Página anterior | Voltar ao início do trabalho | Página seguinte |
Vibração: Os fatores importantes na avaliação das vibrações são: a frequência, a amplitude e a duração da exposição. Estes fatores não são fáceis de quantificar, já que exigem um conjunto de aparelhos complexos e caros. Por esta razão, o método de LEST, trata de conhecer a importância das vibrações de forma quantitativa a partir de sua origem e da sensação que experimentam os trabalhadores.
B. carga física
É o resultado das contrações das fibras que constituem o músculo, sob o impulso de excitações nervosas. Também é o esforço físico e pode ser estático ou dinâmico.
Estático: Isso ocorre quando a contração muscular é contínua e se mantém durante certo tempo (mantém posturas, sustenta cargas).
Dinâmico: Quando há sucessão de tensões e relaxamento dos músculos ativos (caminhar, acionar uma manivela etc).
Método de avaliação da carga física: No método LEST a carga física se avalia a partir do consumo de energia (gasto quilocalórico) necessário para executar uma tarefa e consiste em decompor ao máximo as diferentes sequências do trabalho realizado pelo trabalhador para determinar:
a) Os diversos esforços estáticos correspondentes às posturas e a duração acumulada de cada um deles.
b) Os esforços dinâmicos resultado de transportes e levantamento de cargas, o deslocamento do trabalhador (horizontal e vertical) e os esforços realizados pelos diferentes conjuntos musculares do corpo.
O consumo de energia global é obtido pela soma dos gastos de energia de origem estática e dinâmica.
C. Carga mental
É um dos aspectos ergonômicos mais complexos, depende do nível de exigência da tarefa, da carga de trabalho, dos fatores ambientais e individuais como: idade, capacidade intelectual, o herança sóciocultural, nível educacional, formação profissional, aprendizagem e experiência. Sua avaliação pelo método LEST se centra unicamente sobre o nível de exigência da tarefa. Os critérios utilizados são válidos para trabalhos não qualificados ou pouco qualificados e representam os elementos que podem ser desfavoráveis na atividade mental. A carga mental é avaliada a partir base em indicadores como: alerta do tempo, a complexidade/rapidez, a atenção e a minuciosidade.
D. Aspectos Psicossociais
A análise feita por estes aspectos, está orientada a detectar em que grau o trabalhador é dependente do seu trabalho. Qual a iniciativa e a autonomia ele tem e se este lhe permite ter relações interpessoais. Os indicadores utilizados são: a iniciativa, o status social, as possibilidades de comunicação, a cooperação no trabalho e a identificação com o produto.
E. Tempo de Trabalho
Para diagnosticar os efeitos sobre o trabalhador do tempo de trabalho, não é suficiente conhecer a duração global, é necessário conhecer o número de dias que ele trabalha, o número de pausas por dia, a importância do seu cargo e o tipo de programação, já que estes aspectos contribuem para a fadiga do trabalhador.
Uma vez obtidas as pontuações para cada fator de carga, o valor conseguido é colocado em uma escala de avaliação (1 a 10, onde se determinará o nível em que se encontra o fator de carga em questão). A tabela 1.6 apresenta a escala de avaliação para este método.
Tabela 1.6- Escala Geral de Avaliações
Pontuação |
Condições |
|
0, 1, 2 |
Situação satisfatória |
|
3, 4, 6 |
Transtorno para o trabalhador, algumas melhoras podiam contribuir para o maior conforto do trabalhador. |
|
6, 7 |
Nocividade média, risco de fadiga para o trabalhador. |
|
8, 9, 10 |
Nocividade. |
4 Elaboração de histogramas: As pontuações obtidas na avaliação são representadas graficamente, com o propósito de visualizar rapidamente o estado de cada um dos fatores de carga de trabalho.
5 Interpretação de resultados: Após a conclusão da análise, os resultados são resumidos em uma tabela e, por sua vez, apresentados em um histograma.
1.6. Medidas para enfrentar e prevenir o cansaço ou stress
Nas Notas Técnicas de Prevenção (NTP 355, 445, 534), escritas por Arquer (2002) e Cuixart (2003) e Rosa (2004), algumas das medidas a tomar em conta para enfrentar ou prevenir o estado de fadiga são citadas.
Entre as principais medidas são:
1 Adaptação das condições de trabalho sobre as características das pessoas que o desenvolvem.
As ações para alcançá-las se traduzem em:
Eliminação de ruído e vibrações.
Manter níveis de iluminação adequados, evitando a iluminação excessiva.
Esforço visual.
Aquisição do mobiliário adequado e sua correta localização.
Atualização das ferramentas e equipamentos de trabalho (manuais de ajuda, listas de verificação, registos e formulários, procedimentos de trabalho etc) seguindo os princípios de clareza, simplicidade e utilidade real.
Eliminação de jornadas de trabalho muito longas.
Flexibilidade nos horários de trabalho.
Reformulação do conteúdo do local de trabalho.
Pode ser direcionado para realizar de diferentes tarefas, tais como:
Definir as metas de trabalhos parciais, que são realizáveis durante toda a jornada de trabalho assegurando-se de que os prazos não sejam demasiadamente justos, para evitar ter "agendas quentes e apertadas".
Propor, ou gerenciar, autonomia na realização das tarefas e eliminar qualquer forma de pressão psicológica no trabalho.
Organizar o tempo de trabalho, de modo a facilitar a auto-distribuição de pausas, de acordo com as necessidades de cada indivíduo, aumentando seu poder reparador. Caso não seja possível, se faz necessário um sistema de regulação de descanso, tendo em conta as diferenças pessoais.
Ajustar a carga informativa às capacidades da pessoa, facilitando a aquisição de informações necessárias e relevantes para a realização do trabalho.
Realização de exercícios físicos: Sua aplicação é necessária quando há uma situação não estressante, mas, do ponto de vista objetivo, é vivida por alguém como uma agressão. Com eles se ensinam a controlar os efeitos fisiológicos do stress, para reduzir sintomas que são percebidos como desagradáveis e negativas, portanto, cria ansiedade.
Algumas delas são de aprendizagem complexas e exigem, por vezes, um especialista, pelo menos durante a fase inicial. As mais conhecidas e praticadas hoje em dia são as que se citam na continuação:
Técnicas de relaxamento (Jacobson, Schultz): Atualmente são as mais utilizadas no mundo ocidental. Com base na premissa de que é impossível estar relaxado fisicamente e emocionalmente tenso. É baseado no relaxamento muscular que supõe, por sua vez, o relaxamento do sistema nervoso. Portanto, eles são de grande importância na ansiedade, depressão, impotência, baixa auto-estima, fobias, medo, tensões musculares, hipertensão, dores de cabeça, distúrbios digestivos, insônia, tiques, tremores etc
Técnicas respiratórias: muito úteis nos processos de ansiedade, hostilidade, ressentimento, tensão muscular, fadiga e cansaço crônico.
Técnicas Auto-Hipnose: Altamente eficazes em cefaléias, para dores de pescoço e dores nas costas, distúrbios digestivos como cólon irritado, fadiga, cansaço crônico, insônia, distúrbios do sono.
1.7 Teletrabalho
"Sociedade da Informação", "Sociedade do conhecimento" são conceitos hoje muito difundidos. Não há dúvida de que a introdução dos computadores na tecnologia e, ainda mais, no modo de vida das sociedades industrializadas mudou radicalmente a natureza das concepções clássicas de como desenvolver o trabalho.
A história não é nova. A descoberta do fogo, a roda ou o motor a vapor tiveram uma influência decisiva nas sociedades de suas respectivas épocas, fazendo alterações, não só no nível de desenvolvimento dos meios de produção, mas repercutiram em grandes mudanças que tiveram impacto nas formações sociais e econômicas de suas épocas. Muitos deles determinaram o fim de uma e o início de outra.
