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O papel da instituição escolar frente à violência manifesta em seu contexto (página 2)


Com base nos conflitos que a escola vem enfrentando, principalmente da violência que a permeia, nas três últimas décadas, estudiosos passaram a olhá-la como objeto de pesquisa demonstrando interesse pelas manifestações de hostilidade no interior e arredores desta. Sposito (2001) argumenta em seu artigo que produções acadêmicas sobre este tema começam a surgir a partir dos anos 80, exatamente quando ocorre o processo de democratização da escola pública. Nesta época o interesse de estudiosos a respeito do tema é ínfimo, sendo registrado apenas duas produções acadêmicas sobre o evento. Na década de 80 não há grande interesse sobre o assunto mas, nas duas décadas seguintes a curiosidade é maior, havendo mobilização de organizações não-governamentais e de profissionais de educação, através de pesquisas relacionadas ao tema e possíveis diagnósticos.A autora deixa claro em seu artigo que nas três últimas décadas o objeto de estudo não foi o mesmo, percebendo-se uma mudança e evolução na apresentação do comportamento violento na escola, assim como a proporção dos incidentes. Se nos anos 80 os estudos relacionavam-se depredações de prédios, invasões ou a presença policial próxima à escola; nos anos 90 já se relacionam à medidas de segurança que são insuficientes para aplacar a violência, e ao final dos anos 90 e início dos anos 2000 há interesse maior por analise de vitimização ocorrida em ambiente escolar. Além disso, há também a tensa relação escola X família que pode tornar-se conflituosa quando a gestão não propõe um trabalho compromissado embasado na ética e respeito ao profissional educador.

Logo em seguida, é discutida a dinâmica do ambiente escolar diante da violência e, em como manifestações violentas estão fazendo parte do cotidiano escolar,o olhar despreocupado em decorrência da banalização do evento, influenciados pela mídia em conteúdo de programações da TV aberta, acessível à maioria da população, que vem automaticamente tornando-se mais violentos e sendo expostos a um público cada vez mais jovem que os absorvem deturpadamente.

A naturalização da violência pela mídia que a banaliza e compete por massificá-la tomando proporções assustadoras, em parte por permissividade da primeira instituição que transfere a formação educacional para a escola. Neste aspecto é tratado a importância da aproximação entre escola e família/comunidade para, através do diálogo buscarem subsídios para realização de um trabalho pedagógico de transformação social.

Na segunda unidade, dá-se enfoque a alguns tipos de violência internos e externos à instituição que possuem direta relação nas manifestações apresentadas neste ambiente. Com isso fica claro que a violência presente na sociedade pode se apresentar no interior da escola, assim como em seus arredores.

Logo em seguida, na terceira unidade, vem a ser discutido a função da escola quando lhe são impostas várias atribuições, com certo tom assistencialista, mas ao mesmo tempo este novo perfil não é legitimado. Assumir esta nova realidade gera na instituição uma situação desconfortável por não se sentir totalmente apropriada em seu novo perfil, constatando-se do iminente enfraquecimento institucional.Quando a escola não cumpre com seu papel social na formação de futuros cidadãos atuantes na sociedade, esta exerce violência pois nega sua obrigação , gerando descrédito, reações diversas e imprevisíveis.

Quando isso acontece é confirmada a violência do interior da escola, especificamente neste caso quando ela não cumpre com suas reais atribuições, não acolhendo a comunidade escolar ou pode acontecer que numa tentativa desesperada ela pode optar por agir de forma extremada, apoiada em aproximações ou recusa afetivas.

De qualquer forma, esta oscilação provoca reações da comunidade escolar assim como a prática autoritária através de uma "disciplina homogeneizadora" quando segundo o autor há uma tentativa de se padronizar as interações sociais e pedagógicas no interior da instituição.

Tal contexto evidencia a falta de políticas que venham democratizar a escola não só o aspecto quantitativo como também no qualitativo, promovendo flexibilidade e um trabalho voltado para as diversidades, buscando efetivar a qualidade, adaptando a instituição ao novo perfil da clientela que a freqüenta.

Através de alguns aspectos descritos acima podemos dizer que este tema é desafiador não só para estudiosos como para profissionais de educação que vivenciam esta nova realidade educacional; portanto o estudo pretende contribuir para a reflexão deste fenômeno, principalmente para a prática pedagógica e das implicações que esta acarreta.

A reflexão acerca do tema propõe o conhecimento, e primeiro passo, para elaboração de estratégias de enfrentamento da violência por meio de processos de humanização e democratização da sociedade. Com base nisto foi desenvolvido este trabalho acadêmico, tendo por base a pesquisa bibliográfica.

1.1 OBJETIVO GERAL

Analisar o papel da instituição escolar frente a violência escola que se manifesta em seu contexto.

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Investigar causas da violência na escola;

Investigar o perfil da violência na escola;

Investigar políticas públicas pertinentes ao âmbito escolar para o enfrentamento da violência;

2- A VIOLÊNCIA NO CONTEXTO ESCOLAR

A violência é hoje uma das principais preocupações da sociedade e consequentemente um problema social que está inerte ao ambiente escolar se manifestando de forma variada no referido local. Nas últimas décadas estudiosos perceberam a evolução do evento, exatamente no âmbito educacional motivando a inserção do mesmo na área de pesquisa afim de desvendar e compreender tal perfil intrigante e complexo para um ambiente de formação como a instituição escolar.

Para iniciarmos o processo de compreensão do tema e sua dimensão é interessante recorrermos ao significado etimológico do termo violência. O termo citado deriva do latim violentia e se relaciona á força que se usa contra direito ou lei e, em nossa língua está relacionado ao significado de poder ou dominação. No dicionário escolar de Cegalla a palavra violência é definida como: "[...]1- ímpeto, arrebatamento; 2- força, vigor; 3- agressividade; 4- agressão, ataque; 5- transgressão, violação". De acordo com o dicionário Houaiss a mesma palavra é definida como

Ação ou efeito de violentar, de empregar força física(contra alguém ou algo) ou intimidação moral contra (alguém), ato violento,crueldade, força.Constrangimento físico ou moral exercido sobre alguém para obriga-lo a a submeter-se à vontade de outrem; coação

As duas definições para a mesma palavra foram dados como exemplo para retratar a complexidade que o termo comporta já que ela pode ser focada em diversos prismas, ou seja apesar de ser a mesma palavra, os dois dicionários trazem significações diferentes enfatizando determinados aspectos do termo, dada a amplitude de significados que o mesmo comporta.

Assim vemos que na primeira definição é dada ênfase ao aspecto físico demonstrado através de força a que submete outros, usando desta para demonstrar superioridade mas, também está relacionada à impulsividade e qualquer forma de desrespeito. A segunda definição enfatiza o aspecto moral que pode se manifestar através de constrangimento,intimidação ou coação. Neste caso, o evento apresenta perfil diferenciado, porém com mesmo objetivo e caráter. As duas definições do termo possuem semelhanças e diferenças. Elas apresentam semelhanças no caráter hostil, quando causam danos a terceiros, seja físico, psicológico ou moral, e quando obriga alguém a agir contra vontade.Neste caso o medo é usado como arma para se atingir o objetivo

Já as diferenças se encontram na amplitude que o fenômeno compõe podendo manifestar inúmeras facetas. Portanto, se na versão de Cegalla fica evidente o aspecto físico na versão de Houaiss é nítido ao dar ênfase no aspecto moral.

Nesta simples observação percebemos que os dois conceitos se complementam fato que comprova sua diversidade e ao mesmo tempo, a flexibilidade que este evento apresenta nas relações sociais e, a escola como extensão da sociedade tem apresentado em seu interior e arredores algumas manifestações violentas relacionadas às duas definições citadas acima. Estas manifestações não são recentes, o ambiente educacional sempre esteve imerso em relações de tensão ainda que em proporções inferiores, por isso é assustadora a sua evolução acompanhada de sentimentos de impunidade distorcidamente propagados na sociedade.

Assim percebe-se a influência que alguns segmentos sociais podem ter no interior da instituição escolar tornando aquele cotidiano gradativamente violento trazendo perplexidade a toda comunidade inserida em seu contexto. Sentimentos de indignação são aflorados por referir-se a uma instituição que ainda inspira respeito e esperança seguindo em contramão de determinados aspectos da sociedade em conformidade com Aquino(1996,p.7):

de um lado, a autoridade e o controle absoluto de outrora foram substituídos por uma crescente perplexidade e, consequentemente, um certo desconforto pedagógico, mas de outro, a linha divisória entre indisciplina e violência pode se tornar muito tênue esgarçando os limites da conciência social....Para onde ir? O que fazer?

O autor confirma no trecho acima a situação que a instituição vivencia diante de uma nova realidade e o tenso convívio no interior da mesma, ao mesmo tempo que evidencia um perfil dinâmico para o mesmo comportamento, traz consigo comoção, questionamento e necessidade de mobilização. Dar enfoque a este tema promove possível conhecimento do evento que tornou-se "um dos maiores obstáculos pedagógicos dos dias atuais" p.7 além de possibilitar contribuições sobre o "aprofundamento do debate acerca da temática"p.7 do comportamento violento, como a busca do caminho para elaboração de estratégias, evitando assim sua presença em ambiente escolar, conforme Candau (2001,p14): uma aproximação a esta temática exige que se tenha como ponto de partida a convicção de que a violência na escola não pode ser analisada como fenômeno isolado: ela é parte de um processo mais amplo, que vai além da escola, pois amplia uma série de fatores que dizem respeito ao contexto social assim como um todo.

