do arquiduque, herdeiro da coroa austro-hungara, Francisco Fernando, em Saraievo em 28 de junho de 1914. Austria apoiada por Alemanha, apresentou um ultimato a Sérvia no dia 23 de julho do mesmo ano, que aceitou a maior parte das condições, apesar do qual Austria declarou a guerra no dia 28 do mesmo mês. A complexidade das próprias alianças militares as tornavam frágeis e acabaram favorecendo a extensão do conflito, Russia disposta a defender a Sérvia, mobilizou-se em 30 de julho, que a seguiram, Alemanha e França. No dia 1º de agosto, Alemanha declarou guerra à Russia, e dois dias depois à França. A interveção da Alemanha na Bélgica determinou a entrada da Inglaterra no conflito no dia 4 de agosto. As partes beligerantes eram em 1914 além dos países da Tríplice- Entente, Sérvia, Montenegro e Japão em 23 de agosto. Os Impérios Centrais conseguiram que a Turquia se unisse a eles. Italia membro da Tríplice-Aliança, se declarou neutral, alegando o caráter puramente defensivo do pacto. Alemanha que contava a seu favor com a demora dos preparativos russos, lançou sua força contra França e confiou aos austro-húngaros a missão de deter o avanço ofensivo dos russos. A Alemanha que estava no comando tomou a iniciativa, sem abandonar até o fim da guerra. Depois das primeiras batalhas fronteiriças os alemães ocuparam Lieja (Bélgica). As tropas francesas comandadas por Laranzec, foram vencidas entre Mans e Charleroi pelas tropas alemãs, de Von Büllow, os franceses começaram a se retirar-se no dia 24 de agosto a 6 de setembro. No dia 2 de setembro o governo francês se mudou a Bordéus, diante da proximidade da cavalaria alemã, Joffre salvou a situação, reorganizando as forças francesas e pararam o avance de Bülow e VonKluk no rio Marne, França. Obrigando então, aos alemães a se dirigirem para o Norte, começando aí a chamada carreira para o mar, em que ambos os países tentaram se envolver mutuamente. Depois de algumas das batalhas de Ypres e Yser, outubro-novembro de 1914, porém foi detido por Foch, devido aos intensos combates. Nenhum dos países combatentes tinha conseguido atingir seus objetivos militares e se instalaram em um círculo de 650 km, que penetrava no território francês desde Ypres aos Vogos (Dixmunde, Lille, Arrás, Noyon, Soisson, Reims, Verdún, Saint Michel, Pont-à-Mousson, e as linhas fronteiriças, então, a guerra mudou completamente de estratégia. Na frente oriental a rapidez da mobilização dos russos, obrigou os alemães a retirar linhas de combate de primeira linha da operação francesa para deter os russos que ameaçavam a Prúsia Oriental e Galitzia (Europa Central). Hindenburg, sucessor de Prittwitz, depois de derrotar a um dos exércitos invasores em Tannemberg, e desmontar outro na batalha dos Lagos Masurianos, socorreu os astríacos, vencidos pelas tropas zaristas em Lemberg e repetidamente regeitados pelos sérvos. A linha se estabilizou a Oeste de Varsóvia. A entrada da Italia na guerra, em conjunto com os países aliados, não modificou em nada a situação, pois os italianos foram imobilizados nos Alpes. As forças austro-alemãs conseguiram a colaboração da Bulgaria, que facilitou a ocupação da Sérvia (outubro-dezembro de 1915). O esforço alemão se voltou então, em direção a Este, rota da linha russa, os alemães conquistaram Polônia, Lituania e Curlandia. A sorte da Rússia ficou comprometida ao fracassar as tentivas aliadas de forçar a passagem do Dardanelos, (fevererio – março de 1915), e de ocupar a península de Gallípoli, para proporcionar abastecimento aos exércitos do Zar. No
Este fracassaram as tentativas aliadas em Artois (França), e Champaña (setembro-outubro), mesmo sendo superior, em números de combatentes e materias. As tropas alemãs de Falkenhayn iniciaram na primavera de 1916 uma violenta batalha defensiva contra Verdún. Ainda que tiveram alguns êxitos não conseguiram superar a resistência do general Pétain. A batalha de Verdún iniciou dia 21 de fevereiro e durou 6 messes, na qual morreram 500 mil soldados. Nem a ofensiva russa de Brussilov nem a anglo-francesa no Somme tiveram outra conseqüência que a entrada na guerra da Romênia, encorajada pela reação russa. Uma proposta alemã de paz, formulada através do papa em dezembro de 1916 foi rejeitada pela Entente. A batalha naval de Jutlandia, não teve conseqüências decisivas.
A Alemanha se viu obrigada a recorrer a arma submarina para conseguir quebrar a barreira sobre o bloqueio que à ameaçava, e anunciou o fortalecimento da guerra submarina em janeiro de 1917. Essa modalidade de luta, colocou em perigo a Inglaterra (800.000 Toneladas de materiais afundaram no mes de abril), porém, os Estados Unidos decidiu entrar na luta contra as potências centrais. Alemanha tentou mudar o curso da guerra antes que chegassem os reforços americanos. O Tratado de Brest-Litovsk (março de 1918) deixou fora de combate a Rússia, violentamente agitada pela revolução bolchevique, Romênia depôs também as armas devido ao Tratado de Bucarest. O general Douglas MacArthur desembarca em Leyte, Filipinas, e os americanos desembarcam na cidade de Iwo-Jima, no Japão. O equilíbrio militar existente ficou momentaneamente resolvido favorecendo a Alemanha. Ludendorf organizou um grande ataque no dia 21 de março de 1918, e conseguiu abrir um caminho entre o exército francês e o inglês, porém a falta de reservas impediu a exploração destes eixos inicias.
