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A hipótese em que se sustenta a transferência tecnológica corresponde a uma concepção do desenvolvimento rural pela qual, a mudança da tecnologia leva a crescimento da produção e produtividade, e estas a sua vez ao melhoramento das condições de vida da população. A proposta tecnológica compreende: a geração, a transferência e a adoção. Não corresponde a este documento fazer a análise e avaliação detalhadas desta forma de expor o desenvolvimento rural, mas nos referir aos supostos implícitos que têm que ver mais diretamente com o processo.
Um primeiro suposto, na proposta de transferência tecnológica, é que no campesino se dá um vazio tecnológico e de conhecimentos, quer dizer, carecem de tecnologia para incrementar a produção e produtividade. Frente a isso, a solução é gerar tecnologia, em tanto, o campesino ainda não está em condições de fazê-lo. Por esta razão e por não tomar em conta a história e a realidade campesina se tem uma pesquisa desenhada a priori e gerada de maneira externa ao usuário e suas condições.
Uma vez que se conta com a tecnologia, a questão radica na lógica do processo, em propiciar sua aplicação, à extensão se encarrega de esta missão, por isso a extensão sucede a pesquisa, como instrumento para transferir a tecnologia e obter a desejada adoção.
Nesta fase do processo surge um segundo suposto. O campesino igualmente desconhece as técnicas de produção agropecuárias e, portanto deve se lhe ensinar mais não os por que e seus fundamentos, a não ser, de maneira geral, o para que, pondo ênfase mais na forma de utilização da tecnologia transferida.
Então, o extensionista, que aprendeu a proposta tecnológica como um pacote acabado se aproxima do campesino com a segurança, quando não com a suficiência, de ter uma alternativa totalmente válida. Deve se convencer ao campesino da bondade da proposta e utilizar todos os recursos possíveis para que o campesino o aprenda e o incorpore no seu conhecimento.
O processo educativo fica reduzido a "convencer" e a preocupação radica em usar as técnicas e meios de comunicação que levem uma mensagem que seja assimilada pelo campesino. Desta maneira, o processo educativo, na prática, perde sentido ao ficar subordinado a técnicas de comunicação. Não há reais possibilidades de diálogo, a participação da população se reduz às tarefas de execução familiar ou coletiva da tecnologia.
A extensão se distorce e se volta contraditória porque de um lado, expõe uma mudança de atitude para estar aberto às inovações tecnológicas, por outro, trata se de que o campesino assimile sem dúvidas um pacote tecnológico acabado e, nesta assimilação, não contam os critérios e experiências que possam ter os campesinos. Em tais condições, a adoção da proposta tecnológica não é possível, tal como vem acontecendo.
Por outro lado, o atual sistema de avaliação dos projetos de extensão do Estado, preocupa-se mais do cumprimento das metas físicas (número de parcelas demonstrativas, unidades pecuárias demonstrativas, número de bate-papos, reuniões, etc.) que do verdadeiro impacto agro-sócio-econômico dos mesmos, tais como, os efeitos sobre o incremento da produção e produtividade agropecuária no âmbito geográfico do projeto, segurança e melhora alimentaria para a população rural, aumento de seus ganhos ou melhora real em suas condições de vida, entre outros.
O anterior leva a redefinir o processo de pesquisa e retomar o papel fundamental educativo da extensão. Entretanto, não se trata somente de elaborar estratégias, vale dizer, afinar os métodos e identificar corretamente as técnicas e procedimentos. Também se trata de avançar na concepção da extensão dentro de novas propostas de desenvolvimento.
Não se concebe já o desenvolvimento como um processo que responde a um modelo preestabelecido, válido universalmente. Não há paradigmas a seguir. Cada povo enfrenta seus problemas em circunstâncias específicas e com variadas soluções. Mais concretamente, o desenvolvimento rural não se reduz ao crescimento do setor agropecuário, ainda quando estas atividades constituam um eixo importante. O desenvolvimento rural integral, partindo de um projeto campesino, leva a redefinir sua relação com as cidades, para articular-se a um projeto nacional.
O estudo da evolução da teoria e prática na educação e comunicação em relação com a extensão permite identificar, em resumo, três etapas.
Uma primeira etapa, "tradicional", na qual, a educação consiste na instrução, a comunicação tem um papel meramente informativo; a extensão, que se realiza mediante a assistência técnica, outorga um papel passivo e receptivo aos campesinos.
Uma segunda etapa, que corresponderia ao "desenvolvimentismo". A educação procura "ensinar" no sentido de transmitir conhecimentos, em tanto a comunicação é fundamentalmente persuasiva. A extensão, que serve a várias propostas, sobre tudo à transferência tecnológica é basicamente conductista, quer dizer, busca uma mudança de atitude para que o campesino assimile o que lhe transmite. Seu sustento é o método vertical de comunicação segundo o esquema emissor-mensagem-receptor. Como a fonte de onde provém a mensagem é a ciência, os conteúdos não se discutem, dão-se como acabados. A comunicação se concentra nos meios e técnicas unidirecionais utilizados para transmitir a mensagem sem interferências e que, sem maior dificuldade, o receptor assimile a mensagem. Em última instância, os meios e técnicas de comunicação subordinam o processo educativo ao impor a forma e os conteúdos da mensagem.
A terceira etapa, que se propõe no presente documento, é a chamada "participação". A educação se expõe como a formação integral apoiada no diálogo, em tanto que o diálogo é o eixo do processo comunicativo. Colocar no centro do método ao diálogo implica para a extensão gerar um processo de participação da população na construção de seu próprio desenvolvimento.
O nível de conhecimento que se tem da sociedade campesina andina permitiu constatar que se carece de uma sistematização e balanço dos conhecimentos adquiridos, reconhece-se a heterogeneidade de situações, existência de recursos e potencialidades não utilizados, assim como também de carências e dificuldades, que expõem uma real complexidade de situações associada às possibilidades de desenvolvimento nas sociedades campesinas.
A extensão é um instrumento do desenvolvimento. Como tal, participa de uma concepção e projeto de desenvolvimento. Neste sentido, deve-se assinalar que o sistema de extensão deve estar ao serviço do grupo de campesinos e não de um projeto externo ou uma elaborada proposta técnica.
