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Portanto, este visa esclarecer os fatores que provocam as deficiências na leitura e escrita de textos dos alunos da referida modalidade, cuja problemática investigada teve a seguinte pergunta: Quais os métodos que podem causar a dificuldade na leitura e no ensino fundamental I?
Ressalta-se que devido à falta de estrutura nas séries do Ensino Fundamental I, constata-se que é de suma importância a pesquisa, a leitura, produção, compreensão e interpretação textual, pois esses são requisitos básicos para se formar um estudante critico-reflexivo para enfrentar a sociedade e suas diversidades. Sabendo que é de fundamental importância ser um bom leitor, interpretador e produtor de textos, pois a leitura e a produção textual fazem com que os alunos dominem, aperfeiçoe a linguagem como ciência e arte para o bem falar, escrever e interpretar. E que eles busquem-na e tenham-na como amplidão e profundidade, nas múltiplas fontes e vozes existentes dentro e fora das escolas, ou seja, em todas as disciplinas e em todos os professores.
A escolha deste tema justificou-se, pelo fato da dificuldade encontrada como professora e pós-graduada, que atua na Escola Municipal Guido Alves Cardoso, no distrito de Izacolância – Petrolina – PE, onde os alunos na sua maioria apresentam deficiência na leitura, escrita/produção, compreensão e interpretação de textos, buscando compreender as habilidades em função da bagagem de sua historia de vida e do grau de letramento que o próprio aluno traz.
Nesta monografia, os objetivos tiveram a finalidade de investigar as causas e consequências que geraram as deficiências da leitura e escrita no 5° ano do Ensino Fundamental I, analisando os diferentes tipos de textos que são produzidos pelos alunos, verificando o grau de rendimento de aprendizagem textual e avaliando o nível de leitura e suas variadas interpretações.
Por essas e outras razões, a hipótese deste estudo é vislumbrando contemplar o 5° ano do ensino fundamental, com o objetivo de despertar o interesse dos alunos no desenvolvimento da linguagem oral e da linguagem escrita e leitura e produção de textos.
Ressaltamos que é indispensável o empenho dos professores para integrar-se ao processo de ensino-aprendizagem centrado na ótica da leitura e da escrita para a formação de leitores críticos e conscientes nutridos pelo desejo de transformação sócio educacional para que se atinjam resultados satisfatórios para ambas as partes nesse processo de ensino-aprendizagem.
Na elaboração desta monografia o método utilizado foi baseado em pesquisas bibliográficas e de campo com entrevista, questionamentos e levantamentos, onde foi abordado e valorizado o entendimento na área de leitura e escrita de vários autores sociais. Esses foram investigados de forma qualitativa e quantitativa, através de busca de informações de forma descritiva.
As técnicas desta pesquisa tiveram um importante papel para a fundamentação deste trabalho, com destaque as pesquisas bibliográficas, através de livros, revistas pedagógicas, reportagens, internet foram essenciais para realização desse trabalho, assim como as informações de diversos livros sobre a temática desenvolvida no estudo, além da analise dos registros de dados da escola pesquisada. As pesquisas de dados foram mais um meio eficaz de comprovar as informações dos questionamentos, enfocando a leitura e escrita da Escola Municipal Guido Alves Cardoso.
Alguns professores foram entrevistados e responderam questionários fechados sobre a metodologia de ensino-aprendizagem aplicada em classe na área de leitura, compreensão, interpretação e produção textual na escola citada. Também foram aplicados aos alunos questionamentos fechados, buscando dentro de um contexto suas respostas sobre a situação de aplicação dos métodos de ensino na área de leitura/escrita.
Diante do exposto para melhor definir o processo de elaboração do estudo e da pesquisa, dividiu-se nos capítulos a seguir com respectivas subdivisões, mantendo a ordem com a finalidade de facilitar a compreensão.
Trazendo no primeiro capítulo, o contesto histórico da leitura e da escrita, as concepções que norteiam a teoria da escola e a difusão da leitura na modernidade, a história explicando a leitura como fonte de desenvolvimento humano.
O segundo capítulo traz a fundamentação teórica, construindo de abordagens de autores dedicados aos estudos leitura e escrita, embasam esta pesquisa, tecendo um diálogo com os resultados obtidos e as ideias propostas.
O terceiro capítulo descreve e caracteriza o universo da pesquisa, a análise e interpretação dos dados.
O quarto capítulo precede a análise de dados coletados para estudo, articulando as respostas obtidas ao suporte teórico, anexado ao ponto de vista por mim percebido e conceituado. Dividindo em seções de análise, o conteúdo é apresentado esclarecido às inquietudes que motivam esta investigação e as descobertas obtidas.
O último capítulo apresenta as considerações finais, sistematizando as pesquisas, teorias que embasaram e a problemática do fenômeno desde estudo. Em seguida, os anexos, material à compreensão da pesquisa feita.
No contexto histórico do homem, a invenção da escrita foi o marco das transformações na evolução sócio cultural da espécie humana, que ao longo dos séculos foi sendo aperfeiçoadas e recriadas; variando o uso e função para acompanhar as necessidades sociais e históricas do homem para registrar suas memórias, deixando-as registradas para as futuras gerações e com ela, o direito de alcançar mundos anteriormente não alcançados pela palavra oral, mas, com as escritas para veicular sua história, mostra o seu mundo e criar novas realidades.
A escrita foi a maior e mais significativa descoberta das habilidades e capacidades de criação do homem em toda a evolução sócio-intelectual do mesmo, na história da humanidade. A leitura, como processo de compreensão de enunciados, fonte de conhecimento interação com o mundo, provoca o desenvolvimento intelectual do ser humano, além de favorecer a formação social da consciência, permitindo a atuação crítica do meio em que vive.
O ato de aprender ler e a escrever segundo Abdala (2008) está argumentado na ideia de que o ser humano se faz livre através do domínio da escrita. Só, a partir daí, que o homem conseguiu consignar suas descobertas, sua cultura, suas emoções, e, finalmente seu modo de ver o mundo. Não é que o homem não exprimisse o seu desejo de se comunicar, antes do desenvolvimento da escrita. Ele se expressava através do desenho e da pintura, e com a chegada da escrita ampliou sua capacidade de comunicação e seu registro foi socializado por meio de um sistema convencional de sinais fechados.
Ainda Abdala (2008). "aprender a ler e escrever é muito mais do que uma simples decodificação de símbolos". Para construir a habilidade de escrever e ler é preciso que o sujeito entenda a sua existência. É necessário também, ser consciente de que a escrita tem por função registrar fatos inventados e vivido pelo ser humano.
O ato de ler é um processo abrangente e complexo; é um processo de compreensão, de entender o mundo a partir de uma característica particular ao homem: sua capacidade de interação com o outro através das palavras, que por sua vez estão sempre submetidas a um contexto. Dessa forma as autoras afirmam que a recepção de um texto nunca poderá ser entendida como um ato passivo, pois quem escreve o faz pressuposto o outro. Desta forma, a interação leitor-texto se faz presente desde o início de sua construção.
Entende-se que a leitura é um doa caminhos de inserção no mundo e da satisfação de necessidades do ser humano. No entanto, muitos professores desconhecem a importância da leitura e da escrita mais especificamente por ignorar seu valor e/ou por falta de informação. A prática educativa com a literatura nas séries iniciais do ensino fundamental quase sempre se resume em textos repetitivos, seguidos por cópias e exercícios dirigidos e mecânicos, onde o espaço para reflexão e compreensão sobre si e sobre o mundo raramente encontra lugar.
CAPÍTULO II
2.1 A LEITURA E ESCRITA NA PRÁTICA ESCOLAR
A prática da leitura livre na escola é uma ferramenta primordial para o desenvolvimento multidimensional do aluno interdisciplinaridade desde a fase de alfabetização, ainda na Educação Infantil, pelo gosto e curiosidade de ouvir e contar histórias fundamentadas na euforia do conhecer cada universo contido a cada nova leitura. "A leitura é fundamental na educação em qualquer nivele, quando falo em leitura, estou supondo não a mera decodificação de signos linguísticos, mas a vivência ativa dos significados de um texto". (CHIAPPINI, 1993, p. 46).
A prática educativa da escola deve priorizar o ensino da leitura, levando cada professor a transformar a leitura em uma viagem gostosa de abertura e/ou, fechamento de sua aula. Uma viagem no mundo com sentido e contextualização para que a leitura vá além das fronteiras de ensino, e se torne prazer imediato de viajar, conhecer e redescobrir o prazer de se sentir potente e usufruir completamente do direito de ter mais variáveis saberes.