Outros ataques germânicos em abril e maio não conseguiram êxito devido à superioridade dos aliados. O quinto ataque de Marnes em 15 de julho a 2 de agosto, obrigou os alemães a se retirarem ordenadamente. Foch efetuou uma série de ataques concêntricos contra as posições alemãs; os aliados recuperaram San Quintin, Lille e Laon. As vitórias da Entente na Macedônia obrigaram aos turcos e aos búlgaros a depor as armas no dia 28 de setembro. Os austro-húngaros se desmoronaram em Vittório Veneto e no dia 3 de novembro também abandonaram as armas. Alemanha ficou só e convulsionada pelos problemas sociais. E apareceram as revoltas e greves em Kiel, Munich e Berlín. E em 11 de novembro de 1918 os delegados alemães assinaram o Armistício, em Compiégne, cidade francesa.
Dá-se então uma trégua nas guerras, mas, o que estava por vir devido às fragilidades políticas seria uma guerra ainda maior, pois nada do que havia acontecido nos campos das batalhas e das políticas das guerras era definitivo, e assim, 21 anos depois estoura outra guerra mundial com conseqüências catastróficas, ferindo a dignidade humana, e o pior resultado de todas as guerras a que se tem conhecimento. Que conseqüências que deixou a Primeira Guerra Mundial? Em se tratando de vidas, deve-se observar não somente o número de baixas dos combatentes, mas incluir também os civis, pois uma guerra é feita sobre uma Nação incluindo toda a população, quando uma cidade é atacada não se mede o alcance de suas armas, e sim, o número de baixas do exército inimigo, porque é dessa forma que se ganha uma guerra eliminando soldados rivais. Ao final da guerra morreram nove milhões de pessoas, entre os civis e os militares. A população que ficou ferida resultou em uma cifra alarmante, entre civis e militares foi 30 milhões de pessoas. O desenvolvimento de armamentos de guerra como os aviões e tanques de guerra. Dá-se também a queda do Império Otomano e o Austro-Húngaro (Fig18 Aparece os Estados Unidos fortalecido na política, e militarmente a nível mundial e uma nova divisão física geográfica aparece no fim da primeira guerra. Com o objetivo de garantir a paz mundial cria-se a Liga das Nações. Dá-se a crise econômica na Europa, devido à devastação, e pelos gastos militares.
A Alemanha é penalizada através da assinatura do Tratado de Versalles. Para o povo alemão o sentimento da derrota foi a pior herança que podia ter recebido, pois, o sentimento de revanchismo fortalece a idéia de uma nova guerra conduzida por um fanático o qual o mundo não deu no seu inicio, a devida importância que deveria ter sido dada, afinal, ele era um homem quase desconhecido que estava em um partido político de pouca expressão para o momento. Ledo engano, por trás dessa figura quase inexpressiva, havia um ser de estratégias perigosas, e, devastadora para a humanidade, Adolf Hitler.
Figura 18 - A interpretação geográfica na Guerra
Fonte: http://palewa.blogspot.com Acesso em: 18 nov. 2011.
[...] vistas (isto - a geografia - serve em primeiro lugar (embora não apenas) para fazer a guerra, ou seja, para fins politico-militares sobre (e com) o espaço geográfico, para produzir/reproduzir esse espaço com e a partir) das lutas de classes, especialmente como exercício do poder. Ser ou não ser de fato uma ciência pouco importa, em última análise, argumenta o Autor. O fundamental, a seu ver, é que, malgrado as aparências mistificadoras, os conhecimentos geográficos sempre foram, e continuam sendo, um saber estratégico, um instrumento de poder intimamente ligado a práticas estatais e militares. A geopolítica, dessa forma, não é uma caricatura e nem uma pseudogeografia; ela seria na realidade o âmago da geografia, a sua verdade mais profunda e recôndita. [...] (VESENTINI, 1988, p.29)
Figura 19 - Brasileiros no céu da Itália - Membros da Senta a Pua
Fonte: http://historiasegundaguerra.com Acesso em: 23 nov. 2011.
3.2.33 Guerra do ChacoEnvolveu o Paraguai e a Bolivia em 1932 a 1935, buscavam a ocupação por o Chaco Boreal e supostamente a existência de petróleo de acordo com as informações Standard Oil (Fig.20-21). Foi a guerra mais importante no continente Sul-americano no século vinte.
Figura 20 – Guerra Do Chaco Na América Do Sul
Fonte: http://pt.wikipedia.org. Acesso em: 12 ago. 2011.
Figura 21 - Recrutas paraguaios para a Guerra do Chaco
Fonte: http://pt.wikipedia.org.Acesso em: 20 out. 2011.
O Chaco que deu o nome à Guerra é uma grande região natural do interior da América do Sul, com cerca de 650.000 km² de extensão, quase totalmente desabitada por sua condição climática. O denominado Chaco Boreal, ocupa metade da área – acima. A seguir um mapa de um frustrado projeto de partilha da região de 1879.
3.2.34 Segunda Guerra MundialEm 1939 estoura a Segunda Guerra mundial que vai até 1945, com os países Alemanha, Itália, Japão, Hungria, Bulgária e Romênia por um lado e pelo outro os países, França, Inglaterra e seus domínios que eram, (Canadá, Austrália, Nova Zelândia, União Sul africana, e Índia). Estados Unidos, e a então, União Soviética, Polônia, Bélgica, Holanda, Noruega, Grécia, China, México, Colômbia e Brasil, por outro, todos englobados com o nome de Aliados.
Na Alemanha a crise econômica de 1929, o problema da recuperação, e reparações e as ocupações militares da Renania pelos aliados, deram lugar ao auge do Partido Nacionalista, cujo chefe era Adolf Hitler que ocupava o cargo de Chanceler, (1933). Em 1935 Hitler impôs o serviço militar obrigatório; no ano seguinte militarizou a Renania, e em 1938 anexou a Áustria. A conexão por Alemanha pelas regiões do Sudeste esteve a ponto de provocar a guerra, porém a Conferência de Munique resolveu momentaneamente a crise. Hitler reclamou da Polônia a cidade de Danzig e o corredor que separava a Prússia Oriental do Reich. França renovou seu compromisso de ajuda com Polônia, Alemanha e Itália, esses países se uniram pelo chamado Pacto de Aço. Adiantando-se a França e Inglaterra, Hitler promove um pacto de não agressão com Rússia assinado em Moscou em agosto de 1939. No dia 1º de setembro as tropas alemãs invadem a Polônia, e no dia 3 a França e a Inglaterra declaram a guerra a Alemanha. No dia 17 de setembro as tropas soviéticas de acordo com Alemanha, entraram na Polônia Oriental. Em menos de quatro semanas, a ofensiva relâmpago alemã na Polônia conseguiu rodear as tropas polacas situadas a Oeste do Vistula, (o maior rio polonês).