A onipresença dos computadores exige uma reafirmação das concepções clássicas do modo em que se desenvolve o trabalho. Hoje tudo parece indicar que a sua difusão aumentará, que o número de funções a eles atribuídas crescerá, não apenas nos países industrializados, mas também naqueles que estão lutando para se desenvolver.
Como salienta Chomsky e Dieterich (1999), estes meios modernos de informação criaram modelos antropológicos denominando-os como "realidade virtual" e "ciberespaço", e utros neste estilo.
Mas a questão fundamental a ser respondida é: Será que o homem filogeneticamente está preparado para aceitar as novas condições impostas pelas novas tecnologias? Não avançará a tecnologia mais rápido do que leva o homem a se adaptar a ela? Não seremos prisioneiros de nosso próprio desenvolvimento? Qual é o preço?
Estas dúvidas estão começando a preocupar. Civit e March (2000) expressa sobre isso desta forma: "... neste momento vemos aparecer uma nova maneira de trabalhar que por uma parte tem a cara amável da liberdade e da flexibilidade e por outra o surgimento de novos trabalhadores até agora freados pelas fronteiras e as distâncias".
Muitos séculos têm passado para desenvolver o homem e deixá-lo tal e como é hoje, com suas características biológicas e sociais, definidas por um modo de vida, em certa medida moldada pelas características e peculiaridades dos meios de produção. O computador e as novas tecnologias de informação introduziram aí mudanças radicais.
Estamos preparados para ficarmos longas horas na frente de uma máquina, recebendo informações e tomando decisões? Esta tendência, inclusive já chegou à nossas casas, onde se pretende que esse mesmo indivíduo desenvolva suas atividades diárias, familiares, incluindo a distração em frente ao computador. Esse é o modelo que alguns, como Echeverria (1999) têm chamado de "Senhores do ar".
As consequências em termos de disfunções fisiológicas e transtornos psicológicos e distúrbios sociais que tal modelo da vida propõe ainda estão para serem vistas.
Toffler comenta dramaticamente, como uma onda que se completará dentro de algumas décadas e modificará a civilização criando novos códigos de conduta, caracterizados por famílias não nucleares, endereços eletrônicos, códigos de conduta mais fortes que o dinheiro e o poder.
Como parte deste processo de desenvolvimento, aparentemente irreversível, surge o teletrabalho.
Gray (et al, 1993), define o teletrabalho como: "uma forma flexível de organização do trabalho que consiste no desempenho da atividade profissional sem a presença física dos trabalhadores na empresa. A atividade implica o uso contínuo de meios de telecomunicações para o contato do teletrabalhador e da empresa".
Características do Teletrabalho
As diversas modalidades de teletrabalho dependerá de:
Tipo de trabalho.
Duração.
Número de empregados.
A forma de gestão.
O tamanho da empresa.
O equipamento necessário.
A disponibilidade econômica.
Os tipos de teletrabalho que existem:
O domicilio de trabalho: Nas atividades que podem desenvolver de uma forma clara, concreta, específica, simples, independente. Exemplo: Coleta de dados, contabilidade, tradução etc
Escritórios satélites: Estas são geridas a partir de uma Rede central a que pertencem, mas independentemente da sua rede.
Tele centros: Centros compartilhados por várias empresas para prestar serviço às pessoas que vivem próximas a eles.
Móveis ou nômades: Trabalha onde surge a necessidade. Recorre a informações a partir de diferentes pontos geograficamente distantes.
Vantagens e desvantagens do teletrabalho para os trabalhadores, Civit e March (2000).
Vantagens Menor deslocamento: Se pode trabalhar da sua casa ou de um telecentro, ou mesmo do seu carro, está sempre perto do seu negócio.
Melhoria da qualidade vida: Como resultado de um maior tempo de livre ao reduzir ou evitar os deslocamentos, maior senso de independência já que não precisa morar perto da empresa, e também pode organizar seu horário de trabalho.
Possibilidade de combinar o trabalho com atividades familiares ou sociais. Ao ser possibilitado de organizar os horários de trabalho pode combiná-lo com as exigências de atenção à família ou às necessidades sociais.
Desvantagens
Isolamento: Estado de solidão, falta de comunicação. Há uma separação com a organização formal e informal. Diminui o sentimento de pertencer a um grupo de trabalho. Pode acarretar problemas psicológicos por falta de status e deslocamento em seu rol de convivência na organização.
Tomada de decisões complexas: a ausência de um chefe por perto para consultar requer tomada de decisão pelo teletrabalhador, com todo o risco que isso implica.
Insegurança econômica, social e profissional: A renumeração agora é pelo seu resultado unicamente e a sua imagem dependerá somente dele.
Vantagens e desvantagens do teletrabalho para a empresa
Vantagens
Direção por Objetivos: Valorização do trabalhador pela sua produtividade, não por sua presença.
Diminuição dos custos do escritório: Já não se necessita alugar escritórios caros. Isso se realiza a partir de casa.
Flexibilidade para fornecer pessoal qualificado em tempos parciais: Permite que um teletrabalhador desenvolva várias profissões.
Desvantagens
Introdução de mudança organizacional: Avaliação individual do trabalhador não é em função do grupo. Torna-se difícil a motivação.
Impossibilidade de controlar o trabalhador fisicamente: Impede assinalar tarefas não programadas ao trabalhador.
Reduz a confidencialidade das informações: Agora a informação está distante da empresa e dos seus sistemas de segurança.
Vantagens e desvantagens do teletrabalho para a sociedade
Vantagens
Reduz o tráfego e, portanto, o consumo de energia: há menos movimento do trabalhador.
Reduz a poluição: Pela mesma causa acima mencionada.
Possibilita o acesso para os deficientes físicos e às pessoas com rigidez de hórario.
Desvantagens
Barreiras sociais para o trabalho: Provavelmente tenha que desenvolver as tarefas do lar e da sua profissão por incompreensão familiar do seu teletrabalho.
Desvantagens tecnológicas: As tecnologias necessárias podem ser custosas: videoconferência, laptops etc.
Referências
ALMIRALL, P. Efectos negativos del esfuerzo mental. Aspectos teóricos y metodológicos. Un método para su evaluación. Ciudad Habana, Cuba, ISPJAE, 1986. Tesis en opción al grado científico de doctor en Ciencias Médicas.
ALMORA, J. M.; J. D. URGELLA y J. B. CORTADAA. Disfunción sinusal atípica. Utilidad del Holter implantable. A propósito de un caso. Revista Española Cardiología, 2001. Volumen 54, Número 12.
APUD, E. Manual de Ergonomía Forestal, 1999. [Consultado: 7 de março, 2009]. Disponivel em: http://www2.udec.cl/ergo-conce/informes /c03-01.htm
ARQUER, M. I. D. NTP 445: Carga mental de trabajo: fatiga, 1997. [Consultado: 16 fevereiro, 2008]. Disponivel em: http://www.mtas.es /insht/ntp/ntp_445.htm
_______________. NTP 534: Carga mental de trabajo: factores, 2002. [Consultado: 16 fevereiro, 2008]. Disponivel em: http://www.mtas.es/insht/ntp/ntp_534.htm
CHOMSKY, N. y H. DIETERICH. La Aldea Global, Editorial Txalaparta, 1999. [Consultado: 12 Março, 2009]. Disponivel em: http://www.txalaparta.com
CIVIT, C. y M. MARCH. Implantación del Teletrabajo en la Empresa. Barcelona: Editorial Gestión, 2000. ISBN: 84 - 8088 . 382.
CUESTA, A. Conferencia sobre psicología del trabajo. Ciudad de la Habana, Cuba, IPSJAE, 2002.
CUIXART, S. N. NTP 355: Fisiología del estrés, 2003. [Consultado: 16 fevereiro, 2009]. Disponivel em: http://www.mtas.es/insht/ntp/ntp_355.htm
DIHIGO, J. G. La ergonomía del personal que labora en centrales azucareros. Departamento Ingenieria Industrial. Matanzas, UMCC, 1989. Tesis en opción al grado científico de Doctor en Ciencias Técnicas.