É neste sentido que o ensino contextualização da leitura e da escrita pode contribuir para esse feito, mesmo diante do progresso tecnológico dos tempos atuais, seja por intermédio do livro didático ou não, através de outras fontes e do desenvolvimento do prazer estético da leitura, é possível difundir o gosto pelo ato de ler e consequentemente promover o crescimento intelectual, social e cultural do aluno. Logo, a leitura é o mais seguro veículo do estudo e da construção do saber, tida como verdadeira chave do êxito total do sujeito como ser sociável e socializável.
Nessa ótica de entendimento Souza (1992, p. 22) afirma:
Leitura é, basicamente, o ato de perceber e atribuir significados através de uma conjunção de fatores pessoas com o momento e o lugar, com as circunstâncias. Ler é interpretar uma percepção sob as influências de um determinado contexto. Esse processo leva o indivíduo a uma compreensão particular da realidade.
Segundo Zilberman (1988, p. 34) "a prática da leitura se difunde enquanto hábito e necessidade em decorrência também de outros fatores, a maior parte de ordem social". O gosto pela leitura se faz necessário para o próprio progresso da sociedade e deve ser estimulado desde os primeiros anos em sala de aula.
Ressaltamos também que a escrita é vista como um processo de aperfeiçoamento do ser humano, que enriquece seu exterior e seu crescimento intelectual e cultural. É essencial o domínio da oralidade e escrita para a participação social efetiva, sendo que é através dele que o homem se expressa, se informa, defende opinião, participa ou constrói ponto de vista sobre o mundo e produzir conhecimentos.
A leitura e a escrita segundo afirma Marcushi (2003) deve ser compreendida como fatores fundamentais no processo ensino-aprendizagem, pois dependemos desses fatores primordiais para entendermos e desempenhamos todos os códigos implícitos nas referidas disciplinas. Aprender a ler e escrever demanda conhecer não só diversos conteúdos, mas saber registrá-los de maneira legitimada e valorizadas. Percebemos, hoje, que é de suma importância saber escrever bem, de conhecer os diversos discursos das áreas do conhecimento, ou melhor, apresentar os saberes construídos nos seus variados sentidos, de acorde com o contexto em que se encontra. A esse respeito Marcushi, (2003, p. 9) nos afirma que:
Falar ou escrever bem não é ser capaz de adequar-se às regras de língua, mas é usar adequadamente a língua para produzir um efeito sentido numa dada situação. Portanto é a intenção comunicativa que funda o uso da língua e não a morfologia ou a gramática. Não se trata de saber como se chega a um texto ideal pelo emprego de formar, mas como se chega a um discurso significativo pelo uso adequado às práticas e a situação a que se destina.
Marcushi (2003) enfatiza que a leitura e a escrita caminham juntas no processo ensino-aprendizagem, sendo que a primeira de ser considerada como ensino de Português. O aluno não precisa só ler e escrever precisa construir um conhecimento de natureza conceitual, compreendendo não só a representação da escrita, como também, como também de que forma ela representa a linguagem.
Eles precisam, ainda, estar convencidos de que escrever é exprimir ideias, informações, conceitos, sentimentos, sensações de modo claro e objetivo, coeso e coerente com aquilo que se almeja. E, ao professor é atribuído a ensinar-lhes a escolher e manipular as palavras e frases como ideias, informações e conceitos para que possam adquirir e resultado almejado em sua produção escrita.
É preciso desenvolver um trabalho na escola privilegiando a leitura e a discussão sobre as várias possibilidades de falar e de escrever bem um texto. A escola deve sempre estimular o valor de leitura e escrita, mostrando para os alunos que ler é preciso para a compreensão do mundo que os rodeiam. E, que é necessário não só decodificar palavras, sim a capacidade de compreender textos escritos e interpretá-los. Tendo na leitura momentos de interação entre os interlocutores, deixando-os de lado esquemas e definições. Sendo que as atividades sejam planejadas e sistematizadas com a interação de auxiliar a amplidão das leituras sobre o mundo de si mesmo e também sobre e língua.
Toda leitura de palavra pressupõe de uma leitura anterior de mundo e toda leitura da palavra implica a voltar sobre a leitura de mundo de tal maneira que "ler mundo" e "ler palavras" se constituem num movimento em que não há ruptura, em que vai voltar. E "ler mundo" e "ler palavras", no fundo para mim implica reescrever o mundo. Reescrever com aspas, quer dizer transformá-los. (FREIRE,1992, p.11).
A leitura é uma fonte de aprofundamento e retrospectiva da situação social do sujeito. Entretanto Freire (1992) destaca que o leitor, não é passivo, mas sim agente que procura significações, na sua leitura reconstruindo e dando-lhe a sua significação. E que a qualidade e profundidade de um leitor num texto dependem dos seus conhecimentos prévios de leituras anteriores. A escola apresenta uma função social de habilitar os alunos para um meio social humanizador. É de fundamental importância que o aluno perceba que a voz da escola está em consonância com a voz da família, e que ambas agem juntas para que o aprendizado seja completo.
Sobre essa questão Bakhtin, (2002, p. 37) nos diz que:
É preciso fazer uma análise profunda e aguda da palavra como signo social para compreender seu funcionamento como instrumento da consciência. É devido a esse papel excepcional de instrumento de consciência que a palavra funciona como elemento essencial que acompanha toda criação ideológica.
Segundo Bakhtin a atribuição de significados de um texto depende do conhecimento prévio do leitor sobre o assunto das informações de que dispõe do interesse e das questões que se coloca, pois a compreensão do mesmo está ligada ao sujeito e sua estrutura cognitiva. Devemos mencionar ainda a importância da afetividade no ensino-aprendizagem na relação professor x aluno, sendo que a mesma é fator fundamental que estimula o desenvolvimento cognitivo do aluno.
A leitura é sistematicamente, submetida às rotinas padronizadas dentro da escola e termina por perder seu sentido mais profundo. Em última instância, acaba sendo um fator decisivo e determinado do fracasso o trabalho, a revista e os demais materiais que circulam na vida social.
Desde cedo o aluno deveria ser desafiado para a diversidade textual, permitindo a ele as mais variadas formas de uso da língua, porque a mesma somos nós que fazemos, mas é preciso atuar nas devidas situações. Considerando que falamos de forma contextualizada e não fragmentada. Percebendo então, os elementos textuais e suas particularidades o aluno terá a facilidade de desenvolver a criatividade nas produções textuais, permeando o diálogo do sujeito-autor na sua produção criada.
A relação entre escola, leitura e a vida pode ser muito significativa se não distanciarmos dessa ligação. Para melhor desenvolvimento da leitura e escrita dos alunos, cabe aos professores de todas as áreas, criarem sala de aula para conversas, para manuseio da leitura e de matérias de escrita diversificadas que possam atender as múltiplas propostas da escrita, que se tornem íntimos dos textos variados na sociedade letrada, cumprindo as diferenciadas funções específicas. (MOURA, 2008).
Para Melo (2007): "escrever não é um dom, nem uma arte, mas uma necessidade de expressar a criatividade e o domínio da informação e das inúmeras leituras realizadas." Há muitos mitos de que escrever necessita de dom e inspiração. Não. É preciso ser cauteloso para não bloquear a criatividade do aluno, incentivando sempre, porque é fundamental.
Aprender a ler e a escrever implica não apenas o conhecimento das letras e do modo de decodificá-las (ou de associá-las), mas a possibilidades de usar esse conhecimento em benefício de forma de expressão e comunicação, possíveis, reconhecidas, necessárias e legítimas em um determinado contexto cultural.
Segundo Emília Ferreiro, ao permitir que as pessoas cultivem os hábitos de leitura e escrita e respondam aos apelos da cultura grafocêntrica, podendo inserir-se criticamente na sociedade, a aprendizagem da língua escrita deixa de ser uma questão estritamente pedagógica para alça-se à esfera política, evidentemente pelo que representa o investimento na formação humana (2001).
Diante do contexto sócio educacional, para se conquistar a cidadania a ser intérprete do seu próprio texto (a vida), é preciso o aluno ter o mais elevado grau de leitura, ter competência para relacionar o texto ao contexto, aos conhecimentos, sentimentos aos valores e as ideologias. Sendo capaz de estabelecer ideias através da escrita compreendendo a função social que decorre a língua escrita nos ambientes e atividades do cotidiano (DAUTO, 2006).