Varsóvia se rendeu no dia 26 e, no dia 30 de novembro a Rússia invadiu a Finlândia que depois de uma longa resistência acabou por entregar a província de Carelia. Em 9 de abril de 1940 Alemanha iniciou a ofensiva contra o Ocidente, invadiu Dinamarca e Noruega, obrigando as tropas expedicionárias britânicas a embarcarem em Navirk. E no dia 11 de maio começou a campanha da França, depois de um longo período de lutas de posições. O plano alemão consistia em romper a resistência no Mosa belga, um longo rio de 950 km, através das montanhas de Ardenas, e fazer avançar a ala direita do exército em direção a Paris.
As tropas holandesas se renderam no dia 14 de maio e as tropas belgas no dia 28. A ala esquerda aliada se viu separada do resto do exército e rejeitada em direção ao mar, até Dunkerque, onde o exército expedicionário inglês pode reembarcar devendo abandonar todo o seu material. Entre os dias 5 e 12 de junho o exército alemão avançou em direção a Paris, ocupando a cidade graças à rapidez imposta pelas divisões blindadas. Pétain formou o governo e no dia 22 assinou um armistício pelo qual França ficava dividida em duas partes e a frota francesa era desarmada e colocada em determinados portos. Em junho de 1940, depois da derrota da França, Itália entrou na guerra ao lado da Alemanha. Depois da rendição da Bélgica e da França, Inglaterra se negou a negociar a paz, confiante na sua frota e na sua força aérea. Alemanha tentou surpreender a Inglaterra pelo ar fazendo uma Blitz aérea, porém o fracasso da ofensiva aérea alemã impediu realizar a projetada invasão da Grã-Bretanha.
A frota inglesa atacou a frota francesa no porto Mers-el-kébir, na Argélia, e frota italiana em Tarento, uma cidade da região da Puglia na Itália. De Gaulle organizou um exército Francês nas colônias da África e Ásia. Itália desde o dia 4 de julho estava atacando a África, desde a Eritréia atacou a Somália inglesa que a ocupou. O dia 13de setembro as tropas italianas de Graziani avançaram desde a Líbia em direção ao Egito, porém foram detidas em Sidi El Barrani. Esse resultado foi aproveitado por Inglaterra para preparar o contra ataque iniciado no dia 9 de dezembro.
Os italianos retrocederam até El-Agneila, na Líbia. Alemanha enviou o Afrika Korps no comando estava o general Rommel, que rejeitou os ingleses até Sollum, no Norte do Egito. Em novembro de 1941 um novo ataque inglês fez os alemães retrocederem até o El-Agneila. Entretanto, as tropas inglesas desta vez no comando de Wawell ocuparam a Somália britânica e a Abissínia (Etiópia). No dia 28 de outubro de 1940 a Itália atacou Grécia e rapidamente recuperou o terreno perdido. Alemanha declarou a guerra à Grécia e a Iugoslávia.
Depois da derrota da Iugoslávia no dia 27 de abril de 1941, Atenas foi invadida pelas tropas alemãs e no dia 20 iniciaram os ataques contra Creta, onde foi usado pela primeira vez soldados usando pára-quedas. E no dia 22 de junho de 1941, Alemanha invadiu a então União Soviética sem aviso prévio. Itália, Eslováquia, Finlândia e Hungria apoiaram a Alemanha. Churchill e Roosevelt assinaram a Carta do Atlântico, a qual aderiu o grupo aliado no dia 24 de setembro. A invasão do território russo foi rapidíssima, e no dia 19 de agosto as tropas alemãs com o mando de Von Rundstedt ocuparam Kiev e Ucrânia Ocidental. No dia 1º de setembro Leningrado (São Pestersburgo), foi sitiada. Mas a 20 kl de Moscou as tropas alemãs foram detidas.
A partir deste momento se intensificou os ataques na parte Sul e 22 de setembro Von Rundstedt ocupou Rostov, que uma semana depois foi recuperada pelo general Timoschenko. Na primavera de 1942, Von Manstein dominou a Criméia. Em 1944 a população de etnia Criméia-Tártara foi deportada a força pelo governo soviético. Estima-se que 46% desses deportados tenham morrido de fome e doenças. Os alemães chegaram até o Cáucaso, porém foram detidos em Stalingrado. E no dia 7 de dezembro de 1941, o Japão atacou sem prévia declaração de guerra, a base naval norteamericana de Pearl Harbour, nas ilhas do Havaí. Ao mesmo invadiu Bornéu, Malásia Tailândia e as concessões extrangeiras na China, e desde a Birmânia tentou atacar a Índia. E no dia 7 de abril de 1942 os japoneses dominaram Java, na Indonésia, e pouco depois, a ilha de Sumatra. A batalha do mar do Coral (7 a 10 de maio), impediu a avance dos japoneses em direçaõ a Austrália e as batalhas das ilhas Midway impediu a expansão dos nipons para o Havaí. Em janeiro de 1942, Rommel, no Norte da África iniciou um novo ataque em Alexandria e no Cairo, ocupou Bengashi e Tobruk, porém, no Alaméin não pode entrar devido a forte resistência da barreira inglesa, as forças britânicas do Marechal Bernard Law Montgomery iniciaram no dia 23 de outubro um contra ataque.