ECHEVERRÍA, J. Los Señores del aire: Telepolis y el Tercer Entorno. Barcelona: Ediciones destino, SA, 1999.
GARCÍA, R. C., et al. Rendimiento diagnóstico de un protocolo de estudio del síncope de causa no aparente. Rev Esp Cardiol, 2001. Volumen 54: 425-430, [Consultado: 2 março, 2005]. Disponivel em: http://scieloprueba.sld.cu/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0253-17511995000100002&lng=pt&nrm=iso
GRAY, et al. El Teletrabajo. Aspectos Generales. Madrid: 1993.
Guía para la prevención del Estrés Laboral. 2000. [Consultado: 2 março, 2007]. Disponivel em: http://geosalud.com/Salud%20Ocupac ional/estreslaboral.htm
KULKA, H. Regulación síquica de la actividad laboral y efecto de la carga en el trabajo. Moscou: Editorial Nauka, 1980.
LURIA, A. El cerebro en acción. Ciudad de la Habana, Cuba: Edición Revolucionaria, 1978.
OIT. Introducción al estudio del trabajo. Oficina internacional del trabajo.3 ed. revisada. Ginebra, Suiza: 1998.
ORRANTLA, D. G. La evaluación ergonómica de un ambiente de trabajo por el Método Lest, 2003. [Consultado: 22 de março, 2007]. Disponivel em: http://www.ith.mx/revista_espacio_ith/numero_2/r02 _lest.htm
PAYLOS, J. y R. T. AGUILAR. Utilidad del registrador implantable subcutáneo en el diagnóstico del síncope recurrente de etiología no filiada en pacientes sin cardiopatía estructural con test de tabla basculante y estudio electrofisiológico negativos. Revista Española Cardiología, 2001, Volumen 54: Pp 431-442. Consultado: 20 março de 2005, Disponivel em: http://www.cyeinternet.com
ROSA, J. M. Fatiga mental: Cuando el trabajo nos supera, 2004. [Consultado: 16, febrero, 2005]. Disponible en: http://www. infoempleo.net/articulos/Fatiga-mental-cuando-el-trabajo-nos-supera.asp
VIDAL, M. T. D. D. Ergonomía Aplicada a la Podología, 2003. [Consultado: 16, febrero, 2005]. Disponible en: http://www.Estheticn ews.com/articulos_show.php?id=40
VILLAVICENCIO, F. N. Estrés. Respuesta integral del organismo. en: Psicología y Salud. Ciudad Habana, Cuba: Editorial Ciencias Medicas, 2001.
VIÑA, S. Ergonomía. Ciudad de la Habana, Cuba: Departamento de ediciones internas del IPSJAE, 1985.
CAPÍTULO 2.
Este capítulo abordará o estudo de um dos agentes agressores, ambientais, que com mais frequência se encontram no ambiente industrial, as inconveniências e os prejuízos que causam a vibração e o ruído ao homem.
A arte de harmonizar os sons e tratar de amplificá-los é tão antiga quanto a própria história do homem. Naqueles tempos, o homem se valia dos recursos naturais que encontrava ao seu alcance para tentar fazer a sua voz chegar a uma distância mais além.
Então o problema consistia em como conseguir amplificar o som.
Em meados do século XVIII, quando o advento da Revolução Industrial trouxe muitas mudanças na tecnologia, o ruído ambiente industrial começa a aparecer como um risco, até então desconhecido para o homem e ignorados os danos e as sequelas que ele provocava no organismo humano, apesar da deficiência auditiva e de alguns problemas psicológicos já estarem evidentes.
Abasolo (2000) fala sobre este contexto de maneira bem clara, ao dizer que essas doenças têm sido consequência das mudanças do homem, transformando as atividades laborais do meio rural como a agricultura e criação de gado, para atividades no meio urbano e industrial, dominado cada vez mais por atividades, máquinas e equipamentos barulhentos. Ignorando que o desenvolvimento dessas atividades em locais habitualmente fechados provocaria o acúmulo de energia sonora, que se se desenvolvessem em lugares abertos, um número bem menor destas atividades. Portanto, pode-se considerar a civilização moderna como uma "civilização ruidosa", do barulho.
É então quando, como resultado do desenvolvimento dá-se um giro oposto, e o problema que aflige o desenvolvimento industrial passa a ser como reduzir o ruído.
É de se esperar que o acelerado desenvolvimento de novas técnicas, a criação de sistemas automatizados e a crescente preocupação da sociedade, incidam de maneira determinante em reduzir o ruído no ambiente de trabalho, considerando-o como um fator de poluição ambiental, tão preocupante como qualquer outro, portanto, deve-se dedicar todos os esforços e recursos para controlá-lo, tanto na indústria como na sociedade.
2.1. Parâmetros e características do som
É importante saber com exatidão o que marca a diferença entre o que se chama de som e o que se chama de ruído, e conhecer as características, qualidades e quantidades que os definem como bons ou ruíns. É precisamente esta uma das questões que a atenção será dada neste capítulo.
SOM
O termo som é definido como: "A sensação produzida no ouvido por determinadas oscilações da pressão externa" (Fernández, 2002). Em outras palavras também foi definido pela Secretaria do Estado, em 2001, onde foi afirmado que o som "é o que se ouve. É uma perturbação mecânica que se propaga através de um meio elástico com uma velocidade característica deste".
Embora a propagação do som possa realizar-se tanto em meios sólidos como líquidos, somente se estudará a mesma através do ar, por ser o mais comum, por ser onde se realiza a transmissão do som na comunicação cotidiana dos seres humanos, quer através da música, quer através da fala.
Quando um meio é perturbado por uma fonte de vibração, este provoca flutuações de pressão criando regiões onde existem um aumento da mesma (compressão) e regiões onde a pressão é menor (depressão). Elas viajam para longe da fonte que lhe deu origem em todas as direções, produzindo as chamados ondas de som.
As ondas sonoras são ondas de tipo longitudinais, isto é, que o sentido do movimento dos focos pontuais que compõem a sua oscilação vibram na mesma direção que sua propagação, tal como faria uma mola que teria um peso suspenso e oscilaria livremente. Distingue-se, essencialmente, das ondas transversais nas quais o movimento de focos pontuais vibram perpendicularmente na direção da sua propagação, como é o caso das ondas eletromagnéticas, as ondas de uma corda em vibração etc.
Figura 2.1. Representação esquemática de uma onda sonora
Freqüência (f) e comprimento de onda (()
Dois dos parâmetros físicos que caracterizam o som são a frequência e o comprimento de onda. Entre elas existe uma relação inversa, ou seja, o aumento de uma implica, necessariamente, na diminuição da outra.
Maggiolo (2003) define o comprimento de uma onda como a distância que existe entre dois pontos consecutivos que vibram com igual fase em uma onda ou a distância que recorre uma onda em um período de tempo (T).
O comprimento de onda, geralmente, se representa nas cristas da onda, portanto, se expressa em unidades de comprimento (m).
A frequência é definida pela Secretaria do Estado (2001) como: "O número de compressões e rarefação das moléculas de ar por uma unidade de tempo, quando se produz o som. Esta se mede em hertz (Hz), que é o mesmo que o número de ciclos por segundo".
A relação inversa que existe entre os dois parâmetros físicos que caracterizam o som pode se ver facilmente na equação seguinte:
Onde:
V: velocidade do som (m / seg)
f: freqüência de som (Hz)
( : comprimento de onda (m)
A velocidade do som é uma variável que estará em função da temperatura do ar, da umidade que esta contém, mas praticamente estas variações afetam a velocidade apenas uns 20 m/s considerando os limites climáticos extremos.
