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3– Dados gerais da escola 22 de Novembro
Localização: a escola do Iº ciclo 22 de Novembro, situa-se na província da Huíla, município de Caconda, na comuna sede
Características da escola
A escola do Iº ciclo 22 de Novembro, tem 12 salas de aulas com a capacidade de albergar 40 á 45 alunos, um gabinete para o director geral, um gabinete do director pedagógico, um gabinete do directo administrativo, três casas de banho, uma sala de professores e duas secretaria
Segundo Martins, A. (1991). As manifestações de insucesso escolar são múltiplas, mas três delas são particularmente referidas pela possibilidade que oferecem de se poder medir a própria eficácia do sistema educativo:
-Abandono da escola antes do fim do ensino obrigatório;
- As reprovações sucessivas que dão lugar a grandes desníveis entre a idade cronológica do aluno e o nível escolar; Os níveis de fracasso que podem ser totais (em todas as disciplinas ou quase) ou parciais (numa ou duas disciplinas).
- A passagem dos alunos para tipos de ensino menos exigentes, que conduzem a aprendizagens profissionais imediatas, mas os afasta do ingresso no ensino superior.
Esta listagem, recolhida em Luísa Morgado, poderia ser indefinidamente prosseguida, mas não é esse agora o nosso objectivo.
Alunos
- Falta de vocação. Uma das causas mais frequentes para o desinteresse, desmotivação e indisciplina dos alunos está opções de um dado curso. Quando confrontos com o manifesto insucesso escolar no mesmo, muitos são os que insistem em prosseguir na mesma área vocacional pelos mais variados motivos (amigos, fuga a disciplinas consideradas difíceis, etc).
-Atrasos do desenvolvimento cognitivo. As escalas psicométricas de inteligência têm sido apontadas como um bom indicador para identificar estas causas individuais de insucesso escolar. O problema é que a grande maioria dos alunos que falham nos resultados escolares, têm um desenvolvimento normal. Há que não abusar desta explicação.
-A instabilidade característica na adolescência, consta entre as muitas causas individuais do insucesso. Esta conduz muitas vezes o aluno a rejeitar a escola, a desinvestir no estudo das matérias, e frequentemente à indisciplina.
- Estilos de vida. Dificuldade em compatibilizar as exigências escolares, com as mais diversas solicitações ( saídas nocturnas frequentes, jogos de computador absorventes, desportos, etc), provocando hábitos pouco regrados de vida. O aluno passa a encarar as actividades escolares como pouco estimulantes, trabalhosas e rotineiras.
Famílias
- Países autoritários, conflitos familiares, divórcios litigiosos, fazem parte de um extenso rol de causas que podem levar a que o aluno se sinta rejeitado, e comece a desinteressar-se pelo seu percurso escolar, adoptando um comportamento indisciplinado.
-O ciúme e a vingança dos país contribuem também para fazer estragos nos resultados escolares do alunos. Muitas vezes com medo que os filhos lhes deixem de manifestar afecto, trocando-os pela escola ou os professores, adoptam atitudes que contribuem para os afastar dos estudos. Outras vezes, fazem-no para se vingarem de não lhes terem sido proporcionados também na infância as mesmas oportunidades.
-A origem social dos alunos tem sido a causa mais usada para justificar os piores resultados, sobretudo quando são obtidos por alunos originários de famílias de baixos recursos económicos, onde aliás se encontra a maior percentagem de insucessos escolares. Os sociólogos construíram a partir desta relação causa-efeito uma verdadeira panóplia determinantes sociais que permitem explicar quase tudo:
Professores
- Métodos de ensino, recursos didácticos, técnicas de comunicação inadequadas às características da turma ou de cada aluno, fazem parte igualmente de um vasto leque de causas que podem conduzir a uma deficiente relação pedagógica e influência negativamente os resultados.
Segundo (Jornal Verdade e Luz Nº 172 de Maio de 2000) O fraco aproveitamento na escola é sempre vivenciado com dor. Não só por aqueles a quem atinge mas também pela sociedade como um todo, já que é percebido como um fracasso do sistema, o que é lamentável. No entanto, o insucesso poderia ter uma função oculta - por exemplo, contribuir para a reprodução de um tipo de estratificação social.
Naturalmente, nem todas as crianças de uma geração vão ingressar em escolas renomadas.