No contexto de modernidade e das informações em que o mundo globalizado se encontra escreve e falar bem são passos essenciais para o sucesso sócio-intelectual do sujeito como também para o enriquecimento das nossas experiências de vida. É notável que para se escrever textos, são fundamentais leituras e muitas leituras. Leituras de textos e de mundos. A leitura é o instrumento mais eficaz de aquisição de saber para o indivíduo. Realmente. Essa prática de leitura está presente em nossas vidas em todos os momentos, desde em que começamos compreender o mundo que nos rodeia. No entanto, a falha de leitura com prática de viagem no horizonte do imaginário torna o vocabulário pobre e a vida mais tosca e limitada, sem fantasias e com pouca criatividade.
Vale ressaltar a necessidade dos professores em superar e transformar sua prática diante da situação da falha de leitura e produção de textos, buscando fazer um trabalho em sala de aula mais voltado para a leitura por meio de produção textual que possa levar o aluno a assumir criticamente a sua função de sujeito do discurso, enquanto falante ou escritor, seja enquanto ouvinte ou leitor-intérprete.
(SOARES, 1988, p. 23) então afirma que:
Sabe-se que a leitura é um instrumento de aquisição e transformação do conhecimento critico-reflexivo e arma contra a alienação. A questão da leitura não está à parte de outros problemas existentes na estrutura social, isto quer dizer que é dentro dos limites das contradições da sociedade, refletida na escola, que os alunos apropriam-se ou não da leitura.
De acordo com essa afirmação de Soares (1988), percebe-se ainda que alguns professores reproduzam as relações impessoais e autoritárias da sociedade e da escola em sala de aula, cumpre abedientemente o manual que conduz os textos expondo uma visão restrita da aprendizagem da escrita e leitura. Suas aulas expositivas sem se preocuparem de que formas essas aulas são passadas, só dando crédito e determinando a visão que lhes interessa. Sem muita preocupação de forma indivíduos críticos, comprometidos consigo mesmo e com a sociedade em que vivem.
O leitor tem um papel ativo na leitura, ele não é apenas decodificador de "mensagens" passadas pelo autor do texto como se fosse uma obra acabada e não inacabada, não entre autor e leitor, pois uma palavra pronunciada proporcionará sucesso de enunciações. Deve a ver no texto dinamismo e sempre estar em permanente construção.
As palavras são tecidas a partir de uma multidão de fios ideológicos e servem de trama a todas as relações sociais em todos do domínio. É, portanto, claro que a palavra será sempre o indicador mais sensível de todas as transformações sociais, mesmo daquelas que apenas despontam que ainda não tomaram forma, que ainda não abriram caminho para sistemas ideológicos estruturados e bem formados. BAKHTIN, (2002, p. 41).
É essencial compreender, que a formação de cada cidadão, cada povo, a leitura tem um papel fundamental, pois descobre que no processo de construção do conhecimento como fonte de formação cultural e informação. Sendo que, ler faz bem a saúde da mente, reforça as reflexões entre os neurônios. O exercício de investigação, entendimento, reflexão crítica, de mensagem, de conteúdos, autoriza-nos a formação de conceitos próprios e compreensão da realidade que nos redeia e que defrontamo-nos.
A leitura, como processo de compreensão de enunciados, fonte de conhecimento interação com o mundo, provoca o desenvolvimento intelectual do ser humano, além de favorecer a formação social da consciência, permitindo a atuação crítica do meio em que vive. Segundo Zilberman (1988, p. 34): "a prática da leitura se difunde enquanto hábito e necessidade em decorrência também de outros fatores, a maior parte de ordem social". O gosto pela leitura se faz necessário para o próprio progresso da sociedade e deve ser estimulado desde os primeiros anos em sala de aula.
Para que os textos sejam concebidos como unidade de ensino/aprendizagem é necessário compreendê-lo como espaço de dialogar com outros textos, para assim envolver textos passados, só assim, surgirão textos futuros. Permitir ao alunado produzir textos, sendo um leitor ativo, que compartilhe desde dialogo continuo entre texto x leitores. Geraldi, (1997, p. 22) diz assim:
O texto (oral ou escrito) é precisamente o lugar das correlações: construído materialmente com palavras (que portam significado), organiza estas palavras em unidades maiores para construir informações cujo sentido/orientação somente é compreensível na unidade global do texto. Este, por seu turno, dialoga com outros textos sem os quais não existiria. Estes continuam de textos que se relacionam entre si, pelos mesmos temas de que tratam pelos diferentes pontos de vista que os orientam, pela sua coexistência numa mesma sociedade, constitui nossa herança cultural.
O texto em qualquer que seja a matéria ele é objetivo do ensino-aprendizagem, está sempre presente, concebendo ao espaço escolar numa interação verbal, defrontando aluno e professor através dos textos com saberes e conhecimentos conferido ao sujeito, e assim, alunos e professores aprendem e ensinam um ao outro com os textos, e juntos construindo contextos e situações inéditas, repassando e multiplicando seus sentidos na sociedade.
O bloqueio das atividades de leitura, escrita e compreensão textual se alicerça no enforque da leitura mecânica que traz a banalização do ensino, e despreza o verdadeiro sentido da leitura, que precisa promover a aquisição de informações. Toda e qualquer leitura dever deixar marcas, e aprendizado, a ser utilizado pelo individuo na própria vida social. Para tanto, a leitura precisa se empregada com fundamentação, ensinada de modo organizado, é dever da escola dá sentido ao discurso apresentado em cada texto, já que este é de grande importância para a formação do leitor.
Enquanto a leitura, segundo Dauto (2006): "é um passo importante e insubstituível na aprendizagem do ser humano". Pois é por meio dela que ampliamos nosso vocabulário, adquirimos mais conhecimentos, dinamizamos o raciocínio, a compreensão e a interpretação. É essencial praticar o hábito da leitura rotineira para apreciar uma boa obra. Pois para obteremos um reconhecimento amplo e diversificado precisou ter essa prática diariamente, porque é durante a leitura que descobrimos um mundo novo, cheio de coisas desconhecidas.
A finalidade da escola juntamente com as famílias, é oferecer à criança o direito ao conhecimento e a constituição desses conhecimentos como sujeitos críticos-reflexivos capazes intervir mudando a realidade conforme necessário, e que estejam sempre motivados e preparados a buscar aprendizagem contínua como leitores aptos e instigados a produzirem os mecanismos de leituras com seus textos escritos.
O ensino da leitura é feito também a partir da compreensão do funcionamento do código escrito pela descoberta do princípio alfabético, descobrindo assim os objetivos e as questões relacionadas na leitura utilizando os mesmos textos. A prática de leitura ativa uma série de ações e estratégias que segundo ajudam o leitor na compreensão do texto, diversificando de acordo com a finalidade da leitura. A compreensão, o comportamento e as atitudes de leitura acontecem como processo contínuo, tranquilo e sem suspensão. É formada por complexidade e determinada por tensões, que rodei o leitor. Então, sendo assim, é oportuno ter conhecimento da essência desse processo, ou melhor, as habilidades estratégias que o leitor usa para a construção de sentido no ato de ler. (BAKHTIN, 1997).
Para Borges (2007), "a leitura e produção textual são de suma importância na vida das pessoas, pois para se formar um cidadão crítico-reflexivo é preciso dessas duas práticas distintas que se descobrem e se completam". Ler e produzir textos requer muita leitura, informação, conhecimento, situações reais ou imaginários, significando também aprender ler o mundo, dando sentido a ele e nós mesmos. Verifica-se, que ler e produzir textos coesos e coerentes necessita de força de vontade, dedicação e empenho constante do aluno, como também precisa da orientação e mediação do professor para se adquirir compreensão do ato de ler e escrever. A função do professor e ensinar a ler, escrever e produzir textos e, assim avaliar o desempenho do aluno na construção e percepção desse processo ensino-aprendizagem.
2.2 A PRÁTICA DA LEITURA E DA ESCRITA NA SALA DE AULA
Em relação à prática da leitura e da escrita em sala de aula, Silva (1998) enfatiza que é uma das estratégias bastante utilizada pelos professores em geral, pois é através do contato com a leitura dos textos diversificados que o professor transmite os conhecimentos para seu alunado considerando o conhecimento informal que cada um traz consigo transformando assim em formal. A finalidade de todo ato não é só de informar. Ele tem o propósito de fazer do leitor um ser crítico reflexivo, onde o mesmo terá argumentos para questionar nas diversas situações do cotidiano.
