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Livro-reportagem ce-music: um outro olhar sob a cena (página 3)

Viviane Da Rocha Prado
Partes: 1, 2, 3

Entre outros, há o FW Eletronic, em Fortaleza, que acontece também todos os anos, durante o Ceará Music (CM). Este, aliás, é um dos eventos que ajudaram a alavancar a cena de ME tanto no Estado, quanto a nível nacional e internacional. O Ceará entrou na rota dos grandes nomes do cenário mundial de ME, em todos os estilos, com as tendas eletrônicas[73]principalmente com o início do festival (CM) em 2000, e com a posterior criação do FW (2004), que é voltado exclusivamente à eletrônica e acontece até os dias atuais.

4.1 Qual é a hype[74]

As festas raves que aconteciam na década de 1980 ditaram um tipo de comportamento que teve a "moda + música" como fio condutor. Nascidas da cena acid house, tinham o intuito de contestar o que havia de mais comercial no cenário musical jovem, das rádios às festas. Elas dominaram os EUA, Austrália e Inglaterra até meados dos anos 1990, quando começaram a ser perseguidas por conta do uso indiscriminado de ecstasy e outras drogas sintéticas.

A moda era irreverente e, na sua maioria, fluorescente, e para se ter noção da importância da roupa, antigamente, nos clubs londrinos, costumavam barrar quem não estivesse vestido de maneira adequada para as chamadas "glow-parties". Aqui no Brasil talvez não se tenha essa concepção de protesto. Já veio lá de fora assim e se "perpetuou". Mas no Ceará, onde mais se encontra esse jeito irreverente no vestuário são nos pequenos clubs underground pela cidade, diz Lobbão. "Nas open-air, até se tem, mas não é o que predomina. Em cenas mais consolidadas, como em Sampa, por exemplo, é muito mais forte, pois se tem uma cultura clubber. E a luz negra contribui para isso, porque destaca mais e fica bonito".

Em 2003, na Barraca Biruta, na Praia do Futuro, existia uma noite fixa, que cultuava esse lance do flúor. As mulheres que estivessem com qualquer acessório "glow" entravam de graça. Pode não parecer nada essa iniciativa. Mas deixa clara a marca das festas raves por todo o mundo: o uso do flúor.

Já em meados de 2005, Londres se preparava para assistir ao nascimento da new rave, com uma geração de artistas, estudantes, designers de moda e baladeiros que só queriam mesmo ouvir uma boa música eletrônica e se vestir de maneira colorida e autêntica. A moda clubber é a linguagem dos jovens que valorizam a criatividade, ao invés do culto aos altos preços de grifes já estabelecidos. Afinal, os acessórios e roupas fluorescentes estão por aí. Mas como nem tudo são flores, uma parte da cena eletrônica inglesa protesta contra este novo rótulo, alegando que o espírito das raves nunca morreu, e a new rave não passa de mais uma jogada de mídia para criar um novo movimento na cena underground. Para o DJ Fil, essa questão da vestimenta já virou marketing, uma fórmula a ser seguida. Assim como foi a moda punk. "A forma de atitude, contravenção, virou um produto. Toda essa viagem de energia, transcender... isso tudo está dentro de cada pessoa, mesmo se ela escuta jazz, rock, ou qualquer outro ritmo", resume. Ele ainda diz que foi criado um "grande circo temático" com todo um aparato para que as pessoas ficassem "livres para se expressar". "Mas o bacana é quando as pessoas exercem essa "liberdade" no dia-a-dia e não só naquele ambiente criado para tal". O DJ enfatiza que é tudo mercadológico. "É como se estivesse vendo uma tela de pintura. Dependendo do trabalho, você consegue visualizar o ambiente, o clima, a vida ao redor". Fil diz que as festas são assim também. "Se analisar uma festa, você consegue chegar à idéia que o DJ quer passar com seu som". O DJ ainda enfatiza que tudo isso é uma moda. "Esse lance de tribo, isso tudo é muito pasteurizado. Você tem que vivenciar mesmo a atitude. Tudo isso tem que vir de você e não de um ambiente criado pra tudo isso, nem de uma roupa que te diferencie de todo o resto".

O movimento raver (open-air) é ultrapassado, um termo desconceitualizado, segundo Guga de Castro, mas que acabou se estabelecendo em Fortaleza. O DJ Rodrigo Lobbão fala que a grande maioria das pessoas não tem noção do que seja uma festa rave. "Tem gente que fala: "fui numa rave irada em que o Marky tava tocando uma technera insana", ou "fui numa rave no Órbita". Traduzindo: uma rave é realizada em espaços abertos, as chamadas open-airs. O DJ Marky é conhecido internacionalmente por suas produções de Drum ´n Bass misturadas à bossa nova, portanto, não toca techno. E por fim, como o Órbita Bar é um club (local fechado) não pode ocorrer uma rave lá dentro, mesmo que se toque ME. As pessoas ainda acham que ME é ligado somente à rave. Ainda mais em Fortaleza, onde quase não se tem uma cultura clubber. Lobbão fala que isso vem mudando, por conta do Órbita, do Mucuripe. Mas ainda assim o conceito está enraizado. "Se fizer um comparativo com São Paulo, a diferença é absurda. O alicerce da ME deles é a cena clubber, são os clubs. Aqui (Fortaleza) ficou relacionado que clubber se liga ao público GLS. É mais um tabu para se quebrar", diz. Aliás, o termo club não é cultuado na nossa cena. Chamam de boate. Mas o termo é antigo, dos anos 1980. "Em alguns locais do país, boate é conhecido como "puteiro"; outros ainda chamam de discoteca, mas o termo correto é club (ou clube em português)", explica Lobbão.