Esta colocação significa reconhecer o seguinte:
a) Que o desenvolvimento é a execução do projeto campesino articulado regionalmente a um projeto nacional;
b) Que os resultados de uma extensão ao serviço do campesino arrojam experiências surgidas da realidade, as mudanças que se vão operando enriquecem as propostas iniciais e vão gerando o projeto comunal e campesino de desenvolvimento;
c) O protagonismo da comunidade campesina na tarefa do desenvolvimento rural e, portanto, no sistema de extensão, é fundamental.
A opção de elaborar um sistema com a orientação indicada requer de uma extensão:
a) Ligada e a partir da organização e propostas campesinas.
b) Apoiada em lideranças campesinos.
c) Consertada entre o grupo de campesinos e os setores públicos e privado.
d) Descentralizada em decisões reais e criando uma capacidade local e regional de capacitação.
Com estas características da extensão se busca que a comunidade, mediante sua organização e seus próprios agentes, assuma a responsabilidade principal das atividades que gerem seu próprio desenvolvimento.
Deve ficar claro que esta mudança na orientação da extensão implica a democratização do sistema, sustentando nas propostas campesinas, em sua organização e suas lidernças e nas capacidades e potencialidades que tem o campesino para construir seu próprio sistema de extensão.
A extensão como sistema conta com os seguintes componentes:
a) A concepção da extensão, os objetivos e os princípios nos que se apóia;
b) A estratégia de extensão, que compreende a articulação dos métodos educativos, de comunicação e organizativos, assim como o uso de instrumentos e técnicas, para obter os objetivos;
c) A organização do sistema, sua estrutura e relações com outros sistemas;
d) A proposta técnica.
4.1 – A Extensão como Processo Educativo
A extensão é um processo educativo, o específico deste processo é que a capacitação realizada como diálogo dinamiza um processo de mudanças, é uma capacitação para a ação. O processo educativo parte das condições reais do grupo de campesinos, suas potencialidades e limitações, mediante a prática se capacita o campesino e este transforma sua realidade, repetindo o processo em níveis progressivos de conhecimento. Na atividade prática que se desenvolve a consciência (novas atitudes, habilidades, destrezas e conhecimentos), é a prática a que transforma as condições econômicas, sociais e culturais. A extensão unifica a teoria com a prática em um processo ascendente de mudanças dos atores e da realidade.
Partir das condições reais no processo educativo significa que a extensão se propõe potencializar os recursos que tem o campesino e incorporar novos recursos. Para esta dinâmica, o diálogo resulta fundamental. Se o ponto de partida é pôr em valor os recursos campesinos, é necessário também que o campesino faça seus os recursos externos, saiba utilizar e incorporar a seu projeto, seja modificando, elaborando, reelaborando ou adotando-o; em definitiva, que os assuma como próprios.
Desta maneira a extensão desata um processo educativo no que a população campesina participa da construção da alternativa de mudança, decidindo as opções que convêm a seus interesses, assumindo desta maneira a responsabilidade de executá-los e desenvolvê-los.
Na medida em que o campesino enfrenta seus problemas e vá resolvendo-os, melhorarão suas condições de vida. O bem-estar alcançado pela crescente satisfação de suas necessidades expressará o nível de desenvolvimento rural e sua contribuição à sociedade em geral.
4.2 – Objetivo da Extensão
A extensão tem como objetivo facilitar a busca de alternativas viáveis e acompanhar às comunidades campesinas no processo orientado a criar as condições para o desenvolvimento auto-sustentável.
4.3 – Princípios básicos
expõem-se de maneira resumida os seguintes princípios básicos orientados exclusivamente às comunidades campesinas:
a) Respeito a um estilo de vida e ao direito de construir seu futuro em seus próprios términos.
b) Respeito ao conhecimento e tecnologia campesina, resgatando-os e valorizando-os para seu respectivo desenvolvimento.
c) Priorizar as necessidades da comunidade, reconhecendo os interesses distintos dos atores (campesinos e agentes externos).
d) Reconhecer a existência das organizações históricas que têm os campesinos harmonizados com sua própria legitimidade, seus níveis de representatividade (autoridades) assim como mecanismos coletivos de tomada das decisões (assembléias).
e) Reforçar a organização campesina respeitando sua autonomia na tira de decisões.
f) Participação ativa, consciente e organizada da população na tomada de decisões, tarefas de direção, execução e avaliação de atividades, mediante o resgate de seus elementos democráticos e coletivos apoiados em seus vínculos de cooperação solidária.
A estratégia do sistema de extensão consiste na interdependência do método educativo com a comunicação horizontal que procurar fortalecer a organização comunal, em apóie ao diálogo e uma prática participativa.
5.1 – A Capacitação como Estratégia Educativa
A capacitação é um processo educativo, entendido como formação integral: desenvolvimento de habilidades, destrezas, aptidões e conhecimentos, em soma, capacidade própria. A capacitação não se dá principalmente no terreno dos conceitos, do discurso teórico, a não ser na prática. Mas tampouco se dá na pura ação, quer dizer, no ativismo. O processo se desenvolve partindo das condições reais dos campesinos e seu entorno. Em apóie ao diálogo, identificam-se os problemas da comunidade, não só em suas características descritivas, mas também em suas causas e conseqüências.
O conhecimento adquirido permite propor alternativas que logo depois de um debate, se plasmam em um Plano de Trabalho que se leva a ação. A execução do plano, quer dizer, ação, permite o desenvolvimento dos conhecimentos. A partir desta situação, se abre a reflexão, não como uma especulação em vazio, senão a obtenção de lições ao avaliar o realizado. A experiência alternativa se sistematiza e se confronta com os problemas expostos ao início, para voltar de novo para a ação com um novo plano de trabalho. Em síntese, o processo de capacitação liga a teoria com a prática, cuja melhor manifestação se traduz no logro dos objetivos do plano, orientado para o desenvolvimento auto-sustentável e sua família e sua comunidade.