A autora confirma a complexidade que norteia o fenômeno assim como a atenção especial que o mesmo exige por comportar "aspectos especialmente agudos" p.14 propagados e presentes em nossa sociedade.. A ausência de uma delimitação torna o evento intrigante e desafiador quando na busca de solucioná-lo, pois exige contínua investigação para alcançar a compreensão e a decisão de possíveis tomadas de decisão.Alguns agentes contribuem para a manifestação e permanência do fenômeno no meio social que serão identificados abaixo.

2.1- DIFUSAO CULTURAL

Por não tratar-se de um evento isolado, pode ter origem diversa como em questões culturais vindo a colaborar para sua manifestação confirmando Candau (2001, apud CANDAU; VELHO,1996, p. 24) "a difusão de valores individualistas significou um enfraquecimento nas formas tradicionais de relacionamento associados a uma visão hierarquizada de mundo". Sendo assim, a sociedade passou a incorporar de maneira plural tais mudanças em seu "universo de valores" alterando a padronização das relações sociais. A abrupta mudança nestas relações sociais confirma o que Candau(2001, apud CANDAU; VELHO, 1996,p.24) opina, em sua abordagem acerca deste tema, sustenta uma das variáveis fundamentais para compreender a crescente violência da sociedade brasileira é o fato de ser acompanhada pelo esvaziamento de conteúdos culturais, particularmente os éticos, no sistema de relações sociais. O cenário privilegiada de tudo isso é constituído, sem dúvida pelas grandes cidades- espaço onde os contrastes dos modos de vida atuam com potencializadores da iniqüidade social.

Assim percebemos que em meio às mudanças socioeconômicas sofridas pela sociedade consequentemente houve mudanças culturais marcadas por "ideologias individualistas"p.24que passaram a predominar na sociedade

O sistema capitalista de alguma forma contribui para tal o crescimento e difusão destes valores seja pela competitividade ou pela "assimetria nas relações de poder"p.22 ou mesmo pela cultura política estimulando a permanência de conflitos no meio social. Assim a autora recorre a Velho(1996) para confirmar que há uma "coexistência e combinação de duas visões de mundo embora com nuances diferentes"p.25 inseridos no meio social dando margem à subjetividade mas, podendo vir a influenciar padrões de comportamentos.

A crise educacional ocorrida em decorrência, também, da violência social tem se tornado mais uma provocação para educadores no dia-a-dia escolar. As causas da presença da violência em ambiente escolar tem origens diversas e complexas podendo em determinados casos ser em conseqüência do sistema capitalista que provoca e acentua a exclusão. De acordo com Candau (2001,p.14) "a hegemonia do projeto liberal, que caracteriza o momento atual brasileiro, tem contribuído para reforçar o referido processo de desintegração social." Um sistema que reforça as desigualdades socioeconômicas é violento pois "reflete as relações autoritárias existentes na sociedade"p.22 O desafio para a instituição é mais sério por tratar-se de um fenômeno complexo que quase sempre foge a seu controle, exigindo que a mesma estabeleça parcerias para resolver tal problema

O cenário educacional sofreu mudanças tanto no aspecto metodológico quanto nas interações, e incidentalmente a a violência passou a fazer parte do cotidiano com freqüência gradual a ponto de "tornar-se parte" da rotina escolar. O conflito portanto está instalado pois de acordo com Silva(2010,p.63):

Até bem pouco tempo, o aprendizado do conteúdo programático era o único valor que importava e interessava na avaliação escolar. Hoje é preciso dar destaque à escola como um ambiente no qual as relações interpessoais são fundamentais para o crescimento dos jovens, contribuindo para educa-los para a vida adulta por meio de estímulos que ultrapassam as avaliações acadêmicas tradicionais(testes e provas). Para que haja um amadurecimento adequado, os jovens necessitam que profundas transformações ocorram no ambiente escolar e familiar. Essas mudanças devem redefinir papéis, funções e expectativas de todas as partes envolvidas no contexto educacional.

A autora, utiliza o termo "redefinir" para explicar o que tornou-se a busca por uma nova identificação dos espaços educacionais, já que os paradigmas são outros havendo necessidade de priorizar aspectos, antes ignorados principalmente pela instituição educacional, que contribuem para uma formação plena promovendo desenvolvimento apropriado. Ainda sobre essa mudança no meio educacional Aquino(1996,p.77) afirma que:

Analisar a natureza da violência, explicitando sua dinâmica, e reconhecendo os elementos ambíguos que a compõe, não significa abstraí-la de um contexto histórico e social, mas aponta-la como um fenômeno que coloca à mostra a intensidade das experiências coletivas, permitindo a manifestação das pequenas desordens da vida cotidiana.

O autor reforça que deve ser trazido para pesquisa toda a dinamicidade do caráter social que comporta o fenômeno e, o processo de aquisição de informações relacionadas ao tema devam ser adquiridos in loco – o fenômeno deve ser olhado como objeto de estudo- afim de obter resultados mais precisos. Podemos ver que a indisciplina de ontem evoluiu para a violência de hoje tendo caráter cruel, marcado pela falta de limites juvenil seja por falha na educação mas por outras motivações como desvio de caráter.

2.2 - A FAMÍLIA

A primeira instituição socializadora torna-se agente de violência quando propõe uma visão deturpada do modelo de educação, como trata Aquino (1996, p.32)

Se antes se pedia, com ou sem chicotes, à criança que fosse um adulto mais ou menos educado, com o tempo passou-se a almejar cada vez mais que possuísse no futuro toda a potência, imaginária que o adulto pensa que lhe falta e que portanto, não o deixa feliz.

E para justificar tal forma de pensamento é oferecido ao universo infantil cuidado redobrado para não levar seqüelas para a vida adulta. A visão da infância passou a ser concebida com lentes de aumento por especialistas da área que analisam as conseqüências psicológicas, neurológicas entre outras a médio e longo prazo de determinado modelo de educação à que crianças estão expostas, podendo vir a interferir em sua vida social,afetiva, enfim responsabiliza-se a seu tipo de educação por características que possam vir a ser apresentadas futuramente..

As mudanças socioculturais tiveram reflexo na instituição mais importante à formação do ser humano que também passou por transformações em sua constituição. As cobranças do mundo atual – caracterizadas pelo capitalismo que gerou uma sociedade acelerada pelo consumismo e ao mesmo tempo egoísta - fazem com que as famílias transfiram suas atribuições para a escola [...] não querendo repetir, com seus filhos(as) e alunos(as), o modelo autoritário em que, muita das vezes, foram criados têm dificuldades em estabelecer limites e regras de disciplina.(CANDAU, pág.42), responsabilizando-a pela totalidade da formação de seus filhos.

Tal atitude de transferência de responsabilidades é reflexo do que se tonou a sociedade de um sistema capitalista que é "...marcada pelo individualismo, pela apatia social, pela falta de solidariedade, pela confusão no que se refere ao certo e ao errado, certamente não constitui tarefa fácil estabelecer limites e/ou construir regras disciplinares". (CANDAU,2001, p.42). É fato que educar em meio ao caos social estando exposto a tantas interferências exteriores não é tarefa simples por esta crise atingir à instituição deixando-a vulnerável em sua principal atribuição. E o que presenciamos é uma instituição familiar perdida e despreparada dentro do atual contexto social.

Esta postura pode ser reforçada pela falta de diálogo entre as duas instituições trazendo insatisfação para ambas. As duas tem importância na formação do ser humano, mas a família como primeira instituição é a que oferece parâmetros que serão observados por toda vida e a escola complementa tal função. Portanto, [...]a dificuldade de construir um modelo de comportamento apoiado em amplo consenso[...](CANDAU,2001, p. 42) pode estar relacionado à presença da violência na escola.

Através, da constatação de que alguns aspectos negativos, podem cercear instituições, e da influência que estes podem exercer, fica claro, que, as capacidades socioeducativas de crianças e jovens ficam comprometidas e, estes estão propensas a ter mais" problemas disciplinares". . Pois a criança ou jovem expostos a um ambiente violento tem maiores chances de tornar-se violento confirmando (CANDAU,2001, p. 35) "a família pode contribuir para aumentar ou minimizar os efeitos da violência em outras instâncias sobre seus filhos." Infelizmente a família pode ser um dos agentes em potencial da manifestação da violência na escola de acordo com o que já fora citado mas não é a única que a propaga neste ambiente como veremos abaixo.

2.3 – MÍDIA

Nas últimas décadas presenciamos o avanço da tecnologia da informação e, com isso a expansão de meios de comunicação audiovisuais como TV e internet que passaram a ter mais importância e fazer parte do cotidiano da maioria da população trazendo pluralidade de acesso à informação; porém a acessibilidade trouxe consigo conseqüências desastrosas já que com o advento da popularização da mídia, esta passou a ter poder de influência a serviço do sistema.

Com isso vemos que: "A imagem tem ocupado cada vez mais um maior espaço na construção dos processos de socialização".( Candau, p.25) Assim passa a ser forte instrumento a serviço do sistema com poder de influência comportamental em uma sociedade que passa a ser caracterizada "por um grande consumo de signos e imagens, assim como de uma profunda semiotização da vida cotidiana." (Candau, p. 25).

E com a massificação da informação valores como respeito,educação e, mesmo afeto tornam-se socialmente extintos devido a alta capacidade social de assimilação dos valores que a mídia consegue transmitir. A insistência em tais comportamentos acaba por colaborar com uma reduzida capacidade de indignação dada a gratuita exploração da falta de compromissos éticos.E a gravidade torna-se mais evidente devido à crescente desvalorização da educação havendo espaço para inculcação de tais valores a pessoas desprovidas de conhecimento cultural e portanto, a forte presença da mídia na formação educacional só contribui para o esvaziamento cultural desde que assimilada pacificamente..