Mercadologicamente, é melhor ir a uma festa longe, com uma super-estrutura, [como são as produções atuais, principalmente as de trance] do que ir toda semana num mesmo local, com mesmo visual, fala Guga de Castro sobre a relação club x rave na capital cearense. E sobre a vestimenta ser diferenciada ou não o DJ fala que "é o marketing da festa. Tem esse hype em torno da história [flúor, ou algo mais hippie com os tranceiros[75]mas isso acompanha a música em geral. No início, tinha-se uma estética, hoje é algo mais livre".

 

Dançando busco sentido, não um sentido cognitivo e racional. O movimento é o próprio sentido, seja ele desconexo, desfragmentado, brusco ou leve... ou ainda tudo ao mesmo tempo.

Dançando busco recriar o mundo, reconectar-me aos que dançam comigo e mostrar o prazer dessa brincadeira aos que de fora assistem (espero que por pouco tempo). E dessa forma me desconstruo e me percebo.

E percebo o movimento mesmo enquanto ausência. O eu-movimento torna-se símbolo da energia que sou e me descobrir enquanto ser dançante é revolucionar-me a cada dia. [76]

A ME é a dança dos que não sabem dançar, define Guga de Castro. "Nas raves, você tem uma liberdade de dança maior, porque ela não tem uma coreografia. Obviamente, alguns movimentos são bem repetitivos. Mas é uma música que te deixa mais livre".

4.2 Drogas: uma realidade virtual VER DADOS!

 

Dados da Polícia Federal mostram que a apreensão de ecstasy cresceu 725% no Brasil quando comparada à quantidade de droga apreendida em 2006. Segundo o jornal Folha de São Paulo, até o outubro de 2007, foram apreendidos 157 mil comprimidos. O número é bem maior do que o total de apreensões realizadas em todo o ano de 2006, quando a polícia recolheu 19 mil comprimidos. Segundo informações da Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil tem aproximadamente 480 mil usuários de ecstasy. No mundo, o número de usuários é estimado pelo órgão em 9 milhões. "Segundo a polícia, São Paulo lidera o ranking de apreensões de ecstasy. São 87 mil comprimidos recolhido, a maior parte no aeroporto de Guarulhos". [77]

O Ceará não é ainda um grande centro consumidor de ecstasy, mas há uma preocupação de que Fortaleza seja uma das portas de entrada da droga no País, principalmente porque o Aeroporto Pinto Martins conta com vôos diários da Europa, inclusive de Amsterdã, considerado um dos principais centros produtores de drogas sintéticas. O consumo local, no entanto, já sinaliza um alerta para a Polícia Federal, que atuam em festas raves, boates e eventos esportivos em Canoa Quebrada e Jericoacoara.

Apesar de se saber da existência da droga no estado, desde 2005 não há registros de apreensão. Em março de 2004, a Polícia Civil prendeu Danilo Rotman, que estava em posse de oito comprimidos de ecstasy e LSD, acondicionado em um frasco e pingados em dois recortes de papel. O problema do ecstasy é que por ser um comprimido, é mais fácil de esconder e livrar-se do flagrante. Mas segundo dados da Delegacia de Narcóticos do Ceará, a droga mais consumida pela classe média ainda é a cocaína. [78]

Existem várias versões para o surgimento do ecstasy. A mais plausível afirma que a droga foi sintetizada em 1912 por pesquisadores do Exército norte-americano com o objetivo de tirar a fome e o sono de seus soldados. Mas não deu certo. Eles ficavam falastrões e desconcentrados. A fórmula da droga, muito simples, foi parar nas mãos de cientistas caseiros. O boom do ecstasy começou no final dos anos 80. Nas grandes cidades da Europa e dos EUA, a juventude underground descobria a atmosfera permissiva das festas techno e house — prato cheio para os traficantes. Graças à imagem de droga moderna, seu consumo aumentou drasticamente. ""O maior problema do ecstasy é sua imagem de droga inofensiva"", disse ao Correio Giovanni Quaglia, representante do UNODC no Brasil e no Conesul. No final dos anos 90, o preço do ecstasy despencou. A qualidade também. Sinais da grande industrialização da droga. Hoje, com 10 euros (R$ 35), espanhóis e italianos podem comprar até dois comprimidos. O ecstasy também deixou o universo techno e, agora, freqüenta qualquer boate, bar ou festinha de descolados. Também adquiriu novas formas. Pode vir em pó, líquido ou em cápsulas. No Brasil, seu consumo ainda é pequeno se comparado com outros países, mas a ONU prevê uma curva ascendente para os próximos anos[79]

4.2.1 Como agem as drogas?

As drogas são substâncias que, uma vez introduzidas no organismo, causam alterações nas funções normais. De certa maneira, elas interferem no equilíbrio orgânico. Aquelas que agem sobre o sistema nervoso, alterando os processos mentais, são chamadas psicotrópicas.

O organismo, inicialmente, tenta eliminar a droga absorvida. No entanto, se o indivíduo insiste em utilizá-la, o corpo "acostuma-se" ao seu uso, numa reação chamada tolerância. Nessa etapa, o corpo vai precisando de quantidades maiores da droga para produzir o mesmo efeito, é o que se chama de adição.

Certas drogas agem sobre as células nervosas e, de alguma maneira, produzem um "curto-circuito". Enquanto elas estão passando pelos neurônios, eles ficam muito ativos, transmitindo impulsos elétricos em diversas direções. É como se uma lâmpada de 110 volts fosse ligada em uma tomada de 220 volts. A princípio, sua luminosidade fica maior e bem intensa, mas por poucos segundos, pois essa sobrecarga acaba queimando o filamento da lâmpada.

A pessoa drogada tem, a princípio, uma sensação de alteração da realidade. Imagina que percebe as cores e os sons de maneira mais intensa, principalmente com o ecstasy e com o LSD. Contudo, quando acaba o efeito da droga, ela perde aos poucos a noção da realidade. Os neurônios sobrecarregados podem ser destruídos. A pessoa começa a não ter percepção de tempo e de espaço, e fica num estado de confusão. O viciado reage de maneira descontrolada, descuidando da aparência, da higiene e, até mesmo das amizades.

