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Actualmente, a realidade recaí sobre os processos científicos, tendo como suporte as possibilidades biotecnológicas, o que implica questões complexas, abarcando á biodiversidade, acesso à recursos genéticos, privatização da vida mediante formas de protecção legal à propriedade intelectual relativa a matéria viva, tais como as patentes de sequências do DNA, patentes de cultivos dos microrganismos, e de animais transgénicos (Alcântara, 1995 e Oda, 2005).
Desta maneira, os processos biotecnológicos alastram o campo conceptual da Biotecnologia, incluindo "qualquer técnica que utilize organismos vivos (ou partes de organismos) para produzir ou alterar produtos, aperfeiçoar plantas ou animais e a descoberta de microrganismos para usos específicos" (Anon2, 2006).
Vivemos todos no mundo da globalização, pois interessa – nos todos o surgimento desta complexa técnica científica. A visão interdisciplinar do ponto de vista científico, é a causa da fusão da biologia molecular, da química e da genética, o que tem proporcionado grandes possibilidades à pesquisa científica, com vista ao aprofundamento das investigações genéticas favorecendo a manipulação dos genes, o que marcou a " era do paradigma biotecno-cientifico", do séc. XXI.
Toda e qualquer vitória cientifica tem implicações negativas e positivas, a salientar a iniciativa lançada em 1990, pelo Projecto Genoma, como resultado do empenho de cientistas de vários países, cujas atenções incidiram sobre o mapeamento e na análise do código genético humano na sua totalidade.
De facto, isto, suscitou grande reflexão nos domínios das ciências da vida, das ciências humanas e sociais das ciências políticas e económicas, do Direito da Filosofia e da ética.
A questão mais preocupante no meio disto tudo, é a manipulação do fenómeno vida, que condiciona a transformação das entidades hereditárias dos organismos e o seu meio ambiente, com repercussão á toda biodiversidade incluindo a biosfera.
Deste modo, esta manipulação da informação genética, requer um controlo, monitoramento, ponderação de riscos e benefícios, sendo tarefa específica da biossegurança, pelas implicações morais, tomada de atitudes de carácter bioética.
Isto, leva – nos a compreender, a questão da competência biotecno-cientifica, que está convertendo o Homo sapiens um aprendiz de Homo criador com alguns indícios de Homo demens e cada vez mais Homo economicus.
Por isso, os nossos alunos, não só, professores e a sociedade em geral devem estar informados sobre a questão das inovações tecnológicas, baseadas na genética moderna, suas implicações e da adequada sustentabilidade e comercialização.
Enquanto isso, a regulamentação do acesso aos recursos genéticos vem sendo alterada a nível mundial, fundamentalmente naqueles países onde existe "mega biodiversidade". Neste caso cabe a cooperação efectuar as pesquisas e comercialização desses produtos, através da investigação sustentável da natureza, com retorno à nação de origem.
Em relação a situação acima referida, é indispensável o estabelecimento de leis, que assegurem a evolução científica para que os benefícios promovam a saúde mundial. Para isto, tudo indica que, o pesquisador produzirá sintéticamente substâncias químicas importantes para o ser humano ou estratégias de uso na terapia génica.
E é esta, a missão da moderna biotecnologia, de proporcionar o tratamento e cura de doenças coronárias, câncer e tratamento psiquiátrico, inclusive tratamentos diferenciados para pessoas ou grupos de doentes. Para isso, as manipulações genéticas, requerem um documento que consolide aspectos do género, tendo em vista as novas gerações, os perigos, já que provocam desconfiança, quando não temor na opinião pública.
Atendendo que, as manipulações genéticas são delicadas, deixam reserva no seio dos cientistas, a que inicialmente as consequências são ainda desconhecidas. Mas a preocupação humana é inevitável e as perguntas surgem (Nelson, 2002).
- "Afinal, quem tem o direito de interferir de modo decisivo no futuro de tantas pessoas e organismos"?
"As possíveis respostas a esses tipos de questões são complexas, mas de certo modo seguras: conhecidos os mecanismos genéticos fundamentais, estes são e continuarão a ser cada vez mais estudados e darão origem a um número crescente de manipulações".
De certo é que, a genética e os seus mecanismos serão continuamente estudados, examinados, para que futuramente sejam aplicados, o que implica a elaboração e execução de bons códigos de ética promissores.
- O que fazer para que isto aconteça?
De princípio, seria necessário reconhecer o fracasso, e tendo o que fazer para evitá-lo.
A sociedade precisa de saber que, a pesquisa cientifica choca com obstáculos no seu decurso e que errar é uma particularidade tecnológica.
- Do ponto de vista humano, " o que é a manipulação genética"?
- Com que valores se associa?
- Que normas regulamentam a sua existência?
- Como proteger a saúde humana e a dos animais?
- Como chegará a informação ás pessoas indicadas para o efeito?
Toda esta tarefa é de inteira responsabilidade do código, em proporcionar instruções ao pessoal implicado, devendo ser revisto, de acordo com a dinâmica científica e alterações que se forem registando.
Antecedentes do tema: Na realidade, cada ciência deve contribuir para a resolução dos problemas da vida, fundamentalmente aqueles relacionados com o homem. Os problemas hereditários desempenham um papel importante na genética clínica, nos estudos de doenças genéticas e na interpretação (judicial ou social) de alguns fenómenos biológicos que de algum tempo a esta parte têm estado a preocupar a nossa população pois para além de serem novidade para muitos, criam as vezes sérios conflitos sociais.
Quer isso dizer que o conhecimento dos problemas da Genética, por parte dos professores (em todos os níveis de ensino) pode ser uma das mais úteis e acessíveis ferramentas no processo do ensino aprendizagem. O que Permite ao professor pôr os estudantes a par dos conhecimentos científicos desta matéria que por sua vez é uma das ciências mais importantes na actualidade por servir de Base a Biotecnologia.
Problema de Investigação: Neste domínio, a velocidade com que estão a ser produzidos e utilizados novos conhecimentos é elevada face a capacidade de gestão, e sem segurança biológica. Que reflexo apresentará a perspectiva de introdução de novos conhecimentos na genética ao nível médio?
Objecto de estudo do nosso trabalho: É precisamente a exploração e descrição dos aspectos importantes da genética, ligados a vida prática em Angola, e sua aplicação no ensino dos conteúdos de Biologia.
Objectivos: Atendendo que um dos objectivos do sistema educacional em Angola, é proporcionar as novas gerações conhecimentos científicos sobre as últimas descobertas das ciências biológicas, as experiências educativas, indicam que o uso da Engenharia Genética é indispensável nos diferentes níveis do ensino e de modo particular no Ensino Médio, face a esta realidade, os objectivos deste trabalho são os seguintes:
1- Diagnosticar o grau de conhecimentos dos alunos e professores da 10ª classe referentes aos avanços da Genética nos IMNs Namibe e Huíla.