O valor prático da velocidade mais generalizada é de 340 m/seg
Ruído
Diferentes autores têm definido o ruído de maneiras diferentes, uns atendendo a sua natureza física, outros, atendendo à sensação que produz no homem. Algumas destas definições são:
Ruído: "É todo o som indesejado, é o impacto ambiental nocivo causado por um som. Dependendo da sua natureza, magnitude e duração pode resultar em uma ameaça para a saúde e/ou produzir efeitos adversos para as pessoas e o meio ambiente" (Secretaria de Estado, 2001).
Fernández (2002) argumenta que é o som indesejado, que prejudica a saúde física e mental do homem.
Todos os autores concordam, de uma ou de outra forma, que o ruído é um som indesejado, que causa uma sensação auditiva desagradável ou incômoda.
O ruído é considerado, dentro da gama de poluentes ou agressores ambientais que existem, como o que parece ter uma "personalidade própria", devido às características que ele possui que são explicadas em Conama (2004) e Miliarium (2005):
- É um poluente que requer menos energia para ser produzido.
- Não deixa resíduos (não tem um efeito cumulativo no meio ambiente, mas sim no homem).
- Não e suscetível ao movimento através de sistemas naturais, tais como a poluição do ar transportado pelo vento ou resíduos líquidos transportados por um rio por grandes distâncias.
- É onipresente, isto é, gerado facilmente, onde o homem realiza qualquer atividade e por isso se encontra em toda parte.
- Tem uma grande capacidade de irritar as pessoas. Essa irritabilidade provocada pela sensibilidade humana ao som varia de pessoa para pessoa.
- Não mata, ou pelo menos não o faz de forma direta, rápida e palpável.
- Está formado por ondas mecânicas, sendo esta talvez a característica que o faz ser um poluente mais peculiar, ao ter uma existência transitória no tempo e ao apresentar propriedades de onda, tais como, interferências, reflexões, difrações etc, torna-se difícil para as pessoas em geral compreenderem a sua fenomenologia.
Decibel
O decibel é a unidade utilizada para expressar o logaritmo da razão entre uma quantidade medida e uma quantidade de referência. Ela é usada para descrever os níveis de pressão de potência ou a intensidade sonora (Secretaria de Estado, 2001).
Para entender melhor o que é o decibel, é necessário compreender alguns conceitos.
A emissão de uma fonte sonora pode ser considerada como pulsante que emite fontes de ondas de forma esférica devido às propriedades isotrópicas do meio.
A amplitude com que vibram as partículas do ar é atenuada com a distância. A relação entre eles expressa fisicamente o termo de intensidade a partir de:
Onde:
I: Intensidade w / h
A: amplitude da onda, m
r: distância da fonte (M)
C: constante de proporcionalidade
Sendo assim, a potência que atravessa qualquer superfície esférica fora da fonte é constante como é evidenciado pelo fato de ser independente de r.
À medida que as fontes de ondas avançam, a mesma potência vai sendo distribuída em superfícies cada vez maiores, então a Intensidade (I) diminui, mantendo constante a potência.
Figura 2.2- Representação de uma onda sonora cuja intensidade aumenta
O som pode ser considerado como uma transmissão de energia através do ar. Portanto, pode-se expressar também a intensidade a partir da compreensão que produz o avanço da onda no meio. Assim:
Onde:
I: Intensidade, w/h
P: Pressão do Som, Pa
?: densidade do meio, ?
C: velocidade m/s
O produto ?C é conhecido como "impedância acústica".
O conceito de intensidade está estreitamente relacionado com a energia, pode ser considerado como "a energia que uma fonte sonora entrega ao meio y e que este irá propagar", portanto, é a que nos transmite a sansação do quão forte ou fraco é um som.
Na figura 2.2 percebe-se o som no lado esquerdo, de forma débil, o mesmo vai aumentando sua força a medida que se move para a direita.
O ouvido humano é assombrosamente sensível às pequeniníssimas variações de pressão que se produzem no ar.
A partir do valor de pressão P0 = 20 uPa, o ouvido humano começa a reagir perante o estímulo mecânico proveniente do ar. Este valor é conhecido como limiar auditivo, e ao contrário, é capaz de tolerar sem dor os valores até 2 x 104 Pa, tomando ambos valores para as frequências de maior sensibilidade auditiva.
Por outro lado, verificou-se que as variações de intensidade de um som, não são proporcionais às variações de sensação de intensidade sonora que é percebida. Webber-Fechner, propôs uma relação que expressa que a magnitude de uma sensação é proporcional ao logaritmo do estímulo que ela provoca. Esta lei não se aplica apenas a sensações auditivas, mas também expressa a relação de estímulo/sensação para o visual e o tátil. Esta lei só se aplica aos níveis elevados dos estímulos acima mencionados.
Com base nessa relação logarítmica e tendo em conta o intervalo de valores numéricos de pressão audíveis é muito amplo, esses intervalos se adequaram a uma escala logarítmica que reduz o alcance prático dos valores de pressão sonora entre 0 e 160.
A unidade dessa escala é o decibel, que refere às relações dos níveis de intensidade e é conhecido como:
Como se observa, o nível de 0 decibels (dB) não se trata de um valor de 0 absoluto, mas se refere à nossa fisiologia, ou seja, I representa um certo nível comparado com I0 que é o nível mínimo capaz de estimular o nosso aparelho auditivo, portanto, o dB é uma expressão matemática que expressa uma relação de níveis, permitindo utilizar dB para medir potência, pressão etc.
As intensidades são proporcionais aos quadrados das pressões. Então pode-se representar a expressão como:
Isto representa o nível de pressão sonora (NPS), que é o modo usual de expressar a força de um som.
2.2 Classificação do Ruído
A classificação dos diferentes tipos de ruídos surgiu devido à necessidade de grupar cada um (de acordo com sua variação no tempo ou a natureza do seu espectro), para, dessa forma, conhecê-los com maior profunidade e tentar evitá-los.
OS RUÍDOS SAO ASSIM CLASSIFICADOS:
Ruído Ambiental: normalmente está presente no ambiente, de intensidade mensurável, geralmente composto de sons de várias fontes próximas e distantes.
Ruído de fundo: aquele que prevalece na ausência do ruído gerado pela fonte do objeto em avaliação.
Ruído tonal: ruído cujo espectro apresenta tons audíveis discretos, ou seja, que o nível de pressão sonora determinado nos meios geométricos, dos terços dos oitavos é superior a 10 dB ao nível de pressão sonora da banda oitava contínua.
Ruído constante: ruído cujo nível de pressão sonora não flutua significativamente durante o período de observação, ou seja, os níveis determinados segundo a resposta lenta do sonômetro variam em não mais de 5 dB por 8 horas de trabalho.
Ruído não constante: ruído cujo nível de pressão sonora flutua significativamente durante o período de observação, ou seja, os níveis determinados pela resposta lenta do sonômetro, variam em mais de 5 dB nas 8 horas de trabalho. (Dentro deste encontra-se o flutuante, o impulso, o intermitente).
Ruído de flutuante: ruído cujo nível muda constantemente e em uma medida apreciável durante o período de observação.
Ruído intermitente: ruído cujo nível cai bruscamente até o nível de ruído de fundo, várias vezes, durante o período de observação. O tempo durante o qual se mantém a um nível mais elevado do que o ruído de fundo é de 15 minutos ou mais.
Ruído de Impulsos: O ruído que varia em uma razão extremamente grande em tempos menores a 1 segundo.
2.3 Fundamentos da audição
A própria definição de ruído utilizada estabelece a importância do seu estudo não apenas no seu aspecto físico, mas também o efeito que ele causa ao nosso corpo, visto que a intervenção fisiológica que transforma o som físico em sensação é fundamental.
Sem pretender realizar um estudo fisiológico profundo sobre a energia acústica desde o exterior do ouvido até a sua conversão em impulso nervoso, é essencial descrever brevemente alguns dos seus mecanismos mais importantes.