O tempo que se leva para chegar a essa fase varia de acordo com o tipo de droga e a quantidade consumida. O corpo tenta se defender e o órgão mais afetado nesse processo é o fígado, que tenta neutralizar os tóxicos e as drogas, destruindo-os ou absorvendo-os em suas células. Muitas vezes algumas delas (células) acabam morrendo nessa tentativa. [80]

4.2.2 O que é o ecstasy?

O ecstasy é uma droga ilegal usada por alguns jovens. Mas é diferente de outras drogas como a marijuana, a heroína ou a cocaína, porque não é proveniente de uma planta; é fabricada ilegalmente a partir de diferentes produtos químicos. Geralmente é feito de produtos químicos semelhantes a duas outras drogas: anfetamina (também conhecida pelo nome de speed) - um estimulante que aumenta a energia e ajuda as pessoas a se manterem acordadas; alucinógenos - que permite ver ou ouvir coisas que não existem, ou distorcer o que se vê ou ouve. Por exemplo, alguém sob o efeito de um alucinógeno pode ver uma chávena de café a mover-se, ou pensar que o padrão do papel da parede está a mover-se.

Quais são os efeitos?

Os efeitos dependem dos ingredientes da droga e da pessoa que a toma, podendo fazer com que a pessoa se sinta feliz, confiante e afetuosa. Mas, pode também, fazer com que as pessoas se sintam ansiosas, paranóicas (com medo de que os outros lhes possam fazer mal) e deprimidas. Os efeitos a curto prazo podem incluir aumento das batidas cardíacas e da pressão arterial; aumento da temperatura do corpo e da transpiração; desidratação - perda de água do corpo; dentes a ranger ou maxilares cerrados; náusea.

Qual é o perigo do ecstasy?

Embora já tenha havido alguns casos fatais causados por uma reação adversa à droga, não é um fato comum, porque é difícil prever quem está em risco. Algumas mortes foram causadas por: excesso de calor no corpo (a combinação do ecstasy com a dança por longos períodos pode provocar um aumento da temperatura do corpo e causar desidratação). Quem usa a droga deve beber 500ml de água a intervalos de uma hora se estiver dançando ou se movimentando, e 250ml se estiver parado; beber excesso de líquidos - é importante não beber muita água de uma vez só. Algumas mortes ocorrem quando o fluido em excesso afeta o cérebro, causando coma. É importante também não dirigir depois de usar ecstasy e não o misturar com outras drogas nem partilhar agulhas, se a droga for injetada. A pessoa que tem antecedentes familiares de doenças mentais, ansiedade, ataque de pânico, doença cardíaca, hipertensão, diabetes, problemas hepáticos ou epilepsia não devem usar ecstasy.

O ecstasy é aditivo?

Geralmente se pensa que o ecstasy não é fisicamente aditivo da mesma maneira que outras drogas, como a heroína e a nicotina, por exemplo, as quais causam sintomas de desabituação quando se interrompe o seu consumo. No entanto, há algumas pessoas que ficam psicologicamente dependentes do ecstasy - o que significa terem dificuldade em deixar a droga porque pensam ter necessidade da droga para se sentirem bem ou se divertirem.

4.3 Raves viram notícia

A relação das festas com a mídia, nos anos 1980, era "muito nicho" [era pequeno muito centralizado e pouco divulgado], segundo Fran Viana. "Não se tinha esse enfoque que se tem hoje. Não tinha essa coisa de ser associado só a droga. Era o começo de tudo". Já no início dos anos 1990, eram em menor escala, "porque tudo vinha com atraso à capital, inclusive a droga", conta Guga de Castro. Mas segundo o DJ, essa relação que se faz das raves com as drogas são estereótipos. "Assim como há no rock com a cocaína; no reggae com a maconha e por fim na rave com o ecstasy".

A grande mídia ainda é equivocada e muito sensacionalista, segundo o DJ Fil. "Falta muito ainda pra mídia pesquisar, apesar de já ter pessoas no meio que entendam melhor esse universo, que sabem o que acontecem e falam a verdade". Para o DJ Rodrigo Lobbão, a "mídia pega uma coisa pra cristo e é aquilo ali (verdade absoluta). Como fizeram com vários outros gêneros musicais que estavam surgindo no cenário".

A desinformação é gritante fala Fil. "Revista nem tanto, porque já existem algumas especializadas que têm um melhor nível de informação a respeito da música. E algumas [como a Bizz] até tratam de ME. Mas na mídia instantânea (TV e jornal) esse nível [de informação] cai", afirma. Mas segundo o DJ, isso não acontece só com a ME. "É com o teatro, a dança, com a arte em geral. Não existe uma discussão para se propor questionamentos. O que existe é se vai vender mais, se vai render audiência". E geralmente o que vende mais, o que causa mais polêmica, para Fil, são as matérias sensacionalistas. "É uma blitz numa rave que prendeu não sei quantos drogados e traficantes; um show de forró que um produtor levou um tiro e morreu; então não é só na ME; outras indústrias também sofrem com isso", enfatiza.

Não se pode negar que existe um consumo abusivo de drogas, principalmente, as sintéticas, como o ecstasy e LSD, admitem Fil e Lobbão. "Mas quando há um fato negativo em relação às festas, a mídia faz parecer como se ali tivessem realmente um monte de malucos, loucos, drogados, onde ninguém presta". E essa visão é deturpada segundo os DJs. Fil ainda diz que nas micaretas "há bastante consumo de drogas, como álcool e lança-perfume, e é até visível, mas ninguém divulga isso, é tudo abafado". Porque o carnaval já é da nossa cultura, diz ele. "Então há uma visão mais grossa com as micaretas, e com o próprio carnaval. Já uma rave, é visto de outra maneira: delinqüentes juvenis, revoltados contra o sistema..." Mas a culpa é até mesmo de quem faz parte desse universo, segundo o DJ. "Muita gente que vai às festas alimenta essa coisa meio "contracultura", que é uma grande "babaquice"", enfatiza.