É possível afirmarmos que o ato de ler, no modelo tradicional de escola, caracteriza-se principalmente, pelo seu caráter reprodutor. Considera-se bom leitor aquele aluno que consegue devolver ao professor a palavra do trabalho didático. A avaliação da compreensão de leitura tem-se limitado à capacidade de captar informações explicitas na superfície do texto. Isso se deve, certamente, às concepções de língua, texto e leitura subjacente à prática pedagógica. Assim, concebe-se a língua como um código transparente e exterior ao indivíduo, texto como uma meã soma de palavra e frases, e a leitura como a busca/confirmação de um sentido preestabelecido.
Entretanto, a escola é o espaço transformar a leitura em uma prática prazerosa, mas para que isso aconteça o docente tem que fazer com que o amor aos livros, se transforme esporadicamente, no tema central na sala de aula. Não forçar ou burocratizar essa conversa, mas falar informalmente sobre elementos da escrita: livros, autores, ilustradores, poetas, etc... Solicitando a participação (opiniões, comentários, avaliações) da classe. É importante ressaltar o valor da produtividade do discurso e o valor das atividades propostas em que o aluno tenha sempre que redigir para expressar o seu conhecimento do mundo.
O embasamento das práticas desenvolvidas com reflexão nutre-se estudo de referências teóricas e metodológicas sobre os objetivos de ensino. Conforme orientam os princípios modernos da prática pedagógica com pesquisas, as ações de formação são pautadas por constante ação-reflexão-ação. Então, os momentos de estudo de ensino, aliados aos momentos de análises das experiências em sala de aula, na tentativa de intensificar e fazer partilhar, a reflexão sobre a prática e de aliar os conceitos e as práticas de sala de aula, o que possibilita uma análise pormenorizada da abordagem e da metodologia utilizadas.
A sistemática de trabalho com o público-alvo envolve leituras compartilhadas, análises de textos e produções textuais dos próprios alunos. A gama de atividades propostas tem como propósito desenvolver a leitura, interpretação e produção, oral e escrita, dos diversos gêneros.
A leitura é sistematicamente, submetida às rotinas padronizadas dentro da escola e termina por perder seu sentido mais profundo. Em última instância, acaba sendo um fator decisivo e determinado do fracasso escolar. Do ponto de vista dos objetos de leitura, essas rotinas descaracterizam o trabalho, a revista e os demais materiais que circulam na vida social. Cortado, adaptado, mimeografado o texto, enquanto objeto sociocultural se transfigura, porque se pedagogiza. Bordini e Aguiar (1993) referem-se à escolarização do texto, mostrando que o ato de ler – individual em sua essência – transforma-se numa comunicação interpessoal, condicionada pela falta de trabalhos para todos e pela concentração de muitos sujeitos num mesmo espaço físico. Com relação aos materiais, afirmam as autoras.
A destruição da leitura e do leitor já foi objeto de uma importante investigação feita por Silva (1985). A autora mostra o controle exercido pela escola sobre o que e como se deve ler. Além disso, historicamente e leitura tem sido usada como pretexto para atividades estritamente mecânicas. É o caso da uma prática ainda hoje bastante presente na sala de aula: ler para imitar o autor.
A compreensão deve ser entendida como um modo de ser do homem no mundo, como um projeto de existência. Ou seja: o homem encontra significados para o seu existir à medida que se projeta no mundo, buscando a compreensão iniciado um horizonte de compreensão iniciando um trajeto de busca, o homem tem (necessariamente) de iniciar um processo de interpretação, à luz de suas experiências prévias de mundo. (SILVA, 1998, p. 9).
Como aponta Silva (1998) à compreensão do ser humano depende do relacionamento do meio, pois o mesmo influencia para o bem como para o mal. Acredita-se que o indivíduo definirá o caminho a ser seguido. Ressaltamos ainda a importância do sentido da leitura, a leitura de textos se coloca como uma "janela para o mundo." Por isso mesmo, é importante que essa janela fique sempre aberta, possibilitando desafios cada vez maiores para a compreensão e decisões do leitor.
Salienta-se como base neste contexto, discutindo por Soares que o professor comprometido com a educação, proporciona mecanismo que auxilia na prática textual, mostrando ao aluno que existem diversos caminhos e possibilidades de dinâmicas na construção de um texto, com também para a interpretação. As dinâmicas desenvolvidas nas salas de aula com os textos verbais e não verbais proporciona ao aluno raciocinar para assim produzir os textos com coerência e coesão. (SILVA, 1998).
A necessidade de se trabalhar a prática textual parte do principio de escolarização, pois a mesma direciona a criança a usar o raciocínio como lógico na construção do texto. O professor das séries iniciais utiliza da linguagem verbal de forma clara e objetiva facilitando assim a compreensão da criança e lavando em consideração o conhecimento prévio que ela traz consigo para melhor adequá-la no contexto que está sendo inserido. Uma das estratégias que é bastante usada nesse processo é a produção através de figuras, e a partir do processo organizacional produtivo; essa é uma das técnicas que desenvolve o raciocínio, escrita e oralidade, com base nesses itens naturalmente surge então o escritor e protagonista de sua própria história.
É preciso apresentar meios de estruturação de textos para a leitura das práticas de linguagem desde as mais simples às mais complexas modalidades linguísticas. Nesta mesma linha de pensamento, Silva (1998, p. 105) ressalta: "a importância que as crianças discutam e assuma os propósitos para diferentes tipos de leitura e que todos tenha como base a compreensão (maior ou menor) do texto." Com base na citação acima surge o desempenho do docente nesta prática educativa que é fazer da criança um leitor que diferencia as diversidades linguísticas e compreensão com mais capacidade o mundo que o rodeia.
Toda instituição escolar vivencia a prática textual em sala procurando fazer com que o aluno escreva e fala corretamente são passos essenciais para enriquecermos nossa experiência de vida. Essa habilidade pode ser construída, e, é uma das questões mais importantes no dia a dia da escola. O professor mediador procura de todas as formas possíveis mostrarem métodos que insira o aluno nesse contexto pedagógico, mostrando assim, a importância da língua neste processo educacional, onde o uso da fala é indispensável no tema proposto, pois o diálogo interage nesse relacionamento comunicativo desenvolvendo a interação professor x aluno no contexto escolar (ZILBERMAN, 2008).
Percebe-se ainda diante do exposto de Zilberman que a perspectiva da produção textual está relacionada no jogo de atuação comunicativa como categoria básica na teoria do texto, orientada para comunicação, exposição e discussão em nível de teoria do conhecimento. Convém, no entanto ressaltar que há pessoas que tem facilidade de se expressar oralmente com muita facilidade e para outras linguagem mais fácil é a não verbal. É claro que não podemos separar uma da outra, pois as duas linguagens a verbal e não – a verbal têm o seu valor significativo na sociedade contemporânea. Como se vê nos livros, as histórias da humanidade passada é todo um resgate que se deu através dos registros da linguagem não verbal, pois ambas são indispensáveis na construção do mundo presente.
Os objetivos observados no estudo da produção de texto e os elementos pedagógicos promoverão no aluno informações que serão a base durante todo processo institucional e pessoal, sabemos que o conhecimento adquirido guiará o alunado a novos horizontes.
Um dos instrumentos importantíssimo que deve ser aplicado na sala de aula é a pesquisa, pois a mesma envolve o aluno nas manifestações observadas, formulando-se hipóteses, conceitos, abstrações e teorias, porém não comprovação dessas, mas a interação do sujeito na produção do texto escrito. A pesquisa tem um valor significado, pois resgata os estudos da história da humanidade ressaltando a importância que a mesma influenciou no mundo atual e presente. (DEMO, 1997)
O aprendizado da escrita não teria nenhuma eficácia se os exercícios estruturais fossem o foco das atividades, inteiramente desligados da língua em uso. É de conhecimento que a prática com a leitura e a escrita, privilegiando mais está do que aquela proporcionará ao aluno inclusão social, considerando que os trabalhos com decodificação das normas gramaticais ou conceitos são pouco usados na prática.
A produção da escrita não deve estar ligada somente a codificação de sons e letra e as normas gramaticais, e sim perceber a interação com outras disciplinas apresentando ao alunado, para que pratique e melhore o seu ato de escrever sem desbastar sua imaginação, criatividade e com certeza um desafio para a prática educacional em sala de aula do professor.