Três messes depis chegaram a Trípoli. As tropas norteamericanas desembarcaram a vários pontos da costa Atlântica e mediterrânea no dia 8 de novembro, do norte da África, a mando estava o general Eisenhower. A ocupação aliada da Argélia e de Marrocos responderam aos alemães com a ocupação de França do governo de Pétain. As tropas dos aliados ocuparam Túnez. O exército americano com o apoio das tropas francesas atacaram a cidade para impedir a união das forças alemãs que se encontrvam alí com o Áfrika Korps que já estava em retirada. Em abril de 1943 deu-se a união das tropas americanas com as tropas inglesas, que ocuparam Túnez no dia 7 de maio, as tropas inimigas que elí estavam ficaram cercadas na península do Cabo Bon (Nordeste da Túnisia), e tiveram que render-se. Favorecidos depois dessa rendição as tropas inglesas e americanas que ficaram com o controle do Norte da África, conseguiram dominar as bases italianas nas ilhas de Pantelária e Lampedusa, (Ilhas Pelágias no Mar Mediterrâneo). E no dia 10 de julho começou a desembarcarem na Sicilia. Palermo foi rendida no dia 23.
Com a dominação da Sicilia a situação de Mussolini se vê agravada, e finalmente cai no dia 25 de julho e o armisticio da Italia no dia 8 de setembro. Alemanha depois da rendição da Itália, ocupou militarmente a península. Os aliados desembarcaram em Reggio na Calábria, e Salerno, onde encontraram uma forte resistência. A conexão dos dois aliados com suas tropas expedicionárias permitiram avançar mais rapidamente. Nápoles foi ocupada no dia 1º de outubro. Os alemães defenderam suas posições em Monte Casino, uma colina no Sul da Itália. Roma que estava ocupada pelos nazistas, foi declarada cidade aberta, para evitar bombardeios aéreos havia sido oucpada no dia 4 de junho. No dia seguinte o Rei da Itália, Victor Manuel III, abidcou. Em novembro de 1942 os russos fizeram uma grande contra ofensiva, liberaram Leningrado e aniquilaram em fevereiro de 1943 o exército alemão do Marechal Friedrich Wilhelm Ernst Paulus, que estava sitiado em Stlingrado. A partir deste momento os alemães foram obrigados a ceder em várias frentes. Simultaneamente começou as conferencias entre os aliados, em Moscou os ministros das relações exteriores da Rússia, E.U.A e Grãn-Bretanha, em Teerã, Stalin, Roosevelt e Churchill.
Durante o verão os russos alcançaram os aliados da Alemanha, em dois messes chegaram a Vístula. Finlândia pediu armisticio no dia 4 de setembro. E a Prússia Oriental foi invadida em outubro, pelos russos, e no dia 4 de outubro os Ingleses desembarcaram na Grécia a qual foi liberada com facilidade. Enquanto os russos avançavam pelo Oriente, as forças anglo-americanas desembarcaram em 6 de junho na Normandia, no comando do General Eisenhower, ao desembarcarem pegaram desprevenidos os alemães, que custaram a reagir. Hitler sofreu um atentado no dia 20 de julho, o qual causou uma forte repressão contra os militares alemães, e no dia 15 de agosto um exército francês desembarcou em Provença, Sudeste da França, e no dia 19 Von Rundstedt inicio um ataque contra as Ardenas que ameaçou o frente aliado, e no dia 24 Paris foi libertada. Do dia 7 ao dia 12 de fevereiro de 1945 se realiza a segunda parte da Conferência de Yalta, com Chirchill, Stalin e Roosevelt. Nessa conferência se estabeleceu os planos para o futuro da Alemanha, e a organização da Europa. Considerada a mais importante conferência da Segunda Guerra, pois, as decisões tomadas nessa conferência perduram por muito tempo, e abalou todo o mundo, o que eles decidiram recaiu diretamente sobre as nações e os povos, devido a divisão do mundo em três grandes partes. Ou seja, eles se adonaram do mundo e o dividiram de acordo com seus desejos.
Alemanha acaba sendo invadida e atravessou o rio Reno no dia 8 de março. As tropas italianas se reanimaram e no dia 29 de abril, Milão é derrotada e no dia 30, Túrin, com os aliados penetrando no centro da Alemanha, obrigando a que transportassem a maior parte de suas tropas para o Leste, na tentativa de conter o avanço das tropas russas. Os anglo-americanos em uma estratégia de guerra deteram um pouco o percurso de suas tropas, para o centro da Alemanha para dar tempo aos russos de ocupar, Praga e Berlín, que foi dominada por o Marechal Zukow, no dia 2 de maio. Para tudo isso, Hitler já havia se suicidado no dia 30 de abril. Ficando em seu lugar o Almirante Karl Döenitz, que assinou o armisticio que posteriormente foi confirmado dia 8 de maio pelo Marechal Wilhelm Bodewin Johann Gustav Keitel, um conselheiro militar de Hitler. No Pacífico, desde 1942, as tropas americanas a mando do General Mac Arthur e o Almirante Nimitz reconquistaram as posições perdidas, e no dia 1º de fevereiro de 1945, ocuparam Manila nas Filipinas, desembarcando dois messes depois no dia 1º de abril em Okinawa, no arquipélago japonês. No dia 6 de junho o mundo assistiria o lançamento da mais terrível arma criada pelo homem, para matar o homem, a bomba atômica, lançada pelos Estados Unidos contra a população de Hiroshima, e no dia 9 do mesmo mês, lançaram a segunda contra a cidade japonesa de Nagasaki, com resultados inesperávelmente terríveis. No dia 2 de setembro Japão assina a capitulação a bordo do Missouri. Depois dessas explosões o mundo se vê aterrorizado, o temor de novos lançamentos da bomba atômica é um sentimento real, e atual, que ainda hoje, aterroriza as nações do mundo inteiro com a possibilidade de uso por parte dos países que a possuem.
O inimigo começou a empregrar uma nova e especialmente cruel bomba, capaz de matar muitas pessoas inocentes e cujo poder de destruição é incalculável. Se continuássemos a lutar, isso sinificaria não apenas o colapso e a destruição da nação japonesa, como também levaria ao extermínio completo da civilização humana...