Aos poucos, a ME tomou evidência na mídia e tiveram que "aprender" a linguagem desse mundo, fala o DJ paulista e jornalista Camilo Rocha. Mas, segundo ele, ainda não se tem tanto espaço como deveria. "Em São Paulo, por exemplo, só o jornal "Folha" cobre bem o assunto. Os outros meios ignoram, assim como a TV, com exceção dos canais pagos, que têm muita coisa boa e dos cadernos de cultura que são mais direcionados", diz. Mas para Camilo, "a mídia que mais difunde a ME, com certeza, é a Internet".

4.4 Internet: mídia aliada

A internet surge como aliada da ME tanto na divulgação como em termos de evolução no quesito tecnologia. Através da rede já é possível comprar e vender músicas, devido aos selos digitais; mostrar os trabalhos dos DJs, seja em áudio ou vídeo; adquirir softwares que ajudem na produção musical; e, claro, ajuda a divulgar o universo da e-music, por meio de sites especializados no assunto.

O site de maior referência de ME no estado foi o Cenaceara, posterior Upmusic.biz. A revista eletrônica idealizada pelo produtor e DJ Toni Mazzotti (MZT), em 2003, é considerada um marco na história do gênero musical. Extinto em 2006, o site apresentava matérias relativas ao universo da e-music nos âmbitos local, nacional e internacional, com artigos de DJs, aspirantes a jornalistas e pessoas do meio que se interessavam pelas "palavras"; releases dos DJs locais e seus respectivos sets; agenda completa de festas e eventos relacionados com flyers e promoções. Além do Cenaceara, também tiveram evidência o sites do núcleo Undergroove, os das produtoras Feeling e, Technofor, além de outros que tentaram se aproximar do projeto do "Cena", como o site de coberturas exclusivas de ME, com colunas de minha autoria, entrevistas e agenda, o Flashvip.net, idealizado pelo hoje produtor musical e DJ Adonai, do live cearense de psytrance Hypnotic Device; assim como o ZonaVibe, que apesar da ótima tentativa (está na ativa desde 2006), também com colunas de ME de minha autoria (já extinta), agenda, promoções, e matérias, não conseguiu se estabelecer como Cenaceara, mas realiza grandes festas no estado. A coluna UP do caderno Zoeira (publicada aos sábados), do jornal Diário do Nordeste, em 2006, também foi sucesso, mas por pouco tempo. O projeto era uma extensão do Upmusic.biz (antigo Cenaceara) e quem escrevia era a DJ Marcela Brid. O Portal Verdes Mares também deu sua contribuição quando surgiu a oportunidade de divulgar o gênero com meu trabalho de colunista sobre a cena de ME da cidade, quando era estagiária do site do Sistema Verdes Mares.

Após a retirada do "Cena" do ar, a ME se viu deixada um pouco de lado. DJs, produtores e amantes do universo sentiram a falta do site, pois não se tinha mais informações sobre os próximos eventos, as fotos de festas passadas, os novos sets dos DJs, matérias, entrevistas, vídeos, artigos sobre a cena. Para suprir o vazio que havia se instalado, a saída foi através da própria internet, com o Orkut emais recentemente (maio de 2008), com a volta do mIRC, atrasvés da rede Braslink, nos canais #zonavibe, #cenaceara e #teknera, todos voltados à ME.

Mas a rede de relacionamentos Orkut é hoje o maior ponto de encontro dos curiosos, adoradores e profissionais da ME e detém o maior número de comunidades relacionadas à e-music. É no Orkut que se concentram as discussões sobre variados temas de quem participa ou quer ingressar no mundo eletrônico e é nele que os profissionais "eletrônicos" divulgam seus trabalhos (release, sets, vídeo, sites pessoais etc). Mas existem sites especializados que tratam da ME de uma maneira mais ampla e não somente no regional. Confira a lista de alguns dos sites de maior referência no mundo da e-music:

Universo eletrônico:

http://www.rraurl.com

http://www.technopride.net

http://www.raves.com.br

http://www.emusicbrasil.com

http://www.nu-act.art.br

http://psyte.uol.com.br

http://www.baladaplanet.com.br

http://www.zonavibe.net

http://www.universoparalello.art.br

http://www.entrance.art.br

http://www.trancendence.com.br

http://www.solarflares.com.br

Profissionais:

http://www.juno.co.uk

http://www.psyshop.com

http://www.trackitdown.net

http://www.tunetribe.com

http://www.bangingtunes.com

http://www.chemical-records.co.uk

http://www5.decks.de

4.5 Cenário atual e futuro da cena

A cena cearense, atualmente, vive um processo de saturação de todo o purismo (segmentação de estilos) fielmente defendido por anos a fio. A solução para esse "problema" voltou ao quadro dos primórdios: a mistura. "Isso é uma tendência forte. É tudo muito em cima desse conceito da diversidade que a gente viveu. É um conceito estético de som mais livre, que abre até mais possibilidades pra quem toca", comenta Lobbão.[81] É o que o Laurent Garnier disse uma vez: você gosta de comer frango todo dia?

A cena, principalmente techno, estagnou e o trance, que estava um pouco escondido, ganhou força e se estabeleceu de uma forma tão forte que é difícil saber até quando irá durar, ou no caso, enjoar. Porque a cena de Fortaleza é seguida por modismos, segundo o DJ Fil. As pessoas que vão às festas não são fiéis a um gosto musical. Elas vão para o que está acontecendo no momento. E o que está na moda são as grandes festas trance. Anos atrás essa cena atual era quase impensável, pois o techno era o que movimentava a ME na cidade. O trance sobrevivia com pequenos eventos organizados por quem gostava do gênero. Drum´n bass só mesmo em algumas festinhas específicas do estilo; assim como a house, que teve uma maior evidência em meados de 2006, com o projeto N.O.V.A House (formado por DJs de house da cidade que tentaram colocar o estilo na ativa em algumas festas), mas continua estagnada.