As ondas sonoras que atingem a parte externa do ouvido são transmitidas pelo canal auditivo até o tímpano, que transforma as ondas em estímulos vibratórios. Esta estimulação continua viajando para o interior graças a uma cadeia de ossículos que recebem as vibrações do tímpano e as transmite para a janela oval, ampliando o som umas 20 vezes.
Com a janela oval se inicia a estrutura anatômica que contém as células acústicas sensíveis ao som. São cerca de 23 000 células acústicas, convergindo no nervo acústico, através do qual e em forma de impulsos nervosos, se transmite o estímulo para o cérebro, que interpreta a sensação de som.
Fernández (2002) descreve o que acontece com a sensacão do som:
é causada pela sucessão de compressões e rarefações que provoca a onda acústica viajar pelo meio, fazendo com que a pressão existente oscile em torno do seu valor de equilíbrio, atuando sobre a membrana do ouvido e provocando no tímpano vibrações forçadas de idêntica frequência.
Essas sensações variam com a intensidade e com a frequência cuja magnitude é conhecida com o nome de audibilidade.
O intervalo de audibilidade em individuos jovens abrange um amplo espectro que vai desde os 20 Hz até os 20 kHz, embora normalmente as maiores frequências audíveis não vão mais além de 16 KHz.
Dentro da escala de 20 – 20 000 Hz, a sensibilidade auditiva muda com as variações de frequência, necessitando maior estímulo para as frequências menores de 2 000 Hz e maiores de 5 000 Hz, motivo pelo qual a escala de frequência de maior sensibilidade acústica se encontra exatamente entre esses valores.
Figura 2.3 Esquema do sistema auditivo
São consideráveis as variações do NPS que são necessárias para executar igual sensação de audibilidade quando se variam as frequências das zonas de menor sensibilidade (baixa frequência) para as zonas de maior sensibilidade. Variações de até 60 dB podem ser observadas.
A amplitude das sensibilidades auditivas para as diferentes frequências fez com que, para seu estudo mais detalhado, se dividisse o espectro auditivo em bandas de frequências. Cada banda leva o nome da frequência central que compreende, ou seja, concentra em uma escala o valor que abrange a banda. Por exemplo, a banda que contém as frequências de 40 Hz a 80 Hz está definida para 63 e este valor representa a banda anterior.
As divisões que se têm feito sobre espectro auditivo dependem da exatidão com que se quer realizar o seu estudo, os mais usados são a banda de oitava e a banda de um terço de oitava, cujas características são:
- Banda oitava: f superior = 2 f inferior
- Terço de banda Oitava: f superior =
As frequências centrais mais usadas são as de oitava que divide o espectro da seguinte forma:
f (Hz) 31,5 63 125 250 500 1000 2000 4000 8000 16000
2.4. Avaliação do Ruído
O ouvido humano não responde de igual maneira às diferentes variações de frequências, se mantivermos constante NPS.
Isto provocou o estabelecimento de curvas de audibilidade para perceber se o ouvido iria responder de igual maneira a estímulos diferentes.
Para fazer isso eles formaram grupos de indivíduos jovens sem danos auditivos e expostos a tons puros em ambas as orelhas.
Os resultados desta prova foi o estabelecimento das curvas insoaudibilidade. (Veja a figura 2.4).
O primeiro critério para a avaliação do ruído baseia-se numa simplificação de curvas isofônicas mostradas, que foi chamado "critério N de avaliação do ruído". Ele pressupõe a análise através de bandas de oitava de ruído.
Figura 2.4 Curvas isofônica ou curvas de Isoaudibilidade.
Um dos critérios mais aceitos para avaliação estabelece que os ruídos constantes podem ser avaliados a partir deste critério, só que não o define em forma de curva e sim em forma de tabela, como mostra na Tabela 2.1
O trabalho prático com a tabela consiste em determinar os NPS para cada uma das frequências, levando cada valor à coluna "número de avaliação" (que corresponde ao NPS para f = 1000 Hz).
De todos os valores obtidos na coluna "número de avaliação", toma-se o maior, concluindo que esse é o NPS do ruído em questão.
Tabela 2.1 Avaliação do ruído segundo a ISO
Critério de Avaliação do ruído |
|||||||||
No de Avaliações |
Frequências médias (Fm) das bandas oitavas |
||||||||
N |
63 |
125 |
250 |
500 |
1000 |
2000 |
4000 |
8000 |
|
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
6 |
7 |
8 |
9 |
|
35 |
63 |
52 |
44 |
39 |
35 |
32 |
30 |
28 |
|
40 |
67 |
57 |
49 |
44 |
40 |
37 |
35 |
33 |
|
45 |
71 |
61 |
54 |
49 |
45 |
42 |
40 |
38 |
|
50 |
75 |
66 |
59 |
54 |
50 |
47 |
45 |
44 |
|
55 |
79 |
70 |
63 |
58 |
55 |
52 |
50 |
49 |
|
60 |
83 |
74 |
68 |
63 |
60 |
57 |
55 |
54 |
|
65 |
87 |
79 |
72 |
68 |
65 |
63 |
61 |
60 |
|
70 |
91 |
83 |
77 |
73 |
70 |
68 |
66 |
64 |
|
75 |
95 |
87 |
82 |
78 |
75 |
73 |
71 |
69 |
|
80 |
99 |
92 |
86 |
83 |
80 |
78 |
76 |
74 |
|
85 |
103 |
96 |
91 |
88 |
85 |
83 |
81 |
80 |
|
90 |
107 |
100 |
96 |
93 |
90 |
88 |
86 |
85 |
|
95 |
111 |
105 |
100 |
97 |
95 |
93 |
91 |
90 |
|
100 |
115 |
109 |
105 |
102 |
100 |
98 |
96 |
95 |
|
105 |
118 |
113 |
110 |
107 |
105 |
103 |
102 |
100 |
|
110 |
122 |
118 |
114 |
112 |
110 |
108 |
107 |
105 |
|
115 |
126 |
122 |
119 |
117 |
115 |
113 |
112 |
110 |
|
120 |
130 |
126 |
124 |
122 |
120 |
118 |
117 |
116 |
O outro critério de avaliação de ruído permite ser aplicado para ruídos constantes (o NPS não varia mais do que 5 dB em oito horas de trabalho), como não constante (quando há oscilações em mais de 5 dB em oito horas laborais).
Neste último caso, o método a aplicar é o cálculo de um nível sonoro equivalente contínuo: é um ruído hipotético constante, o qual durante o mesmo período, representa a mesma quantidade de energia sonora que a exposição real (Secretaria de Estado, 2001).
Assim:
Uma vez que:
Então:
Onde:
T: tempo total de exposição
PA: raiz quadrada da média de pressão sonora valor de correcção de filtro A
P0: pressão sonora de referência. P0 = 2 x 10 -5 Pa
Leq: nível sonoro equivalente contínuo
Mas, como LA (t) não é conhecida, a equação acima se torna:
Onde:
N: número de observações
LA(i): é obtido por meio de medidas sucessivas de ruído e assume que o tempo de duração de cada um LA(i) são iguais.
Se este último não ocorre, ou seja, em um determinado período de tempo, há um nível de som e em outro período diferente, há um outro nível, a expressão se torna:
Onde:
t(i) é o tempo de exposição para um LA(i)
A unidade que expressa o nível sonoro contínuo equivalente é dB (A).
O instrumento que mede o NPS é conhecido como sonômetro, que converte as oscilações de pressão em flutuações de voltagem, que são medidas por um voltímetro graduado em dB.
Os sonômetros possuem filtros, a resposta que neles se obtém (NPS) é muito aproximada da resposta humana. O mais utilizado é o filtro de ponderação A, mas também podem ser usados o B e o C. A função desses filtros é decompor o ruído complexo em suas frequências fundamentais e ir atenuando os NPS em cada uma das suas frequências de acordo com a resposta que daria aos ouvidos.
