No período inicial da lactação a vaca chega ao máximo de sua produção, apesar de não conseguir ingerir quantidade suficiente de alimento, mobilizando reservas corporais. Busca-se com este trabalho, abordar os principais metabólicos sanguíneos e sua interação com o balanço energético, estatus protéico e o metabolismo hepático, de vacas leiteiras no pós-parto. O perfil metabólico permite, através de análises sanguíneas, verificar o grau de adequação dos animais as principais vias metabólicas. O exame de perfil metabólico inclui variáveis para avaliar o balanço energético, o estatus protéico e atividade hepática. O escore de condição corporal é uma maneira subjetiva de se avaliar as reservas energéticas da vaca. Os corpos cetônicos são compostos primários formados do metabolismo das gorduras e do butirato, são produzidos na mobilização de reservas de gordura, sendo convertidos no fígado em acetoacetato e depois em ÃY-hidroxibutirato, os quais são usados como fontes de energia na ausência de glicídios e lipídeos nos ruminantes. A uréia é um produto da excreção do metabolismo do nitrogênio e revela informações sobre a atividade metabólica protéica do animal, estando relacionada diretamente com o aporte protéico da ração, bem como com relação energia:proteína. A albumina por sua vez demonstra o estatus protéico do animal em longo prazo. O colesterol é precursor dos ácidos biliares e dos hormônios esteróides, indicando o total de lipidios no plasma. As proteínas sangüíneas são sintetizadas principalmente pelo fígado, sendo que sua taxa de síntese está diretamente relacionada com o estado nutricional do animal. Alterações na atividade sérica de AST podem estar associadas a alterações na função hepática devido a infiltração gordurosa do fígado em vacas leiteiras. Concluindo-se que o perfil metabólico e uma ferramenta indispensável para o manejo nutricional dos animais.
Palavras-chave: Balanço energético, bovinos, lactação, metabólitos sanguíneos, status protéico
Nos rebanhos leiteiros de alta produção é importante obter um correto balanço nutricional, especialmente nos períodos de maiores requerimentos, que correspondem ao início da lactação. Segundo Wittwer (2000), neste período a vaca chega ao máximo de sua produção, embora não consiga ingerir quantidade suficiente de alimento, mobilizando parte de suas reservas corporais para preencher os elevados requerimentos metabólicos de nutrientes. Aliado a isso, ocorre também a época de reprodução, fato importante a considerar, uma vez que o aumento das demandas metabólicas em nutrientes reduz a fertilidade das vacas e, com isso a meta de se obter uma cria ao ano.
Os metabólitos sanguíneos têm sido utilizados principalmente como auxiliares no diagnóstico clínico. O termo perfil metabólico (PM), designado por Payne et al. (1970), que se refere ao estudo de componentes hemato-bioquímicos específicos em vacas leiteiras, visando a diagnosticar, avaliar e prevenir transtornos metabólicos, servindo também como indicador do estado nutricional animal, a química sanguínea passou a ter grande interesse no campo zootécnico. Os componentes bioquímicos sanguíneos mais comumente determinados no perfil metabólico representam as principais vias metabólicas do organismo (GONZÁLEZ, 2000).
Busca-se, com este trabalho, abordar os principais metabólitos sanguíneos e suas interações com o balanço energético, com o status protéico e com o metabolismo hepático de vacas leiteiras no pós-parto.
2.1. PERFIL METABÓLICO
Segundo Wittwer (2000), o perfil metabólico é o exame que permite estabelecer por meio de análises sanguíneas de grupos representativos de animais de um rebanho, seu grau de adequação nas principais vias metabólicas relacionadas com proteínas, energia e minerais, bem como a funcionalidade de órgãos vitais para a produção de leite, como é o caso do fígado. Também Peixoto et al. (2006) entendem ser possível utilizar as informações obtidas através do estudo do PM para aferir o balanço nutricional dos rebanhos, uma vez que, em algumas situações, os desbalanços nutricionais podem influenciar nas concentrações sangüíneas de alguns metabólitos.
Para González (2002), a interpretação do PM é complexa, tanto aplicada a rebanhos, quanto a indivíduos, devido aos mecanismos que controlam o nível sanguíneo de vários metabolitos e, também, à grande variação desses níveis em função de fatores como estresse, raça, idade, dieta, nível de produção, manejo, clima e estado fisiológico (estágios da lactação e da gestação). Já, Wittwer (2000) lembra que, embora o número de variáveis potencialmente mensuráveis no PM seja muito grande, na prática, são utilizadas somente aquelas das quais se possui adequado conhecimento sobre a sua fisiologia e bioquímica, de modo a possibilitar a interpretação correta dos resultados obtidos.
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