O futuro da nossa cena para Fil e Lobbão serão as chamadas festas de playboy, que segundo os DJs, "são bem elitistas e preconceituosas", mas são mais abertas para outros estilos e realizadas em clubs, com um som mais híbrido. Já Guga de Castro afirma que o futuro da ME na cidade voltará a ser a mistura. Na verdade ninguém sabe o que irá acontecer. Enquanto isso, o público curte a vibe do que estiver ao alcance, seja em club, open-air ou em festivais de até sete dias, como o Universo Paralello (que acontece no fim do ano, na Bahia) e tantos outros espalhados pelo Brasil. O importante é a música e o que ela representa para cada um. A liberdade com responsabilidade. O ser por si e não pelos outros.

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UZImagazine - http://www.uzimagazine.com/artigos_2.php?arquivo=61&id=23 [outubro de 2007]

ANEXOS

Dicas eletrônicas

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As turmas contam com no máximo três alunos, para ter um melhor rendimento; o curso funciona todos os dias da semana, nos turnos tarde e noite, inclusive aos sábados, e as aulas têm duas horas de duração, divididas em duas ou três vezes por semana. Mais informações: jugadelha[arroba]hotmail.com (Undergroove)[82].

Glossário

Para entender o que acontece no universo da ME deve-se saber, além do histórico, da diferenciação dos estilos, e de outras tantas questões, o significado de alguns termos, que muitas pessoas nem imaginam o que seja.

After-Party: uma festa após uma grande festa, geralmente na casa de amigos, com piscina e um som.

BPM: batidas por minuto. É o que determina a velocidade da música. Quanto maior o BPM, mais pesada é a música.

Chart: relação de músicas que compõem o set do DJ.

Chill out: local para relaxar dentro de uma rave, com almofadas e sofás – um ambiente à parte. Também pode ser uma música calma.

Club: local fechado, estilo boate.

Clubber: freqüentador de clubs ou estilo de se vestir.

Doce ou CD: codinomes para ácido, LSD. Dependendo do desenho da cartela, pode ser chamado pelo próprio nome, como bike (bicicleta), monet, microponto, etc.

Ê, bala ou paçoca: codinomes para ecstasy, dependendo do desenho podem chamar pelo próprio nome, como Love, Rolls Royce, Mitsubish, Smile, Cereja, etc.

Flyers: Panfletos com as informações do evento e com um design moderno que mostram através da imagem todo o conceito da festa que será realizada.

Groove: balanço da música, levada, o ritmo que contagia.

Hype: moda.

Line-up: relação de DJs que se apresentam em uma festa.

Live P.A: música eletrônica ao vivo, com ajuda de samplers, instrumentos de percussão,

computadores.

LJ (Light Jockey): quem comanda a iluminação da festa e apresenta vídeos em sintonia com o DJ.

Loop: música fica em rotação (girando).

Lounge: bares onde os DJs tocam ao vivo, um ambiente mais intimista e uma música mais leve.

MIDI: (Musical Instrument Digital Interface), controlador, parecido com um teclado, para fazer a melodia da música – utilizado na produção musical.

Mixer: Mesa de som adaptada para os DJs. Sua função é misturar os sons, com ajuda de efeitos. Geralmente usado em conjunto com pick-ups ou CDJ.

Pickup ou CDJ: instrumentos onde os DJs fazem seus sets.

Private: festa privada apenas para amigos ou convidados.

Rave: grande festa realizada ao ar-livre (open air).

Raver: freqüentador de raves.

Sampler: instrumento que copia e cola sons – utilizado para fazer produção musical.

Set: seqüência de músicas que o DJ toca.

Track: faixas de músicas.

Vibe: vibração, o clima da festa.

Vinil: disco, LP, ou o antigo bolachão.

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Fachada do clube Periferia (1986) – Foto: Neto Pessoa

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Freqüentadores do Periferia reunidos antes do clube abrir - Foto: Arquivo Pessoal

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Neto Pessoa posa com alguns LPs dos anos

1980 – Foto: Arquivo Pessoal

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Neto Pessoa, freqüentador de festas e hoje DJ (dir.) com amigos (2007) – Foto: Arquivo Pessoal

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DJs Arlequim (Bruno), Sickboy (Hudson) e Rodrigo Lobbão (Undergroove) - Fonte: Arquivo Pessoal

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DJ Fil (Undergroove) no projeto Heineken Sunset (novembro de 2007) – Foto: Arquivo Pessoal

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DJs Guga de Castro e Marquinhos (Farra Alheia) – Foto: Arquivo Diário do Nordeste

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DJ Guga de Castro – Foto: Arquivo DN

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DJ, produtor e idealizador do site Cenaceara, Toni MZT

Foto: Arquivo Pessoal

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DJ Chris DB apresenta seu set no FW Eletronic 2007 – Foto: Arquivo Pessoal Chris DB

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Sistema de vídeo (Light Jockey) do FW Eletronic 2007 – Foto: Arquivo Pessoal Chris DB

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Montagem do festival FW Eletronic 2007/Ceara Music – Foto: Arquivo Pessoal Chris DB

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FW Eletronic 2007 – Foto: Arquivo Pessoal Chris DB

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Palco principal do FW Eletronic 2007 (Ceará Music) - Foto: Arquivo Diário do Nordeste

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Festival Zonavibe (2006) - Foto: João Luis (Nu-Act)

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DJs e produtores do live cearense Groove Machines, Diego Grecchi (esq.) e Aminad (dir.). – Fonte: Arquivo Pessoal

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Home Studio do live cearense Groove Machines – Foto: Arquivo Pessoal

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DJ e produtor Aminad do live cearense Groove Machines e dono do selo cearense Vai Vem Records – Fonte: Arquivo Pessoal

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DJ e produtor Diego Grecchi do live cearense Groove Machines no FW Eletronic 2007 – Fonte: Arquivo Pessoal

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Flyers das festas do extinto Noise 3D Club, na Praia de Iracema – Foto: Neto Pessoa

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Flyers de algumas raves e privates históricas do Ceará – Foto: Viviane Prado

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Projeto experimental apresentado ao curso de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo da Faculdade Integrada do Ceará como requisito para obtenção do grau de bacharel.