. É certo que no ambiente escolar eclodem manifestações socioculturais que compõem a diversidade encontrada na sociedade.Mas, é importante ressaltar que o olhar preconceituoso, sem a devida preocupação para tais comportamentos pode ser fruto da cultura da violência a que a sociedade presencia atualmente, influenciada principalmente pela mídia. Embora estudos não tenham provado a influência da mídia no comportamento humano, é perceptível a mudança de postura. Candau (2001,p. 25) afirma que

a naturalização de comportamentos violentos pela cultura de massa é, sem dúvida, outro fator que reforça a banalização da violência. Uma cultura do medo, da desconfiança, da competitividade, da insegurança, da representação do outro como inimigo, particularmente, se pertence a diferente universo social e cultural, permeia as relações interpessoaise sociais cada vez com maior força, especialmente nas grandes cidades. Crescem as manifestações de uma sociabilidade violenta, tais com gangues, violência nos esportes e nos bailes, especialmente entre os jovens.

É evidente que os processos de socialização são fortemente influenciados pela imagem, com modelos de conduta e de referências questionáveis através de heróis que usam de força ou de valores questionáveis para alcançar o objetivo. Esses valores absorvidos passivamente sob a forma de novos padrões culturais, causando a citada " naturalização" onde são fortalecidos comportamentos baseados na frieza e esperteza. A TV aberta que é acessível à maioria da população não dispões de muitos programas de qualidade e, infelizmente o público infanto-juvenil fica exposto às programações, nem sempre monitoradas pelos responsáveis

É exatamente entre crianças e jovens que presenciamos o aumento de manifestações sociais cada vez mais violento, e também entre estes a popularização de padrões de conduta definidos por meios de comunicação audiovisual, e repetidos de forma automática, sem reflexão, deixando evidente que a mídia passou a ser uma formadora de opinião muito atraente, que ameaça a posição das outras instituições.. De acordo com tal perspectiva percebe-se que os meios de comunicação audiovisual possuem forte poder de persuasão podendo ou não colaborar para o desenvolvimento de comportamentos violentos dependendo de como são trabalhados principalmente pela família

Com a imagem tem forte poder de influência em nossa sociedade consumista, esta pode ser instrumento de uma "indústria cultural transnacionalizada" (CANDAU,2001).. A mídia,a cultura e a família são fortes agentes para a presença da violência na instituição escolar pois fazem parte do universo social com uma considerável influência no comportamento humano. Ao mesmo tempo percebe-se uma interdependência entre ambas já que a presença de qualquer uma pode ser fruto de influência das outras.

O tema é instigante, abrangendo uma série de fatores, e colabora para a reflexão, podendo ser objeto de estudo para melhor compreensão com finalidade de encontrar estratégias compatíveis e eficazes, portanto vejamos a seguir como a assunto vem sendo tratado na área acadêmica.

2.4 – COMO A ÁREA ACADÊMICA PERCEBE O TEMA

Como a violência tem aumentado ultimamente e tem sido alvo de preocupação de todos os segmentos da sociedade, é interessante fazermos uma breve observação sobre o interesse pelo tema na área acadêmica nas últimas décadas.

Investigando sobre o tema em seu artigo, Sposito( 2001) mostra que produções acadêmicas surgiram sobre o tema a partir da década de 80, em meio ao processo de democratização da escola pública, havendo tímido interesse de compreensão da situação dando-se os primeiros passos para o olhar acadêmico /científico para o tema. No decorrer desta década há registro de apenas duas produções acadêmicas sobre o caso, tendo como foco depredações de prédios escolares, invasões, relações autoritárias e a presença policial nas adjacências escolares, especificamente no final da década, quando surgem os primeiros casos de agressão. A autora também diz:[...]Verifica-se, também nesses últimos vinte anos a inexistência de um programa nacional de investigações sobre violência escolar proposto pelo Poder público através de suas agências de fomento à pesquisa." P. 89 Na década de 90 o interesse é maior que na década anterior, quando surgem possíveis diagnósticos e pesquisas de natureza descritiva produzido por organizações não-governamentais e por entidades de profissionais da educação. Ainda nesta década, ocorre aumento e mudança no padrão da violência em escolas públicas, comparado com a década anterior, surgindo pesquisas de análise de tais comportamentos. Nesta pesquisas observa-se, sobretudo, que medidas de segurança de estabelecimentos escolares são ineficientes para evitar a violência.

A autora mostra ainda que no final da década de 90, muda o foco destas pesquisas, quando há maior interesse de análise sobre vitimização em ambiente escolar.

Observando os estudos de Sposito (2001) no decorrer das décadas citadas acima nota-se a evolução da violência no ambiente escolar e também o objeto de estudo das pesquisas desenvolvidas com o objetivo de compreensão do tema. É nítido que há interesse também no meio acadêmico assim com por toda a sociedade de compreender este evento à medida que novas nuances são apresentadas e, os esforços de pesquisadores podem ser relevantes para instituições relacionadas à educação quando propõem reflexão ou o debate.

A partir da década de 80 passou a evidenciar-se a violência na escola e a olhá-la como objeto de estudo mas apesar de perceber a escola como possível agente de violência, ainda era majoritária a opinião de que a violência era exterior à instituição o que evidencia a visão limitada e preconceituosa que até então a sociedade tinha deste fenômeno, exatamente pela falta de informações ou conhecimento.

Recentemente, comparando com as décadas passadas, houve aumento no interesse de investigação e debate,a respeito do tema por profissionais da educação e demais segmentos da sociedade, mas percebe-se certa resistência do corpo docente com relação ao tema e até do governo relacionado a investimento da pesquisa e debates com foco no assunto, seja pela complexidade, seja pelos gastos públicos, havendo delegação para outras instituições.

Atualmente é compartilhada a ideia de que ela está presente em todos segmentos sociais e também nas relações sociais e, consequentemente faz parte do ambiente escolar. Há que se atentar para o fato de que a violência de alguma forma sempre esteve presente no contexto da lógica institucional ainda que inconscientemente, seja pelas tensas relações autoritárias sob pretexto de manter a ordem ou pela forma de tratamento a grupos diferenciados: alunos especiais, ou com dificuldades de aprendizagem. Mas o mais intrigante talvez seja o fato de que apesar do advento da democratização da escola pública ocorrido na década de 1980; o acesso das diversas camadas populares houve certo descaso no tocante ao atendimento relacionado a este segmento social.

O acesso a estes grupos sociais exigia atendimento adequado e mudança de valores devido à diversidade, ao contrário manteve-se a postura de outrora, gerando sérios conflitos no interior e proximidade da instituição. Fica evidente que foi permitido o acesso, mas nada foi feito para a permanência e sucesso desses grupos na escola, conforme Aquino pág. 120 :

....diferenças entre a cultura popular e a pedagogia aplicada à sala de aula. Enquanto a cultura popular é organizada em torno do prazer e do cotidiano, sendo apropriada pelos alunos no sentido de validar suas experiências, a pedagogia é definida principalmente em termos instrumentais e se apresenta como legitimadora e transmissora da linguagem, dos códigos e dos valores da cultura dominante, justificando as vozes do mundo dos professores e dos administradores da escola.

. O equilíbrio entre a cultura escolar e a cultura local é o principal desafio educacional contemporâneo sem perder a qualidade no atendimento, mas não é este o foco desta produção, porém justifica a violência presente no interior da escola..Neste universo é comum ocorrências de manifestação violenta tanto no interior como em seus arredores. A repetição destes comportamentos passou a ser olhada por alguns como proveniente da faixa etária ou meio social a que estão inseridos e, com base nisto falaremos no próximo capítulo de tipos de comportamento violento presentes em ambiente escolar.

3- O PERFIL DA VIOLENCIA NO CONTEXTO ESCOLAR

Apesar de a violência ter origens variadas, no contexto escolar é comum serem apontadas com freqüência alguns tipos que se manifestam de forma corriqueira neste ambiente, que veremos a seguir, cujos fatores podem ter origem externa ou interna à escola, em conformidade com Aquino (1996,p.121): [...] análise de seu cotidiano é compreender a ação dos sujeitos que nela se movimentam entendendo essa realidade específica nas suas articulações com a realidade macrossocial." A manifestação no cotidiano escolar pode ter relação com fatores internos ou a fatores externos ao ambiente escolar, cabendo a observação cuidadosa afim de identificar o problema

O perfil da violência no interior da instituição não difere daquele que se apresenta além dos muros escolares e percebe-se atualmente uma freqüência maior. Quando falamos do tema violência no contexto escolar nos remete a idéia de comportamentos agressivos comuns a este ambiente, mas se pararmos para pensar o comportamento que permeia este espaço nos dias atuais é bem mais complexo por ser diversificado em sua origem podendo ser esta interna ou externa contradizendo a proposta educacional da instituição escolar. Para Candau (2001,p.39)

"Partindo desta análise mais ampla do contexto onde se situa a escola, é importante, também, identificar, no interior desta instituição, relações entre fatores relacionados com a crise na identidade das escola e as manifestações da violência ocorridas em seu interior."