Estas foram as palavras do imperador Hirohito, pronunciadas alguns dias após o lançamento das bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki.
Depois de 2.195 dias, acaba a maior guerra que o mundo já testemunhou. Entre 100 e 110 milhões de pessoas, originárias de 61 nações, participaram das hostilidades, que se desenrolaram sobre uma área total de 22 milhões de quilômetros quadrados. Cálculos preliminares indicam que entre 32 e 40 milhões de vidas foram ceifadas. As perdas materiais são incalculáveis. E certamente seriam maiores caso o Japão não se rendesse.
Para o então presidente do E.U, Harry Truman, e sucessor de Roosevelt, o uso da bomba atômica se deu, porque sem ela a guerra continuaria por muitos anos, Truman, em uma entrevista para a Revista Veja agosto de 1945, Edição Especial, diz:
"... sem ela, a longa agonia da guerra no mundo persistiria... Truman afirma que a Alemanha será reabilitada, a Europa será reconstruída e a paz, enfim, virá"
Se levamos em consideração as palavras do então presidente dos Estados Unidos na época, logo depois de ter autorizado que disparassem as bombas sobre Nagasaki e Hiroshima, poderia pensar-se através delas, que sim, a paz no mundo foi alcançada, mas a realidade depois das guerras mundias, nos mostra o contrário, a guerra nunca acabou, e a paz nunca foi alcançada. Então, pode-se fazer um, ou muitos questinamentos, sobre o mesmo tema, que não se chegará a nenhuma resposta concreta. E o terror na humanidade continua existindo, e o terrorismo ampliando seus tentáculos sobre os inocentes. Um dos grandes questionamento entre os muitos importantes que há, é, dar-se conta de como foi e porque houve esses confrontos, e porque sómente poucos países foram condenados com os crimes de guerra. A Geopolítica que se redesenhou não mudou muito desde o fim da primeria Guerra mundial, pois para as potências, e principalmente, para os Estados Unidos da América, é como se o território total da Terra se transformasse em um Estado global, pois, eles decidem pelos demais povos. Será que sómente um, ou alguns cometeram esses crimes, tais como os genocídios por exemplo.
Transformações no Mapa Mundi, os Novos Blocos Econômicos, o Neo-nacionalismo e o fim do socialismo no Leste Europeu.
3.2.35 A Europa após a II Guerra Mundial
Sem a coesão ideológica do socialismo as quinze repúblicas que outrora compunham a URSS fragmentaram-se, o mesmo ocorrendo com a Iugoslávia e com a Tchecoslováquia. Somente a Alemanha se reunificou neste processo, ampliando, com isso, enormemente, a xenofobia e o racismo. Composta por grupos culturais excepcionalmente diferentes como Sérvios, Croatas, Bósnios, Macedônios e Albaneses entre outros, (Fig.22-23) professando diferentes religiões, como o Catolicismo Ortodoxo, o Catolicismo Romano, o Islamismo e o Judaísmo a ex-Iugoslávia foi o núcleo central de uma guerra chamada de "limpeza étnica" cujos dirigentes ainda hoje respondem ao Tribunal Internacional de Justiça.
Figura 22 - Detalhe da Iugoslávia fragmentada
Fonte: http://www.culturabrasil.org Acesso em: 06 out. 2011.
A política dos Estados Unidos deverá ser de apoio total aos povos livres que lutam e resistem às tentativas de submissão de povos, pela força das armas ou não...Era a Guerra Fria que se anunciava. (MAGNOLI, p. 388, 2006)
Figura 23- Artilharia brasileira na Italia
Fonte: http://historiasegundaguerra.blogspot.com Acesso em: 21 out. 2011.
3.2.36 Guerra da Coréia
Deu-se em junho de 1950 a julho de 1953, tem como resultado a permanência da divisão da Peninsula da Coréia em dois países (Fig.24)
Figura 24 – Divisão Política da Coréia, após a Guerra
Fonte:http://nosnacoreia.zip.net/ Acesso em: 12 set. 2011.
3.2.37 Guerra dos Seis DiasLevou Israel a lutar devido aos conflitos armados contra a Jordânia, Síria, e o Egito que estavam apoiados pela Arábia Saudita, Argélia, Sudão, Iraque e o Kuwait. O crescimento das tensões entre os países árabes e Israel, em meados de 1967, levou ambos os lados a mobilizarem as suas tropas. Uma das guerras mais significativas, ou a mais significativa do Oriente Médio, com conseqüencias até hoje irreparáveis e muitas delas sem solução, ainda que houvesse várias tentativas de paz na época e intervenções internacionais, na atualidade continuam os esforços na tentativa de superar as tensões entre os israelitas e os povos árabes. A Guerra dos Seis dias começou em 05/06/1967.
Começa os julgamentos dos responsáveis de crimes de guerra
Como vemos, a maioria dos confrontos entre os povos e nações foi até a pouco tempo pela disputa de territórios. Para Milton Santos o território e a territorialidade se compõe de três elementos básicos, conformando assim um Estado Nação.
