Nação, tecnologia e trabalho no Brasil: 1889 - 1945



  1. Resumo
  2. Desarrollo
  3. Referências bibliográficas

Resumo

Este ensaio procura articular os projetos vitoriosos para a civilização brasileira entre 1889 e 1945 com a questão do progresso material no que este se refere ao avanço tecnológico e, por outro lado, com o problema do trabalho e as políticas sociais. é um texto escrito com o objetivo apenas de apresentar o problema em um panorama, sendo impossível pelo tempo e pelo espaço senão esperar que ele seja detalhado por discussões posteriores.

Nossas fontes de referência, pelos mesmos problemas acima serão poucas, preferencialmente clássicas. Assim, esperamos que o trabalho dê uma visão sólida porém sem pretensões de novidades. Do ponto de vista histórico, foram utilizados autores como Nélson Werneck Sodré, Caio Prado Júnior e a excelente síntese de Cruz Costa, Pequena História da República, e do ponto de vista das técnicas e da tecnologia utilizaremos especialmente Ruy Gama e Milton Vargas, bem como autores que com eles trabalharam.

Palavras-chave: Tecnologia, trabalho, progresso material no Brasil, história econômica do Brasil.

Abstract

Nation, technology and work in Brazil - 1889-1945

This essay searches to articulate the winning projects for the Brazilian civilization beetwen 1889 and 1945 with the question of the material progress that´s related to the technological advancement and, on the other side, with the work problem of the social politcs. It´s a written text with the purpose to present only a problem in a panorama, being impossible by time and sepace otherwise to wait that it be detailed for posterior discussions. Our sources of reference, by the same problem above, will be few and preferable classics. This way we hope that this work gives a solid view however without novelties. From a historical point of view it has been used authors such as Nelson Werncek Sodré, Caio Prado Junior and the excellent sinthesis of Cruz Costa, a little history of the Republic, and from the technics and of the technology we will use specially Ruy Gama ande Milton Vargas, as well as the other authors that have worked with them.

Key words: Technology, Work, Brazil, Material Progress, Brazilian Economic History.

Desarrollo

O primeiro ponto a lembrar, recuando ainda mais a história, é que a independência do Brasil se fez sob forte pressão inglesa, no contexto da ocupação napoleônica e suas seqüelas, permitindo a formação e um império com  a mesma casa reinante de Portugal, fortes relações econômicas e políticas com a Inglaterra e um sistema dito neocolonial, isto é, uma nação ainda marcada por trações coloniais como a escravidão negra, o grande domínio, a desigualdade, a falta de soberania, a dificuldade para elaborar políticas financeiras e fiscais que promovessem o crescimento. Mesmo nessas condições o Brasil pôde esboçar uma política para a sua moeda e ter independência para manter a odiosa escravidão.

            Como assinala SAMPAIO (1999), a construção nacional no início do século XIX foi marcada pelas possibilidades que o capitalismo industrial inglês ofereceu dentro da divisão internacional do trabalho. Foi estimulada a descolonização e o fim do antigo regime permitiu a emergência de novos Estados nacionais na periferia do sistema capitalista mundial. Surgem ao mesmo tempo condições básicas para que as antigas colônias aumentassem a parte retida internamente do excedente gerado no comércio internacional e impulsionar padrões mais modernos de consumo. Mas a formação de um Estado nacional é também uma questão interna passando por um pacto entre os atores políticos e econômicos presentes, definindo um modelo de federação.

            Nesse contexto, o Brasil era formado por uma infinidade de ilhas com negócios em geral voltados para exportação com pouca relação entre si ou com o governo central. Nem é por outro motivo que, durante a regência, quando a figura de Dom Pedro I já não está presente, abre-se um ciclo de guerrilhas e revoluções locais buscando objetivos vários, diversos em cada caso, mas caracterizados principalmente pela independência em relação ao império ou por outras formas de organização do sistema social e de governo. Isso vale até pra revolução dos escravos malês em 1835, que pretendem libertar a Bahia e instaurar um governo livre dominado por negros, já libertos da escravidão. O exame dessas rebeliões foi feito lapidamente em 1933 em A Evolução Política do Brasil, de Caio Prado Júnior (PRADO, 1982), e também em Revoluções Brasileiras (PRADO, 1982). Outros autores modernos têm trabalhado essas revoluções e é ocioso citá-los.

            O segundo império só pôde se constituir primeiro por uma elite militar ligada á corte, destacando-se os Alves e Silva que lutaram do norte ao sul contra os dissidentes da monarquia, mas essa vitória militar foi acompanhada por um pacto político mediante o qual os grandes latifundiários no Brasil poderiam manter a instituição da escravidão, além disso, constituírem uma força militar própria que é a Guarda Nacional, mantendo seu exército tacanho e pequeno, em troca de uma nação unitarista com um sistema fiscal e financeiro muito débil impedindo-se um imposto importante como o das exportações ser apropriado pelo governo central. A coesão desse organismo político dava-se especialmente pelo trânsito das elites regionais que, num país de analfabetos iam estudar nas raras faculdades de direito ou de medicina no Brasil ou então partir para a Europa. Lembremos que muitos deles como o grande José Bonifácio tornou-se um mineralogista famoso na Europa procurando difundir no Brasil as idéias liberais e o desenvolvimento do sistema econômico.      


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