2 - Avaliar a importância de introdução de novos conteúdos da Genética Moderna.
3 - Elaborar um modelo pedagógico para a 10ª classe Reforma Educativa com novos conteúdos da Genética Moderna.
Campo de acção: Das Ciências Biológicas particularmente no campo da genética mais específico na Técnica de ADN recombinante.
Hipótese: Pela especificidade do conteúdo de Biologia e complexidade da técnica, em relação a realidade existente nos IMNs do Namibe e Lubango, levantamos a seguinte hipótese:
Suponhamos que as experiências didáctico-metodológicas baseadas na Genética Moderna possibilitarão a melhoria da qualidade de ensino da Biologia ao nível do ensino médio e prepararão os estudantes nas exigências actuais do desenvolvimento científico neste campo.
Variáveis do estudo:
Variável Independente: As experiências didáctico-metodológicas baseadas na Genética Moderna como uma das formas ideais de aprendizagem na disciplina de Biologia.
Variável Dependente: A aprendizagem de novos conhecimentos no campo da Genética moderna, melhoraria o processo do ensino-aprendizagem nos IMNs-Namibe e Lubango.
Tarefas: Para este trabalho temos as seguintes tarefas:
1- Recolha de informações.
2-Observações, Inquéritos, Entrevistas, Tratamento de informação, Análise e interpretação, Elaboração do marco teórico.
3- Construção da contribuição da investigação e sua fundamentação.
4- Aplicação de instrumentos, Realização de experimentos, Recolha de informação, Tratamento de informação, Análise e Interpretação dos dados.
Métodos e a metodologia seguida:
Desenho
Para esta investigação o desenho escolhido é o experimental, consignado a aplicação das experiências educativas baseadas na tecnologia do ADN recombinante, tendo em vista um grupo de trabalho. Um grupo experimental, sobre o qual recairá as experiências educativas.
Universo teórico e amostra
Pelas características do programa de Biologia da 10ª classe reforma educativa e incompatibilidade do tempo, o presente estudo, abarcará as 2 Províncias, Namibe e Huíla. Para isso, o nosso universo será constituído por 48 alunos, sendo 30 do Instituto Médio Normal de Educação "Patrice Lumumba"/Namibe e 18 alunos do Instituto Médio Normal de Educação "Comandante Liberdade"/Huíla e 2 professores de Biologia da referida Classe, de cada uma das instituições.
Amostra
A amostra será constituída por dois professores e 44 alunos.
Instrumentos de recolha de dados
Relativamente aos instrumentos, utilizaremos testes (pré-teste e um pós-teste) aos alunos de ambos os grupos, uma entrevista e um questionário aos 2 professores da 10ª Classe, (anexo 2,3 e 4).
Opção metodológica: A nossa investigação terá um design com carácter descritivo explicativo; baseada na recolha de dados (com enfoque descritivo-exploratório) dos inquéritos que serão aplicados.
Segundo a finalidade se utilizou a investigação aplicada; De acordo a profundidade ou
objectivo, a explicativa e não experimental; atendendo ao carácter da medida, a qualitativa; com base no marco em que se realizou a investigação, é de terreno ou campo, ao desenvolver – se nas escolas, em suas aulas.
Enfoques ou Paradigmas:
Se aplicaram os enfoques ou paradigmas: qualitativo, ao realizar a aplicação e interpretação dos resultados da investigação; assim também se aplicou o enfoque ou paradigma crítico-social ou dialéctico, com uma investigação ou acção de carácter participativo, ao realizar a mesma com os professores de Biologia.
Métodos e Técnicas de Investigação Científica
Na Investigação se aplicaram métodos teóricos e empíricos, assim como estatísticos em seus resultados finais, para analisar e interpretar os resultados.
Métodos Teóricos
Análise: Se aplicou ao fazer a pesquisa, buscando todas as fontes disponíveis, com os elementos teóricos necessários a Fundamentação desta investigação, valorizar de forma qualitativa e analisar os resultados que poderiam justificar a proposta que se recomenda, realizando revisões bibliográficas, procurando obter conhecimentos sobre a prática interdisciplinar.
Síntese: Depois de ter obtido os resultados da análise dos elementos teóricos, possibilitou chegar as generalizações e conclusões sobre o conceito de interdisciplinaridade, sua importância nos currículos (que estão fragmentados), contribuindo no processo de ensino-aprendizagem; ou seja fez-se resumos, de diferentes aspectos, sobre o objecto de estudo.
Indução: Ao fazer um estudo sobre a possibilidade de desenvolver a pesquisa, houve busca de bases sobre a interdisciplinaridade, em particular e das especialidades da disciplina de Biologia, para elaborar a partir daí, recomendações sobre o trabalho interdisciplinar, a ser aplicado entre as disciplinas referenciadas objectivando a
obtenção de resultados que possibilitem a melhoria da qualidade do processo docente-educativo, quer dizer se elaborou do particular ao geral.
Dedução: A partir da obtenção dos conhecimentos que foram adquiridos de maneira geral sobre a melhor forma de aplicar a interdisciplinaridade, partindo do geral ao particular, a través de diversos recursos didácticos, procedimentos, os tipos de avaliações, a relação professor-aluno, os conteúdos práticos e teóricos.
Hipotético-Dedutivo: É imprescindível valorizar o problema científico, assim como deduzir a possível resposta ao problema através do cumprimento dos objectivos, comprovando-se assim, a importância da nova proposta, bem como a sua aplicação prática, verificando a veracidade da hipótese. A hipótese formulou-se dedutivamente.
Modelação: Partindo dos conhecimentos obtidos de todo o universo, sendo o que os autores defendem sobre a interdisciplinaridade uma selecção dos melhores estudos, para reformar, efectuar câmbios, na tentativa de adquirir o melhor e assim propor as recomendações necessárias, modelando dessa forma, o novo sobre a interdisciplinaridade.
Métodos Empíricos:
Aplicou-se o método de análise dos documentos, a través dos programas das escolas do Ensino Médio, na 10ª Classe, assim como também aplicaram-se as entrevistas e questionários aos professores e alunos. Método Estatístico: Tivemos a possibilidade de aplicar o método estatístico descritivo, com as percentagens dos resultados dos instrumentos aplicados. Para uma melhor interpretação dos resultados atribuíram-se-lhes valores quanti-qualitativos.
0 Nulo sem resposta |
2 Mau |
3 Regular |
4 Bom |
5 Excelente |
Novidade Científica:
Contribuição Teórica da tese: baseia-se na fundamentação de um desenho que integra novos conteúdos de Genética a serem tratados nos programas de estudo dos alunos do Ensino Médio.
Contribuição Prática: Propõe-se um modelo pedagógico de ensino da Genética na disciplina de Biologia para o maior aproveitamento das aulas práticas consolidando assim o vínculo da teoria com a prática.
Significação Prática: Baseia-se na criação de novos conteúdos teórico-práticos para o aperfeiçoamento do ensino da Genética nos alunos do Ensino Médio.