O Estado - Nação é essencialemente formado de três elementos: o território, um povo e a soberania. A utilização do território pelo povo cria o espaço. As relações entre o povo e o seu espaço e as relações entre diversos territórios nacionais são reguladas pela função da soberania. (SANTOS, 1996, p. 189-90)
Quanto maior a extensão territorial, supunha-se , maior poder, e, sobre os conflitos atuais o que se deveria ver? Talvez o poder em pleno século XXI não seja o mesmo de antes. quais as causas que levam os homens a enfrentar-se até a morte, que aspectos devemos buscar para entender melhor um conflito armado. Na verdade, a humanidade se desenvolveu paralelamente com os conflitos, seja por sobrevivência, por território, ou, por poder. Os conflitos sempre estiveram presentes na vida do homem. Uma preocupação social, e de Estado deve ser, e é, saber quem regula as guerras, que Leis definem o que é um crime de guerra, ou não? Com a preocupação de estudar meios de combater a insuficiência do serviço sanitário nos exércitos em campanha, Jean Henri Dunant acabou sendo o motivador do aparecimento da Cruz Vermelha, e um ano depois durante a Primeira Guerra Mundial acontece a Conferência diplomática de 1864, foi a primeira e verdadeira convenção de Genebra. Ela deu ordem de respeitar e cuidar dos militares feridos ou doentes sem discriminação. Desde então, as ambulâncias e os hospitais são protegidos de todo ato hostil e serão reconhecíveis pelo símbolo da cruz vermelha com fundo branco. Várias outras convenções foram sendo realizadas e ampliadas para todos os setores que envolveria conflitos armados. A segunda Convenção foi escrita em 1096. Ela estendeu as obrigações da primeira Convenção às forças navais. A terceira Convenção de Genebra foi escrita em 1929 e teve como objetivo definir o tratamento de prisioneiros de guerra. A definição para o termo prisioneiro de guerra é definido nesta Convenção e o define assim: É reconhecido como prisioneiro de guerra todo combatente capturado, podendo este ser um soldado de um exército, ou membro de uma milicia ou até mesmo um civil, como os resistentes.
Foi esta Convenção que permitiu ao Comitê internacional da Cruz Vermelha (CICR) visitar todos os campos de prisioneiros de guerra sem nenhuma restrição. O CICR pode também dialogar, sem testemunhas, com os prisioneiros.
Essa Convenção fixa igualmente os limites do tratamento geral de prisioneiros, como:
a) a obrigação de tratar os prisioneiros humanamente, sendo a tortura e quaisquer atos de pressão física ou psicológica proibidos;
b) obrigações sanitárias, seja ao nível da higiene ou da alimentação;
c) o respeito da religião dos prisioneiros;
A quarta Convenção foi escrita em 1949. Ela revisou as três Convenções anteriores e acrescentou uma quarta, relativa à proteção dos civis em período de guerra.
Quando se fala hoje em dia da Convenção de Genebra, refere-se ao resultado desta Convenção.
De acordo com esta Convenção, os civis são claramente protegidos de toda hostilidade:
a) eles não podem ser sequestrados, para servir, por exemplo, de "escudos humanos";
b) toda e qualquer medida de retorsão visando os civis ou seus bens é estritamente proibida
c) as punições coletivas são estritamente proibidas.
Posteriromente foram se ampliando o conteúdo da Convenção de Genebra e se adicionaram três protocolos.
Protocolo I: adotado em 8 de junho de 1977 pela Conferência diplomática sobre a reafirmação e desenvolvimento do Direito Internacional Humanitário aplicável a conflitos armados. Entrou em vigor em 7 de dezembro de 1979. Concerne à proteção das vítimas de conflitos armados internacionais, considerando que conflitos armados contra a dominação colonial, ocupação estrangeira ou regimes racistas devem ser considerados como conflitos internacionais. Até 12 de janeiro de 2007, havia sido ratificado por 167 países dos 188 participantes das Convenções de Genebra de 1949. Dentre os países que não ratificaram o protocolo, estão: Estados Unidos, Paquistão, Israel, Irã, Iraque e Afganistão.
a) Protocolo II: também adotado em 8 de junho de 1977 pela mesma Conferência, passou igualmente a vigorar a partir de 7 de dezembro de 1979, Refere-se à proteção das vítimas durante conflitos armados não internacionais as guerras civis. Até 12 de janeiro de 2007, tinha sido ratificado por 163 países. Entre os que não ratificaram o protocolo, os mais notáveis são Estados Unidos, Irã, Israel, Afganistão, Iraque e Paquistão. Segundo um apelo do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, lançado em 1997, alguns artigos contidos em ambos os protocolos são reconhecidos como regras do Direito Consuetudinário, válidas para todos os Estados - mesmo para aqueles que não ratificaram os Protocolos. [1]
b) Protocolo III: adotado em 8 de dezembro de 2005, pela Conferência Diplomática de 2005, autoriza o uso de um novo emblema distintivo das Convenções de Genebra - o cistal vermelho, também conhecido como "emblema do terceiro protocolo" - adicional à cruz vermelha e ao crescente vermelho, símbolos universais de assistência a vítimas de conflitos armados. Até 20 de maio de 2008, havia sido ratificado e assinado por 28 países e assinado, mas ainda não ratificado, por mais 59 países. Entrou em vigor em 14 de janeiro de 2007. A versão atual da Convenção de Genebra inclui que:
Os países em guerra não podem utilizar armas químicas uns contra os outros;
O uso de balas explosivas ou de material que cause sofrimento desnecessário nas vítimas é proibido;
O bombardeio de balões com projéteis é proibido;
Prisioneiros de guerra devem ser tratados com humanidade e protegidos da violência. Não podem ser espancados ou utilizados com interesses propagandistas;
Prisioneiros de guerra devem fornecer seu nome legítimo e patente. Aquele que mentir pode perder sua proteção;
As nações devem identificar os mortos e feridos e informar seus familiares;
É proibido matar alguém que tenha se rendido;
Nas áreas de batalha, devem existir zonas demarcadas para onde os doentes e feridos possam ser transferidos e tratados;
Proteção especial contra ataques será garantida aos hospitais civis marcados com a cruz vermelha;
É permitida a passagem livre de medicamentos;
Tripulantes de navios afundados pelo adversário devem ser resgatados e levados para terra firme com segurança;
Qualquer exército que tome o controle de um país deve providenciar comida para seus habitantes locais;
Ataques a cidades desprotegidas são proibidos;
Submarinos não podem afundar navios comerciais ou de passageiros sem antes retirar seus passageiros e tripulação;
Um prisioneiro pode ser visitado por um representante de seu país. Eles têm o direito de conversar reservadamente, sem a presença do inimigoViolação das Convenções.