Desta forma fica evidenciada a ideia conflitante de que neste ambiente a violência pode ter origens diversas, conforme Sposito,(2010 p. 101): "Assim a própria escola, enquanto campo de conflitividade que configura a interação entre jovens, e instituições do mundo adulto, deve ser investigada e submetida à crítica." O ambiente educacional é campo fértil para pesquisa sobre este tema devendo servir ao universo acadêmico como objeto de análise. Mais a frente abordaremos os tipos de violência mais comuns no ambiente educacional como já falamos a violência tem caráter multifacetado mas, é possível dentro de algumas características comuns identificar estes tipos. Portanto:

A compreensão deste fenômeno depende tanto da percepç]ao de fatores estruturais, como a crise econômica, miséria e o empobrecimento, quanto do complexo de mediações materiais e culturais que envolvem a violência, expressando-se através da quebra dos laços de solidariedade na sociedade e da crise das relações sociais tradicionais(Candau,2001,p.21)

Há diversos fatores que contribuem para o surgimento do comportamento violento, mas talvez o que vem apresentando forte predominância é certamente a mudança de valores na sociedade, sendo expressado de maneira cruel nas relações sociais.

Em sua pesquisa sobre o assunto Candau(2001, p. 10) identifica algumas formas de violência dentro do contexto escolar "[...]visando contribuir para uma reflexão que favoreça a construção de estratégias pedagógicas que permitam trabalhar tal problemática no dia-a-dia escolar". Já Sposito(2010) em seu artigo sobre pesquisa da violência mostra que as manifestações sofrem algumas mudanças com o tempo, ou seja fica claro que apesar do objeto de estudo ser o mesmo seu foco varia.

Após os anos 80 o evento passa a ser visto como objeto de estudo, mesmo que timidamente, ainda na década a autora afirma segundo seus estudos que não há definição do perfil devido a precariedade de informações por motivos diversos sendo eles pedagógico ou político. Mas é evidente nesta década a caracterização do perfil da violência como "depredações, furtos e invasões. A década seguinte é marcada por uma presença maior de ocorrências da década anterior além de furtos e roubos a patrimônios e agressões físicas envolvendo alunos e professores. Interessante ressaltar que nesta década ocorre a manifestação da violência no interior e arredores da instituição escolar violando as regras da instituição.

Ainda de acordo com estudos da autora, nesta década há iniciativas públicas visando a redução da violência em unidades escolares e interesse de instituições não governamentais , conforme Sposito (2010,p.96):

... um grande número de iniciativas públicas preocupadas em reduzir a violência nas escolas. Algumas ocorrem em parcerias com organizações não governamentais – ONG"s – ou movimentos da sociedade civil. Trata-se, assim, de fenômeno bastante emergente, que merece, ainda,uma série de estudos capazes de avaliar seu impacto.

A presença de mobilizações de ONG"s ocorre numa tentativa de suprir necessidades emergenciais relacionadas à inclusão da comunidade escolar promovendo através de atrativos neste espaço uma tentativa de melhorar o relacionamento entre ambas.Mas, ao mesmo tempo percebemos uma maior presença destas entidades até pelo enfraquecimento do Estado quando na lacuna de instituições responsáveis por resolver tasi questões as ONG"s surgiram como mais uma alternativa que promove olhar diferenciado para o espaço escolar

De 2000 em diante agressões verbais e ameaças são mais freqüentes fazendo parte do cotidiano escolar, observando-se a ineficácia, baseado em estudos da autora,de regras da instituição e um maior desrespeito a elas, até por pais com comportamentos gradualmente perigosos e ameaçadores levando a vulnerabilidade de obras sociais inseridos neste contexto.

Através dos estudos da autora é bem claro a progressão que este evento apresenta no decorrer das décadas da mesma forma acontece o interesse pelo tema; se nos anos 80 era tímido o interesse sobre pesquisas na área o mesmo não acontece no decorrer das outras décadas seguintes. Então, conforme Silva,(2010, p.64)

Testemunhamos diariamente a multiplicação e o aumento da intensidade dos comportamentos agressivos e transgressores na população infantojuvenil. As instituições educacionais se veem obrigadas a lidar com fenômenos com o bullying, que embora sempre tenha existido nas escolas de todo o mundo, hoje ganha dimensões muito mais graves. O fenômeno expõe não somente a intolerância às diferenças,como também dissemina os mais diversos preconceitos e a covardia nas relações interpessoais dentro e fora dos muros escolares.

Em meio a tantos episódios e ocorrências, uma que tem se sobressaído em meio a tantas formas de violência está o bullying. Tornou-se comum o termo no meio estudantil por apresentar-se com maior freqüência no universo escolar entre crianças e adolescentes. Apesar da ocorrência de outros tipos de violência neste ambiente vemos que o bullying é o que mais acontece com maior freqüência, deixando a comunidade escolar em estado de alerta. Na verdade este evento sempre fez parte do universo estudantil principalmente na fase da adolescência mas não com os requintes de crueldade atuais podendo haver influência de fatores socioculturais, como desvio na formação de caráter, ou seja , houve uma evolução do que seria simples brincadeiras de grupos juvenis para transformar-se em crime.

Atualmente, casos de violência envolvendo jovens na escola e arredores, tornaram-se inerentes ao cotidiano escolar como o bullying, termo usado para caracterizar comportamentos violentos originados da palavra bully, que significa "violentão,tirano,mandão,brigão" que passou a ser utilizado principalmente entre os especialistas em educação. Já o termo bullying talvez tenha um perfil complexo e amplo abrangendo várias características que podem ser apresentadas em ambiente escolar. A identificação do comportamento pode auxiliar na busca de intervenção pedagógca quando há busca de caminhos para trabalhar o problema.

Através dos estudos de Candau (2001), percebemos que a manifestação da violência pode ter influências externas ou internas ao ambiente escolar.A importância de cita-los está no fato da apresentação dos mesmo no cotidiano escolar independente da origem. Com base na autora, serão citados alguns tipos comuns no cotidiano escolar.

EXTERNOS:

Apesar de não acontecer no ambiente escolar esta categoria preocupa educadores pelas consequências que a mesma traz para os educandos.Os mais comuns desta categoria são:

a)Violência física

Ocorre em ambiente familiar, principalmente em

...famílias onde há pouco debate sobre decisões, pouca interação social, poucas atividades compartilhadas, onde a disciplina é errática e, quando ocorre, é dura e ameaçadora, e onde há muita disputa por dinheiro, são famílias nas quase o risco de violência entre pais e desses contra os filhos é mais provável . (CÁRDIA apud CANDAU,2001, p.40-41)

De acordo com este autor esta categoria de violência acontece por ignorância, em decorrência da origem social, ou por alienação cultural que se manifesta pelo cultivo de valores autoritários. A realidade da escola pública ,principalmente, se enquadra neste perfil de atendimento a clientela exposta a tais atrocidades.Obviamente que a convivência em um ambiente familiar exposto à violência trará conseqüências negativas relacionadas à formação de personalidade deste ser.

b)Violência psicológica

O convívio em ambiente hostil como já fora citado anteriormente colabora para surgimento de comportamentos estranhos como medo, auto-estima baixa entre outros. No ambiente escolar esta categoria também pode se manifestar através da relação autoritária entre professor e aluno, ou entre alunos por meio de intimidações ou ameaças. Também pode ser fruto da relação familiar onde a criança é utilizada para atingir o parceiro. A convivência neste ambiente traz conseqüências danosas para para a criança que se sente pressionada a agradar o adulto em questão.

c)Violência infantil

Um ambiente familiar onde é nítida a violência, pode estar sujeito a várias modalidades dela dentre as quais a violência infantil .Neste ambiente, onde a autoridade é substituída pela violência a criança passa a ser vítima podendo vir a sofrer abusos, agressões físicas entre outros. Apesar de comumente ser externa também se encontra exposto a esse tipo de violência aquele aluno que possui dificuldades de aprendizagem e não tem o acompanhamento devido, sendo exposto à avaliação inadequada rotulado dentro de características que profissionais determinam como diferente podendo trazer conseqüências futuras em seu desenvolvimento emocional,psíquico,psicológico etc..

Apesar do perfil externo da violência à instituição são detectadas em seu interior por serem fruto das interações sociais, fruto de pluralidade cultural que abrange a instituição escolar o que aumenta a complexidade do assunto e, com tal podem ter relação ou estimular a violência interna à escola

..

INTERNOS:

. Esta categoria acontece no interior da escola e é percebida através de manifestações hostis, atos ou nas relações entre indivíduos que dela fazem parte.Portanto, :Candau (2001,p. 32) afirma que:

roubos,insultos,brigas,exploração dos mais novos pelos mais velhos são atos que, de tão freqüentes no cotidiano escolar, acabam por serem banalizados e/ou tidos como manifestações "normais" da idade e/ouda condição sociocultural e econômica do jovem.

Então, de acordo com a citação, a repetição deste evento passou a ser olhada na maioria das vezes, como proveniente da faixa etária e do meio social no qual alunos estão inseridos. Esta visão preconceituosa pode gerar auto-estima baixa como sentimentos de revolta e levar reações como as citadas a seguir

a)Contra o patrimônio

É caracterizada por [...]atos de vandalismo, com quebra de louças das instalações sanitárias, o furto de lâmpadas e outros materiais e as pichações. (CANDAU,p.30) geralmente praticados por jovens.Tais atos podem ser interpretados, a princípio, como "vandalismo", mas podem ser uma resposta ao tipo de tratamento que recebem na instituição. O tratamento distante, a negação do saber do aluno assim como de sua realidade os exclui da cultura escolar fazendo com que se sintam à parte, gerando tais conflitos danificando patrimônios.

b)Contra profissionais

Se manifesta através de [...]agressões e ameaças a professores (a), feitas por alunos(as) e as agressões verbais, físicas ou psicológicas, sofridas pelos(as) alunos(as) por parte de profissionais que atuam nas escola. (CANDAU, p.33) De um lado adultos a relacionam a despreparo profissional e, de outro alunos a utilizam como "forma de protesto" ( CANDAU, 2001) no desempenho de professores. Nesta perspectiva, a autora deixa claro que atitudes com estas são sinalizadores de alguma insatisfação coletiva. De qualquer modo, ela tem se tornado comum no ambiente educacional, e é fruto da permissividade legal, já que a aplicação da mesma não os convence da gravidade de seus atos,ou seja, a situação é bem mais grave do que possamos imaginar.

c)Aluno X aluno

Este tipo de embate passou a fazer parte do cotidiano escolar caracterizando-se pelo confronto físico, agressões verbais e estando relacionado à depredação escolar. Assim se caracteriza por [...]uma modalidade de violência cujas raízes situam-se além dos muros da escola, observa-se que ela afeta efetivamente, a vida escolar ( CANDAU, 2001, pag32 ) Neste caso, o bullying pode estar inserido a categoria por apresentar características semelhantes.