Introdução do Capitulo.
Para a elaboração deste capítulo, fez-se uma revisão bibliográfica relacionada com os conteúdos de genética os quais serviriam de base para a elaboração de um modelo pedagógico.
1.1. Código Genético
Universalidade do código genético. É universal porque as palavras do código são comuns aos vírus, bactérias, e aos organismos superiores, o que permite obter a leitura (tradução) de um RNAm de hemoglobina por um dos RNAt de E. coli.
Actualmente a nível das mitocôndrías existe um código diferente, em que por exemplo UGA não será " non-sense" e codifica o triptofano. Estes componentes celulares referenciados, não utilizam integralmente o código genético universal, pelas variações apresentadas na utilização do tripletos, atendendo que os DNA não são suficientes para codificarem os RNA necessários, na sequência de regras universais da tradução. Segundo Luís (1998), " em plantas a diferença reside no tripleto CGG por codificar o triptofano em vez da arginina. Neste caso usam AUG-met, enquanto que nos mamíferos e fungos-AUA e UGA-tri (em fungos)" (Scholze, 1981; Roespstorff, 1997; Ramjanek, 2001; Martinez, 2003 e Sousa, 2003).
1.2. Mutações
Mutações são modificações no gene da proteína " é uma modificação do material genético que poderá efectuar diversos níveis da sua estrutura" (Luís, 1998).
Ainda a este respeito ao nível molecular ela vai alterar a estrutura dos genes estruturais e reguladores e por conseguinte, a síntese proteica, consequências biológicas das mutações. Neste sentido, dependem do número de nucleótidos afectados e da posição em que ocorre. Neste contexto, pode ocorrer lesões a nível da molécula do DNA sendo anuladas imediatamente pela célula, todas as perturbações genéticas (Anbio, 2003).
Ex: uma mutação "Non-sense" pode ser corrigida.
a) Por uma segunda mutação ao nível do mesmo tripleto que transforme o codão e pode aparecer no novo codão significativo (reversão) caso o segundo regenere o mesmo codão.
a) Desta maneira pode aparecer um novo codão significativo diferente do que existia antes da primeira mutação.
Engenharia genética: propriamente conhecida por tecnologia do DNA recombinante, compreende um conjunto de técnicas que permitem aos cientistas identificar, isolar e " possibilita extrair do organismo o DNA ou mesmo de uma pequena amostra de osso ou sangue para submetê-la a diversas técnicas de estudo". Por exemplo um segmento do DNA encontrado num osso fóssil pode ser multiplicado milhares de vezes até que se obtenha a quantidade necessária para realizar os exames diversos de identificação da estrutura genética do animal a que pertence. Possibilitando a introdução de genes extraídos em bactérias "induzidas" a produzir substância que antes elas não fabricavam (Beltrán, 1992).
Plasmídios bacterianos - além do DNA cromossómico, a célula bacteriana contém pequenas moléculas celulares denominadas plasmídios, estes plasmídios contêm genes essenciais para a vida da célula já que conferem resistência a antibióticos e permitem a bactéria sobreviver em ambientes sobre efeitos de drogas Manaré (2002).
Tipo de genes existentes em plasmídios
No contexto da biotecnologia agrária, é preciso ter em conta a culturas transigências Segundo ANON¹ (2005), "um organismo ou uma cultura genéticamente modificada, contém um gene artificial inserido, em vez de ser adquirido (por polinização). Deste modo, o gene em causa, chama-se "transgene", podendo ser de origem da outra planta
ou mesmo de outra espécie completamente diferente. Ainda a esse respeito, a planta resultante é denominada " organismo genética mente modificado".
Finalidade das culturas transgénicas: Tradicionalmente, a troca de genes entre duas plantas, produz um híbrido com características desejadas, Isto é, ocorre transferindo o componente masculino (pólen) de uma planta para a parte feminina da outra, um processo comum a indivíduos da mesma espécie ou a espécies muito próximas, o que pode levar tempo. Esta tecnologia de modificação, permite aos agricultores, realizar rápidamente os seus sonhos com a produção de variedades superiores de plantas, acima dos limites de melhoramento vegetal convencional. Neste sentido, em 1994,o tomate (Flaver – Savr), com o amadurecimento retardado, aparece como primeiro produto do campo genéticamente modificado, sobretudo em países industrializados. A partir de então, esta cultura foi – se expandindo mais de vinte vezes a nível mundial, fundamentalmente na Argentina, Austrália, Alemanha, África do Sul, Bulgária, Canadá, China, Espanha, Estados Unidos, França e Ucrânia (James, 2005), (figura 1).
Técnicas usadas na transgêneses: As culturas GMs, são feitas mediante a engenharia genética, com a transferência de genes de interesse comercial de um ser vivo ao outro (genomas vegetais).
Inicialmente, Joaquim (1998), com o emprego de um dispositivo conhecido por "canhão de genes", em que o DNA a ser introduzido na célula vegetal é coberto por pequenas partículas, que em seguida são arremessadas em direcção as células vegetais. Uma parte do DNA, sai e se incorpora ao DNA da planta receptora. O segundo método, utiliza uma bactéria, para inserir os genes de interesse no DNA da planta através de microorganismos.
Fig.1 – Melhoramento tradicional de plantas Anon 3 (2003).
De acordo com o método acima referido, face a "contracepção genética" para plantações GM, especialistas canadenses desenvolveram um método para impedir a disseminação de plantações genéticamente modificadas, permitindo ao agricultor a replantação anual. Desta forma, esta técnica permitirá as plantas modificadas, cruzarem – se com as plantas nativas ou com outras transmitindo assim os traços modificados, excepto aquelas com as quais estão relacionadas. Este método, pressupõe a repressão da letalidade da semente, combinando a linhagem SL, com a linhagem R.
Benefícios das plantas genéticamente modificadas as evidências apresentadas pelos países desenvolvidos, indicam que os GMs, são benéficos, sobretudo no que diz respeito ao ou o maior rendimento das culturas, custos agrícolas reduzidos, maiores lucros para o agricultor e melhoria do meio ambiente (Mausse, 2003; Manuel, 2006 e Morea, 1997).
Segundo Neto, (2001) e ISSA (2005), os riscos das culturas genéticamente modificadas atendendo os dados da International Service for the Acquisition of Agri – Biotech Aplications toda e qualquer nova tecnologia acarreta riscos tais como:
- O perigo de introdução de alergenos e outros factores anti – nutricionais em alimentos.
- A fuga de transgenes as culturas e a sua possibilidade de hibridação em espécies silvestres.
- A transferência de genes resistentes a antibióticos, desde culturas transgénicas aos animais incluindo o próprio Homem.
- Efeito inibitório das pragas, contra as toxinas produzidas por culturas genéticamente modificadas.
- Afectações dessas toxinas, as outras pragas ou organismos não alvos.