5.2 – A Comunicação Horizontal
A comunicação é um processo dialógico para compartilhar e intercambiar lições de vida, experiências e conhecimentos. Os atores são participantes plenos. Isto quer dizer que são "emissores" e "receptores" sucessiva e indistintamente. Nestas condições, desata-se uma interação que produzem novas lições de vida, experiências e novos conhecimentos. Mais que uma "mensagem" acabada e já feita, trata-se de elaborar em forma dialógica os conteúdos, o que fundamenta a comunicação como prática participativa.
A insistência no diálogo como método, não significa desconhecer outras facetas da comunicação social. A ênfase procura visar os propósitos da capacitação.
Para que o diálogo seja factível, requer deixar de lado qualquer pretendida superioridade de conhecimentos, técnica ou social; em outros términos, estabelecer uma relação de igualdade, que para o caso da comunicação horizontal começa por saber escutar ao interlocutor.
O diálogo como centro da estratégia implica, de maneira importante, superar a tendência a dar "receitas" ou impor "pacotes". Pelo contrário, busca que o grupo de campesinos elabore suas próprias alternativas.
Esta elaboração pode significar inclusive que o campesino assuma parte ou toda a proposta do técnico; o importante é que, ao ser trabalhado em seus componentes, apóie o diálogo com o extensionista, elabore a proposta, o internalize e assuma como própria. Nesta dinâmica de elaboração de alternativas próprias, o campesino toma seus próprios conhecimentos e recursos e tem uma base sólida para responsabilizar-se na execução.
Em resumo, a conjunção do método educativo, capacitação e comunicação permitem a elaboração das alternativas para superar os problemas da comunidade.
5.3 – Fortalecimento da organização comunal
A estratégia do sistema de extensão vai mais à frente do processo para elaborar alternativas de mudança e desenvolvimento; busca apoiar aos campesinos a que reforcem sua organização porque esta representa o meio mais eficaz para executar e levar a cabo o plano de desenvolvimento.
A organização da comunidade campesina representa ao conjunto das famílias campesinas e é seu canal de expressão e ação fundamental. A organização expressa o grau de consciência alcançado pela comunidade. Por isso, a capacitação não pode fazer-se à margem da organização campesina.
Neste sentido, a capacitação realizando-se, preferentemente, desde e para a organização campesina, orienta-se a fortalecer a comunidade. Em tanto assuma a capacidade de decidir as alternativas a executar, a organização exerce a direção e condução dos campesinos em seus quefazeres produtivos, ao mesmo tempo em que se converte em centro de criação e difusão de técnicas e conhecimentos em geral.
Neste nível do processo, integram-se os distintos métodos da estratégia de extensão. faz-se capacitação para fortalecer a organização e esta se converte no centro de capacitação e posterior auto-formação. Ao dirigir a execução das atividades e o desenvolvimento de suas próprias alternativas, organiza à população para a produção. A organização social para a produção, segundo seus interesses, significa organizar e fortalecer seu modo de vida.
Como é conhecido, existem na serra peruana, muitos tipos de comunidade campesina, todas elas agrupadas baixo este término genérico, constituem o cenário que se prioriza para o trabalho de extensão. O Projeto campesino surgirá no contexto de cada uma das comunidades campesinas, o qual supõe logicamente o desenho em concreto da respectiva estratégia específica.
Entretanto, a fortificação da organização comunal significa apoiar aqueles aspectos que melhor caracterizam as comunidades campesinas. Os principais são:
a) Controle de um território comunal que compreende:
- Limites.
- Organização em zonas de produção.
- Sistema de posse que é comunal e familiar que é variada segundo zonas de produção.
b) Economia apoiada em:
- Escassez e pobreza de recursos.
- A produção e consumo de tipo familiar e organizado dentro de sistemas produtivos.
- O campesino e sua família praticam a multiactividad produtiva.
- A coletividade está apoiada na família e é o sentido da cooperação no trabalho que responde às necessidades da família.
- A produção está determinada pelas necessidades internas e só secundariamente pelas necessidades externas.
c) Organização, onde:
- O campesino está extremamente comprometido com o tudo da comunidade.
- As autoridades jogam o rol principal na mobilização dos recursos naturais.
Para ser congruentes com a estratégia antes exposta, trata-se agora de definir para que queremos o sistema de extensão e como operamos em concreto com tal estratégia.
Aplicamos a estratégia para o desenvolvimento rural integral, ao facilitar a formulação e posta em prática do projeto campesino, ligado ao projeto Nacional.
Tomar a opção pelo Projeto Campesino significa não impulsionar "nosso" projeto e, portanto, uma definição da relação entre a instituição e a comunidade. Pelo contrário, deve estabelecer uma relação contratual entre as partes. A responsabilidade do desenvolvimento será assumida pela comunidade, estabelecendo-as obrigações e recursos com os que participam. A colocação de entendimentos claros entre a comunidade e as instituições, segundo as circunstâncias, deverão suportar a consensos que permitirão definir compromissos claros entre as partes.
6.1 – Projeto Campesino e Projeto Nacional
No contexto do desenvolvimento rural no país não existe um Projeto Nacional, a não ser diversas propostas que respondem a variados grupos de interesse. O comum denominador em eles é que não participaram os campesinos em sua elaboração. De uma forma de entender o desenvolvimento nacional, expõe-se um conjunto de demandas, sem tomar em conta os interesses campesinos nem o que o país deveria fazer por eles. Em geral, constata-se que o crescimento urbano ocorreu a costa e contra os interesses do grupo de campesinos, traduzindo-se em políticas que derivam em metas que tendem a subordinar o desenvolvimento rural à expansão urbana.
Por outra parte, o campesino tem interesses específicos. Muitos destes interesses são comuns aos outros setores urbanos, mas, do mesmo modo, existem outros que são diferentes, seja de maneira conjuntural ou estructural pelo funcionamento do sistema social. Sem desconhecer os interesses individuais, trata-se de reconhecer e expor uma base de interesses compartilhados, ponto de partida para pensar no Projeto Campesino.