A maioria vai se contentar com um percurso de sucesso (como conseguir um diploma do Ensino Médio) e nada mais. No entanto, sem ser capaz de fazer milagres, a avaliação tem um primeiro mecanismo de ação: recusa-se a ser reduzida ao papel de ferramenta destinada à seleção das elites. Na prática, isso pode se traduzir na negação daquilo , segundo André Antibi (2003) chamou de constante macabra: independentemente da turma e do nível, os professores se sentem obrigados a dar um grande número de notas baixas, como se a credibilidade deles dependesse disso. Como se a curva de Gauss, ou curva normal, exprimisse uma lei natural que rege todos os fenômenos submetidos à avaliação. Como se fosse necessário identificar candidatos naturais à eliminação.
Sob tais condições, o fracasso é um artefacto real, produzido pelo exercício da avaliação em si, que faz uma classificação predeterminada e nada mais é que a antecâmara da eliminação. O que podemos pensar de um médico que sempre se contenta em ver 25% de seus pacientes morrerem? Um educador tão pouco é técnico de um time de futebol. Ele não deve simplesmente convocar os 11 melhores, mas obter 100% de aprovação daqueles que lhe são confiados.
É exactamente esse o princípio básico da pedagogia voltada ao bom desempenho: sob as condições apropriadas, quase todos os alunos conseguem dominar os conteúdos dados. Condições essas que dizem respeito à organização pedagógica em geral e também à avaliação
Segundo (Huberman, 1988).O combate ao insucesso escolar começa no ensino pré-escolar, altura em que são desenvolvidas as primeiras aprendizagens sociais. Mas importa considerar, que ainda antes disto, é relevante não descurar do contexto cultural e familiar já enraizado. Traços culturais, experiências de vida enfim, mentalidades dos pais podem constituir um indicador negativo e muitas vezes devastador do futuro dos seus filhos. Tendências possíveis de alterar quando há uma boa intervenção de alguém extra-familiar.
A ideia de que a escola não conhece o aluno enquanto indivíduo que chega à escola com uma história de vida, tem se verificado ser consensual. Muitas vezes o professor vê-se obrigado a cumprir os programas e não tem tempo para estabelecer uma ligação mais consistente com os alunos.
A verdade é que tem que haver um acompanhamento directo ao longo de todo o ensino. É preciso que tenhamos professores qualificados para enfrentar os desafios inerentes ao combate ao insucesso escolar.
Também, recriar a ligação entre a escola e a comunidade é uma atitude relevante, não devendo descurar do facto de que cada escola é um caso concreto e que pode desenvolver soluções específicas e individuais abrangentes de toda a comunidade. É também neste âmbito que a família pode ser um instrumento de sucesso.
É urgente a criação de uma nova cultura baseada no gosto pela leitura, pelo ensino e pela escola com níveis de qualidade cada vez mais elevados. Deste modo, a qualificação portuguesa e a aposta numa formação continuada ao longo da vida parece ser um bom caminho.
Benavente, A. (1990) Ademais, o fracasso nada mais é que o oposto do êxito. Mas o que vem a ser êxito? Pode-se vislumbrar pelo menos três tipos: o meramente escolar (concluir, na instituição, o percurso valorizado pela sociedade e obter o diploma), o social (alcançar um cargo, uma posição social lucrativa e valorizada) e, por fim, o pessoal (atingir a autor realização que proporciona qualidade de vida e traz felicidade, como ser um bom profissional, útil aos seus contemporâneos).
Esses três planos estão sempre interligados. Entretanto, faremos um esforço para abordar aqui a questão do fracasso sob o ângulo meramente escolar, tendo em vista que é um mal a ser combatido.
Os valores culturais destas famílias são, segundo alguns sociólogos, opostos aos que a escola propõe e supõe (mérito individual, espírito de competição, etc). Perante este confronto de valores, os alunos que são oriundos destas famílias estão por isso pior preparados para os partilharem.
O resultado é não se identificarem com a escola. Nesta linha de ideias, Holligshead, afirmou que os mais desfavorecidos norteiam-se por objectivos a curto prazo (o presente), o que estaria em contradição com os objectivos visados pela educação (a longo prazo). Esta diferença de objectivos (e valores) acaba por os conduzir a um menor investimento escolar.
- A demissão dos país da educação dos filhos, é hoje uma das causas mais referidas. Envolvidos por inúmeros solicitações quotidianos, muitas vezes nem tempo tem para si próprios, quanto mais para dedicarem à educação dos filhos. Quando se dirigem às mesmas, raramente é para colaborarem, quase colocam-se na atitude de meros compradores de serviços, exigindo eficiência e poucos incómodos na sua prestação.