Ainda a esse respeito, o tema " plantas genéticamente modificadas" é polémico, principalmente nos países desenvolvidos do Hemisfério Norte, enquanto que os do Sul, estão propensos em beneficiar – se de uma outra tecnologia, capaz de aumentar e diminuir os custos e incrementar a qualidade. Neste sentido, estas culturas, são bem vindas em países onde a fome e a miséria assolam as populações, não como uma necessidade básica, mas sim para a diminuição da desnutrição, tendo em vista as seguintes limitações (Oramas, 1979; Pedroso, 2003; Pareja, 1997 e Lages, 2005).
- Preços exorbitantes.
- Falta capacidade científica requerida para a avaliação da biossegurança.
- Escassez de maturidade económica na avaliação do valor e capacidade reguladora (sistema legislativo).
Isto tudo, requer uma implementação de sistemas legais e normas de segurança, para reforçarem ou punirem as possíveis transgressões das referidas normas.
Deste modo, atendendo ao que nos reporta o Anon¹ (2005), existe riscos inevitáveis que nem são causados pela tecnologia em causa. O problema fundamental, reside no aumento das barreiras económicas entre as potências tecnológicas e os usuários da tecnologia. Mas situações promissoras, asseguram a possibilidade de administração e manejo de tecnologias em desenvolvimento, ajustáveis às necessidades das nações pobres, com a incorporação de medidas que permitam aos países pobres o acesso à novas tecnologias (Filho, 2002 e Frings, 1999).
Por exemplo: os EUA, investiram fortemente na área agrícola, mas com a maior parte de patentes locais. Enquanto isso, Brasil sem poder competitivo, está no centro da disputa dos dois blocos, com uma agricultura subsidiada. Não obstante, o fundo da questão é político, tecnológico e sobretudo mercantilista. Actualmente, isto tudo, vem sendo preocupação da comunidade científica bem como, das nações directa ou indirectamente envolvidas.
Neste âmbito Oda (2005), "acredita que a tecnologia assusta, porque manipula o que sempre foi considerado a essência da vida, a molécula do DNA, e defende a elaboração de um Código de Ética de Manipulações Genéticas para orientar o trabalho dos pesquisadores, dentro de um padrão moral. (…), o desenvolvimento científico e
tecnológico não pode colocar em risco o Homem e o meio ambiente". Ainda a esse respeito Oda (2005), sublinhou:
(…), " do que discordo em toda essa história da polémica sobre a tecnologia dos transgénicos é o descredenciamento dos cientistas".
Face a esta incerteza toda, diante das culturas GMs, é claro que o potencial tecnológico cria variedades comerciais importantes, abrindo o mundo a preocupações e a conceitos válidos. A base da solução destas questões, reside na fundamentação científica.
Para isso dada a importância destes alimentos, a biotecnologia agrícola, é uma oportunidade para produzir mais em pequena extensão de terra. Do mesmo modo, a biotecnologia agrícola, oferece uma alimentação mais rica e mais saudável, com elevado índice de vitaminas e baixo teor de gorduras saturadas e é o que interessa a todos.
Ainda a esse respeito, urge a necessidade de ressaltar o papel da vacina recombinante GAVAC, neste sector Agrícola, bastante económica no uso de químicos e de recursos. É uma vacina inofensiva ao ambiente, o que contribui fundamentalmente na saúde do entorno. Este bioproduto de carácter bionematocida é um produto de Segunda Geração biotecnológica, com um impacto total sobre os cultivos, sem o uso de substâncias químicas permitindo o desenvolvimento de culturas saudáveis ao mesmo tempo que se vai restaurando o equilíbrio do meio. Tanto esta vacina, bem como outros produtos foram levados em consideração para a divulgação e popularização da biotecnologia, de forma a que as sociedades conhecedoras destes, possam desenhar um trabalho que lhes possibilite a apropriação dos conhecimentos e fundamentos básicos da biotecnologia presentes em produtos que lhes são familiares (Anon 4, 2004).
Outro invento biotecnológico de Segunda Geração, está representado pela vacina anti – meningite B, como produto comercial de maior êxito na Biotecnologia Cubana. A Engenharia genética, como ferramenta de trabalho na obtenção de produtos, tornou possível a abordagem da Biotecnologia de Terceira Geração. Por outro lado, a estreptokinasa recombinante salva entre 300 a 400 vidas por ano. Outro produto de alta qualidade e procura está representado pelo factor de Crescimento epidérmico já mencionado e o factor de Crescimento epidérmico recombinante EGF, usado nas unidades de queimaduras. A seguir apresentamos resumidamente a base material da evolução biotecnológica Figura 2 e as etapas evolutivas que a caracteriza Figura 3.
Processo Biotecnológico
Fig.2 – Base material da evolução Biotecnológica. Martinez, Sónia N. e Espinosa, Ângela S. (2003).
Evolução da Biotecnologia
Fig. 3 - Etapas evolutivas da Biotecnologia. Martinez, Sónia N. e Espinosa, Ângela S. (2003).
O aumento da densidade populacional, exige uma produção de alimentos de origem animal (leite, carne, ovos) deste modo a reprodução no gado Bovino não satisfaz as exigências do mercado local implicando recursos a rede comercial regional e ao sector familiar nacional em reduzida escala. Segundo Mausse (2003), «é de esperar que a crescente expansão da demanda pelo produto de origem animal, venha ter um impacto tecnológico estrutural no sector pecuário, para satisfação das necessidades cada vez mais crescentes» (Gallardo, 2005).
Neste sentido, é preciso que se conheça algumas técnicas comummente usadas:
Biologia reprodutiva: Tem a missão de aumentar a eficiência reprodutiva e os níveis de melhoramento genético animal, com vista a melhoria do abastecimento de produto de origem animal. Outra vantagem da técnica, consiste na capacidade de expansão, multiplicação transporte do material genético e sua conservação.
Inseminação Artificial (IA)
Com impacto positivo há anos, em programas de melhoramento reprodutivo em vacas, ovinos, caprinos, suínos, aves e outras espécies; (na base da selecção de machos para a colheita do sémen).
Vantagens:
- Disseminação do material genético animal pelo mundo.
-Transferência de Embriões. Com o uso da super ovulação e transferência embrionária em mamíferos. Direcção básica: acelerar progressivamente na selecção e conservação da diversidade do material genético produto da intensificação da crioconservação de genomas diploides. Não obstante, as demais potencialidades benéficas de transferência embrionárias, a sua aplicação é amplamente limitada aos países em vias de desenvolvimento (Vega, 1984; Uzunian, 2001e Vieira 2004).
Para Gomes (2002) este processo, é uma das bases tecnológicas para a aplicação de biotecnologias reprodutivas avançadas, como, a colheita de ovócitos, maturação e fertilização in vitro, determinação de sexo embrionário, clonagem de embriões transgênicos e outras.
