Fundamentos teóricos e didáctico- metodológicos sobre o estudo da localidade escolar

Enviado por Mabel Font Aranda


  1. Fundamentos teóricos
  2. Fundamentos didáctico - metodológicos
  3. Conclusões Parciais
  4. Bibliografia

O presente trabalho expõe os principais preceitos teóricos e didácticos - metodológicos sobre o estudo da localidade. Transita-se do conceito de localidade e sua necessária abordagem no âmbito do processo docente educativo, em particular, o conhecimento dos rasgos naturais, históricos, económicos e sócio-culturais da área que rodeia a escola. Expõe-se a especial importância que tem na formação da personalidade dos estudantes do nível secundário, nesta idade estão apto para realizar determinadas análises e reflexões a respeito. Mostra-se a política nacional para a inclusão do princípio estudo da localidade no sistema educativo de Angola e o procedimento didáctico - metodológico geral para aplicá-lo.

1.1 Fundamentos teóricos

1.1.1 Localidade e localidade escolar

O conceito "localidade" tem diferentes acepções, de acordo ao contexto em que se faça referência. A revisão de diferentes dicionários e enciclopédias como Microsoft® Encarta® (2006) fazem referência à qualidade das coisas que as situa em lugar fixo, também como lugar ou povo.

Existem outras definições vinculadas com as classificações taxionómicas das paisagens, com diferentes estruturas, áreas e tamanhos. Os estudos das ciências geográficas actuais demonstram a existência de multidão de complexos espaciais naturais que se distinguem entre si e que lhe dão à terra seu carácter de mosaico. Estes complexos variam pelo seu tamanho e estrutura interna. Constituem áreas concretas, homogéneas por sua origem e a história de seu desenvolvimento, com uma base geológica única e o relevo de um tipo específico. Caracterizam-se pela combinação íntima das condições hidro-geológicas, edafológicas e de biocenosis. Cada paisagem é componente de um complexo natural mais complicado, e por sua vez, está formado por complexos naturais menores em tamanho e complexidade.

As unidades taxionómicas inferiores podem ocupar parte do meso-relevo ou do micro-relevo, ao que corresponde uma vegetação típica. Por isso, os rasgos mais importantes a ter em conta são: o relevo, a estrutura litológica superficial, a capa de chão, etc., em correspondência podem-se citar exemplos como:

-A parte exposta a Norte, a Sul, a Este, ou a Oeste na cúpula de uma colina.

-O vale de um rio.

O relevo determina as variações das condições naturais, pois influi na distribuição de calor e humidade, a exposição solar de acordo com a forma da pendente, é muito importante para estabelecer unidades espaciais menores, além disso a estrutura litológica, o balanço hídrico, entre outros aspectos. Estas condições geográficas geram características ecológicas diferentes e as consequentes fitocenosis e zoocenosis correspondentes.

Não obstante, a palavra localidade se empregue como uma unidade física geográfica única da paisagem, corresponde à linguagem corrente de um povo.

Por outra parte, cada localidade tem uma utilização económica, é mais que uma definição espacial ou taxionómica e requer a análise da população, a indústria, a agricultura, as vias de comunicação, as tradições, o folclore local, os monumentos históricos, as transformações sociais, etc. É necessário apreciar as relações entre os componentes natureza sociedade, e em consonância o amparo do meio ambiente.

Deve-se enfatizar que a localidade é a expressão do conceito de meio ambiente e além dos componentes naturais inclui aqueles como o património histórico de uma localidade ou nação, as artes, tais como a pintura, a literatura, a música e bailes tradicionais, a subalimentação de que padecem muitos seres humanos, os costumes alimentares de uma população, uma tecnologia de irrigação agrícola, só para citar alguns exemplos de elementos que também formam parte da localidade.

Como expõe Ubieto Arteta, A. (2007:23) "se o meio constituir um marco geográfico - territorial cheio de dados, objectos e vivências, é, do mesmo modo, o espaço que acolhe o património, quer dizer, tudo aquilo que deixaram-nos historicamente nossos ancestrais. Significa que é multiforme e ilimitado, útil e inútil, próximo e longínquo, formoso e prosaico; umas vezes vangloriamo-nos dele, outras condoemo-nos e envergonhamo-nos, mas decididamente é algo nosso, singulariza-nos, algo que nos diferencia de outros, de modo que quantos mais bens herdados perdemos por uma ou outra causa, perdemos pontos de referência, identidade, raízes…Mas não consiste só em recebê-lo do passado, mas sim o incrementamos dia a dia e o deixaremos a nossos sucessores, de maneira que, se o perdermos, somos cúmplices ante o futuro, e não se sabe o que é pior se perdê-lo por desconhecimento, por ignorância ou por descuido".


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