Ao optar pelos interesses do campesino, a extensão contribui à construção do projeto da comunidade; o descobrimento dos interesses comunais propiciará a unidade do grupo de campesinos e sua concreção em um Projeto Campesino Geral, do qual se contribuirá a construção do futuro Projeto Nacional. Deve ficar explícito que o campesino pode contribuir ao Projeto Nacional, a sociedade global tem muito que aprender do campo e que ambos os projetos devem articular-se com a mesma lógica que se integram os interesses das famílias com os interesses comunais-colectivos.
6.2 – As bases do Projeto Campesino
Não são os extensionistas os que devem dizer quais são os interesses e problemas dos campesinos; tampouco são atitudes asistencialitas as que se necessitam para resolver qualquer urgência campesina. São os extensionistas e os campesinos quem deve dialogar para identificar os problemas e fazer um Plano Comunal para confrontá-los. A isto justamente aponta, como ficou famoso na estratégia, os primeiros momentos do processo de capacitação.
Os campesinos expressam claramente alguns de seus interesses. Entretanto, em outros casos expressam requerimentos enviesados e, à larga contraproducentes a seu desenvolvimento. Nestas condições, sugere-se ter em conta o tempo campesino, assinado por estratégias de sobrevivência imediatas; deve-se valorar e recolher as iniciativas e os elementos positivos da atividade campesina para em apóie a elas formular um Plano de trabalho comunal.
Dito Plano Comunal deverá precisar os objetivos, como um exercício efetivo da capacidade de decidir. Nisso radica o início de e decidem enfrentar os de determinada maneira, estão construindo o caminho de seu desenvolvimento.
Em resumo, o Projeto Campesino e portanto a extensão, devem partir das demandas e em função de seus recursos e potencialidades.
Tendo em conta o escassez e pobreza de recursos atualmente existentes nas Comunidades Campesinas, identificam-se uma lista de demandas que sem ser exaustivas som:
a) Conservação e melhoramento do chão, água e reflorestamento.
b) Conhecimentos técnicos que facilitem o melhoramento dos sistemas de produção.
c) Disponibilidade e uso de insumos, sementes, ferramentas e tecnologias para o incremento da produtividade e para a conservação e transformação dos produtos.
d) Sistematização de sua própria tecnologia a nível local e a níveis intercomunales (intercambio entre pisos ou zonas de produção e regiões).
e) Fontes e uso de créditos para a atividade produtiva.
f) Capacidade de gestão, técnica e empresarial para atividades primárias como de transformação.
g) Informação sobre negociados, preços, mecanismos de comercialização e mecanismos de relação da comunidade com a economia nacional.
h) Métodos de organização.
i) Oportunidade de aprendizagem e educação (primária e secundária) de qualidade e apropriada a seus interesses.
j) Apoio técnico e financeiro para obras de infra-estrutura produtiva (canais, represas, bañaderos, terraços, plataformas, etc.) e de serviços (postas médicas, colégios, eletricidade, estradas, etc.).
k) Informação sobre possibilidades e acesso a serviços públicos e privados.
l) Canais para interactuar com outras comunidades e com outras instituições urbanas.
Do mesmo modo, tem-se a seguir um conjunto de recursos e potencialidades que devem tomar-se em conta na formulação do projeto campesino.
a) Território comunal próprio.
b) Organização social que sobrevive ao tempo e os intentos de desarticulação.
c) Organização para o trabalho, apoiado na cooperação e reciprocidade.
d) Trabalhadores com habilidades e experiência entre os que destacam os "curiosos" ou experimentadores campesinos.
e) Tecnologias adequadas a seus recursos e ecologia.
f) Conhecimento de sua realidade e, em particular de suas condições ecológicas.
g) Cultura própria, com sua racionalidade e valores.
h) Capacidade de sobrevivência, para remontar a crise, o que indica que persistirá como setor social.
i) Grande juro em confrontar e superar seus atuais condicione de vida.
j) Vontade de integrar-se à nação.
k) Abertura para a execução de projetos externos.
A confrontação das demandas campesinas com a disponibilidade de recursos, permitem delinear uma proposta campesina cujos eixos centrais seriam:
a) O uso e conservação racional de seus recursos, em oposição à extração e/ou destruição dos mesmos;
b) Incrementar a produção e produtividade para satisfazer suas necessidades e deste modo contribuir a satisfazer as da região e as da sociedade global;
c) Superar a produção primária, mediante a transformação dos produtos agropecuários e florestais.
d) Atuar sobre a situação de dependência externa, modificando as relações com a cidade; e
e) O desenvolvimento integral da comunidade, com perspectiva ínter comunal para trabalhar a nível de conchas e áreas homogêneas.
A necessária referência às áreas homogêneas e as conchas se apóia no fato de que uma comunidade se por acaso mesma não dispõe de todos os recursos para um desenvolvimento equilibrado. Esta constitui a unidade natural básica para o desenvolvimento agropecuário. Não obstante, é difícil definir seus limites por sua só configuração. além da base ecológica, tomam outros critérios tais como as relações econômico-sociais entre as unidades existentes no território, os eixos mercantis e a característica produtiva principal da zona. Em conjunto se deve considerar um âmbito com unidade territorial e base sócio-econômica.
6.3 – Papel fundamental da Organização Campesina
Em tanto se trata de um projeto comunal, a extensão tem uma orientação definida que é fortalecer a comunidade campesina.
nos referir à comunidade implica nos dirigir ao conjunto da população e a cada um de seus setores (homens, mulheres e meninos); a suas instâncias de governos (assembléia, autoridades); suas formas internas de organização (territoriais, bairros, quartéis, anexos, pagamentos) grupos funcionais (multifamiliares, clubes, cometem). Finalmente, supõe orientar a extensão ao conjunto de comunidades da serra e aos grupos de campesinos por organizar-se em comunidade.
A extensão deve dirigir-se à comunidade e de ali a seus componentes, fundamentalmente as famílias. Isto tem que ver com a realidade andina, as famílias não constituem uma forma de campesinos parcelarios independentes, pelo contrário, sua forma específica de existência é que são campesinos campesinos. A comunidade explica e faz possível a realização da economia familiar, sua cultura e modo de vida. A organização comunal é o órgão de defesa e resolução de seus problemas. Em perspectiva, a comunidade é a célula básica do desenvolvimento rural.