Determinação do Sexo embrionário: Esta tecnologia, permite uma rápida propagação de espécies de raças e géneros desejados com características específicas, no cumprimento do programa de melhoramento genético com impacto bastante positivo na reprodução e repovoamento animal (Towrisend, 1999 e Vieneman, 2003).
Clonagem
Sendo uma tecnologia de elevado custo, persegue o aumento da multiplicidade de raças de alto valor genético, em relação ao ciclo normal a diferença da fertilização e maturação in vitro como fontes de um número limitado de embriões a abaixo custo. Procedimentos, dissecção limitada de embriões (embrião genéticamente idênticos); introdução de uma célula somática (célula de leite, sangue, pele etc.).
Biotecnologia molecular
Desta maneira, a produção animal e conservação da saúde, o que implica tecnologia baseada em procedimentos de ADN. Tecnologia de ADN e saúde animal. As doenças são determinantes na redução da produtividade do gado. O uso da biotecnologia do ADN na saúde animal pode ser um dos factores da redução e controlo de doença animais, concorrendo desta forma no aumento de produção e comércio de gado. Diagnóstico: Apoia-se em, testes biotecnológicos que possibilitam a identificação de agentes causadores de doença e o monitoramento de impacto do programa ao nível de precisão do diagnóstico anteriormente impossíveis de realizar. Por ex.: a análise do ADN do vírus da diarreia viral de bovinos (BVDV), como composto de dois genótipos (BVDV1 e BVDV2). Ainda a esse respeito, este último tem sido o causador de doenças hemorrágicas e fatais, enquanto diagnóstico para a distinção entre ambos, está em estudo.
Tecnologia do DNA na Reprodução Animal
Neste contexto, a enorme diversidade de características animais de interesse para a agricultura e alimentação, são resultantes da interacção de vários genes com o meio ambiente. Desta maneira, as técnicas do DNA, oferecem maior possibilidade para um sistema avançado de produção animal de maior produtividade e sustentabilidade, sobretudo na variação genética animal. Em relação a extinção bovina, esforços se estão evidenciando para impedir tal fenómeno, considerando que os animais não podem ser reformados a partir só do ADN, a conservação do genoma animal pode ser indispensável.
A Biotecnologia em Aquacultura
Com maior incidência no aumento do nível de crescimento, resistência a doenças e na da tolerância a agressividade do meio ambiente. Das tecnologias específicas, apresentamos as seguintes: engenharia genética, direcção básica:
- Manipulação correcta e objectiva de genes.
- Transferência de genes entre diferentes espécies.
Desta forma, envolve genes de (Peixes) responsáveis pela produção de hormonas, contribuindo no aumento considerável do crescimento de carpas, salmão e outros. Tecnologias de transferência, estão actualmente em estudo e desenvolvimento. Segundo Mausse (2003) ", ainda não existem plantas aquáticas trasgénicas ou animais, disponíveis para o consumo " Anon 5 (2001).
Crio – conservação
Finalidade: Preservação de gâmetas a curto e longo prazo. Neste sentido, segundo Mausse (2003) " actualmente as técnicas de conservação a baixas temperaturas só se usam em gâmetas masculinos, enquanto que os ovocitos e embriões não gozam deste método. Neste âmbito a baixa temperatura oferece uma flexibilidade a espécie reprodutora na fase reprodutora, com relação a duração da época migratória respeito ao hábitat entre ambas, fundamentalmente para as espécies em extinção.
Sanidade
Para o efeito, se está usando biotecnologias genéticas, com vista ao melhoramento da saúde dos peixes, mediante a selecção convencional "na resistência a doenças, utilizando também investigações moleculares das suas patogenias para a análise do diagnóstico. Ultimamente as tecnologias do ADN estão reservadas a caracterização de espécies e estirpes patogénicos". Com relação a situação anterior, vacinas estão sendo preparadas para a identificação e manipulação genética, com fins produtores de toxinas contra agentes patogénicos, graças as técnicas da biologia molecular.
Saúde animal
Segundo Carmelo (2005), "quando juntamos dois animais para a reprodução, sendo estes da mesma espécie (e sexos opostos), estamos procedendo com o acasalamento". Neste sentido, a diferença de duas raças, o fenómeno é conhecido por cruzamento e os seus descendentes são denominados mestiços. O mecanismo contínuo de reprodução é chamado de mestiçagem. Deste modo, apareando uma égua (Equus caballus) com um burro, – espécies diferentes a nova geração é denominada híbrido (muar ou mu) e que perde o seu carácter prolífico e não mais fecundos entre si, como o burro e a mula (Carmelo, 2005).
No entanto, um híbrido do ponto de vista genético, é o produto de acasalamento, de indivíduos genéticamente diferentes, independentemente de conceitos zoológicos ou zootécnicos. Neste caso, antes do cruzamento, é importante considerarmos um fenómeno biológico, com que está relacionado, a heterose, também chamado híbrido ou luxuriancia. Esse fenómeno, foi estudado pela primeira vez por Kolreuter, em plantas, no séc. XVIII, não obstante outras contribuições vantajosas de hibridismo, conhecidas tanto em plantas bem como em animais serem remotas.
A heterose é mais intensa quando mais diferentes forem as linhagens e mais puras para essas diferenças. Por isso, na heterose, a consanguinidade dentro de cada linhagem, é mais significativa ao cruzar linhas diversas do que as de origem comum.
Consanguinidade, Segundo Carmelo (2005), "é o acasalamento entre indivíduos de famílias afins, tal é o caso de um pai com a filha, avô com neta, tio com sobrinha e por isso nomeada em graus, como primeiro, segundo ou terceiro de consanguinidade". Em geral, todo e qualquer método é vantajoso e desvantajoso, o que constitui uma das limitações, que ao aplicá – lo indefinidamente, tornaria – se um adversário da selecção, já que em vez do aprimoramento, estimularia a degenerescência racial.
- As formas de manifestação da heterose, variam atendendo ao carácter que se persegue, das quais citamos as seguintes:
- Maior ganho de peso.
- Maior resistência a doenças.
- Elevado índice de produção, entre outras.
Deste modo, quando os resultados são negativos, a heterose é denominada negativa, com menor resistência a certas doenças específicas, menor fertilidade (inclusive a fertilidade). Em relação a este aspecto, Carmelo (2005) sublinhou que "convém lembrar porém, que muitos autores, não aceitam a expressão heterose negativa, uma vez que a heterose, por definição, significa aumento do vigor geral
Zootecnia
É a ciência que estuda os assuntos ligados a criação e aperfeiçoamento das raças de animais domésticos, em que os fenómenos da heterose são usados para fins económicos dessa exploração.
Causas da esterilidade em animais híbridos
O mecanismo anteriormente assinalado, tem um carácter cromossómico (precisamente na meiose). Por outro lado, pela concentração de genes dominantes, isto é, cada raça ou espécie, possui numerosos genes para o vigor, alguns estando em linkage com os recessivos. Enquanto isso, cada linhagem deve ser homozigótica para vários genes, diferentes desde uma raça, espécie, à outra. Desta forma, ao cruzarem – se duas delas, os descendentes adquirem maior concentração de genes dominantes do que qualquer outra linha inicial e o vigor é mais intenso.