Assim atenuará em grande medida as baixas frequências, atenuará em menor medida as frequências ao redor de 4000 Hz e, voltará a ter grande atenuação para altas frequências. Isso corresponde, naturalmente, ao comportamento humano.
Geralmente, se estabelece que quando se mede um ruído com este filtro, o NPS não deve exceder 85 dB (A) para qualquer atividade e permite 5 dB (A) a mais do que o critério N para todas as classificações de atividade do trabalho.
Este critério é mais prático do que o critério N, uma vez que não é necessário trabalhar com as bandas de análise.
2.5. Origens e propagação do som
As fontes produtoras do som podem classificar-se em:
Fontes do ruído não direcional num campo livre: um campo livre é definido como um campo sonoro em que a pressão sonora diminui inversamente com a distância da fonte e uma fonte não direcional é aquela que emite sua energia sonora em todas as direções.
Nos meios industriais é muito difícil encontrar este último tipo de fonte, mas às vezes ela é encontrada ao ar livre ou próximo a fontes localizadas em salas grandes.
Fontes de ruído direcional em um campo livre: Este é um tipo de fonte comum, uma vez que elas não são fontes de ponto simples, mas várias fontes que emitem sons com maior energia para uma direção do que para outra.
Fontes de ruído em um campo não livre: Esta situação é o caso mais recorrente, ou seja, normalmente não se tem um campo aberto, sempre aparecem barreiras como paredes, máquinas ou outras superfícies localizadas perto da fonte.
Interação do som com os obstáculos
A forma na qual o som interactua com estes obstáculos responde as leis de som. São elas:
Reflexão: As ondas sonoras são refletidas em uma superfície tal como fazem os raios de luz, cumprindo com a relação que o ângulo com que incide na superfície é igual ao ângulo refletido (Veja a figura 2.5).
Figura 2.5. Esquema da reflexão de uma onda sonora
Uma série de moléculas de AB que são animadas a se mover em direção à superfície S em um certo ângulo de incidência i se refletirá em um ponto de contato B, transferindo o choque, agora na direção BC, correspondentes aos ângulos i e r iguais valores e as moléculas perturbadas estarão em um mesmo plano. Este princípio descrito aqui em sua forma mais simples, dá origem a um dos fenômenos mais indesejados na indústria conhecido como reverberação e que será objeto de estudo neste capítulo.
Difração: Propriedade do som em torno dos obstáculos e se propaga por todo o local através de uma abertura.
O fenômeno da difração depende da relação que existe entre o tamanho do obstáculo que se interpõe na propagação do som e a ( do mesmo. Se as dimensões do obstáculo são de ordem, ou menor do que (, as distintas frentes de onda se convertem em centros emissores nos pontos de intercepção com a barreira e em torno dela, completamente.
Figura 2.6 Difração de uma onda sonora por um obstáculo
Mas, se o obstáculo for plano, com estas aberturas, a parte da onda que intercepta as suas bordas formariam um conjunto de centros emissores em todos os limites do orifício, permitindo assim a passagem do som na abertura.
Esta é a razão pela qual se pode ouvir claramente uma conversa que acontece em duas salas adjacentes, mediando entre elas uma porta ou uma janela. Estas agem como orifícios e como as suas dimensões são de ordem das ( da voz, ocorre a difração. Note que isso não sucede com a luz, visto que as suas ( são incoparavelmente menores que as do som.
Absorção e transmissão de som
O caso mais frequente da propagação do ruído é aquele em que ele, na sua trajetória, vai interpondo determinados objetos, tais como paredes, homens, outras máquinas etc.
De toda a energia do som que atinge a parte do obstáculo uma parte é absorvida por ela, outra parte é refletida, e, por vezes, uma outra fração é transmitida para o outro lado do obstáculo.
É a relação entre a energia que é absorvida e é refletida da origem ao coeficiente de absorção.
Coeficiente de absorção: é definido como a fração da energia sonora que é dissipada no interior de um material de total energia incidente.
Logo o coeficiente de absorção ( expressa-se por:
O coeficiente de absorção máximo é baseado no pressuposto de que uma janela aberta de 1 m2 de área, possui uma absorção total e, portanto, seu coeficiente de absorção é igual a 1. Sua unidade é o sabine.
Na figura 2.7 mostra um aparelho de comprovação de tubo de Impedância Acústica/Isolamento acústico, que foi projetado para fornecer, através de um método acessível para a investigação, as propriedades relativas de materiais de absorventes de ruídos bons e maus usando a extensa gama de mostras administradas (Hilton, 2005).
Cada material tem um coeficiente de absorção diferente. Os materiais suaves e porosos com grande número de elementos interconectados têm altos níveis de absorção, enquanto que os materiais duros e lisos são elementos interligados, a sua absorção é baixa.
Figura 2.7 Aparelho de comprovação de tubo de Impedância Acústica/Isolamento acústico
Estes coeficientes de absorção variam com a frequência, ou seja, haverá materiais que são altamente absorventes para uma frequência e o seu coeficiente de absorção para outras frequências não será tão elevado. O que se pode dizer é que no meio industrial as superfícies que resistem à prova de ruído não apresentam o mesmo coeficiente de absorção.
É comum que uma fonte sonora esteja delimitada por superfícies de baixo coeficiente de absorção, e podem constituir um campo reverberante.
Campo reverberante
Uma fonte sonora, ao emitir suas ondas, vai refletir nas paredes de todas as áreas do espaço, reforçando o nível de som e produzindo um nível maior com a soma total produzida pela fonte. Quando um som é emitido (por uma fonte sonora), tende a propagar-se em todas as direções, mas quando se encontra com um obstáculo rígido é rejeitada (ressalto e mudança de direção).
Quando isso ocorre em recinto fechado, as ondas sonoras são refletidas várias vezes pelas superfícies, ampliando o som ou elevando o nível de ruído do local. Portanto, pode-se dizer que esse som que muda de direção, e que permanece no local depois de desligada a fonte é o que é chamado Reverberação (Isotécnica, 2004).
Maggiolo (2004) definiu o tempo de reverberação como: "o tempo que demora um som para diminuir em 60 dB (ou um milhão de vezes), depois de apagada a fonte de som".
Sugere que o tempo de reverberação é diretamente proporcional ao volume do recinto e inversamente proporcional à absorção equivalente.
O efeito que se produz na sua presença é indesejável, pois aumenta o grau de exposição ao som internamente.
Às vezes, a energia do som é refletida em um grau tal que os níveis de pressão medidos a uma certa distância da fonte, são independentes da direção e da distância da mesma.
2.6. Sobre a proteção auditiva
O registro do comportamento da resposta auditiva perante os estímulos sonoros conhecidos em nível e frequência chama-se audiograma. Nele se pode apreciar os desvios auditivos dos indivíduos que sofrem de perda auditiva, com base na comparação com os padrões normais. É assim que se pode seguir as variações da sensibilidade do comportamento do ouvido humano a diferentes estímulos em indivíduos expostos a níveis elevados de ruído.
A primeira área do sistema auditivo a ser afetada é a que começa imediatamente após a janela oval, por ser a que mais diretamente recebe a energia sonora. Estas células são as que recebem e reconhecem as frequências em torno de 4000 Hz, portanto esta área é a primeira a ser afetada e por isso se reflete no audiograma como uma depressão.
O intervalo da perda de audição vai se estendendo paulatinamente para as outras frequências, chegando a constituir perdas irreversíveis na surdez ocupacional.
O ouvido humano possui um mecanismo de defesa contra a exposição a níveis elevados de pressão sonora: o reflexo estapediano. Este consiste em um pequeno músculo situado na orelha média que ao contrair-se limita a vibração que transmitem os ossículos em cadeia. Em indivíduos normais, o reflexo acontece aproximadamente entre 70 e 90 dB acima dos limiares tonais auditivos.