A partir das definições acima nota-se a influência negativa que a violência pode exercer no ambiente escolar independentemente de sua origem podendo certamente interferir fatalmente na formação dos alunos. Para Candau (2001,p.35) [...] o comportamento dos(as) alunos(as) na escola e na rua, assim como seu desempenho escolar é fortemente afetado pela violência familiar. A família tem grande importância na formação educacional e quando ocorre omissão em suas atribuições resulta em defasagens de ordem afetiva e cognitiva, gerando na escola a cultura dos encaminhamentos, quando esta se encontra limitada de providências que possam reverter o quadro e, as transferem para ser tratadas por especialistas (AQUINO, p.80) .

Ao mesmo tempo, é preocupante como vem sendo reproduzidos comportamentos violentos, sob o pretexto de defesa, tornando-se banalizado sua presença neste aspecto. Aquino (1996) adverte que é importante argumentar que apesar dos mecanismos de reprodução social e cultural, as escolas também produzem sua própria violência. (pág.77) deixando claro que as relações no ambiente escolar entre agentes socializadores é violenta, seja pela reprodução de nosso sistema capitalista ou por fatores outros incisivamente anti-didáticos.

Para Candau (2001p. 94)

... hoje o que parece estar mais presente é a falta de referências claras de condutas socialmente aceitáveis, a não explicitação de limites, a dificuldade de construir um consenso sobre regras de convivência social e escolar. Este é um grande desafio que os/as educadores (as) têm de enfrentar.

A autora deixa claro o impasse em que se encontra inerte a educação. A situação torna-se mais grave exatamente pela falta de referenciais podendo vir a tornar tensas as relações no ambiente escolar. O caos educativo não pode vir a comprometer o trabalho pedagógico tornando-se este mais um desafio a que educadores passam a confrontar em sua rotina de trabalho, tendo a instituição o sério compromisso relacionado à formação do ser humano, o preparando para interagir em sociedade de forma ética com seus pares.

Portanto os tipos de violência não são únicos ao ambiente escolar mas os mais comuns que se apresentam, e rever suas características não serve apenas para identifica-los mas também para buscar soluções afim de reduzi-los neste local.

Olhar para este fenômeno sem a gravidade que o mesmo provoca, mas ver nele a possibilidade de encontrar soluções possíveis é que o torna desafiador. Por mais que a presença da violência no meio escolar tenha motivações diversas; há casos em que a semelhança das respostas é notória, portanto o caminho para resolver este problema é vê-lo como objeto de estudo. Neste contexto entra o saber acadêmico e as possibilidades de compreensão para o caso. O conhecimento acadêmico pode contribuir de maneira positiva para alcançar a solução de tais problemas, talvez o segredo seja o estreitamento entre a área de pesquisa com os profissionais atuantes no contexto educacional. Essa proximidade pode trazer opções de soluções eficazes para a reversão do quadro que é crônico socialmente e consecutivamente no espaço escolar.

Identificar os tipos de violência faz-se necessário para uma providência efetiva da instituição no sentido de solucionar este problema. A escola tem um papel muito importante neste processo por ser a mesma espaço de formação o que torna válido todo trabalho de resgate e pacificidade da comunidade escolar.

Fazendo breve balanço das categorias percebemos que a violência que invade o ambiente escolar vem associada a graves problemas sócio-econômicos e até culturais como Candau (2001,p. 38) diz:

A sociedade, hoje, é marcada por uma "anorexia moral" que se reflete no descompromisso causado pelo sentimento de apatia em relação a vida social, na ausência de utopias, na perda do sentido de viver, na falta de solidariedade, na ausência de parâmetros definidos sobre o que é certo e errado.". Enquanto a violência existente no interior da escola, historicamente reproduz as desigualdades sociais manifestas de forma preconceituosa, castigos físicos em nome da disciplina que acaba por gerar reações violentas.

Esta mudança de valores colabora negativamente para o cenário educacional,principalmente para os profissionais inseridos a este universo, contribuindo para uma carga maior de trabalho neste contexto, pois evidencia-se que paradigmas são outros. Assim, percebemos que, antigamente o professor era o agente do processo educacional e por isso também da violência porém , atualmente o quadro mudou, pois os agentes do processo educacional assim como de violência são os alunos. Houve substituição de papéis pois hoje professores sofrem desrespeito, ameaças e agressões físicas de alunos e pais de alunos com freqüência assustadora.

Esta mudança de valores faz-nos questionar sobre o real papel da escola; cabe à instituição a incumbência de tentar solucionar problemas que se instalem em seu interior relacionados a esta questão serão tratados no próximo capítulo.

4 O PAPEL DA ESCOLA

Sabemos que a educação é manifestada na sociedade como um instrumento de manutenção do sistema ou de transformação social. Com base neste pensamento Freire defende a educação libertadora, pois através deste modelo educacional o indivíduo desvela o universo da opressão em que vive, transformando esta realidade em um processo de permanente libertação. Este autor refere-se á violência quando retrata a realidade do que ele denominou "oprimido" existente neste sistema que é excludente, em que a opressão configura-se pela relação que os institui violentados ou marginalizados

A escola não deve ser lugar de reprodução das relações de trabalho com base na alienação. As relações sociais, que se dão no interior da escola devem ser pautadas em valores morais que definem como educadores e demais indivíduos que convivem neste ambiente devem agir. De acordo com Freire (1987, p. 81):

Educador e educando (liderança e massa), co-intencionados à realidade, se encontram numa tarefa em que ambos são sujeitos no ato não só de desvelá-la e assim, criticamente conhece-la, mas também no de recriar esses conhecimentos. Deste modo, a presença dos oprimidos na busca de sua libertação, mais que pseudo-participação, é o que deve ser engajamento.

O autor sugere a importância da instituição escolar para a desmistificação da própria cultura escolar que colabora para a manutenção do sistema, estimulando a formação da consciência da luta pela busca de direitos de igualdade.Ele denomina "engajamento" para o processo na qual a comunidade escolar ,os "oprimidos", também participam pela luta de direitos. Assim deve partir da instituição a iniciativa do trabalho pela garantia de direitos igualitários visando não à inclusão, mas a participação destes na sociedade como cidadãos que são.

Oferecer tratamento igualitário a todos deve ser principal meta da escola, considerando que todas pessoas têm os mesmos direitos, o que configura um dos princípios fundamentais das relações humanas, que mostra a importância da justiça para a formação do cidadão.

Tal incumbência é necessária devido a influência que a mesma tem na vida do futuro cidadão e para a construção do meio social, sendo desta forma que esta instituição deve estar contextualizada com a realidade. Assim, o papel social da escola deve influenciar no combate à violência principalmente em seu interior.

Entender características do fenômeno é o primeiro passo para tomada de atitude mas o questionamento da instituição se dá por conta dos limites de ação já que ela não pode ser responsabilizada integralmente pelo trabalho de recuperação do quadro de violência.

A instituição tem culturalmente um importante papel neste aspecto e talvez seu esmero seja além das possibilidades; pois um trabalho solitário não produz os resultados esperados, e até sobrecarrega a instituição que com o tempo passou a ser responsabilizada por vários aspectos sociais.

Olhar o problema por este prisma é constatar a complexidade do mesmo não só para o universo escolar já que sua presença neste ambiente é apenas reflexo de algo maior. Portanto o questionamento é até onde a escola pode atuar diante de tudo isso ou, qual deva ser sua real atribuição já que seu papel deve estar bem definido neste processo de resgate.

Para compreendermos o papel da instituição escolar dentro deste contexto de violência, devemos rever sua principal função que deveria ser destinada à formação emancipatória e crítica de sua clientela portanto por muito tempo esta instituição limitava-se a ou limita suas atribuições apenas à formação acadêmica e ao saber fragmentado destinado à sua clientela. A comunidade escolar era assistida de maneira distante sem levar em conta aspectos que podem potencializar ou prejudicar sua aprendizagem e, assim o conhecimento era adquirido mecanicamente sem aceitação do aluno como um todo.

A "educação bancária" tão criticada por Freire(1987)em nada colaborou para a formação educacional senão, para a alienação e conformação dos alunos. Observando as características deste modelo educacional que tende á domesticação percebemos aí seu seu caráter violento quando se impõe, é distante e vertical Para Freire (1987,p.35,)

Na medida em que esta "visão bancária" anula o poder criador dos educandos ou os minimiza, estimulando sua ingenuidade e não sua criticidade, satisfaz aos interesses dos opressores: para estes o fundamental não é o desnudamento do mundo, a sua transformação. O seu "humanitarismo" e não humanismo está em preservar a situação de que são beneficiários..