Resta – nos assinalar hipotéticamente, a sobre dominância, que isoladamente, é aquela em que o heterozigoto para um par de genes *A – a* é melhor (fenótipo mais intenso) do que qualquer homozigoto (AA ou aa). Tudo isso, actualmente é usado na criação de cães, cuja respectiva ciência é conhecida por Cinologia ou Cinocultura, responsável pela existência de mais de 300 raças de cães existentes no mundo. Portanto, a obtenção de uma mestiçagem, a partir de uma raça pura com a outra, exige cuidados específicos, de forma a evitar danos em vez do melhoramento animal.
Estas são as principais empregues na tecnologia do DNA recombinante, cujo efeito, fragmenta a molécula do DNA em pontos específicos, sendo assim consideradas "tesouras moleculares".
Modo de actuação
Atendendo que é altamente específico, contém um RNA nos locais onde existem certas sequências de bases nitrogenadas e são bastante numerosas.
Sistemas naturais de protecção
Segundo os cientistas, são mecanismos de protecção de bactérias contra ataques virais e com estruturas adaptativas adquiridas durante a evolução.
Enzimas de restrição e manipulação do DNA
Actualmente podem ser purificadas e isoladas das bactérias desta maneira, são produzidas e vendidas por diversas indústrias e ainda empregues em laboratórios de genética molecular em todo mundo.
Sendo ambicioso e de carácter internacional, tem por objectivo determinar a sequência de bases, de todos os genes humanos, tendo em conta o papel das enzimas de restrição.
Análises criminalística o padrão do DNA originado pela acção destas enzimas, conforma um dos métodos mais seguros para a identificação das pessoas, sendo amplamente utilizado em investigações policiais.
Clonagem molecular e sua finalidade
Em relação a este aspecto, uma bactéria ao dividir – se, distribui o seu material hereditário às células filhas, enquanto que o plasmídio se duplica antes da divisão. Neste caso, a colónia procedente da bactéria, denomina – se clone. Desta forma, a ausência de uma mutação, o clone aparece formado por indivíduos genéticamente idênticos com relação aos cromossomas e aos plasmídios.
Face a esta situação, incorpora ao plasmídio ou ao DNA viral, o segmento do DNA que se deseja estudar. O resultado obtido, é inserido numa bactéria que originará imediatamente um clone com Milhões de cópias do segmento do DNA requerido. Este processo, é o primeiro passo para o estudo de um gene, já que se precisa de um maior número de cópias do segmento em estudo, preparando – o assim, para análises exaustivas imprescindíveis na determinação da sua estrutura.
Aplicações da clonagem molecular
Multiplicação do gene para o estudo da sequência de bases e a dos aminoácidos, determinação do tipo de célula em estudo e identificação de factores que incidem sobre ela comparação de genes de indivíduos diferentes, para a representação das alterações produzidas ao longo da evolução faz-se o estudo directo dos genes, seus produtos e efeitos indirectos manifestados no fenótipo.
O inicio do século XX, foi marcado pela origem de novas metodologias de investigação, que serviram de apoio a novas descobertas das ciências biológicas, a causa da descoberta de um grupo de especialidades, que conformam as novas tendências das investigações biológicas. Dentro das quais se indicam algumas tais como, a genética bioquímica, a citogenética, a virologia, a histopatologia e a biologia molecular.
" A técnica, como praxis, configura a relação instrumental da pessoa humana com o mundo " (Lukamba, 200l).
Há milénios, o Homem, desenvolveu meios para aumentar a capacidade do sistema nervoso central, as forças muscular e mental, abarcando o pensamento quantificável e de carácter redutível à formulação.
A técnica de hibridação era conhecida desde o século XVI e aplicada pelos agricultores na selecção de plantas com alto rendimento e maior resistência a pragas e doenças.
Cumprindo-se o mesmo com as espécies animais domésticos, pela produção de carne, leite e outros produtos ou fins de transporte, trabalhos agrícolas, etc.
Apenas no século XIX, o monge austríaco Mendel estabeleceu a base para a moderna biotecnologia, ao demonstrar que a transmissão, de algumas características de geração em geração nas plantas seguia um padrão estatístico, indicando a presença de entidades hereditárias chamadas genes.
Não obstante, a relação entre estes últimos e o ácido nucleíco (DNA) foi estabelecida em meados do século XX, quando Watson e Crick descobriram que o DNA é o responsável pelo desenvolvimento e crescimento de todos seres vivos.
Esta descoberta possibilitou a transferência de genes ou segmentos de DNA, de um organismo ao outro, precisamente, na década 80, com o aprimoramento da tecnologia do DNA recombinante, permitindo a obtenção de fragmentos específicos da molécula e sua inserção em determinadas zonas do genoma.
A partir desta técnica obtiveram-se os primeiros OGMs (organismos genéticamente modificados), plantas, animais e microorganismos que tinham sido introduzidos ou movidos trechos de DNA.
Actualmente, segundo Vieira (2004), esta e outras técnicas, também capazes de eliminar, inserir e transferir genes, permitem a construção de diversos tipos de organismos com o genoma modificado, em bactérias e animais capazes de produzir algumas proteínas essenciais na saúde humana (como a insulina) e hormónios de crescimento, camundongos e outros animais de laboratório destinados a pesquisas de varia ordem e plantas resistentes à pragas e doenças, tolerância à factores abióticos (seca, frio, salinidade, …), maiores teores de aminoácidos essenciais, de Vitaminas e de compostos de acção farmacológica, independentemente da variação no sabor, aspectos físicos e químicos dos alimentos.
Deste modo, o desenvolvimento contínuo da Biotecnologia impulsionou uma verdadeira revolução biológica impondo novas formas de pensar, dando origem a novos valores, ainda não assimilados totalmente.
Neste domínio, a velocidade com que estão a ser produzidos e utilizados novos conhecimentos é elevada face a capacidade de gestão, e sem segurança biológica, que reflexo apresentará a perspectiva de introdução de novos conhecimentos na genética ao nível médio?
O inicio do século XX, foi marcado pela origem de novas metodologias de investigação, que serviram de apoio a novas descobertas das ciências biológicas, a causa da descoberta de um grupo de especialidades, que conformam as novas tendências das investigações biológicas. Dentro das quais se indicam algumas tais como, a genética bioquímica, a citogenética, a virologia, a histopatologia e a biologia molecular.
Conclusões do Capítulo
Toda a bibliografia consultada por nós permite-nos afirmar, que existem todos os conhecimentos básicos e fundamentais para a introdução dos novos conhecimentos na genética ao nível médio.