Supõe-se que este mecanismo é a causa da diminuição auditiva temporária, já que ao cessar a exposição ao ruído, leva-se algum tempo para relaxar e deixar que o ruído passe normalmente.
Mas se níveis elevados de pressão sonora são mantidos por longos períodos de tempo, o limiar de aumento de contração do músculo estapedial se eleva a valores maiores de NPS, o que provoca que passem ao interior da janela oval valores elevados de pressão sonora que incidirão diretamente nas células de Corti praticamente sem atenuação.
Este mecanismo de defesa não se manifesta para intervalo de frequência de aproximadamente 1000 a 2000 Hz, de modo que estas frequências são consideradas as mais perigosas, porque não há defesa contra elas.
2.7. Os danos causados pelo ruído
Além da perda auditiva causada pela exposição contínua a níveis elevados de ruído, outros transtornos podem ser observados.
São vários os autores que têm assinalado os danos causados pela exposição humana ao ruído, entre eles é possível citar: Abasolo (2000), Martin e Miliarium (2005), concordando com muitos dos efeitos negativos que causam, entre os mais destacados estão:
a) O sistema nervoso central (que rege as funções não voluntárias do corpo vai afetando o seu funcionamento), refletindo-se em sintomas tais como: variações no pulso, aumento ou diminuição da pressão arterial chegando inclusive à cardiopatia.
b) Provoca a aparição de úlceras e gastrites, produto da alteração do ritmo cardíaco.
c) O sistema respiratório aumenta ligeiramente o seu ritmo.
d) Produz sintomas como náuseas, irritabilidade, instabilidade, redução da atividade sexual, ansiedade, depressão, insônia, sonolência, perda de apetite, diminuição de destreza e da agilidade.
e) Contração dos vasos capilares da pele.
f) Aumento do metabolismo.
g) Digestão lenta.
h) Diminuição da acuidade visual e do campo visual.
i) O enfraquecimento das defesas do organismo.
j) Interferências na comunicação.
Estes sintomas podem variar de acordo com a susceptibilidade individual e a constituição anatômica, mas como tendência pode ser observada na presença de ruído, sem excluir outras causas que também podem provocá-los.
Sinais como alterações sensomotores que se evidenciam como uma diminuição na precisão, afetam diretamente a qualidade do trabalho, diminui a produtividade e pode provocar um aumento no número de acidentes.
Este último agravado pela situação de que os altos níveis de ruído dificultam a comunicação ou o reconhecimento de um alarme.
A tabela 2.3 mostra a comparação dos sons comuns, com relação ao nível de pressão sonora e aos danos que são provocados ao sistema auditivo (Miyara 2001).
Tabela 2.3. Níveis de ruído e resposta humana.
Níveis de ruído e resposta humana. |
|||
Som característico |
Níveis de pressão sonora (dB) |
Efeito |
|
Áreas de lançamento de foguetes (sem proteção auditiva) |
180 |
Perda auditiva irreversível |
|
Operação na pista de jato |
140 |
Dor forte |
|
Trovão |
130 |
Máximo esforço vocal |
|
Decolar do jato (60 m). Buzina de automóvel (1 m). |
120 |
Extremamente forte |
|
Martelo neumático Concerto de Rock |
110 |
Muito forte |
|
Caminhão recolhedor de petardos |
100 |
Muito incômodo, Dano auditivo (8 horas) |
|
Caminhão pesado (15 m) Trânsito urbano |
90 |
Incômodo |
|
Relógio despertador (0.5 m). Secador de cabelo |
80 |
Difícil uso do telefone |
|
Restaurante barulhento Trânsito em autopista Oficina de negócios |
70 |
Falar normal |
|
Ar condicionado Conversa normal |
60 |
Silêncio |
|
Trânsito de veículos ligeiros (30m) |
50 |
Precisa de atencão consciente. |
|
Dormitório Oficina Tranquila |
40 |
Muito silencioso |
|
Biblioteca, sussurro a 5 m |
30 |
Silencioso ao extremo |
|
Estudo de radiodifusão |
20 |
Audível sem esforço |
|
Brisa suave |
10 |
Apenas audível |
2.8. Medidas de controle de ruído
Aqui serão retratadas algumas das possíveis medidas a serem tomadas em consideração para alcançar no setor industrial os níveis de pressão sonora aceitáveis. Em qualquer caso que seja utilizado deve-se ter em conta os seguintes pontos:
a) O controle de ruído é um problema de todos (homem, máquina e meio).
b) O seu objetivo é ter um nível de ruído aceitável a um custo aceitável.
c) O êxito das medidas de controle mede-se com a redução do ruído conseguido.
d) O controle pode ser executado em qualquer ponto do conjunto.
e) O controle representa um compromisso entre o sucesso e o custo.
Autores como Maggiolo (2004) e Abasolo (2000), se dão a tarefa de definir quais as ações a desenvolver para obter um bom controle dos ruídos que afetam os trabalhadores.
Essas ações podem ser agrupadas em três tipos que são: as ações sobre o foco de ruído, sobre o ambiente e sobre o trabalhador. Cada uma delas será discutida a seguir.
Ação sobre o foco do ruído
São mais apropriadas, sempre que sejam possíveis, já que o objetivo delas é eliminar o ruído em sua origem. Para isto é necessário realizar ações que visam a:
a) Modificar os processos produtivos.
b) Substituir os equipamentos e ferramentas neumáticas por ferramentas elétricas.
c) Eliminar o atrito nas maquinarias de movimentos, em acabado de superfície e na lubrificação.
d) Alcançar o equilíbrio e alinhamento das máquinas.
e) Colocar os silenciadores nos escapes de ar e/ou turbulências nos movimentos de fluidos.
f) Evitar a transmissão de vibrações entre os componentes colocando juntas elásticas. g) Incorporar os materiais amortecedores entre as superfícies em colisão e inserir antivibradores.
h) Proporcionar uma boa manutenção aos equipamentos de trabalho.
Ações sobre o meio ambiente
As ações sobre o ambiente em que o ruído se expande (recinto), consistem em interromper a passagem de energia sonora da fonte geradora até o ouvido do trabalhador. Elas somente devem ser utilizadas quando falham as mencionadas anteriormente. Para conseguir atingir o seu objetivo estão direcionadas ações, tais como:
a) Encapsulamento ou encerramento do ruído (projetos de cápsulas).
b) Quando a cápsula não é viável, recorre-se ao isolamento do foco, e o trabalhador colocado, neste último, em uma cabine.
c) Condicionamento acústico do local.
Ações sobre o trabalhador
As ações a serem tomadas para prevenir riscos em relação ao trabalhador, deverão ser usadas somente quando todos os métodos citados e discutidos acima forem ineficazes ou inviáveis, ou pelas características do trabalho, pelo custo de controle ou por qualquer outra circunstância. As principais ações a situar:
1) A vigilância da saúde dos trabalhadores sempre que exista um risco para o mesmo, através de:
- Realização de exame audiométrico.
- Teste com frequências determinadas de som.
2) É obrigatório, por parte dos encarregados da segurança da empresa informar e/ou formar os trabalhadores sobre o risco a que ele expõe a sua saúde se não cumpre com o que lhe é oferecido para a sua proteção: utilização dos meios de proteção individual: tampões, abafadores, capacetes etc.
2.9. Controle do ruído: Desenvolvimento da metodologia
Não só é de vital importância realizar uma correta avaliação do ruído, como é necessário conhecer quais são os métodos ou procedimentos para sua eliminação, ou completamente, ou pelo menos reduzi-la para atingir o valor máximo possível. É por isso que esta parte do livro explicará em que consiste cada um dos métodos, nos casos em que é difícil a sua compreensão, se desenvolverá o procedimento com um exemplo prático, para alcançar uma maior compreensão. Entre os principais métodos se encontram:
1) Utilização de materiais elásticos: os materiais elásticos têm a propriedade de ajustar-se sensivelmente às rápidas pressões que provoca uma onda sonora.