Vemos que existe uma deficiência muito grande em relação à produção textual dos alunos, não existindo nenhuma fórmula de produção de texto atestado ao professor de português. Sabendo da necessidade do homem em produzir texto. Os PCN"s (BRASIL, 2001, p. 75): "ao produzir um texto, o autor precisa coordenar uma série de aspectos: o que dizer? A quem dizer? Como dizer? Considerando os aspectos profissionais." Em relação ao desenvolvimento da escrita, o aluno precisa desenvolver a leitura. Mas sabemos que em algumas regiões do nosso país economicamente subdesenvolvida, grande maioria mal escreve o nome e a sua leitura ocorre de forma decodificada.
Assim, o professor deve oferecer formar adequadas de elaboração de texto, que permita o aluno a realizar que tenha realmente sentido para si e para as pessoas que o lê. É preciso que o aprendiz possa perceber que não está produzindo apenas para o professor e sim para leitores diversificados, deixando de lado as situações artificiais de produção de textos tão presentes no dia a dia da escola.
2.3 O VALOR DA LEITURA NA FORMAÇAO DO SUJEITO
O ato de ler é um processo abrangente e complexo; é um processo de compreensão, de entender o mundo a partir de uma característica particular ao homem: sua capacidade de interação com o outro através das palavras, que por sua vez estão sempre submetidas a um contexto. Dessa forma as autoras afirmam que a recepção de um texto nunca poderá ser entendida como um ato passivo, pois quem escreve o faz pressuposto o outro. Dessa forma, a interação leitor-texto se faz presente desde o início de sua construção.
A leitura é essencial a vida das pessoas, pois é através da mesma que o indivíduo obtém informações e se mantém atualizado em relação a qualquer contexto e área do conhecimento. (DAUTO, 2006).
A leitura é destacada por Dauto (2006) como uma forte arma que amplia a diversidade, nossas visões e interpretações de modo geral sobre o mundo e a vida. Ela traz o resgate da cidadania, a autoestima ao promover a integração social, desenvolver um olhar crítico e possibilita formar uma sociedade consciente.
Neste contexto, como futuros educadores precisamos estar sempre atentos a esta questão dentro a fora da sala de aula, pois a falta de leitura deixa o indivíduo excluído dos acontecimentos, da interpretação, da imaginação, seja em um romance ou artigo, em um jornal, numa poesia, enfim, são inúmeras as possibilidades de mergulhar no mundo da fantasia e da realidade encontrada no mundo das palavras. Deste mondo, pensar, conhecer, saber, instruir e ousar são as mais recentes palavras que devem dominar o vocabulário dos indivíduos que compõem a sociedade. Como obter um senso crítico senão mediante a leitura dos textos que atuam sobre:
[...] os esquemas cognitivos do leitor. Quando alguém lê algo, aplica determinado esquema alterando-o ou confirmando-o, mas principalmente entendendo mensagens diferentes de seus esquemas cognitivos, ou seja, as capacidades já internalizadas e o conhecimento de mundo de cada um são diferentes. (KRIEGL, 2002).
O leitor usa simultaneamente, seu conhecimento do mundo e seu conhecimento de texto para construir uma interpretação sobre o que se lê. Vale ressaltar que não basta apenas ler, mas é importante analisar, interpretar, conhecer para agregar valor à atividade ou necessidade que se tem. Na seleção de determinado livro, revista ou jornal, existe uma intenção para justiça a escolha. É fundamental a interação dos elementos textuais com os conhecimentos do leitor. Quando maior for à concordância entre eles, maior a probabilidade de êxito na leitura.
Então observar, analisar e procurar entender o mundo e interagir tem através da leitura é um caminho para a promoção no desenvolvimento de competência na medida em que os conhecimentos vão sendo absorvidos e se amplia gradativamente a produção cultural da humanidade.
O ser necessita de conhecimento e reflexão sobre os processos de aquisição, e construção dos mesmos, sobre como filtrar melhor a informação que deseja, principalmente neste novo contexto informacional onde a quantidade de informações tem aumentado a cada dia.
A leitura é um dos meios mais importantes para a consecução de novas aprendizagens; possibilita a construção e o fortalecimento de ideias e ações. Um detalhe merece destaque, afirma Kriegl (2002): "é que ninguém se torna leitor por um ato de obediência, ninguém nasce gostando de leitura." A influência dos adultos como referência é bastante importante na medida em que são vistos lendo ou escrevendo.
Para o profissional de educação é fundamental o amor á profissão para deixar transparecer o prazer de descobrir e conhecer outros horizontes por meio da leitura, pois sem isto não há motivação; sem motivação, não há querer ler, querer aprender, querer absorver novos conhecimentos. Não haverá esperança na concretização do discurso da inclusão social, de realização de melhores perspectivas, de busca de uma melhor qualidade de vida.
O conhecimento constrói-se no sujeito, é tarefa de significação (apropriação). Para que isto ocorra é necessário que a informação esteja vinculada aos contextos e experiências do leitor. Este processo é lento, reflexivo, individual ainda que o produto do conhecimento seja a posterior socializado (BARRETO, 2006)
É necessário que a produção de repertório de leituras mais complexas seja atrativo e que o aluno sinta-se motivado pelo ato de ler não como dever, obrigação como ainda é vista, e sim como uma leitura prazerosa em busca de aquisição de conhecimento do mundo real e imaginário, desenvolvendo sua criatividade na construção de textos qualitativos, dando acesso aos colegas e incentivando-os a ler e escrever os mesmos. Ao se falar em leitura Perroti, (2002, p. 3) dia que:
Sem dúvida é preciso reconhecer a leitura que conta efetivamente, toca, toma agarra. Essa institui um espaço/tempo interior esplêndido com características distintas do mundo físico, concreto, objetivo sem que nos movessem: memória, imaginação, pensamento, afeto, emoções, configura uma experiência interior e insubstituível de negociação de sentidos, de significados, um complexo e esplêndido jogo entre o texto e o leitor.
Como sustentar Perroti (2002) a afetividade também é dos fatores indispensáveis no ato da leitura, pois o mesmo estimula o aluno na prática de leitura, considerando assim a leitura complexa em uma experiência gratificante e transformadora nos diversos aspectos distintos do mundo. Um leitor bem formado, crítico e consciente é destacado por Perroti (2002), que isto envolve um ensino que desenvolvam capacidades específicas da linguística desenvolvendo habilidades de assimilar ideias e trabalhar com textos. Para o desenvolvimento dessas habilidades requer do professor um trabalho com textos diversificados e significativos que dê aos alunos o acesso para que eles percebam relações entre palavras, reconstruir relações lógicas, inferir nas intenções do autor, compreenda a estrutura global do texto, e se aproveite de diversos pontos que apresentam argumentos que defina a compreensão bem sucedida do texto.
Pelo poder da palavra, ela pode agora navegar nas nuvens, visitar as estrelas, entrar no corpo de animais, fluir com a seiva das plantas, investigar a imaginação da matéria, mergulhar no fundo de rios e de mares, andar por mundos que há muito deixaram de existir, assentar-se dentro das pirâmides e de catedrais góticas, ouvir corais gregorianos, ver os homens trabalhando e amando, ler as canções que escreveram aprender das loucuras do poder, passear pelos espaços da literatura, da arte, da filosofia, dos números, lugares onde seu corpo nunca poderia ir sozinho corpo espelho do universo! Tudo cabe dentro dele. (ALVES, 1994, p. 57).
Salienta-se que a leitura, ao mesmo tempo é uma atividade pessoal que leva em conta os conhecimentos prévios de cada leitor, refletindo sobre o relacionamento leitor/texto, e que interpretação de texto vai depender dos conhecimentos anteriores, levando o leitor a ter uma compreensão crítica da leitura, podendo o leitor deduzir sobre a mesma. Como diz Lajolo, (1994, p. 53):
A maturidade que se fala aqui não é aquela garantida constitucionalmente aos maiores de idade. E a maturidade de leitor, construída ao longo da intimidade com muitos e muitos textos. Leitor maduro é aquele para que cada nova leitura descole e alerta o significado de o que já leu, tomando mais profunda sua compreensão dos livros, das gentes e da vida.