2.2 - Solução do Problema
Introdução do Capitulo
Atendendo a complexidade e desenvolvimento das ciências biológicas face ao ritmo social actual, o nosso dever é mantermo-nos suficientemente informados com vista ao cumprimento da tarefa sensibilizadora das novas gerações para a importância da disciplina. Desta forma, contribuiremos no desenvolvimento das capacidades de compreensão e aplicação dos efeitos possíveis do conhecimento técnico científico.
Porém, é necessário e indispensável efectuar sempre um estudo do conteúdo programático, de qualquer disciplina em cada classe e ciclo, aspecto importante na organização e estruturação sistemática do conhecimento científico. No entanto, as experiências instrutivas e educacionais indicam que nenhum programa é melhor que o outro, nem muito menos o novo pode substituir o anterior (antigo). A causa da sistematicidade e complementaridade dos conhecimentos científicos, exige uma responsabilidade de busca de aspectos positivos num programa antecedente que completem o reflexo científico do programa recente. Para isso a seguir apresentamos uma proposta de modificação do documento em análise.
2.2.1- Proposta de modificação ao programa de Biologia-Reforma Educativa
Formação de professores do 1º Ciclo do Ensino Secundário 10ª Classe IMN – Formação Profissional
O nosso documento em estudo, o Programa da 10ª Classe Reforma Educativa, como obra oficial do Ministério da Educação expressa os seguintes objectivos, conforme indica o nosso anexo nº1. Efectuada a nossa análise, consideramos que tantos os Objectivos Gerais da Disciplina bem como os da Biologia nesta Classe, são muitos. Desta forma, não servem de guia ao professor nem ao aluno. Neste caso, a respectiva determinação deve ser mais abrangente, por essa razão propomos os seguintes:
Objectivos Gerais da Disciplina
1. Valorizar a pesquisa biológica a partir dos resultados experimentais de acordo com a interdisciplinaridade.
2. Reconhecer a necessidade da aplicação prática dos conteúdos biológicos e a defesa do meio ambiente.
3. Explicar a origem dos seres vivos na Terra e o papel da classificação biológica.
Objectivos Gerais da Formação de Professores
Os objectivos gerais da formação dos professores são:
a) Formar professores com perfil necessário à materialização integral dos objectivos
gerais da educação; Concordamos
b) Formar professores com sólidos conhecimentos científico-técnicos e uma profunda
consciência patriótica de modo a que assumam com responsabilidade a tarefa de
instruir e educar.
dos agentes da educação.
Objectivos Gerais da Biologia na 10ª Classe
1. Relacionar a formação da Terra e dos restantes componentes do sistema solar com a Atmosfera actual.
2. Explicar a evolução do mundo orgânico e sua unidade material.
3. Identificar as características estruturais dos seres vivos, seus componentes químicos e a sua organização celular mediante o uso do microscópio.
Conteúdos temáticos
Tema 1 – A Terra primitiva e a origem da vida
1 - A Atmosfera primitiva
1.1 - A Formação daTerra
1.2 A Formação do Universo
1.2.1 Formação do Sistema Solar-Hipótese Mebular
1.2. 2 A Terra no Universo
1.2.3 Ambiente pré-biótico na Terra primitiva
2 – Hipóteses sobre a origem da vida na Terra
2.1 Hipótese Cosmozóica
2.2 Hipótese autotrófica e hipótese heterotrófica
2.3 Modelo de Oparin/ Haldane
2.4 Polimerização
2.4.1 Síntese abiótica de moléculas orgânicas
2.4.2 Evolução dos compostos orgânicos
2.4.3 Agregados pré – celulares
2.4.4 Primeiras formas celulares
2.5 Novas perspectivas sobre a origem da vida na Terra
2.5.1 Seminário Nº1 – Perspectivas sobre a origem da vida na Terra
Tema 2 – Organização celular – Concordamos
5.Células Procariota e Eucariota, aspectos comparativos
Tema 3 – Coordenação e divisão celular
1. Divisão celular
1.1 Estrutura do cromossoma
1.2 Replicação do ADN
1.3 Ciclo celular
1.3.1 Interfase
1.3.2 Fase meiótica
1.2.2.1 Citocinese
1.2.2.2 Divisão da célula em animais e plantas – principais diferenças
1.2.2.3 Importância biológica da mitose
2. Fase meiótica
2.1Interfase
2.2 Fases meiótica
2.2.1 ProfaseI
2.2.2 ProfaseII
2.2.3 Citocinese
2.2.4 Variação do material hereditário
2.2.5 Importância biológica da meiose
3. Herança e variação
3.1 Ácidos nucleícos
3.1. 1 Estrutura molecular do DNA
3.1.2 Gene
3.13. Estrutura do ARN
3.1.3.1 Actividade prática sobre a obtenção "caseira" do ADN
3.1.4 Importância biológica do ADN
3.2 Transcrição e tradução
3.2.1 Síntese proteica
3.2.2 Mecanismos da síntese proteica
3. 3 Código Genético
3.3.1 Características do código genético
3.3.2 Exercícios de Aplicação do código genético
4. Subtema 3 – Importância dos novos conhecimentos genéticos na vida do Homem
4.1 Importância na Agricultura
4.1.2 Na Pecuária
4.1.3 Na Indústria farmacêutica
4.3.4 Na vida humana
- Saúde
- Economia
- Ambiental
- Vantagens e Desvantagens
Seminário nº: Impacto Económico, Social e político.
Tema 4 – Os sistemas vivos e energia
1.1 Significado biológico das enzimas – Concordamos
1.2 Propriedade das enzimas
1.3 Estrutura e função das enzimas
1.4 Modelo da interacção Enzima-substrato – Concordamos
1.5 Factores que afectam a velocidade das enzimas – Concordamos
1.6 Inibição enzimática – Concordamos
2. Processos de Obtenção de energia
2.1 Fotossíntese.
2.1.1 Pigmentos fotossintéticos
2.1.2 Captação de energia luminosa
2.1.3 Produção de ATP
2.2 Mecanismos da fotossíntese
2.2.1 Reacções dependentes da luz
2.2.2 Reacções não dependentes da luz
2.3 Quimiossíntese
2.2.1 Fermentação alcoólica e fermentação láctica
2.3 Respiração aeróbia
2.3.1 Glicólise
2.3.2 Degradação do ácido pirúvico
2.3.3 Formação do Acetil COA
2.3.4 Ciclo de Krebs
2.3.5 Transporte de electrões e fosforilação oxidativa.
Conclusões
Sugestões Metodológicas
Consideramos que para o aluno não existe um tempo certo para a aprendizagem nem uma data préviamente marcada. Ele aprende todo o tempo, na sala e fora desta. Neste caso, só aprende quando o conteúdo é significativo para ele, envolvendo – se mediante a razão e emoção no processo de reprodução e criação do conhecimento.