- Painel elástico: Estão constituídos por uma chapa de madeira e um suporte. Cada painel tem sua própria frequência e isso é de grande importância para a atenuação do som, pois quando a sua frequência coincide com a do painel, aparece a ressonância e a energia sonora é convertida em oscilações em grau máximo. Portanto, a absorção de um painel de elástico é máxima para a sua frequência própria (Figura 2.8).
Figura 2.8 Painel elástico
A frequência natural é calculada por:
Onde:P: Painel de Peso (kg/m2)
e: espaço entre a parede e o painel (cm).
A absorção dos painéis melhora se na câmara de ar que fica entre o painel e a parede que atua como um meio elástico é colocado um material com um alto coeficiente de absorção, sendo seu uso mais vantajoso para as baixas frequências.
Ressonador: O ressonador acústico consiste em uma cavidade que se conecta com o exterior através de um conduto ou pescoço em cuja boca B, incidem as ondas sonoras. Tem uma forma semelhante à de uma garrafa (Figura 2.9).
Figura 2.9. Ressonador
Quando, por B, penetra uma onda movendo-se através do pescoço chegando a N, na cavidade V se produz um som procedente do N. Mas nesta cavidade se originará uma reverberação e, portanto, existirá uma energia que se propagará por N para o exterior de forma pulsante e segundo a frequência própria do conjunto, que viaja em direção oposta à do som incidente.
Quando esta emissão secundária recebe uma nova onda que incide em B, suas ações se neutralizarão e o ressonador atuará como absorvente, sendo máxima quando a frequência do som incidente coincida com a frequência própria do ressonador produzindo-se a ressonância em oposição ou cancelamento.
A frequência própria por um ressonador é dada por:
Onde:v: velocidade do som (cm/seg)
S: seção do pescoço (cm)
L: Comprimento do pescoço (cm)
V: volume da cavidade (cm3)
É chamado condutividade (c) ao coeficiente da seção do pescoço entre o seu comprimento.
Então, substituindo os valores é a seguinte:
O termo condutividade (c) assumirá valores diferentes dependendo das características particulares do pescoço: se é circular, quadrado, retangular etc.
Praticamente os ressonadores vão perfurando uma placa de gesso ou de alumínio e suspendendo a uma distância do teto e interpondo uma camada de fibra mineral. Cada orifício atuará como um ressonador individual, sendo máxima a sua absorção para as altas frequências (Figura 2.10).
Figura 2.10. Conjunto de ressonadores feita a partir da perfuração de uma chapa
2) Tratamento Acústico: É uma das técnicas mais utilizadas para reduzir os elevados níveis de pressão sonora quando existe um campo reverberante, é o uso de materiais absorventes. Ela consiste em cobrir as paredes e/ou superfícies com estes materiais de forma que quando o som incida sobre elas é reduzida a sua reflexão.
Este método é de interesse de locais de trabalho em que o problema é a dificuldade de aprendizagem, por exemplo, no setor de serviços e da educação.
3 Utilização das Cápsulas
Quando o ruído não pode ser controlado na sua origem, em ocasiões, é conveniente isolá-lo ou confiná-lo em recintos fechados para evitar a propagação de sua energia para outras áreas, onde os trabalhadores trabalham. Dentro desse recinto fechado, cujas dimensões dependerão das características do ruído, haverá um altíssimo NPS, por isso tratará de evitar por todos os meios a entrada de pessoas.
Se tal situação fosse imprescindível como nos ventiladores de tiro forçado das termoelétricas, deveriam extremar as medidas de proteção pessoal e controlar o tempo de exposição.
4 Utilização da Cabine
Em algumas ocasiões, o ruído provém de diversas fontes, dispersas por toda a área, assim o trabalhador não consegue iidentificá-la, tornando-se complexa. Uma possível solução neste caso, é isolar o trabalhador do que o cerca, ou seja, confiná-lo em uma cabine que impede ou restringe as ondas que penetram no interior.
Do ponto de vista prático, para aplicar esta técnica, exige certas características do local de trabalho, tais como: não necessitam de deslocamento (ou muito limitado), procura beneficiar o intercâmbio térmico, pois a cabina aumenta o calor, exige o uso de vidros para deixar passar a visão.
Metodologia de Cálculo
Passo 1. Realizar uma análise de frequência do ruído determinando a mínima frequência que excede o valor máximo permitido.
Passo 2. Selecionar as dimensões da cabine, suas características e materiais.Passo 3. Calcular o coeficiente de isolamento resultante (Rres).
Onde:S1: superfície interna da cabine (m2).
S2: Superfície externa da cabine, (m2).
R1: perda de transmissão interior (kg/ m2).
R2: perda de transmissão exterior (kg/ m2).
Passo 4. Determinar a área equivalente de absorção em função da frequência.
Onde:A: área equivalente de absorção (m2).
a: Coeficiente de absorção interna (sab/ m2).
Si: superfície interna da cabine (m2)
Passo 5. Atenuação obtida com a cabine (? Lf), (dB).
Passo 6. Cálculo do NPS dentro da cabine.
Onde:
Lc: NPS no interior da cabina (dB).
L: NPS no exterior da cabine (dB).
? Lf: atenuação obtida (dB).
5 Utilização de silenciadores (silenciosos ou silenciadores)
Estes são úteis para localizar a saída de equipamentos que emitem gases ou vapores, como os motores de combustão interna, caldeiras etc.
Seu princípio é o de colocar um dispositivo na saída ou escape que diminua a sua energia bruscamente, reduzindo assim o NPS. Seu uso mais generalizado é nos automóveis.
Existem diferentes tipos de silenciadores, que se diferenciam pelo uso que eles têm e podem ser encontrados em Qualidade Total em Silenciosos.
O corpo humano como sistema vibrante
O corpo humano é um sistema elástico muito complexo, em que o esqueleto serve para como estrutura suportante do conjunto de órgãos em suspensão e de conexão para os outros músculos.
O esqueleto, os órgãos, os ligamentos e músculos têm certa elasticidade e possuem propriedades iniciais.
Se se estuda o corpo humano em um instante, se pode considerar como uma estrutura complexa, constituído por subsistemas de massas moles amortizadoras. Um modelo simplificado é mostrado na figura 2.20.
Este sistema e seus subsistemas têm um valor de frequências de vibração característica.
Se se estimula externamente, cada subsistema e ao conjunto, estes responderão progressivamente e poderão chegar até a ressonância, provocando os efeitos prejudiciais para cada elemento, de acordo com o seu tratamento.
Figura 2. 20. o corpo como vibrante
Efeito de vibração
O corpo humano vai responder diferentemente à vibração:
Mecânicamente: Como diferentes estruturas têm sua própria frequência, quando o incidente se iguala a ela ocorre a ressonância. Assim, temos um dos mais importantes "sistemas" que compreende ao tórax-abdômen e começa a repercutir a frequência de 3-6 Hz.
Igualmente entre 20-30 Hz o sistema constituído por cabeça-pescoço-ombros.
A ressonância dos olhos aparece entre 60-90 Hz enquanto a mandíbula necessita de 100-200 Hz.
Há um efeito degenerativo paulatino da cartilagem das mãos, pés e a coluna vertebral, fundamentalmente na região cervical (suporte a cabeça) e lombar (cabeça e tronco).
Fisiologicamente: Precisamente estes constituem um dos mais complexos e de mais difíceis processos avaliativos, no entanto é possível determinar que os homens expostos à vibração sofrem alterações na atividade de digestão dos alimentos e na atividade muscular, bem como alterações do sistema cardiovascular.
Página anterior | Voltar ao início do trabalho | Página seguinte |
|
|