Este Projeto Experimental foi apresentado no dia 10 de dezembro de 2007, como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em COMUNICAÇÃO SOCIAL – HABILITAÇÃO EM JORNALISMO, tendo sido aprovado pela Banca Examinadora, composta pelos professores:

Prof° Ms. Demétrio de Andrade Bezerra Farias

Prof° Ms Laécio Ricardo de Aquino Rodrigues

Prof° Ms. Lauriberto Carneiro Braga

A os amantes da música eletrônica.

AGRADECIMENTOS

A Deus por me dar a vida e permitir que eu conseguisse concluir o presente livro, projeto de conclusão do curso de Jornalismo, que acredito ter conseguido enriquecer com mais calma, para deixar como acervo histórico da música eletrônica cearense, ainda, infelizmente, escasso.

Aos meus queridos pais pelo apoio e força.

Ao meu lindo Flávio, por toda dedicação, companheirismo, carinho e atenção. Um amor sem igual.

Aos DJs Fil e Lobbão (Undergroove) pelas horas de entrevistas e pela total atenção.

Ao Fran Viana por me receber tão bem nas várias vezes que precisei. Pela linda atenção que me dedicou, mesmo sem me conhecer.

Ao Diogo (Aminad) por me ajudar num assunto que não tinha familiaridade – produção.

Aos DJs Diego Grecchi e Chris DB pela paciência e linda ajuda. Sou muito grata aos dois.

Aos DJs Mantrix (Angel) e Neuromancer (Hermano) pelas dúvidas tiradas.

A todas as pessoas que de alguma forma me incentivaram e me ajudaram a realizar este trabalho.

A Neto Pessoa, Sueli, João Luís (Nu-Act), Chris DB e Diário do Nordeste pela fotos cedidas.

Ao meu querido orientador Laécio Ricardo por acreditar que eu seria capaz de concretizar meu sonho.

Ao professor Demétrio Andrade por também acreditar no meu trabalho e me incentivar a fazê-lo.

Ao professor Lauriberto Braga por aceitar o convite de participar da banca julgadora.

À música eletrônica, pois eu tinha certeza que um dia ela me traria bons frutos, mesmo que a maioria das pessoas à minha volta me contrariasse.

Ao Jornalismo. Um sonho que se concretiza; uma verdadeira paixão. Amo muito tudo isso!

Ao futuro.

 

Autor:

Viviane Da Rocha Prado

viviprado[arroba]gmail.com

Orientador: Professor Ms. Laécio Ricardo de Aquino Rodrigues.

  • FORTALEZA

  • 2007

Fotos

Neto Pessoa, Sueli, João Luís (Nu-Act), arquivo de entrevistados e jornal Diário do Nordeste.

Capa e Diagramação

Viviane da Rocha Prado

Tipologia

Texto: fonte Times New Roman

Tamanho 12

Títulos, legendas e detalhes:

Fonte Times New Roman

Tamanhos 10 e 14

Ce-music: um outro olhar sob a cena

É um projeto experimental apresentado ao curso de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo da Faculdade Integrada do Ceará como requisito para obtenção do grau de bacharel.


[1] Renato Lopes começou sua carreira como DJ, oficialmente, em 1986, na lendária casa paulistana Madame Satã. Na época, tocava pós-punk e arriscava um gênero até então pouco difundido: house music. Em 1987, já entregue á residência do Nation Disco Club, iniciava o lento processo de adaptação da cultura das pistas no país. - Fonte: Rraul (principal site de música eletrônica do Brasil) - http://www.rraurl.com [setembro de 2007]

[2] Também fazia parte do casting da Nation e juntamente com Renato Lopes ajudou a fundar a banda de techno-pop Que Fim Levou Robin?, em 1989, no Rio de Janeiro.

[3] Radialista e um dos únicos brasileiros já selecionados para o RedBull Music Academy, evento internacional que reúne expoentes da música contemporânea mundial, como DJs, produtores e profissionais do meio. (ARAÊJO JR, Jackson, 2007). é residente da Farra na Casa Alheia há 7 anos, no Amici´s Spot Bar, na Praia de Iracema.

[4] Roberto Carlos, Wanderléa, Erasmo Carlos, Sérgio Reis faziam parta da Jovem Guarda, também conhecida como iê-iê-iê - voltada para um público ainda mais jovem e menos refinado. Este movimento traduziu, singelamente, em termos brasileiros, a explosão musical de The Beatles, The Rolling Stones e outros monstros sagrados dos anos 1960. Se para o grupo da MPB a guitarra elétrica, por exemplo, era um instrumento imperialista, para os cabeludos da Jovem Guarda era a possibilidade de reproduzir no Brasil os sons que eles amavam - http://educaterra.terra.com.br/literatura/temadomes/2004/10/15/000.htm [10 de outubro de 2007]

[5] Em português, estrobo(s). Luz estroboscópica para animação de festas, arranjos visuais, sinalizadores. - http://www1.fatecsp.br/eletro/material/mecprec/estrobo.pdf [10 de outubro de 2007]

[6] Entrevista realizada, em 2004, para a monografia de ARAÊJO JR, Jackson. DJ, Dono da Juventude - Sagrado e Profano na Festa do Olimpo Moderno, 2007, pela Universidade de Fortaleza (Unifor).