Para isso, é necessário ensinar a aprender, a estudar (uma relação directa e pessoal com a aquisição do saber). Neste caso, levando o aluno a participar, constrói pouco a pouco o conhecimento e dessa forma, vai fazendo o seu papel na sociedade pela interacção colectiva com vista a formação de juízos auto valorativos do seu comportamento. O que quer dizer que o aluno, pela sua participação activa, passa de uma experiência fragmentada à uma visão mais unificada e organizada. Atendendo ao exposto anteriormente sugerimos uma diversificação de metodologias para a realização exitosa da nossa actividade em sala de aulas:
Pesquisa e Trabalhos individuais: A partir de temas organizadores dos conteúdos programados de acordo com o seu impacto na sociedade. Com o propósito de sistematizar e aprofundar os conhecimentos.
Trabalhos de campo e na parcela escolar: Através de um tema centrado no conteúdo em análise ou negociado entre professor e alunos. Pressupõe o levantamento de situações problemáticas, recolha de informação e tratamento em forma de relatórios.
Visitas de estudo (a centros hospitalares, locais de impacto económico, social e de trocas de experiências escolares ou interescolares). Exige um registo de dados, anotações e um documento síntese para apresentar e defender as reflexões em torno dos apontamentos e registos.
Trabalho de laboratório e teórico-prático: A actividade experimental e de aplicação prática, permite ao aluno construir e aplicar o conhecimento, manipulando o material de laboratório e objectos naturais.
Construir e interpretar tabelas, gráficos diagramas e esquemas: São elementos sintéticos que podem facilitar a aprendizagem científica e desenvolver a capacidade de resolução de problemas.
Pesquisa bibliográfica e via Internet: Constitui um meio excelente de investigação e aprofundamento dos conhecimentos, recorrendo à fontes diversas.
Debates: Devem ser promovidos em pequenos grupos, para despertar o interesse dos alunos pelo estudo e desenvolver a participação da turma.
Sublinhamos que, estas sugestões devem ser utilizadas em correspondência com a forma de organização do processo docente-educativo em cada temática, atendendo as suas exigências e o seu respectivo grau de complexidade.
Avaliação
Tabela 1 – Modalidades de Avaliação
Avaliação |
Função pedagógica |
Momentos de utilização |
Instrumentos |
Avaliação diagnóstica |
Identificação de recursos e das necessidades dos alunos |
Início e fim de uma aprendizagem, ciclo, ano |
Entrevista individual ou colectiva, Provas Seminários Observações |
Avaliação Formativa |
Recolha de informações Regulação pedagógica Análise e interpretação dos erros Retroalimentação |
Durante a aprendizagem Acompanhamento das aprendizagens |
Observação Entrevista Provas Análise dos erros Autoavaliação |
Avaliação sumativa |
Constatação do afastamento em relação a norma |
Fim da aprendizagem |
Prova individual em tempo limitado |
- Objectivos da avaliação
Devem ser avaliados os seguintes aspectos:
Domínio das leis teorias e princípios
Grau de compreensão e assimilação dos fenómenos abordados
Capacidade de aplicar os conhecimentos adquiridos – Concordamos
Capacidade de manusear os aparelhos e utensílios de laboratório
Capacidade de análise e interpretação dos fenómenos observados
Capacidade de observação identificação, descrição, comparação, caracterização valorização e reconhecimento
- Instrumentos de Avaliação
Dever-se-á usar diversos instrumentos, tais como: testes escritos, ensaios experimentais, trabalhos e pesquisas individuais e ou de grupo, exposições, diálogo com o aluno e debates.
Normas elementares a ter em conta durante a prática de Laboratório:
Algumas normas elementares a ter em conta durante a prática de laboratório
1. Antes de efectuar a prática, deve ler atentamente todas as orientações constantes na guia, para que tenha uma ideia clara sobre o trabalho que irás efectuar.
2. Ter o cuidado de anotar sempre os resultados de cada passo da técnica, para que te ajudem a elaborar o relatório final.
3. Manter a ordem e a limpeza em cada posto durante todas as experiências de Laboratório, até ao fim (incluindo a higiene dos materiais usados).
4. Em necessidade do uso de um composto, revise sempre a etiqueta e o rótulo, para melhor segurança (não só pela escolha certa, mais também como prevenção de riscos do seu uso.
5. É expressamente proibido a devolução de frascos de sobras de produto utilizados sem a prévia autorização do professor.
6. Não tocar com a mão, nem com a boca os produtos químicos.
7. Manejar cuidadosamente os equipamentos delicados, tais como: microscópio e lupa para evitar golpes e forçar os seus mecanismos .
8. Os produtos inflamáveis (gases, álcool, éter, etc.) deverão manter-se longe das chamas e lamparinas.
Se for necessário aquecer os tubos de ensaio, é preferível usar o banho-maria, e não directamente a chama. O uso da lamparina a gás se for indispensável, então tenha cuidado de fechar as chaves de passagem ao apagar a chama.
9. Recorde-se que o manejo de produtos corrosivos (ácidos, álcalis, etc.) deverá ser feita com cautela, evitando que salpiquem o corpo e as roupas. Não os verta bruscamente nos tubos de ensaio, senão faça escorrê-los pelas paredes dos tubos de ensaio.
10. Ao diluir um ácido, não deite água por cima deste, senão, pelo contrário, o ácido por cima da água.
11. Ao verter-se um produto líquido, deve manter inclinado o frasco que o contém, de forma que a etiqueta se mantenha na posição anterior para evitar que o líquido ao escorrer molhe a etiqueta e por conseguinte não se deteriore o suporte.
12. Nunca pipeteie com a boca, use a bomba manual, uma seringa ou um outro material específico existente no centro.
13. Segurar as pipetas de forma que o dedo indicador tape a abertura anterior para regular a caída do líquido.
14. Ao envasar o líquido com uma determinada divisão de escala graduada, deve-se evitar o erro de paralaxe levantando o recipiente graduado a altura dos olhos para que à vista o envase seja horizontal.
15. Durante o aquecimento dos tubos de ensaio com o líquido, deve-se evitar a ebulição violenta pelo perigo de salpicaduras. Acerque o tubo de ensaio inclinado à chama procurando que esta actue sobre a metade superior do conteúdo e ao observar que a ebulição inicia rápidamente retire e acerque-o novamente pouco a pouco alguns segundos.
Retire-o novamente ao manifestar-se a ebulição, efectuando assim, um aquecimento intermitente. Evite ao mesmo tempo direccionar a boca do tubo até a cara ou até aos colegas.
16. Não esfrie bruscamente qualquer material de vidro, depois do aquecimento para impedir possíveis rupturas.
17. Os cobre objectos e porta objectos devem segurar-se pelos bordes para que não se engordurem.
Recursos didácticos para a Biologia
Guia da aula prática Nº--
Tema 3 – Coordenação e divisão celular
Sub tema 3 – Importância dos novos conhecimentos genéticos
Laboratório Nº--
Sumário: Extracção "caseira" do ADN de uma amostra vegetal
Objectivo: Identificar o ADN, mediante a observação e comparação dos resultados das amostras usadas.
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