Falta de Avaliação. Ninguém sabe o que anda a fazer, numa organização que sistematicamente não avalia os seus resultados em função dos objectivos que definiu, e muito menos se não procura identificar as causas do seus problemas. O clima de irresponsabilidade não tarda a instalar-se e com ele o maus resultados.
- A deficiente orientação vocacional que muitos alunos revelam no ensino pós-obrigatório, é agravada pela ausência nas escolas de serviços de informação e orientação adequados. Quem pode negar a pertinência desta causa.
- O elevado número de alunos por escola e turma, tendem igualmente não apenas a provocar o aumento dos conflitos, mas sobretudo a diminuir o rendimento individual.
- A organização de turmas demasiado heterogéneas, não apenas dificulta a gestão da aula pelo professor, mas também a sua coesão do grupo, traduzindo-se no incremento de conflitos internos. Tudo somado, temos mais uma causa para o insucesso.
- O clima escolar, isto é, a qualidade do meio interno que se vive numa organização, é consensual que influência bastante o comportamento dos seus membros contribuindo para o seu sucesso ou fracasso.
O problema é que o clima escolar resulta de uma enorme variedade de factores, sobretudo dos que são de natureza imaterial como as atitudes, esperanças, valores, preconceitos dos professores e alunos, o tipo de gestão etc, e não tanto do ambiente físico (instalações, localização da escola, etc). O problema é identificar quais são as causas determinantes para um mau clima escolar. Uma coisa coisa é certa, os alunos que trabalham num bom clima tendem a obter melhores resultados que os restantes.
- A cultura organizacional, sucedânea no plano teórico do conceito de clima escolar, tem obviamente a sua cota parte no insucesso escolar. O problema é que desde os anos 60 que não param de se identificar novos tipos de culturas escolares.
Tendo em conta a entrevista feita ao professor Paulo chiquito, chefe do turno da noite. Perguntei o seguinte:
- quais são as causas do fraco aproveitamento dos alunos do período nocturno?
O professor chefe de turno respondeu dizendo o seguinte: a primeira causa é o factor idade. A maioria dos alunos que estudam no período de noite são adultos, alguns já pais e outras já mães, o que faz com que estes tenham várias ocupações durante o dia de modos a garantir a sobrevivência de suas famílias. Chegam na escola já fadigados e esta fadiga condiciona muito a capacidade de assimilação dos alunos. E por outra também
Por certo, uma grande ambiguidade cerca essa noção. Há diferentes caminhos possíveis como regra de igual valor. Mas alguns deles, ainda que a instituição não admita, são mais valorizados em termos de oportunidades profissionais e sociais que outros!
Um exemplo é o que ocorre na França, onde o caminho percorrido - por meio das disciplinas científicas e das escolas de Ensino Médio mais prestigiadas das grandes cidades - conduz os alunos às classes preparatórias para as grandes escolas e, posteriormente, às famosas Polytechnique e Ecole Normale Supérieure.
A preocupação com a democratização ou com a oportunidade de sucesso para todos fará com que, em primeiro lugar, determinados estudantes não sejam afastados do caminho que a sociedade considera como sendo de
Martins, A. (1991). A Problemática do Insucesso Escolar. Aveiro: Universidade de Aveiro.
Benavente, A. (1990). Insucesso escolar no contexto português: abordagens, concepções e políticas. Lisboa: Universidade de Lisboa.
Fernandes, E. (1990). O aluno e o professor na escola moderna. Aveiro: Estante.
Gall, A. Le (1993). O insucesso escolar. (2. ª ed.). Lisboa: Estampa
http://www.programaescolhas.pt/projectos.
? Os números da Justiça 2009: Principais Indicadores das Estatísticas da Justiça,
Disponível em: http://www.dgpj.mj.pt/sections/noticias/os-numeros-dajustica/
DownloadFile/attachedFile_f0/Os_numeros_da_Justica_2009.pdf?nocache=1293710092.41.
? Relatório Anual de 2009 – A Situação do País em matéria de Drogas e Toxicodependência,
http://www.portaldasaude.pt/NR/rdonlyres/2F77C4C5-859D-4DBB-9BB5-
7C45A2843E21/0/RA_2009.pdf.
Autor:
Alberto Felix Coelho
albertflixcoelho[arroba]yahoo.com
Docente:
Alfredo Peña Ricardo
4º ANO/REGULAR
CURSO: PEDAGOGIA
ANO ACADÉMICO: 2014
MINISTÉRIO DO ENSINO SUPERIOR, CIÊNCIA E TECNOLOGIA
INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇAO
ISCED/HUÍLA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇAO
REPARTIÇAO DE PEDAGOGIA
Trabalho individual de diagnóstico
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