Quem não respeite os termos da Convenção de Genebra será considerado um violador desses direitos e sofrerá sanções através de um processo diante da Corte Internacional de Justiça (CIJ)- Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) ou diante da Corte Penal Internacional (CPI). (Disponível em:
No fim da Segunda Guerra Mundial e já com a aplicação da Convenção de Genebra começa os processos contra os responsáveis dos campos de concentração da Alemanha, enfim, a Lei começa a ser usada contra os abusos praticados na guerra.
A lei é uma das formas de obtenção de justiça após a ocorrência de um genocídio. Quando a Segunda Guerra Mundial teve fim, cortes judiciais estrangeiras e nacionais efetuaram julgamentos de acusados de crimes de guerra. No início do inverno de 1942 os governos das forças Aliadas anunciaram sua decisão de punir os criminosos de guerra do Eixo. Em 17 de dezembro de 1942, os líderes dos Estados Unidos, Grã-Bretanha e União Soviética emitiram a primeira declaração conjunta registrando oficialmente o assassinato em massa de judeus europeus e informando sua decisão de processar os responsáveis por crimes contra populações civis.
Assinada pelos ministros das relações exteriores dos governos dos Estados Unidos, Reino Unido e União Soviética em outubro de 1943, a Declaração de Moscou dizia que durante o tempo de duração de qualquer armistício as pessoas consideradas responsáveis por crimes de guerra deveriam ser devolvidas aos países nos quais os crimes haviam sido cometidos, onde seriam julgadas de acordo com as leis da nação em questão. Os "grandes" criminosos de guerra, cujos crimes não poderiam ser atribuídos a nenhuma área geográfica específica, seriam punidos de acordo com decisões conjuntas dos governos Aliados. Após a Guerra, os julgamentos dos principais oficiais alemães perante o Tribunal Militar Internacional (TMI), o mais conhecido dos tribunais que julgavam crimes de guerra, aconteceram em Nuremberg, na Alemanha, perante juízes que representavam as forças Aliadas.
Entre 18 de outubro de 1945 e 1º de outubro de 1946, o TMI julgou 22 "grandes" criminosos de guerra sob acusações de crimes contra a paz, crimes de guerra e crimes contra a humanidade, além de terem conspirado para cometê-los. O TMI definiu crimes contra a humanidade como "assassinato, extermínio, escravidão, deportação ou perseguições com bases políticas, raciais ou religiosas". Doze destes condenados foram sentenciados à morte, dentre eles, o marechal do Reich Hermann Göring, Hans Frank, Alfred Rosenberg e Julius Streicher. O TMI sentenciou três réus à prisão perpétua e quatro deles a períodos de prisão que variavam entre 10 e 20 anos. O tribunal absolveu três dos acusados.
Sob a égide do TMI os tribunais militares norte-americanos em Nuremberg conduziram outros 12 julgamentos de oficiais alemães de alta patente. Estes julgamentos são, em geral, denominados pelo termo coletivo Processos Subseqüentes de Nuremberg. Entre dezembro de 1946 e abril de 1949, os promotores norte—americanos levaram ao Tribunal 177 pessoas e obtiveram a condenação de 97 réus, entre eles médicos famosos, membros das Einsatzgruppen (Unidades Móveis de Extermínio) e da administração da justiça alemã, do Ministério das Relações Exteriores, e do Alto Comando, bem como industriais proeminentes que se serviram do regime nazista.
A esmagadora maioria dos julgamentos de crimes de guerra após 1945 envolveu oficiais de baixa patente e funcionários. Nos primeiros anos do pós-guerra as quatro forças Aliadas -- Estados Unidos, Grã-Bretanha, França e União Soviética – que ocuparam a Alemanha e a Áustria levou aos tribunais e condenaram, em suas respectivas zonas de ocupação, um grande número de criminosos por crimes durante a Guerra. Muitos dos primeiros julgamentos nas áreas ocupadas, principalmente naquela controlado pelos Estados Unidos, referiam-se a assassinatos de militares das forças Aliadas que haviam sido capturados e assassinados pelas tropas alemãs ou de outros países do Eixo. Com o tempo, no entanto, os Aliados estenderam seus mandatos jurídicos para julgar guardas, comandantes e outros funcionários dos campos de concentração que haviam cometido crimes contra os judeus e outros grupos que também haviam sofrido perseguição nas áreas que, naquele momento, estavam ocupadas pelos Aliados. Grande parte do nosso conhecimento inicial sobre o sistema de campo de concentração alemão vem das provas apresentadas e dos depoimentos das testemunhas nestes julgamentos.
Os oficiais de ocupação Aliados estavam interessados em uma desnazificação da Alemanha, e viam a reconstrução do sistema judiciário alemão como um passo importante naquela direção. A Lei nº 10 do Conselho de Controle dos Aliados, de dezembro de 194, autorizava os tribunais de justiça alemães a proferirem sentenças sobre crimes cometidos durante os anos de Guerra por cidadãos alemães contra seus concidadãos ou contra apátridas. Por esta razão, os oficiais de ocupação deixaram os crimes de eutanásia – nos quais as vítimas e os criminosos eram, em sua maioria, cidadãos alemães – para serem julgados pelos tribunais alemães que haviam sido ressurgidos. Aqueles processos representaram os primeiros julgamentos nacionais alemães do período pós-Guerra. A República Federal da Alemanha (Alemanha Ocidental) e a República Democrática Alemã (ex Alemanha Oriental) continuaram a realizar julgamentos de réus da época do nazismo nas décadas seguintes ao seu estabelecimento como estados independentes. Até hoje, a República Federal Alemã (desde o período em que era denominada Alemanha Ocidental até o presente) já realizou um total de 925 julgamentos de réus que cometeram crimes na época nacional-socialista (nazista). Muitos críticos afirmavam que os julgamentos alemães, principalmente aqueles realizados nas décadas de 1960 e 1970, distribuíam absolvições ou sentenças leves para réus mais velhos ou para acusados que alegavam cumprir ordens superiores.