Ler é acima de tudo é compreender. Para a compreensão é preciso que a leitura tenha sabor a ser degustado no processo contínuo, levando o leitor a inferir, interagir e a viajar dentro de cada leitura como mecanismo de redescoberta e reencontro de si mesmo, no universo da imaginação e da sua formação a cada contexto lido, mantendo o posicionamento crítico sobre o que lê, reorganizando as estruturas sociais e cognitivas, bem como toda sua vivência pessoal, com suas emoções, suas expectativas, seus preconceitos. Assim, o leitor vai se apaixonando e sendo tocado pela leitura.
A leitura para Charter (1996) precisa ser prazerosa e válida, para despertar curiosidade e desejo no leitor. Enquanto que, a escola é o principal espaço de desenvolvimento da leitura prazerosa. No entanto, para que isso aconteça. Faz-se necessário que a escola desenvolva atividades dinâmicas de leitura, levando o aluno a construir imagem à acerca do que leu, despertando maior capacidade de diálogo, ampliando sua visão de mundo e o horizonte de expectativas. Assim, a leitura passa a ser um instrumento fundamental na vida de cada estudante, desde o momento em que se começa a compreender o mundo á sua volta.
Segundo Freire (1992, p. 22): "a leitura de mundo precede a leitura da palavra, e a leitura da palavra leva a leitura do mundo". A leitura do contexto sócio político que nos rodeia. Essa leitura vai além da junção dos signos gráficos. A leitura de mundo de Freire é a leitura do processo social político e econômico (que aliena a população carente de cultura letrada e de saber social) como cidadão. Enquanto a leitura das palavras, ou seja, da escrita é necessário que seja praticada no dia a dia como algo insubstituível, porque é a partir da leitura que o indivíduo transforma e amplia seus conhecimentos, deixando de ser um ser pensado e sim ser pensante, levando em conta o prazer de se redescobrir e se entender como sujeito social e agente da cidadania.
Como disse Freire (1989), é com a leitura que podemos conhecer e transformar nossa realidade do mundo, da vida, assumindo-se como sujeito na compreensão do próprio sujeito ativo na modificação da realidade e na transformação do mundo em sua volta.
Na compreensão da leitura ainda, na ótica para Freire (1992) é o instrumento de poder que todo cidadão tem para se libertar das ideologias alienadoras. Pois, o ato de ler é uma atividade que o sujeito faz desde o nascimento, com a interação social como sujeito. A leitura da palavra que é o entendimento da decodificação e compreensão da mensagem grafada deve iniciar na infância, entre oito e treze anos de idade, quando a criança mostra maior interesse pela leitura. Neste contexto, é preciso habituar a criança às palavras, fazendo com que ela sinta prazer ao ler, ao descobrir o universo da leitura. Para desenvolva esta habilidade de leitura nas crianças não depende apenas do contexto escolar, mas sim de toda comunidade, assim como a família e a própria sociedade.
A leitura é um procedimento que pelo qual renovamos nosso conhecimento e obtemos capacidades de ver as coisas com novos significados, de transformar a nossa realidade. É baseada neste pensamento que acreditamos que o ser humano atualizado, culto, tem facilidade em dialogar, se relacionar, bem como os outros, saber dar a sua opinião e também levar em consideração as opiniões do outro, é um ser sujeito que sempre está atento na leitura buscando sempre enriquecer seu vocabulário (BAKHTIN, 1997).
Visto que é necessário ao professor a metodologia e habilidades para fazer com que seus alunos percebam o gosto e a importância do ato de ler e se atraiam por outras formas de leitura e que não sejam apenas escolhidos pela escola. É necessário que eles participem nessa escolha com a finalidade de saber, concretizar, informar e se aprofundar nas atividades que realizam sabendo sempre o que elas pretendem.
Para que tudo isto possa se realizar, os professores devem acreditar sinceramente na capacidade dos alunos, ganhando a confiança deles a partir do respeito mútuo. Tem que avaliar os alunos pelo que é confiado nele e dando condições para que aprenda a confiar em si mesmo. Neste sentido, dado o importante papel que desempenham as expectativas dos professores para com os alunos, será preciso encontrar em todos os alunos aspectos positivos e que as experiências se expressem convenientemente. Os alunos respondem, e se adaptam de maneira diversa às propostas educacionais, mostrando maior ou menor interesse e dedicação nas tarefas, entre outros motivos, em função do que se espera o que influi na intervenção do professor. (ZABALA, 1998, p. 95).
Segundo Zabala (1998), é preciso que o professor confie no potencial do seu aluno o que ambos se respeitem. Para que dessa forma o aluno se sinta estimulado a participar das atividades de leituras diversificadas, pois sabemos da importante influência que tem o professor na formação de um bom leitor. É importante que os professores e os pais reflitam sobre a leitura e sua importância e como se processa a formação de um leitor, pois sabemos que para que isso aconteça é preciso saber escolher os livros, as atividades para despertar o interesse no leitor, promovendo uma leitura prazerosa para formar leitores capazes de sonhar, viajar no mundo das palavras.
Sabemos também que para estimular a leitura é preciso que o professor também mostre interesse pela mesma, mostrando que o hábito de leitura nos leva a conhecer e compreender o mundo a nossa volta em todos os aspectos, deixando-nos atentos, críticos e autênticos para uma melhor apreensão de informações, nos permitindo coletar índice na interpretação, podendo, em seguida confrontar as hipóteses criadas anteriormente.
Desse modo, é preciso que a escola busque novas informações, livros interessantes com vários gêneros textuais, atividades diferenciadas para promover a participação do aluno nas atividades de leitura, mostrando que é através da leitura que nos tornamos indivíduos capazes de intervir na modificação da realidade e motivados a aprender um universo de coisa que a vida nos permite a conhecer, como também a mesma nos faz viajar no mundo da fantasia e da criatividade, fazendo que sentisse o prazer ao ler.
Para Todorov (1980), é na infância que se começa sentir gosto pela leitura, se encontra com a poesia, história em quadrinhos e demais gêneros textuais, e é nessa época que começa desenvolver o hábito de leitura, e a partir daí a criança vai se motivando, criando fatos imaginários e também da sua realidade, seu desenvolvimento sentido crítico e construtivo no mundo em que ela vive, sendo que futuramente ela se tornará uma forte aliada à leitura, criando uma relação de Amor.
É com a leitura que desenvolvemos o senso crítico, imaginário, a criatividade, o raciocínio lógico, possibilitando-nos a fazer novas descobertas e adquirir mais conhecimentos, além de enriquecer o vocabulário, o aprimoramento da grafia e consequentemente a dicção, evidenciando que a leitura proporciona resultados benéficos não apenas nas pesquisas escolares, mas principalmente na vida social. (LOJOLO, 1994), (FREIRE, 1992).
A aprendizagem da leitura nos permite remover alguns problemas educacionais de que tanto se fala, dando oportunidade por meio do desenvolvimento da promoção da linguagem e do exercício intelectual, crescendo assim, as chances de regularizar a situação pessoal de um sujeito. O hábito de ler é essencial, pois é uma forma de adquirir conhecimentos. As classes dominantes não querem que as classes subordinadas compreendam as estruturas sociais vigentes e o regime de privilégios. A respeito do desconhecimento da leitura.
A partir disso, Todorov, (1980, p. 4), diz que:
A experiência da leitura é tão comum que chaga a ser desconhecidos para nós. Isso porque ela é onipotente, e sendo assim parece algo banal. Ressaltando que essa onipresença também é uma das características da imagem em si e devido a sua presença constante torna-se tão comum que parece óbvia, natural, algo sobre o que não precisamos pensar. Essa aparente maturidade e transparência nos mostram que sabemos muito pouco sobre ela.
A citação acima reflete sobre a experiência da leitura, que muitas vezes achamos comum e não damos conta que a desconhecemos. O autor também nos mostra que a imagem tem características distintas do texto literário escrito, orientando ainda que os primeiros a estudar a leitura fossem os estudos literários. Salientando ainda que o ser humano é capaz de compreender, transformar e entender vários tipos de leituras, mas antes de tudo, é necessário fazer uso da leitura como fonte privilegiada e prazerosa da aquisição do conhecimento.
A leitura amplia nossos horizontes e nos leva para o mundo real e da ficção, abrangendo nossos conhecimentos, desenvolvendo uma cultura de leitura, nos fazendo compreender tudo que lemos e que vamos do sistema que estamos inseridos, alargando a visão de mundo e atendendo nossas expectativas. Só assim, tornaremos aprendizes e formadores de opinião na sociedade democrática em que nos incluímos. (DAUTO, 2006).