Fortalecer a comunidade significa respeitar a autonomia em suas decisões para expor e executar suas alternativas. A extensão não deve substituir à organização, seja na execução das atividades que ela realiza, ou respirando formas de organização paralelas em competência ou desligados da comunidade. No aspecto de Direção, logo depois de tomar decisões fundamentais, a comunidade campesina é a que:
a) Planeja, em função de seus recursos e necessidades, contando com a incorporação de recursos externos. Neste ponto se sugere como uma questão importante a aprofundar, a capacidade de uso dos recursos externos na comunidade.
b) Executar as ações programadas. Um aspecto a ressaltar é a organização da população para a produção, mediante tarefas, turnos, com seus responsáveis e segundo as modalidades de cada comunidade.
Avalia o processo e resultados do trabalho. O balanço é utilizado para continuar desenvolvendo as atividades, corrigindo enganos, ampliando os conhecimentos e propondo maiores e novos objetivos. Esta retro-alimentação é necessária tanto para o Projeto Comunal, como para o sistema de extensão, já que os resultados se constituirão em material de capacitação para os extensionistas e a comunidade e em temas de pesquisa tanto para a comunidade como para as instituições externas
Nesta seção, trata-se de um aspecto particular da estratégia de extensão: a capacitação dos atores da extensão.
7.1 – Os conteúdos da Capacitação
Um primeiro aspecto a tratar é, no que se capacitação os atores. A problemática deste tema se enfoca nos seguintes términos:
a) Existe tão fora como dentro do país, uma pesquisa científica e tecnológica que oferece produtos terminados que, entretanto, não se adaptam às condições ecológicas do campo nem à situação concreta dos campesinos; que, em geral, não tomam em conta a experiência campesina e respondem à lógica e necessidades da grande agricultura comercial.
b) Os conhecimentos campesinos, por outra parte, existem de maneira fragmentada e dispersa e muitos deles estão irremediavelmente perdidos, do mesmo modo, frente a novos situações e problemas, os campesinos não têm respostas próprias.
c) O atual conhecimento agronômico do grupo de campesinos, responde a uma racionalidade de subsistência das famílias, para proteger do risco e a incerteza.
d) Ante uma atitude productivista, que prima como objetivo da extensão no país, terei que impulsionar uma política científica e tecnológica que loja a desenvolver a tecnologia e conhecimentos campesinos. deve-se sistematizar os conhecimentos e tecnologias no nível local, regional e nacional, identificando suas mútuas relações e condicionamentos, considerando seus diferentes elementos como parte de um sistema.
e) A recuperação da tecnologia não deve ser um trabalho meramente de resgate ou "arqueológica" de contar com um listrado, mas sim de revalorização. Esta forma de ação, de um lado arrojaria conhecimentos e tecnologia provados e eficazes e, de maneira importante, proporcionaria os critérios de base que permitam impulsionar novas investigações.
É necessário insistir em que os conhecimentos e tecnologias não deveriam referir-se só ao estritamente produtivo, mas sim deveriam abranger também os aspectos de gestão e de organização campesina.
Partindo da necessária articulação entre o sistema de extensão e a pesquisa, propõe-se:
a) Transladar a pesquisa à comunidade em busca de alternativas novas;
b) Que os tema de pesquisa devem surgir do diagnóstico e identificação dos problemas da comunidade, assim com dos resultados da avaliação das do Projeto Comunal e de uma sistemazación da atual tecnologia campesina.
c) Envolver na pesquisa a atividade dos "curiosos" ou experimentadores campesinos e aos extensionistas, com o assessoramento da equipe de especialistas.
d) Apoiar e codificar o sistema campesino de pesquisa e validar a tecnologia nas condições campesinas.
Reconhecendo a especificidad da pesquisa, recomenda-se que, tanto os tema que surjam da extensão, assim como os avanços na comunidade e os lucros das instituições de pesquisa, constituem temas básicos de capacitação para os extensionistas e campesinos, mediante diversos procedimentos que podem ser a experimentação na chácara, pesquisa-ação no desenvolvimento do Projeto Campesino, reuniões de intercâmbio de experiências, cursos teórico práticos, entre outros.
7.2 – O Extensionista
O extensionista é o mediador, entre a instituição e a comunidade. Seu intermediación é necessária como representante da instituição no campo e como coordenador das demandas comunais ante a instituição e outras instâncias da sociedade global.
a) Função do Extensionista
O papel do extensionista é facilitar o processo de formação integral e dinamizar a execução do Projeto Campesino. O extensionista deve estabelecer uma relação horizontal com os campesinos. Isso supõe superar o mito "do técnico ou engenheiro", como personagem indispensável, que todo sabe e tem "a solução"; despojar-se de uma suposta superioridade por ter conhecimentos técnicos supostamente acabados e completos. Pelo mesmo, deve substitui-la tendência a dar "receitas" ou "pacotes" acabados, evitando criar a ilusão de "modelos" pre-fabricados. Isso implica utilizar o diálogo como o elemento chave da interação. Em soma, deve assumir um compromisso com o grupo de campesinos e o desenvolvimento andino.
b) Tipo da Extensionista
O tipo de extensionista que o Projeto Comunal deve ter as seguintes qualidades:
- ser um generalista para confrontar os diversos problemas nas variadas situações das comunidades, corto com uma sólida base de conhecimentos para dar respostas concretas nas seguintes áreas chave: manejo e conservação de recursos, produção agropecuária e florestal, educação rural e organização campesina.
- Ter uma visão política – não partidária – do desenvolvimento, seu papel deve entender--se como um compromisso com o projeto campesino.
- Ter capacidade para desatar um processo de formação integral e acompanhar à comunidade na execução do Projeto Comunal.
- Neste sentido informa, motiva e dialoga com a comunidade; assessora em ações de programação, avaliação e pesquisa e apóia a realização das tarefas.
- Ser um coordenador da oferta das instituições para a comunidade.