O autor confirma o perfil da educação deste modelo que colabora para preservar a realidade vigente beneficiando alguns em detrimento da maioria. Este modelo é violento por propor a negação de direitos como à autonomia, e da capacidade crítica,do educando impossibilitando efetiva atuação em sociedade. Neste caso a "educação bancária" não atende a nobre expectativa educacional a que está destinada, senão reforça preconceitos conforme Freire(1987, p. 29)

O que pode e deve variar em função das condições históricas, em função do nível de percepção da realidade que tenham os oprimidos é o conteúdo do diálogo.Substituí-lo pelo anti-diálogo,pela sloganização,pela verticalidade,pelos comunicados é pretender a libertação dos oprimidos como instrumentos da "domesticação".Pretender a libertação deles sem a sua reflexão ao ato desta libertação é transforma-las em objeto que se devesse salvar de um incêndio.

Então este modelo de educação tem pouco a oferecer para a maioria da população, transformando-se em mais um tipo de violência já que rejeita o ser do aluno, assim como a sua história. O verdadeiro papel da escola é o de aceitar sua comunidade escolar, disposta ao diálogo estabelecendo parcerias com objetivo de intervenção na população local. Diante disso , percebe-se que um dos caminhos mais eficazes para o combate e redução da violência no ambiente escolar seja a proximidade entre escola e comunidade. Sabe-se que a parceria entre ambas também é importante para o trabalho pedagógico porque há troca e os resultados são mais eficazes e até por esta proximidade colaborar para uma formação mais cidadã por haver participação da comunidade na cultura educacional.

Portanto, a parceria pode iniciar-se através desse envolvimento com a cultura escolar o que facilita a proximidade entre ambos e, ao mesmo tempo os conscientiza do real papel de cada instituição.

A escola pública é caracterizada pelo atendimento a uma enorme diversidade cultural que representam variados segmentos sociais. È necessário afirmar que essa população nas últimas décadas chega à escola, muitas vezes,traz uma cultura, que são valores, costumes,visões de mundo,expectativas e prioridades que não são necessariamente a da cultura escolar. Há que se questionar: como a escola pública tem tratado essa diversidade? Como a escola pública tem atendido essas demandas arbitrárias, polifonicamente afirmadas e localmente construídas?

Pensar em políticas públicas é pensar na universalização da escolarização básica, posto que a garantia do atendimento ao aluno não significa necessariamente sua permanência com sucesso na escola.Portanto, a escola que se propõe democrática objetivando este acolhimento pode através de políticas públicas concretizar tal empreitada.

È importante considerar que a presença de organizações não-governamentais em parceria com a escola, desenvolve um trabalho significativo em colaboração com o trabalho pedagógico. Obviamente, observa-se o lado positivo que a sua presença pode trazer para o ambiente escolar, porém há que se atentar-se para a função paliativa que o mesmo pode representar na tentativa de preencher uma lacuna que deveria ser ocupada pelas atribuições do Estado uma vez que observa-se o descaso ou mesmo desinteresse da esfera federal para este tema, não havendo programas de combate à violência amplamente propagados socialmente.

A respeito do assunto Candau (2001, p.47) diz que: "[....]torna-se necessário que o Estado,a sociedade e os educadores se voltem para medidas que tenham por finalidade valorizar a educação e o magistério, e reforçar o papel da escola." Já que a ação conjunta beneficia a todos e os resultados serão positivos e com maior visibilidade. Porém, embora paliativas tais medidas reforçam a função da escola, que se propõe acolhedora e formadora de futuros cidadãos aptos à convivência em sociedade. Em meio a este contexto percebemos que a instituição agoniza tentando reforçar sua real função perante tantas adversidades.O trabalho de parceria traz frutos para o trabalho pedagógico como para a comunidade local. Esta proximidade das duas instituições possibilita o trabalho conjunto de combate à violência, tornando visíveis os resultados, através de ação coletiva e consciente, na reversão do evento.A intervenção pedagógica pode ser efetivada trazendo o tema para sala de aula estimulando a reflexão e discussão permitindo o olhar crítico para o tema, da mesma maneira atividades extra-curriculares, como prática de esporte,atividades envolvendo danças, músicas e palestras como oportunidade de inserir o aluno ao ambiente escolar não só no aspecto social, reduzindo comportamentos violentos mas também no cognitivo, contribuindo com maior concentração e interesse pelo aprendizado. Com isso, de acordo com Vasconcellos (2001, p.156)

[....]o enfrentamento de problemas educacionais implica não só a alteração de certas práticas mas, fundamentalmente sua mudança de convicções, do horizonte,da finalidade da educação (crenças,opções,valores,visão de mundo- para onde se quer ir, que tipo de pessoa e de sociedade se quer formar).

O autor mostra que a ação pedagógica acontece visando mudanças de perspectiva através de práticas direcionadas para um objetivo claro, tendo o apoio da comunidade e conscientização da mesma.

Sob esta ótica, o comprometimento demonstrado no trabalho pedagógico será instrumento de reconhecimento e apoio da comunidade, pois como Candau (2001,p.49) salienta

[...] a importância de buscar alternativas para a organização escolar que permitam maior aproximação com pais e mães, e com a comunidade na qual se insere a escola,bem como a realização de outras atividades tornam o cotidiano mais agradável,melhorando os vínculos entre aluno e a escolamas porque evitam, inclusive, que os espaços ocioso do prédio escolar sejam ocupados de forma caótica, o que contribui, muitas vezes, para um aumento das manifestações da violência.

Quando toda escola traz para seu interior estas concepções torna-se mais fácil dominar situações de conflito, combater a exclusão e preconceitos advindos da sociedade tornando o ambiente mais aprazível à aprendizagem e desenvolvimento de habilidades. Sendo assim como aborda Vasconcellos (2001, p.193)

[...] a grande alavanca para a necessária sensibilização e apoio da comunidade é o trabalho sério e comprometido, fazendo sentir que as crianças e jovens gostam da escola, aprendem de fato, e com prazer, são respeitados, desenvolvem um autoconceito positivo, enfim, estão mais realizados e felizes por estarem na escola; do mesmo modo, podendo perceber o avanço destes alunos em relação ao desempenho no contexto social (inserção comunitária, mundo do trabalho, continuidade dos estudos,etc). A escola ao fazer isto levará a sociedade a resgatar o trabalho do professor, somando nesta luta por uma nova realidade na educação..

A mudança de postura da escola pode contribuir muito não só para a valorização do trabalho pedagógico mas também para uma nova visão da comunidade fazendo com que esta se sinta aliada da proposta pedagógica. Além disso, o estreitamento de ambas instituições traz benefícios para que as mesmas percebam resultados significativos através de um trabalho de parceria, onde ambos os lados são valorizados e respeitados.

Neste aspecto o diálogo é ótimo instrumento de esclarecimento neste trabalho de proximidade ou integração entre as instituições proporcionando a conscientização daquela comunidade. Por isso Candau (2001,p.50) destaca

[..] o diálogo como forma de enfrentamento da questão da violência na escola e, dentro dessa perspectiva, de se voltar o trabalho pedagógico para a construção de um ser social dotado da capacidade de falar. A linguagem é considerada, aí, como instrumento de sobrevivência e de luta para a transformação social da sociedade.

Assim, a adoção do diálogo torna-se forte instrumento de combate à manifestação da violência, como também de estreitamento entre as instituições escola e família. A parceria entre ambas constitui trabalho que visa a transformação da sociedade. De acordo com Freire(1987, p.96) "O diálogo que é sempre comunicação funda a co-laboração. Na teoria da ação dialógica, não há lugar para a conquista das massas dos ideais revolucionários, mas para a sua adesão".

Uma abordagem detalhada sobre o tema em questão irá mostrar que a instituição escolar está passando por um lento processo de transição com Candau(2001,p. 39) declara que

[...]uma crise no processo civilizatório a partir do enfraquecimento das condições que o definiram, e considerando que a escola, durante muito tempo funcionou como um micro-Estado, pode-se identificar, nos últimos anos, uma crise no que se refere ao poder desta instituição, aos modelos de comportamento que aí se constróem e à adesão chamada "ordem escolar.

Fica claro que a escola hoje não consegue ter o mesmo papel de outrora, ressaltando que as mudanças sociais se refletem ao seu contexto. O descrédito em convenções sociais, o questionamento de normas anteriormente cumpridas sem contestação, se traduz numa postura obsoleta no atendimento da diversidade da população. Se antes a escola era considerada uma ilha, hoje ocorreu o advento da universalização, sendo representado por diversos segmentos sociais tentando colocar em prática princípios democráticos.. O acesso à escola evocava anseios de ascenção social,mas hoje essa crença é colocada em cheque diante de evidências socioeconômicas. Quando a concorrência do mercado de trabalho obriga portadores de diploma optar pelo mercado alternativo; assim como são colocadas em questão a qualidade de formação da clientela.

Diante desta perspectiva Candau (2001,p. 48) alerta para

[...] construir um caminho que busque equacionar as referidas contradições, reforçando a função formadora da escola, voltada para a aprendizagem escolar, concebida como um dos instrumentos de formação cultural e de construção do sujeito ético,político e social, constitui certamente um grande desafio para a sociedade e, em especial, para os educandos e educadores.

Sendo assim a autora mostra o desafio enfrentado na instituição que mais do que nunca tem com função preparar futuros cidadãos oferecendo-lhes subsídios para atuar e sobreviver numa sociedade em constante mudança, cada vez mais exigente e descartável.

Além dos aspectos citados, Candau (2001,p. 41) afirma que

[...]diante do enfraquecimento do papel da escola, esta acaba por ser responsabilizada por outras funções como alimentaçãoe segurança.Com freqüência, tais funções são atribuídas à escola tanto pelas classes favoreciads economicamente, que desejam que a escola tire das ruas crianças pobres, como pelas classes mais pauperizadas.