2.4 LEITURA E ESCRITA E SUA IMPORTÃNCIA NA VIDA DOS ALUNOS
A leitura é fundamental, pois cada um tem seu próprio gosto. Ninguém nasceu sabendo ler, tampouco irá se dedicar com facilidade, pois a leitura de um modo geral torna-se chata, às vezes monótono se não souber como trabalhar com ela.
Assim, ler é descodificar, extrair o texto em forma de escrita, daí que a leitura seja vista com um processo interativo; aquele que com um diálogo entre o leitor e o autor, mediado pelo texto escrito.
A leitura ainda ajuda a criança a construir sua identidade, a realidade com o mundo e a torna-se um ser ativo e tolerante, contudo o faz também critico com bastante entendimento (no futuro) para assim impor com cautela serenidade para mediar problemas. É por isso mesmo, um fator decisivo na maturidade da criança e do adolescente no ser equilíbrio na sua inserção no coletivo da escola e práticas contribuição para a formação de cidadãos consciente e participativo numa sociedade democrática.
Antes de escrever, a criança tem que estruturar seu pensamento de forma a transmiti-lo com clareza e coerência, pois sem ler não tem como a criança conseguir produzir um pequeno texto, tampouco ela Serpa capaz de ter a objetividade do que está produzindo.
Deste modo, a escrita obriga-o a gastar mais em termos de atenção, pois ele precisa de concentração para produzir, de memória e de tempo que se ocupa para desempenhar a tarefa que é na verdade a escrita em si.
A partir daí serão vivenciadas, os pais ou educadores um momento de estimulação com escrita que o levem ao desejo de escrever, utilizando e diversificando estratégias de ensino/aprendizagem. Sem isso não será capaz de produzir. Os pais com dito anteriormente, devem se interagir com os seus filhos na hora da escrita para que ele se aproxime mais com a leitura e assim colocar em prática na escrita. O aluno tem a curiosidade de descobrir ações que o levem a conhecer outros mundos (o imaginário) na escrita ele também exprime sua ideia em forma de textos, frases ou tirinhas expondo assim seu jeito de conquistar o mundo através da leitura.
Assim, pode-se concluir que a escrita é um processo muito mais ativo que a leitura e que exige por parte do sujeito um esforço superior.
A aprendizagem da leitura e escrita é de responsabilidade da escola, já que são consideradas capacidades básicas de instrução como além destas competências, o ensinar de forma consciente (que não seja só na enrolação) e na capacidade de cada profissional.
Contudo, elas constroem ideias (representações mentais) sobre o sistema de escrita, o que significa que elas não são tábuas rasas onde ensine tudo o que o professor transmite, mas as experiências das crianças pré-escolares não são todas iguais, o que pode haver uma maior dificuldade em aprender em relação a outras crianças.
Cabe ao professor procurar minimizar as desigualdades e procurando desenvolver ações na criança um tipo de relação susceptível de integrar a valorizar as diferenças, ou seja, pesquisar para se ter igualdade entre elas.
Assim, o profissional terá que recorrer a vários tipos de meios e atividade que transmitam o interesse de despertar delas o gosto pela leitura e escrita.
Para tal, torna-se assim de extrema importância o papel atribuindo ás bibliotecas escolares e de sala de aula, como um centro de cursos educativos capaz de concentrarem as variadas fontes de informação, educação e lazer e a dinamização das atividades promotoras a leitura e da escrita.
2.5 A LEITURA NA FORMAÇAO DO CIDADAO CRÍTICO E REFLEXIVO
A leitura é um processo de compreensão amplo, envolvendo aspectos sensoriais, emocionais, intelectuais, fisiológicos, neurológicos, bem como culturais, econômicos e políticos. Segundo Martins (1989), o ato de ler é considerado "um processo de compreensão de expressões formais e simbólicas, por meio de qualquer linguagem". Nas trilhas do mesmo entendimento, Souza (1992) afirma:
Leitura é, basicamente, o ato de perceber e atribuir significados através de uma conjunção de fatores pessoais com o momento e o lugar, com as circunstancias. Ler é interpretar uma percepção sob as influencias de um determinado contexto. Esse processo leva o individuo a uma compreensão particular da realidade. (p.22).
Vislumbramos em Freire (1989) este olhar sobre leitura quando nos diz que a "leitura do mundo" procede à leitura da palavra, ou seja, a compreensão do texto se dá a partir de uma leitura crítica, percebemos a relação a relação entre o texto e o contexto.
Dessa forma, um leitor crítico não é apenas um decifrador de sinais, mas sim aquele que se coloca como coenunciador, travando um diálogo com o escritor, sendo capaz de construir o universo textual e produtivo na medida em que refaz o percurso do autor, instituindo-se como sujeito do processo de ler.
Nesta concepção de leitura onde o leitor dialoga com o autor, a leitura torna-se uma atividade social de alcance político. Ao permitir a interação entre os indivíduos, a leitura não pode ser compreendida apenas como a decodificação de símbolos gráficos, mas sim como a leitura do mundo, que deve ser constituída de sujeitos capazes de compreender o mundo e nele atuar como cidadãos.
A leitura critica sempre leva a produção ou construção de outro texto: o texto do próprio leitor. Em outras palavras, a leitura critica sempre gera expressão: o desvelamento do SER leitor. Assim, este tipo de leitura é muito mais do que um simples processo de apropriação de significado; a leitura critica deve ser caracterizada como um estudo, pois se concretiza numa proposta pensada pelo ser-no-mundo, dirigido ao outro. (SILVA, 1985).
Essa é uma perspectiva que concebe a leitura como um processo de compreensão amplo, envolvendo aspectos sensoriais, emocionais, intelectuais, fisiológicos, neurológicos, bem como culturais, econômicos e políticos. Segundo Martins (1989), o ato de ler é considerado "um processo de compreensão de expressões formais e simbólicas, por meio de qualquer linguagem".
O jovem e a criança precisam se seduzidos para a leitura, desconsiderando neste processo qualquer artifício que possa tornar a leitura uma obrigação. Martins (1989) chama a atenção para o contato sensorial como o trabalho, pois antes de ser um texto escrito, um trabalho é um objeto; tem forma, cor, textura.
Tradicionalmente, na instituição escolar, lê-se para aprender a ler, enquanto que no cotidiano a leitura é regida por outros objetivos, que coformam o comportamento da leitora e sua atitude frente ao texto. No dia a dia, uma pessoa pode ler para agir – ao ler uma placa, ou para sentir prazer – ao ler um gibi ou um romance, ou para informar-se – ao ler uma noticia de jornal. Essas leituras, guiadas por diferentes objetivos, produzem efeitos diferentes que modificam a ação do leitor diante do texto. São essas práticas sociais que precisam ser vividas em nossas salas de aula. Apesar de todos os problemas funcionais e estruturais, é na escola que as crianças aprendem a ler. Muitas têm no ambiente escola, o primeiro (e, às vezes, o único) contato com a literatura.
Conviver num ambiente em que a leitura tenha significado, segundo Moura (2008), é um fator indispensável para a formação de um cidadão critico reflexível em que ele possa atuar como um sujeito transformador na sociedade. A escola precisa favorecer formas para que o leitor seja um produtor de texto, permitindo que ele descubra a importância da leitura e a necessidade da mesma no espaço de trabalho, e que através dela o individuo possa fazer escolhas, decidir, conhecer, participar dentro do meio social.
A leitura é uma prática sociocultural, e está relacionada ao poder da sociedade. Para entender uma sociedade letrada é preciso ter hábito de leitura, pois a mesma é um fator essencial dos contextos e instituições em que os grupos sociais estão envolvidos.
A visão do processo de leitura dentro da escola tem sido vista como explicação do código escrito e como forma reproduzir um texto. Nesse caso a leitura acontece de forma tradicional como cópia do que foi visto levantamento do vocabulário e a compreensão literal do texto lido e análise linguístico do mesmo. Soares, (1988, p. 28) considera que:
A leitura é, fundamentalmente, processo político. Por isso aqueles que formam leitores-alfabetizadores, professores, bibliotecários – desempenha um papel político que poderá estar ou não comprometido com a transformação social, conforme estejam ou não conscientes da força de reprodução social, e, ao mesmo tempo, do espaço da contradição presente nas condições sociais da leitura e tenham ou não assunto a leitura contra aquele e a ocupação deste como possibilidade e de conscientização e questionamento da realidade em que o autor se insere.