- Ser um canal para as demandas e trâmites da comunidade ante as instituições públicas e privadas.
- Ser integrante de uma equipe polivalente que complementa e potência seus conhecimentos com as especialidades dos outros extensionistas.
- Critérios de seleção do Extensionistas.
c) Critérios de seleção do Extensionista
Os principais critérios que se devem tomar em conta para selecionar aos extensionistas são:
Nível de educação superior ou técnica.
Potencialidade para desenvolver sua capacidade e habilidade como extensionista, entre as que destaca a capacidade de diálogo.
Disposição para trabalhar no campo e compromisso com o grupo de campesinos.
Iniciativa e criatividade.
Conhecer os costumes, tradições e outras manifestações culturais, assim como dominar o idioma que utiliza a comunidade.
d) Áreas de capacitação a extencionistas
A capacitação aos Extensionistas estará em função das demandas campesinas, as propostas de extensão e as potencialidades dos mesmos extensionistas. Por isso, quaisquer que fosse sua formação prévia, resulta fundamental a capacitação.
Os principais aspectos técnico-metodológicos da capacitação seriam:
Concepção do desenvolvimento;
Concepção do sistema de extensão;
Critérios para conhecer a realidade comunal e lógica campesina;
Metodologia educativa e de comunicação. Formação como facilitador que implica observar, escutar, dialogar, discutir, refletir e assessorar;
Uso de técnicas e materiais de capacitação;
Planejamento e programação participativa;
Conhecimento das propostas técnicas disponíveis;
Aspectos técnicos segundo necessidades e requerimentos da comunidade, a formular-se no curso das atividades.
e) A Capacitação aos Extensionistas
A capacitação ao extensionistas é um processo no que se desenvolvem os conhecimentos, aptidões, destrezas e habilidades, que em conjunto estão ao serviço do grupo de campesinos. Por isso, a capacitação é permanente e progressiva na qual, podem-se distinguir três fases:
Capacitação em pre-serviço. Durante este processo se realiza a seleção. Consiste em cursos básicos teórico/prácticos e a prova ou avaliação em diversas modalidades ligadas ao exercício concreto de sua função.
Capacitação em serviço. É a forma mais importante de formação do extensionista. Em relação direta à estratégia, o extensionista também se educa e capacita no trabalho direto com a comunidade. Para assegurar este processo, requer-se que a comunidade o apóie e fiscalize, como parte do acordo estabelecido e que a instituição lhe proporcione supervisão e assessoria no campo.
Atualização. Que compreende a atualização e desenvolvimento da capacitação através de cursos de reforço e reuniões de intercâmbio de experiências, sobre os novos problemas que expõe o trabalho na comunidade e a sistematização dos lucros e problemas.
Este trabalho de capacitação permanente deve estar em mãos de uma equipe interdisciplinario que contando com os recursos e materiais adequados este a sua vez permanentemente trabalhando sobre os conteúdos e métodos de capacitação. Nesta tarefa é importante utilizar os avanços obtidos nos centros e redes nacionais e internacionais de capacitação e educação popular.
f) Apoio Institucional e Incentivos à a Extensionista
Para que o extensionista possa cumprir as funções de facilitar e animar o processo na comunidade, requer de um sustenido apóio institucional que consiste em:
Capacitação permanente;
Assessoria;
Supervisão;
Apoio logístico e administrativo;
Remuneração adequada e incentivos.
Uma das principais funcione da supervisão deve ser a capacitação em campo. Por isso se deve detectar as situações e ajudar ao extensionista a compreendê-los e lhe sugerir alternativas e não só reduzir-se aos aspectos de controle sobre cumprimento e avanços.
A assessoria deve ser uma ação de apoio em acampo às atividades que realiza o extensionista e a comunidade. Estará constituído por uma equipe multidisciplinario de especialistas. O caráter das especialidades produtivas depende do requerimento e orientação produtiva da comunidade, às que se adicionam especialistas da área social em educação e comunicação-organização e economia adicionaria principalmente.
Tendo como base uma remuneração adequada se deve estimular ao extensionista outorgando seguranças no trabalho; permitindo o desenvolvimento profissional (carreira e ascensões, capacitação permanente e apoio em pesquisa); e outorgando participação na tira de decisões.
Entre os incentivos, devem jogar um papel importante os recursos e facilidades proporcionados pela comunidade que poderiam consistir em atribuições de moradia, facilidades para o trabalho e também o estabelecimento de um sistema de estímulos e sanções.
7.3 – Capacitação à Comunidade
Distinguimos, neste nível, as seguintes instâncias de capacitação:
a) Capacitação a Lideranças
O promotor é um campesino que será designado pela comunidade para esta "acusação". Em sua condição de membro da comunidade estará diretamente fiscalizado e baixo o controle da autoridade e assembléia comunal. Os lideranças são em essência os facilitadores e dinamizadores do processo ao interior da comunidade para executar o Projeto Comunal.
Entre os lideranças e os extensionistas deve estabelecer um processo de aprendizagem de dobro via, na qual alternativamente podem assumir o papel de professor e emburro.
b) Capacitação coletiva
A capacitação coletiva é o processo de formação em que está envolta o conjunto da população na medida que participa ativamente no desenvolvimento do Projeto Comunal. Isto se reforça com a utilização de médios especializados de comunicação, reforçando-se preferentemente com os espaços que brindam as assembléias e tarefas comunais.
O intercâmbio e a socialização dos conteúdos evitará que os lideranças se convertem em uma elite, estas ações devem ser reforçadas com a circulação de outros campesinos nas "acusações" para substituir aos antigos lideranças. Do mesmo modo, do nível coletivo, permitirá-se o benefício ao conjunto das famílias comuneras. A profundización da relação campesino-comunidade é importante para que as famílias recorram, não ao escritório", a não ser a sua comunidade em busca de alternativas e direção. Com isso, reiteramos, fortalece-se a organização em seu conjunto.
c) Capacitação entre campesinos
A capacitação campesina deve ser principalmente entre os mesmos campesinos. Supõe uma fase avançada da implementação da estratégia de extensão e desenvolvimento do Projeto Comunal. Nesta modalidade a comunidade assume, em seus próprios términos, lógica e conteúdos, o processo de autoformación e circulação dos conhecimentos.