A autora argumenta sobre um novo perfil: de caráter assistencialista à medida que vai perdendo sua real identidade e quando lhe são acrescidas outras atribuições. A ampliação/substituição na função da escola culmina por legitimar o seu enfraquecimento ou amenizar o quadro existente, colaborando para a alteração de suas reais atribuições. Esta ampliação ou alteração da função da escola pode ser responsável por seu enfraquecimento.

Para Aquino (1996, p.80)

[...] a escola tende a reforçar ora a integração plena, ora a rejeição total e, com isso, ela rompe o eixo das redes em que se apoiam a aproximação e a recusa afetivas. Esse desequilíbrio desvincula a escola de seu enraizamento junto aos alunos, represando sentimentos que frequentemente explodem sob as formas mais indesejáveis.

Segundo o autor, a instituição na busca do equilíbrio e da ordem adota posturas extremas, de um lado de afirmação de diversidades nela encontrada, de outro a postura autoritária gerando insatisfações e colaborando para o rompimento da convivência pacífica.

Quando a escola adota uma postura unilateral pode contribuir para o aparecimento de comportamentos agressivos em seu interior, seja por sua clientela ou por seus profissionais. Ao mesmo tempo [...]a falta de políticas educacionais voltadas para uma real democratização da escola, levam a crer que tal expansão quantitativa não foi acompanhada de um equivalente aperfeiçoamento qualitativo.(CANDAU,2001 p.40)

A democratização da educação básica contribuiu para a massificação destes níveis mas, não foi acompanhada de uma política de aprimoramento dos profissionais no atendimento À diversidade, havendo com isso um "inchaço" nos estabelecimentos O processo aconteceu apenas no plano ideal, acontecendo que na prática sua execução ficou expostas a vários obstáculos que a impediam de ser efetivada. Dentre os aspectos podemos citar a falta de planejamento curricular atualizado, flexível e democrático buscando atender ao perfil da clientela escolar e a elaboração do Projeto Político Pedagógico com a definição real do contexto social presente na escola.

. De acordo com estudos analisados com relação a enfrentamento da violência na escola nota-se interesse ainda incipiente e poucas alternativas. Mas Candau (2001,p. 46) diz:

..." entre os possíveis caminhos apontados, constata-se que estes se relacionam a dois diferentes níveis de atuação: o que se refer ao conjunto da sociedade como um todo, incluindo-se aí,o governo, como órgão de representação da sociedade, e o que se refer ao trabalho pedagógico desenvolvido na escola."

A autora vê duas possibilidades de ação no combate à violência através do trabalho do Estado e da escola. A escola apesar de seu papel limitado pode contribuir para este trabalho como já foi citado anteriormente através da parceria com a comunidade. A gestão democrática pode contribuir consideravelmente para reversão deste quadro caótico. A instituição escolar a princípio está na linha de frente com relação ao trabalho de resgate, obviamente é seu papel culturalmente atribuído mas para eficácia maior é necessário parcerias.

Nesta busca de solução para o problema a instituição pode se mobilizar através do desenvolvimento de projetos que valorizem a proximidade com a comunidade local, inserindo-as e estimulando sua participação e colaboração Com base nisso podem ser desenvolvidas atividades esportivas ou culturais com apoio de parcerias de outras instituições, vindo a promover articulação de trabalho extracurricular com a aprendizagem dos conteúdos escolares valorizando a história da comunidade e a cultura local. Esta atitude pode ser o marco para o início deste trabalho mudando a visão da escola pela comunidade que passará a sentir-se parte da instituição.

A crise da instituição se agrava quando ela se acomoda e persiste na utilização de métodos e posturas ultrapassada para atender a comunidade escolar. O despreparo no enfrentamento de uma nova realidade escola colabora para o fracasso escolar e insatisfação da comunidade nela inserida.

Assim,o universo escolar produz em seu espaço conflitos,embates,e exclusões, como já fora tratado anteriormente. Por esta ótica a instituição escolar é violenta quando não acolhe a clientela nem se esforça para a formação de cidadãos atuantes na sociedade.

Em espaços como este evidencia- se a insatisfação da clientela, que pode reagir`a indiferença do espaço escolar simplesmente para chamar a atenção ou em casos mais graves, de forma violenta. O comportamento pode relacionar-se ao fato de as escolas não mostrarem utilidade, para a vida prática em sociedade,daquela comunidade ou ainda, os alunos podem não se sentir inseridos, ou ligados afetivamente a este espaço escolar

. . Apesar das poucas pesquisas e estudos sobre o tema, o contexto educacional não parece ter mudado muito, sendo freqüentes atualmente noticiários sobre este assunto. É preocupante a proporção que as manifestações de violência tomaram, no interior das escolas como em suas proximidades

A forma bombástica que o evento é tratado pela mídia por um lado é denunciador mas, por outro contribui para a desvalorização dos agentes socializadores nela inseridos e da instituição em si. A mídia, neste caso em especial, desvaloriza a instituição escolar.

Quando a escola não consegue oferecer atrativos que criem vínculos afetivos à clientela que esta atende, seu trabalho pedagógico não atinge a comunidade escolar.

Aquino (1996,p.78) afirma que

[...] assim como a escola tem esse poder de dominação que não tolera as diferenças, ela também é recortada por formas de resistência que não se submetem às imposições das normas do dever-ser. Compreender esta situação implica em aceitar a escola como um lugar que se expressa numa extrema tensão entre forças antagônicas.

É fato que a escola é uma instituição que exerce poder e, por isso mesmo o perigo quando são adotadas práticas autoritárias que promovam reações adversas na sociedade. O autor evidencia que a escola na "resistência" do cumprimento de seu dever assume uma postura perigosa porque "impõe" regras e não dá abertura ao diálogo com a comunidade, deixando de exercer a tolerância algo indispensável ao processo educacional. Quando a instituição adota uma postura autoritária esta facilita o embate entre ela e a comunidade escolar.

Não é justificável a postura clientela escolar mas, tal comportamento reflete expectativas a respeito da função da escola, quando animosidades refletem suas frustrações.

Portanto ,o mesmo autor nos diz que,

[...]uma disciplina homogeneizadora que valha para a escola toda, feita para um conjunto de alunos equivalentes aqueles de um passado idealizado ("dos velhos tempos"), está destinada ao fracasso.Com o advento da escola de massas, há outras regras em jogo que nada tem a ver com a experiência que vivemos no passado. (AQUINO,1996, p.80)

O autor denuncia que parte dos erros cometidos pela instituição se baseia no fato de padronizar as relações ou o ensino, comportamento que ignora a pluralidade de pares sendo uma postura educativa anterior à massificação do ensino público. Hoje, a escola passa por uma crise de identidade. Se houve alargamento das funções, então quais são suas reais atribuições; hoje, a quem ela atende, quais são seus objetivos, qual seria a pretensão do novo formato educacional; até que ponto ele está sendo válido e apresentado; ela está conseguindo desempenhar tais papéis que lhe são exigidos hoje??

É dentre essas dúvidas e indagações que esta instituição convive ora enfatizando certos aspectos ora outros em meio a uma sociedade em constante mudança que a escola vê dificuldades para alcançá-la; seja por suas limitações ou por conformação. A situação encontrada é grave porque ela ainda encontra-se confusa em meio às indagações sobre seu real papel perante às demais instituições e, a sociedade tende a ficar perdida neste processo de busca de identidade O desafio torna-se maior pois a escola tem compromisso de educar sua clientela, neste interim, a partir da conscientização da importância de um relacionamento flexível e democrático, no qual direitos e deveres possam ser conciliados e preservados, colaborando desta maneira, para o crescimento e fortalecimento do caráter crítico, esclarecendo e divulgando os diversos aspectos do valor de uma vida pacífica em sociedade.

O papel da escola, diante da falência das demais instituições deveria ser fortalecido e intensificado não em busca de medidas paliativas que atendam mazelas socioeconômicas mas, para a recuperação do sistema, intervindo pedagogicamente em um trabalho de resgate.Freire (1987, p. 8) diz:

Distanciando-se do seu mundo vivido, problematizando-o,"decodificando-o" criticamente no mesmo movimento de consciência o homem se re-descobre como sujeito instaurado desse mundo de sua experiência. Testemunhando objetivamente sua história,mesmo a consciência ingênua acaba por despertar critica-mente, para identificar-se como personagem que se ignorava e é chamada a assumir seu papel. A consciência do mundo e a consciência de si crescem juntas e em razão direta;uma é a luz interior da outra, uma comprometida com a outra. Evidencia-se a intrínseca correlação entre conquistar-se, fazer-se mais si mesmo, conquistar o mundo,faze-lo mais humano.

De acordo com o autor um trabalho direcionado de toda a instituição escolar envolvida com o objetivo que venha a colaborar com a formação deste ser, contribuindo para a transformação do mesmo.e, ao mesmo tempo proporcionando a este um olhar diferenciado para sua própria realidade. E para tal é imprescindível que a unidade escolar conte com um gestor que atue de forma a instigar o fortalecimento da democratização estabelecendo em seu trabalho uma direção transformadora a partir da dinamização do contexto escolar, afinal autonomia e autoridade são duas vertentes do processo pedagógico.

Não so a direção da unidade escolar como toda equipe pedagógica pode contribuir de maneira decisiva neste processo educativo articulado à dinâmica escolar como um todo, conforme LUCK, (1997, p. 63)

... o centro de atenção máxima da escoal deve ser o aluno. A escola existe dele e, portanto para ele. A sua organização, em qualquer de seus aspectos, deve ter em vista a consideração do fim precípuo a que a escoal se destina: a criação de condições e de situações favoráveis ao bem estar emocional do educando, e o seu desenvolvimento em todos os sentidos: cognitivo,psicomotor e afetivo, a fim de que o mesmo adquira habilidades, conhecimentos e atitudes que lhe permitam fazer face às necessidades vitais e existenciais.