[7] ME é a abreviação de música eletrônica, que também pode ser chamada de e-music (do inglês eletronic music)

[8] Abreviação de Praia do Futuro.

[9] Deep house é um gênero da house music.

[10] Garage é outro estilo que nasceu do house. A diferença é que o som lembra mais o rhythm & blues e o disco. O nome nasceu no clube Paradise Garage, em Nova York.

[11] Scissor Sisters é uma banda dos Estados Unidos formada em 2001, cujo título é um codinome referente ao lesbianismo ("irmãs tesouras").

[12] Mas além deles também fazem parte Sickboy, Arlequim, Chris DB, Mantrix, Priscilla Dieb, entre outros.

[13] Priscilla Dieb é ex-namorada do cantor pernambucano Chico Science e trouxe muitas gravações em estúdio do cantor.

[14] Primeiro live cearense (produção) que virou selo e atingiu o Smartbiz.

[15] Ênico DJ que já apresentava um som mais diferenciado com o trance.

[16] Prodigy e Chemical Brothers os principais exemplos do estilo de música eletrônica Big Beat, que une as batidas aceleradas do hip hop com as do funk.

[17] A Ôrbita abriu com a intenção de ser um club essencialmente de ME, ao estilo londrino. Mas a casa era muito "avançada" para os padrões na cena local e da cabeça do público. Todos pensavam que se tratava de um club gay. E acabou não dando certo, assim como o Disco Voador. Mas a Ôrbita é a única casa que desde a abertura (2000) permanece com uma noite fixa destinada á ME. Rodrigo Lobbão é o residente e toca do minimal ao techno.

[18] Fil, Lobbão, Hudson (Sickboy) e Bruno (Arlequim).

[19] A formação do núcleo passou por várias modificações. Fizeram parte os DJs Arnold B (hoje em Londres), Chris DB (Mucuripe), entre outros. Mas foi com os quatro que o núcleo se estabeleceu e está na ativa até os dias atuais.

[20] Festa pequena somente para convidados.

[21] Lista de músicas que o DJ toca; também pode ser chamada de chart.

[22] Definição de minha autoria para os quatro principais estilos que formam a ME pura e suas variantes - DnB, house, techno e trance.

[23] Definição no capítulo II - Por Dentro do som.

[24] Principais estilos da segmentação da ME. é a partir deles que surgem os sub-gêneros e variantes deep, acid, tech, hard, entre outras.

[25] Grupo de Artes Sônicas - (http://www.artnet.com.br/pmotta/museletr.htm#1) [setembro de 2007]

[26] Instrumento eletromagnético, baseado no princípio do radar, cujos sons são obtidos por movimentos da mão aproximando-se ou afastando-se dele. (http://www.kinghost.com.br/dicionario/teremim.html) [setembro de 2007]

[27] Criador da música pop eletrônica, o grupo alemão Kraftwerk é o primeiro, no início dos anos 70, a estabelecer as bases da música pop eletrônica - http://www.raves.com.br [setembro de 2007].

[28] O termo BPM significa batidas por minuto, quantidade de pedais (bumbo) e caixas (clap) dentro do tempo de um minuto. Esse termo é usado para definir a velocidade da música, pois as músicas têm BPMs diferentes. O DJ usa o pitch (Botão deslizante onde se pode alterar a velocidade) para igualar as BPMs das músicas e só então pode mixar (misturar). - Fonte: Manual Pragatecno (núcleo de ME de Salvador).

[29] (LEMOS, CUNHA, 2003, p. 158)

[30] Levan foi um dos pioneiros das pistas. Foi ele quem planejou o espaço acústico da Paradise Garage.

[31] (LEMOS, CUNHA, 2003, p. 158)

[32] Idem.

[33] O que diferencia o bumbo da caixa é o timbre de cada um. O bumbo (pedal) é mais grave e a caixa (clap) mais aguda - Fonte: Manual Pragatecno (núcleo de ME de Salvador): 'equipamentos básicos para DJs'.

[34] House acelerado com som mais estridente. O nome do estilo vem do consumo de drogas, como o ácido LSD e o ecstasy, não raro encontrados nas festas eletrônicas. O smile, conhecido desenho de um rosto amarelo sorrindo, é considerado o símbolo máximo do estilo musical - http://marisacn.blogspot.com/2007/09/msica-eletrnica-no-tudo-igual-no.html [agosto de 2007]

[35] M. CLÁUDIO - Balearic, rave e plur - http://www.pragatecno.com.br [setembro de 2007]

[36] Criado pelo DJ Larry Lee. O som surgiu nos anos 200,0 em Nova Iorque e tinha o electro dos anos 1980 como base, mas com uma roupagem. - UZImagazine - http://www.uzimagazine.com/artigos_2.php?arquivo=61&id=23 [outubro de 2007]

[37] Também conhecido como Dance-punk, dance-rock e muitas vezes confundido com electro-punk e punk-funk, é um subgenero do Punk Rock que mistura ritmos da dance music com a atitude do punk rock. Em 2006, foi criado o movimento New Rave, que é a mesma coisa que o Dance-punk, só que mais voltado ao punk rock.

[38] 'Surgimento das Raves' - http://www.raves.com.br [setembro de 2007]

[39] PALOMINO, érika. Babado Forte: moda, música e noite na virada do século 21. São Paulo: Mandarim, 1999 (p. 59).

[40] Johnny Luxo é hostess, DJ e colunista do site EGO durante o São Paulo Fashion Week (SPFW).

[41] PALOMINO, érika, 1999, p. 59.

[42] Idem

[43] A relação das drogas, em especial o ecstasy e o LSD com a ME será apresentada no decorrer do livro.