Muitas nações que foram ocupadas pela Alemanha durante a Segunda Guerra, ou que colaboraram com os alemães na perseguição às populações civis, principalmente aos judeus, também realizaram julgamentos nacionais nos anos posteriores à Segunda Guerra. A Polônia, a antiga Tchecoslováquia, a ex União Soviética, a Hungria, a Romênia, e a França, entre outros, julgaram milhares de réus, tanto alemães quanto colaboradores nativos, nas décadas posteriores a 1945. A União Soviética realizou seu primeiro julgamento, o Julgamento de Krasnodar, contra colaboradores nativos em 1943, muito antes do fim da Segunda Guerra. Talvez o mais famoso julgamento nacional pós-guerra na Polônia tenha acontecido em 1947 na cidade da Cracóvia, cujos tribunais julgaram diversos funcionários do campo de concentração de Auschwitz, sentenciando seu comandante, Rudolf Höss, e a outros assassinos à morte. Um dos julgamentos nacionais mais famosos teve lugar em Jerusalém: o julgamento de Adolf Eichmann, principal arquiteto da deportação dos judeus europeus, perante um tribunal israelense, em 1961; o acontecimento chamou a atenção mundial e acredita-se que tenha despertado o interesse de uma nova geração pós-guerra sobre os crimes do Holocausto
Infelizmente, muitos perpetradores da criminalidade nazista nunca foram julgados ou punidos. Em muitos casos, os perpetradores alemães dos crimes nazistas fugiram ou simplesmente voltaram às suas vidas e profissões normais na sociedade alemã. A perseguição aos criminosos de guerra alemães e de outros países do Eixo continua ainda hoje.
(Disponível em:
4.1 ATAQUES DE GUERRAS UNILATERAIS
AS LEIS NÃO CONTEMPLAM A TODOS POR IGUAL
Os Tratados tratam dos crimes de guerra, Nação contra Nação, mas, como definir o ataque de uma guerra unilateral como é o caso dos ataques americanos contra nações do Oriente, que aspectos devem-se buscar para entender esses conflitos? Não há na literatura sobre as guerras nada que possa orientar e que se entender os conflitos, a não ser o de dominação, ou seja, o poder, pelo poder. Então, os conflitos armados informais não estão sujeitos a essas Leis, ou é tratado pela justiça comum como crimes comuns? As ações que movem esses grupos considerados rebeldes, insurgentes e criminosos são apenas ataques contra a população, ou a um determinado governo? Analisando os motivos que os levam a agir criminalmente contra inocentes pode-se observar que quase são os mesmos das guerras originadas pelas Nações, principalmente os ataques feitos pelos Estados Unidos a outros países com o propósito de impor suas idéias ou conquistar seus objetivos.
4.2 O QUE SÃO OS CONFLITOS INFORMAIS?
Consideram-se conflitos armados informais, aqueles que não estão regulados ou originados pelas grandes nações, ou seja, é um ataque feito por minorias e que não entraria no conceito das Teorias das "Guerras Justas", ou ataques perpetrados desprovido de qualquer ética. São os ataques conhecidos mundialmente como, ataques terroristas. O conceito de Terrorismo é amplamente discutido, pois existem várias formas de terrorismo, de acordo com a literatura, o terrorismo é o uso de violência, física ou psicológica, através de ataques localizados a elementos ou instalações de um governo ou da população governada, de modo a incutir medo, terror, e assim obter efeitos psicológicos que ultrapassem largamente o círculo das vítimas.
Para se entender um pouco mais sobre os ataques armados informais buscamos definições mais amplas como a que dá o Departamento de Defesa dos Estados Unidos, que diz que "terrorismo" é um tipo específico de violência sutil usado para obter êxito em seus objetivos. Considerando que esse termo na atualidade foi ampliado devido a magnitude de suas ações e as múltiplas finalidades dos ataques terroristas, essa definição dada pelo Departamento de Defesa dos E.U, está ultrapassada. Após a Segunda Guerra Mundial, sobretudo no fim da década de 1960 e durante a década de 1970, o terrorismo era visto como parte de um contexto revolucionário. O uso do termo foi expandido para incluir grupos nacionalistas e étnico-separatistas fora do contexto colonial ou neocolonial, assim como organizações radicais e inteiramente motivadas por ideologia. A comunidade internacional – inclusive na esfera das Nações Unidas – considerava politicamente legítimas as lutas pela autodeterminação, legitimando-se portanto o uso da violência política por esses movimentos.
Ações terroristas típicas incluem assassinatos, sequestros, explosões de bombas, matanças indiscriminadas, raptos, linchamentos. O terrorismo identificou-se mais comumente, no entanto, com pessoas ou grupos que tentaram desestabilizar ou derrubar instituições políticas existentes. Foi usado por um ou ambos os lados em conflitos anti-colonialistas (entre Irlanda e Reino Unido, Argélia e França, Vietnam e França e depois Vietnam e Estados Unidos, por exemplo); em disputas entre diferentes grupos nacionais sobre a posse contestada de uma pátria (palestinos e Israel), em conflitos entre diferentes credos religiosos (católicos e protestantes na Irlanda do Norte); em conflitos internos entre forças revolucionárias e governos estabelecidos (Malásia, Indonésia, Filipinas, Irã, Nicarágua, El Salvador, Argentina); e em conflitos separatistas (bascos na Espanha, sérvios na Bósnia e Herzegovina, tchetchenos na Rússia). Freqüentemente, as vítimas do terror são cidadãos escolhidos ao acaso ou que apenas se encontram inadvertidamente no lugar onde ocorre uma ação terrorista. É uma estratégia política e não militar, e é levada a cabo por grupos que não são fortes o suficiente para efetuar ataques abertos, sendo utilizada em época de paz, conflito e guerra. A intenção mais comum do terrorismo é causar um estado de medo na população ou em setores específicos da população, com o objetivo de provocar num inimigo (ou seu governo) uma mudança de comportamento.
EXEMPLOS DE ATAQUES TERRORISTAS
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