Esta forma de capacitação campesina, especialmente ao nível maciço, supõe três tarefas que devem ser aprofundadas:
a) Revalorizar e sistematizar o conhecimento campesino.
b) Conhecer e enriquecer o sistema andino de educação.
c) Conhecer as formas de comunicação entre campesinos.
O sistema de extensão deve ser flexível para que confronte a diversidade regional e a heterogeneidade de situações nas que se encontram as comunidades campesinas. Nesta perspectiva, sugere-se pôr ênfase nas formas locais de organização e funcionamento.
8.1 – A organização para o sistema de extensão proposta
Se o eixo estratégico for o Projeto Comunal, a organização do sistema deve estar em função de sua elaboração e execução. Uma nova organização, supõe investir formalmente o organograma tradicional e trocar a orientação e conteúdos. Neste sentido, a organização terá as seguintes características:
a) O primeiro nível e fundamental o constitui a assembléia comunal, como órgão de decisão, elaboração e direção do Projeto Comunal.
b) O conjunto das famílias campesinas organizadas por suas autoridades são as ejecutoras do Projeto Comunal.
c) Os Lideranças são facilitadotes e dinamizadores do processo ao interior da comunidade para a execução do Projeto Comunal se constituem em ponte entre a comunidade e extensionistas.
d) Em cada comunidade ou grupo de comunidades trabalha um Extensionista. Sua residência depende dos requerimentos e condições de segurança pública, sua função é de ser ponte entre a comunidade e os Centros de Desenvolvimento Rural do Ministério de Agricultura (CDR).
e) Ao nível dos CDR se constitui uma equipe polivalente de extensionistas com a função de assessoria, apoio, supervisão e capacitação aos extensionistas e lideranças radicados em cada comunidade. Esta equipe deve estar convenientemente implementado para cumprir sua função principalmente no caso de cada comunidade e/ou concha.
f) Os CDR são os núcleos de extensão micro regional, terão as instâncias específicas ao nível de execução, utilizando a capacidade de seus extensionistas e lideranças campesinos.
g) Nas unidades agrárias se instalarão equipes de coordenação e de especialistas em desenvolvimento rural, que segundo seu âmbito demanda e possibilidades, apoiarão a todos ou vários CDR. A instância regional de extensão é importante inclusive em relação à próxima regionalización do país.
h) A nível nacional, existe uma unidade de coordenação central, com funções de assessoria, sistematização e "normativa".
8.2 – Coordenação Institucional
Sobre a coordenação institucional, sugere-se:
a) Delegar a capacidade de decisão às instâncias de coordenação no nível regional e de execução ao nível local (CDR).
b) Todas as instituições envoltas devem responder aos requerimentos do Projeto Comunal. Este por si só deve ser um fator de articulação das ações dentro do setor agrário, assim como as ações inter-setoriais.
c) Nos acordos inter-setoriais, deve-se compartilhar as atividades, assim como também, procurar transferências de pessoal através da articulação de planos únicos em apóio ao Projeto Comunal.
d) A tarefa e trabalhar pelo desenvolvimento integral, é um compromisso de comprimento fôlego e de coordenação se deve deixar de lado as identidades marcadamente burocráticas e estritamente sectorialistas.
Entretanto, a busca de coordenação e trabalho conjunto com os organismos não governamentais deve ser uma atividade prioritária e permanente de todas as unidades de extensão e fundamentalmente dos CDR, já que com dita complementação de esforços (técnico-financeiro) seria a forma mais eficaz e eficiente de poder realizar ações válidas que suportem ao desenvolvimento das comunidades.
8.3 – Planejamento e avaliação
a) O planejamento e a avaliação das atividades do Projeto Campesino devem considerar-se fundamentalmente como ações educativas a ser executadas de maneira participativa.
b) O Plano Comunal, que recolhe as demandas campesinas se constitui em base de asa planejamento regional.
c) Na avaliação dos objetivos, sugere-se replantear a concepção de metas físicas e quantitativas. Neste sentido, também se sugere definir menos indicadores para avaliar os avanços e resultados alcançados pela comunidade, aprendendo da auto avaliação campesina, quer dizer, de seus critérios e formas de entender seu desenvolvimento.
8.4 – Financiamento do Projeto Campesino
O financiamento do projeto campesino, dentro da estratégia assinalada, deve apoiar-se principalmente no uso adequado e racional dos recursos e potencialidades existentes em cada comunidade.
Os recursos externos terão um papel complementar e de reforço, orientados basicamente ao financiamento de atividades críticas em nenhum caso estes recursos devem substituir aos existentes como tampouco condicionar sua execução em trocas que questionem a organização, trabalho e outros aspectos da vida comunal. Em outras palavras o financiamento deve ficar ao serviço do projeto campesino. Em tal sentido ser sugere para as comunidades campesinas o seguinte:
a) Abertura de linhas de crédito comunal nos Bancos de Fomento com os recursos necessários para sua operação.
b) Restituição do crédito zero.
c) Estabelecimento de preços diferenciais e subsídios.
d) Atribuição direta de recursos de desenvolvimento comunal em apóie ao projeto campesino.
e) Orientação da cooperação técnica e financeira às comunidades campesinas, permitindo que elas se constituam diretamente em Entidades Ejecutoras.
A integração dos representantes das comunidades campesinas nos Diretórios dos Bancos de Fomento, assim como no de empresas comercializadoras do setor.
A viabilidade da estratégia exposta requer da existência ou estabelecimento de um conjunto de supostos que no plano político e institucional seriam:
a) Coerente política agrária nacional e regional.
b) Política de preços diferenciais a favor da agricultura e o da serra.
c) Política cambiária que outorgue à agricultura nacional certo amparo ante as mudanças no sistema de preços nacionais.
d) Existência de uma política de pacificação real.
e) Mudança do papel fundamental das instituições públicas e privadas vinculadas ao desenvolvimento da serra.
f) Política automóvel inflacionária que contribua a reduzir o grau de incerteza com que opera especialmente a agricultura.
g) Redução progressiva da importação de mantimentos.
h) Aceleração dos processos de descentralização e regionalización.