[44] Abreviação do estilo Drum and Bass ou Drum´n Bass.

[45] Entrevista realizada com os DJs Fil e Rodrigo Lobbão, do Núcleo Undergroove - 1º coletivo de ME do Ceará.

[46] Idem.

[47] Movimento artístico-cultural iniciado no início da década de 1990, em Recife, a partir da iniciativa das bandas Chico Science, Nação Zumbi e Mundo Livre S.A. Os músicos buscaram formas híbridas entre a cultura de massa e a tradição local e abriram caminho para uma renovação cultural que encontrou ressonância internacional. - http://www.projetomemoria.art.br [setembro de 2007]

[48] Entrevista realizada com DJ Fil, do Núcleo Undergroove.

[49] Pessoas que não fazem parte do 'gueto' eletrônico, mas ficam sabendo dos eventos e comparecem.

[50] BBC Brasil.com - http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2002/020717_ivanlessa.shtml [16 e 17 de outubro de 2007].

[51] Áudio, Música e Tecnologia On-line - Quem é você, DJ? - http://www.musitec.com.br/revista_artigo.asp?revistaID=1&edicaoID=108&navID=1394 [16 e 17 de outubro de 2007]

[52] Áudio, Música e Tecnologia On-line - Quem é você, DJ? - http://www.musitec.com.br/revista_artigo.asp?revistaID=1&edicaoID=108&navID=1394 [16 e 17 de outubro de 2007]

[53] Idem.

[54] Entrevista realizada em outubro de 2007 com Neuromancer, um dos únicos DJs inseridos na ME que toca freestyle (não se detém a um só estilo). Seu nome era DJ Necrolyte que também tocava chill out (música para relaxar).

[55] Artigo publicado no site Terra - Como se Tornar DJ - http://www.terra.com.br/jovem/falaserio/2004/12/07/000.htm [novembro de 2007]

[56] DJ desde 1996 e jornalista. Escreve para o site rraurl.com, referência nacional no mundo da ME, para a Folha de São Paulo e para revista Bizz, especializada em música.

[57] Artigo publicado no site Terra - Como se Tornar DJ - http://www.terra.com.br/jovem/falaserio/2004/12/07/000.htm [novembro de 2007]

[58] Idem.

[59] DJ e um dos produtores do Groove Machines Live - produção cearense de psytrance.

[60] DJ e parceiro de produção no Groove Machines Live.

[61] Apud LEMOS, CUNHA.p 165

[62] II Encontro de Música Eletroacústica - http://www.eca.usp.br/prof/iazzetta/papers/eme97.htm [25 de outubro de 2007]

[63] Idem.

[64] Marco Benassi, mais conhecido como Benny Benassi é um DJ italiano e produtor de grandes hits como I Feel So Fine (2001) e Satisfaction (2004), este último ficou mundialmente famoso e alcançou número 2 nos singles do Reino Unido.

[65] Entrevista com os produtores do 'Groove Machines Live', composto pelos DJs Aminad e Diego Grecchi - produção cearense de psytrance.

[66] Ao invés de usar o mouse e 'pintar' a melodia, usa-se o controlador para deixar a música rodando em loop e "brincar" até conseguir achar alguma coisa. Depois é só gravar.

[67] IAZZETTA, 1997 - Revendo o Papel do Instrumento na Música Eletroacústica.

[68] Idem.

[69] A sigla que significa public appearance, power amplification ou public adress, entre outras denominações, é uma constante nos eventos psicodélicos. Assim como o próprio nome já diz, trata-se de uma apresentação ao vivo em que a figura do DJ é substituída pela do produtor.

[70] Referência mundial de sites de vendas de ME.

[71] DJ renomado internacionalmente na ME.

[72] Entrevista realizada com o jornalista e DJ em maio de 2006.

[73] As tendas eletrônicas, segundo o DJ Chris DB, fazem parte de um projeto idealizado pela produtora de eventos Val, que é adoradora dos estilos house e techno e lançou a idéia. A primeira edição contou com um investimento pequeno, onde tocaram os DJs locais Chris DB, Arnold B, Toni MZT, Guga de Castro e os nacionais Rica Amaral, que estava começando a carreira, Mau Mau e Patife. No segundo ano, trouxeram o DJ Marky. Quando ele entrou no palco tiveram que fechar a entrada, pois não cabia mais ninguém. No terceiro ano já existia um cena de techno muito forte e por isso o estilo ganhou um tenda exclusiva na época (2003).

[74] Significa moda.

[75] Quem curte o estilo trance é chamado de tranceiro e, geralmente, usam roupas que fazem uma alusão hippie, com colares de madeira, piercings, tatoos, roupas mais folgadas, sandálias nos pés.

[76] Artigo publucado no site Nu-ACT - Núcleo de Arte e Cultura Transcedental - http://www.nu-act.art.br [novembro de 2007]

[77] Matéria publicada no Site Terra - http://noticias.terra.com.br/brasil/interna/0,,OI2045791-EI5030,00.html [11 de novembro de 2007]

[78] Matéria publicada no jornal Diário do Nordeste, na editoria de Polícia, do dia 26 de dezembro de 2005. (anexos)

[79] Correio Brasiliense - Alerta da ONU - Globalização do ecstasy, 2003- http://www2.correioweb.com.br/cw/EDICAO_20030705/pri_mun_050703_136.htm [novembro de 2007]

[80] TOMITA, Rúbia Yuri. Atlas visual compacto do corpo humano [ilustrações Moreno, Douglas Peres Fabian]. 1. ed. - São Paulo: Rideel, 1999, p. 103-104.

[81] Entrevista realizada com DJ Rodrigo Lobbão, do Núcleo Undergroove.

[82] Fonte: UGroove#10 - Zine do Undergroove.

Partes: 1, 2, 3


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