Portanto esta deve ser a real função da escola, com suas atribuições claramente definidas pois, a educação deve ter como propósito a construção de uma sociedade baseada numa cultura elevada, em que o educando adquira conceitos significativos para sua vida e possa por meio deles formar sua base moral, intelectual e espiritual, a fim de que possa se tornar um ser humano íntegro, capaz de pensar com liberdade, ser independente, crítico e justo em seus juízos, sem preconceitos, livre do pensamento de massa que rouba sua integridade individual,conhecer sua realidade interna para atuar com acerto equilíbrio em suas decisões, responsabilizar-se por suas ações e ainda, ser cumpridor de seus deveres, conhecer o mundo que o rodeia para transforma-lo em prol da coletividade, realizar o que planeja, libertando-se da inércia, trabalhar em busca de seu aperfeiçoamento e com isso, ser exemplo de conduta para as gerações futuras.

Aquino (1996,p.80) vê uma possibilidade de mudança quando argumenta que

... nem uma liberação geral, nem uma ordem absoluta tem eficácia sobre o movimento dos diferentes grupos que compõem o territrio escolar, e que obedece a leis próprias. O confronto da escola com essas leis obriga à negociação,à adaptação. Quanto maior a sua capacidade de assumir e controlar a violência, mais a escola dera ao conjunto uma mobilidade que permitirà driblar e agir com tolerância perante os diferentes tipos de agitação

Independente de romantismo, a escola é uma instituição de forte influência na formação de opinião e aí se encontra o caminho para a solução ou o declínio já que as decisões a serem decretadas neste ambiente podem ter efeitos positivos para sua comunidade ou simplesmente reforçar conflitos latentes.

Isso deixa claro a responsabilidade que a instituição tem com sua clientela já que a postura adotada pela mesma pode interferir na visão da comunidade e, esta venha se sentir ou não parte aliada da proposta pedagógica..

O que fica evidente é a preocupação com um trabalho compromissado que possa beneficiar a todos envolvidos no processo educativo e, desta forma colaborar para uma formação cidadã sendo factual a preparação para a vida do aluno integrando –o à sociedade e contribuindo para a construção de habilidades que o mesmo venha a utilizar em suas relações sociais colaborando para desenvolvimento de um indivíduo dotado de criticidade e capaz de tomar decisões de forma autônoma e torne-se alguém incapaz de vulnerabilidade.Esta é a nobre função da educação nos novos tempos mas, aí também está seu principal desafio pois trata-se uma responsabilidade a ser compartilhada. Esta prerrogativa é evidenciada quando a escola mesmo que penosamente demonstra interesse e esforços para desenvolver um trabalho compromissado diante de situações conflitantes ainda que de forma solitária.

Em meio a este contexto é interessante ,então, rever a importância desta instituição pois mesmo que timidamente esta inspira confiança da sociedade portanto esta credibilidade deve ser vista como aliada ao trabalho de resgate social.

5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo apresentado deixou evidente algumas formas mais comuns de manifestação da violência no ambiente escolar assim como a complexidade que norteia este evento, relacionado à educação transformando-se em problema de ordem pública.

Se por um lado a sociedade comporta multifacetas da violência, por outro a escola tornou-se local vulnerável a tais comportamentos. Ao mesmo tempo percebe-se que a violência que se apresenta em ambiente escolar tem aumentado tanto em aspectos quantitativos como em qualitativos, tornando-se desafiador para educadores, porque assim como na sociedade,não há meios definitivos que a solucionem, estes não sabem como lidar com o evento de forma reduzi-lo imediatamente.

O estudo mostra que atualmente há maior interesse por este tema acompanhado também da necessidade de denunciá-lo. Apesar da curiosidade sobre este tema o foco de estudos é variado devido até mesmo ao caráter dinâmico que este apresenta tornando-se mais intrigante e desafiador, pois ao mesmo tempo que é atual não é totalmente conhecido pela flexibilidade/diversidade em sua apresentação.

Ao mesmo tempo, é notória a distância entre o saber acadêmico e saber docente; uma aproximação destas duas áreas poderia sinalizar o caminho que levaria à reversão do problema.Talvez por isso informações são oferecidas mas não são apontadas soluções principalmente para a violência ocorrida no ambiente escolar.

Como ela se apresenta como problema social deve ser trabalhada de tal forma, já que não apenas segmentos sociais estão imersos a este caos mas a escola que tem representações sociais em seu interior não podendo ser vista como uma ilha inatingível dos problemas sociais.Seria interessante a articulação entre saber acadêmico e saber pedagógico num trabalho conjunto onde todas as nuances do fenômeno fossem consideradas e, além de objeto de estudo, pudesse ser trabalhado em busca por recuperação do quadro. Ao mesmo tempo acontece a representação cultural que banaliza a violência estimulando sentimentos de impunidade que vem se impregnando no interior da sociedade por meio da deturpação de valores, contribuindo para a constituição de uma sociedade incrédula de mudanças. Parte da massificação desses valores deve ser responsabilizado à mídia que pode cooperar negativamente para com tais mudanças de comportamento, já que a violência é tratada pela mesma de forma constante, progressiva e atrativa, persuadindo principalmente crianças e jovens que são público-alvo da maioria das programações televisivas. A ausência de qualidade em programas, principalmente para a população de baixo poder aquisitivo que não dispõe de outras opções de lazer, mas também a outras camadas sociais,podem influenciar negativamente nas relações sócio-afetivas e ainda a exposição a estímulos podem comprometer aspectos cognitivos.

Por outro lado, o não atendimento da comunidade em suas reais prioridades constitui-se em violência, pois o fato de estar na escola não significa alojar alguns em salas superlotadas, de infra-estrutura e condições pedagógicas precárias, mas atendê-los de maneira respeitosa, oferecendo a devida formação por direito para uma atuação cidadã com dignidade nas esferas sociais.

O enfrentamento da massificação da violência proporciona a disseminação de uma cultura de valorização dos direitos humanos em todas as dimensões da vida em sociedade. Assim é possível construir uma sociedade mais justa pautada no respeito à pessoa humana e valorização da dignidade. Este trabalho só é possível através de uma preocupação de segmentos sociais como do compromisso dos mesmos, demonstrado através de esforços de instituições envolvidas neste processo. O referido trabalho propõe a democratização da sociedade, portanto o tema não pode ser apresentado de forma descontextualizada, sendo necessário a articulação ou associação do evento desta com a das demais instituições, seja para compreensão, como para o desenvolvimento da educação para uma formação humanizada

Assim concluímos este estudo constatando que a problemática que envolve o tema sobre a violência no contexto escolar exige uma solução coletiva, abrangendo toda a sociedade civil num trabalho de conscientização; já que a polêmica que envolve a presença desta no meio social envolve mais valores éticos do que saberes acadêmicos/científicos;prova disso são as constantes pesquisas sobre o tema mas, a dificuldade de revertê-la.

A partir do momento em que ela for compreendida por toda sociedade desta forma e tratada com merecida urgência e seriedade estaremos próximos de uma solução que se encontra exatamente no resgate de valores, trabalho este feito pela escola e família, ambas em sintonia. Portanto, é urgente a necessidade de articulação dialética entre ambas instituições e, somente assim, há possibilidade de minimizar as diferentes manifestações da violência social mas, principalmente a escolar, afirmando ao contexto educacional uma cultura mais humana

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

AQUINO, Júlio Groppa (org). Indisciplina na escola. São Paulo: Summus,1996.

. CANDAU,Vera Maria et al. Escola e violência. 2ª edição. Rio de Janeiro: DP&A,2001.

CEGALLA, Domingos Paschoal. Dicionário escolar da língua portuguesa. São Paulo;Companhia Editora Nacional,2005.

FREIRE,Paulo. Pedagogia do Oprimido. 17ª ed. Rio de Janeiro; Paz e Terra, 1987.

GASPARIN, João Luiz et al. Violência e conflitos na escola; desafios à prática docente. Disponível em www.naoviolencia.org.br.../violenciaeconflitosnaescola__CLopesJGasparin.pdf

HOUAISS, minidicionário da língua portuguesa/organizado pelo Instituto Antônio Houaiss de Lexicografia e banco da Língua Portuguesa.S/C Ltda-2ª ed. rev.e aum. – Rio de Janeiro: Objetiva, 2004.

LUCK, Heloísa. Ação Integrada: Administração,Supervisão e Orientação Educacional. Petrópolis. Vozes,1997

SILVA, Ana Beatriz Barbosa. Bullying: mentes perigosas nas escolas. Rio de Janeiro: Objetiva, 2010.

SPOSITO, Marília Pontes. Um breve balanço da pesquisa sobre violência escolar no Brasil. Disponível em: www.scielo.br/pdf/ep/v27n1/a07v27n1.pdf acesso em23/05/2010.

VASCONCELLOS, Celso dos Santos,1956 – Para onde vai o professor? Resgate do professor como sujeito de transformação, 8ª ed. São Paulo: Libertad, 2001

 

Autor:

Sonaí Maria Da Silva

sonaim[arroba]ymail.com

ESCOLA SUPERIOR ABERTA DO BRASIL - ESAB

CURSO DE PÓS- GRADUAÇAO LATU SENSU EM EDUCAÇAO DE JOVENS E ADULTOS

TRÊS RIOS(RJ)

2012



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