As condições requeridas ao nível operativo de gestão seriam as seguintes:
a) O Ministério de Agricultura reforça significativamente o Programa Nacional de Extensão Agropecuária, dotando os recursos e outorgando facilidades especialmente ao nível dos CDR.
b) As entidades públicas e privadas do setor agrário adotam a presente estratégia em seus respectivas planos, programas e projetos de desenvolvimento e em particular no de extensão.
c) Os planos programados e projetos de extensão agropecuária são adequadamente financiados. A execução presupuestal deve ser em quantidade e oportunidade programada.
d) As comunidades campesinas participam ativamente na definição do projeto comunal, e se comprometem a sua execução assim como a brindar os apoios necessários para a gestão dos lideranças e extensionistas.
e) Os recursos da cooperação técnica e financeira internacional, devem canalizar-se significativamente para apoiar o projeto comunal e a tarefa de extensão.
1: Grupo de Trabalho Responsáveis da elaboração do documento
NOMBRE Y PROFESION |
INSTITUCION Y CARGO |
DIRECCIÓN INSTITUCIONAL |
DIRECCION PERSONAL |
Julia Alba - Socióloga |
Instituto Huayuna - Presidenta |
Av. San Luis 2084 – 4º Piso, San Borja – Tf. 362509 |
Av. Paseo de la Castella-na Nº 217, Surco Tf. 451031 |
José Luis Bareiro - Ing. Agrónomo1 |
IICA Esp. en Proyectos Agrícolas |
Alvarez Calderón 535 S. Isidro, Lima, Perú Tf. 228336; 229114 |
Pablo Usandizaga 155 San Borja, Lima Tf. 366211 |
Etienne Durt - Sociólogo |
Cooperación Técnica Belga Jefe de Pro-yectos |
C/ o Embajada de Bél-gica Av. Angamos 380, Li-ma. 18 Miraflores Tf. 474478 |
Parque Los Próceres 155 Peblo Libre, Lima Tf. 61-4015 |
Modesto Gálvez - Antropólogo2 |
Proyecto FAO-Holan-da, DGFF Asesor en Desarrollo Rural |
Santa Cruz 734, Jesús Maria Tf. 321824 |
|
Roberto Haudry - Economista |
PRODERM. Conve-nio Corporación de Cusco/CEE - Jefe del Programa |
Av. El Sol, Cusco Casilla 899 Tf. 084-225076, 084-225037 |
Jr. Los Fresnos 211 Urb. Urb. El Ingenio Cajamarca |
Alois Kohier - Agro-economista |
PNUMA/PPEA ATP |
Apartado 106 Cajamarca, Perú Tf.: 044923531 |
San Bruno 215, Dpto. 301 Urb. Sta. Florencia San Miguel |
Alejo Lerzundi S. Ing. Agrónomo3 |
IICA Consultor Especialista en Plani- fijación |
Alvarez Calderón, 535 S. Isidro, Lima, Perú Tf. 228336; 229114 |
Av. Océano Altlántico 250, Neptuno, Surco Tf. 37-2049 |
José Ignacio Mata - Antropólogo Social |
INAA Proy. "Comuni-cación p. la 0Transf. De Tecnología en Agricultura" C.T.T.A Asesor del Proyecto |
Av. Guzmán Blanco 306 Ap Postal 248 NCSU Lima 100 Tf. 33-3200 (249) |
Tf. 36-4558 |
Martín D. Openshaw - Agr. Extensionista |
NCSU Asesor en Transf. de Tecnología |
Guzmán Blanco 309 Tf. 320510 |
Av. La Cultura 804 Castilla 972, Cusco Tf. 226538 |
Ramiro Oregón Tovar - Educador |
Asociación "ARARIWA" Director de Planifica- ción |
Ahuacpinta 598 Casilla 872, Cusco Tf. 224631 |
Tf. 726-915 Caracas, Venezuela |
Jorge Ramsay - Ing. Agrónomo |
IICA Personal Emérito Esp. En Extensión |
Apartado 5345 Tf. 5721810 Caracas, Venezuela |
|
Herman J. Tillman - Antropólogo y Ex-ténsionista Agrícola |
Instituto de Socio-logía Rural. Estén-sión Agrí. y Pscico-logía Aplicada. Univ. De Honenheim (430) |
Univ. Hohenheim (430-P.O. Box 700562 7000 Stuttgart RFA Tf. 0711-459-3026 |
Gomaringer str 6 7413 stockch RFA Tf. 07072-8717 Ó Fco. De Zela 2568, Lince Tf. 419979 |
Chris E. Van Dam - Sociólogo Rural |
FAO Asesor Técnico Prin- cipal Proy. Escuela, Ecología y Comuni- dad Campesina |
Sta. Cruz 734, Jesús María, Lima 11 Tf. 324052, 232041 Apartado 140016, Lima 14 |
|
1 Coordinador Del grupo de trabajo 2 Facilitador del Evento 3 Director Técnico del encuentro |
Editores:
Alejo Lerzundi
José Luiz Bareiro
MINISTÉRIO DE AGRICULTURA
Direção Executiva do Projeto Especial Plano Serra
(Tradução realizada por Alejo Lerzundi Silvera, do original em idioma Espanhol)
Lima, Peru, 1988
Este documento foi elaborado mediante o auspício do
Comitê de Coordenação da Cooperação Técnica Internacional
Em Apóio ao Plano Serra
INTEGRADO POR
Programa das Nações Unidas
Para o desenvolvimento (PNUD)
Instituto Interamericano
De Cooperação para a Agricultura
(IICA)
Cooperativa Técnica da Suíça (COTESU)
Organização das nações Unidas
Para a Agricultura e Alimentação (FAO)
Agência Internacional para o Desenvolvimento
Universidade Estatal da Carolina do Norte
(AID / NCSU)
Governo da Alemanha Federal
Governo do Reino dos Países Baixos
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