Então, entende-se assim que, a leitura não pode ser vista apenas como decodificação de sinais, reprodução mecânica de informações diante de resposta estimuladas e pré-elaboradas e estudo de vocabulário. A leitura é uma prática que leva o aluno a uma visão transformadora do meio social, usando sua capacidade de criação e construção do texto lido, tornando-se um sujeito de seus atos.
A escola também objetiva formar sujeito, com toda uma intencionalidade para preparar leitores com potencial, para resgatar as funções e usos da leitura, garantindo a esse leitor buscar suas finalidades e processos no uso da mesma. Ressaltando a importância que a leitura tem para a vida das pessoas, é necessário pensar num sentido ampliado da palavra, levando em conta a liberdade intelectual e cultural dos sujeitos, pois sabemos que mesmo sem conviver em uma sala de aula, escola, esses indivíduos convivem com um mundo verdadeiro, letrado, cheios de sinais, códigos, objetos em que nos levam a variadas leitura e a variadas interpretações desse mundo. (SOARES, 2002).
Sabemos que a aquisição da leitura é sem dúvida um problema social, cultural e econômico, pois nesse sentido não pode ser mais entendida como atividade de reprodução do que foi lido, de forma mecânica, e sim um trabalho que estimule prazer, interpretação e também construção de possibilidades.
Enfim, a leitura no meio social é indispensável no dia a dia das pessoas e na formação de laços sociais, sendo ainda uma exigência fundamental na vida profissional, pois a sociedade precisa da cultura oral para o desempenho de um cidadão para atuar na sociedade, porque a leitura é dos instrumentos fundamentais para a formação da cidadania, já que ela é vista como habilidade humana.
Naturalmente, um leitor crítico não é apenas um decifrador de sinais, mas sim aquele que se coloca como coenunciador, travando um diálogo com o escritor, sendo capaz de construir o universo textual e produtivo na medida em que refaz o percurso do autor, instituindo-se como sujeito do processo do ler.
Nesta concepção de leitura onde o leitor dialoga com o autor, a leitura torna-se uma atividade social de alcance político. Ao permitir a interação entre os indivíduos, a leitura não pode ser compreendida apenas como a decodificação de símbolos gráficos, mas sim como a leitura do mundo, que deve ser constituída de sujeitos capazes de compreender o mundo e nele atuar como cidadãos.
Portanto, a leitura crítica sempre leva a produção ou construção de textos: o texto do próprio leitor. Em outras palavras, a leitura critica sempre sega expressão: o desvelamento do ser leitor. Assim, este tipo de leitura é muito mais do que um simples processo de apropriação de significado; a leitura critica deve ser caracterizada como um estudo, pois se concretiza numa proposta pensada pelo ser-no-mundo, dirigido ao outro.
Para Lajolo (1994, p. 37): "é fundamental que compreendamos o papel do leitor no momento da leitura, a finalidade do texto na compreensão leitora de cada aluno". E para tal compreensão precisamos contemplar os meios de produção que os mesmos estão inseridos. Pois é de suma importância, que o professor desperte o aluno para necessidade da leitura no cotidiano de cada um para o melhoramento da formação de atitude, que impulsione a transformação política do indivíduo.
Nota-se que no espaço escolar o código escrito, segundo Sole (1998) é uma das formas da língua mais utilizadas, e o campo da leitura é constituídos de muitas possibilidades, porque ler não é apenas decodificar símbolos e a formas de grafia, sendo também uma reflexão e que junta ao conhecimento individual do que está sendo lido e admitido um ponto de vista sobre o que foi lido, abrangendo os componentes sensoriais, intelectuais, filosóficos, culturais e econômicos.
O processo e a atividade de leitura na escola ainda resultam na decodificação de símbolos gráficos, ato mecânico que não ajuda atribuir significado e nem estimula o gosto pela prática de leitura, mesmo sendo que a leitura, aceite o leitor várias possibilidades. Assim como nos diz Solé, (1998, p. 22):
Devanear, preencher um momento de lazer e desfrutar, procurar uma informação concreta; seguir uma pauta ou instrução para realizar uma determinada atividade (cozinhar, conhecer as regras de jogo); informa-se sobre determinado fato (ler o jornal, ler um livro de consultas...) confirmar ou refutar um conhecimento prévio; aplicar informações obtidas com a leitura de um texto na realização de um trabalho...".
Salientar-se que, a importância de se trabalhar uma concepção de leitura que repense a formação do professor e leitor, tendo sempre em primeiro lugar o serviço da cidadania e ajudando com um dos veículos para orientação de uma maior compreensão no meio social e para construção de uma sociedade mais digna e feliz. A leitura é uma atividade complexa, por isso as atividades de prática de leitura em classe, não precisariam ter programações específicas nos planos de execução das aulas, e sim que o livro didático deixasse de ser o suporte fundamental para o desenvolvimento das aulas.
Há que se encarar o leitor como atribuidor de significados e, nessa atribuição, levar-se em conta a interferência da bagagem cultural do receptor sobre o processo de decodificação e interpretação da mensagem. Assim, no momento da leitura, o leitor interpreta o signo sob a influência de todas as suas experiências com o mundo, ou seja, sua memória cultural é que direcionará as decodificações futuras. Todavia, para a formação deste leitor que consegue por em prática sua criticidade, é necessário que haja um estímulo contínuo para o contato entre o indivíduo e o trabalho.
Ressaltamos que, a leitura através dos sentidos revela um prazer singular; esses primeiros contatos propiciam à criança a descoberta do trabalho, motivam-na para a concretização do ato de ler o texto escrito. A escola torna-se fator fundamental na aquisição do hábito da leitura e formação do leitor, pois mesmo com suas limitações, ela é o espaço destinado ao aprendizado da leitura. Assim fica claro que a escola, por ser estruturada com vistas à alfabetização e tendo um caráter formativo, constitui-se num ambiente privilegiado para a formação do leitor.
Neste contexto de sentido da leitura e da ambiência da escola, a literatura infantil é como uma manifestação de sentimentos e palavras, que conduz a criança ao desenvolvimento do seu intelecto, da personalidade, satisfazendo suas necessidades e aumentando sua capacidade critica. Esta literatura tem o poder de estimular e/ou suscitar o imaginário, de responder as dúvidas do indivíduo em relação a tantas perguntas, de encontrar novas ideias para solucionar questões e instigar a curiosidade do leitor. Nesse processo, ouvir histórias tem uma importância que vai além do prazer. É através de um conto e/ou de uma história, que a criança pode conhecer coisas novas, para que efetivamente sejam iniciados a construção da linguagem, da oralidade, ideias, valores e sentimentos, os quais ajudarão na sua formação pessoal.
Sendo assim, aprender a ler não é um ato mecânico, é um processo de construção e maturação dos aspectos biopsicossociais e cognitivos do aluno. É um processo de construção sistemático, que ao mesmo tempo em que o aluno processa seu metabolismo cognitivo para assimilar os mecanismos necessários a leitura estar interagindo com o meio e formulando novos questionamentos com novas ideias e concepções.
Não podemos nos referir à leitura como um ato mecânico sem a preocupação de buscar significados. Desse modo, é necessário que dentro do ambiente escolar o professor faça a mediação entre o trabalho e o aluno, para que assim sejam criadas situações onde o aluno seja capaz de realizar sua própria leitura, concordando ou não e ainda fazendo uma leitura critica do que lhe foi apresentado.
Nesta ótica de trabalha em sala de aula, é preciso que o professor leve textos significados para o aluno, tornando ao mesmo, possível interação do aluno com os textos e com seus colegas de aula, assim o aluno se sentirá sujeito integrante do contexto social da sala de aula.
Assim, o educador preocupado com a formação com o gosto pela leitura deve reservar espaços em que proponha atividades novas sem o compromisso de impor leituras e avaliar e educando. Trata-se de operacionalizar espaços na escola e na sala de aula onde a leitura por fruição-prazer possa ser vivenciadas pelo aluno.
CAPÍTULO III
Neste capítulo abordaremos toda a metodologia aplicada ao estudo. Por se tratar de uma pesquisa em educação suas abordagens são especificamente qualitativa, descritivas, e explicativo-descritiva, descrevendo e explicando o fenômeno como essência. Isso se justifica apelo modo como os dados foram analisados, respeitando o posicionamento dos sujeitos e sua autonomia nos depoimentos. Teve como foco principal a descrição dos elementos encontrados no transcorrer dessa investigação, assim como a busca de explicações para cada situação percebida, promovendo uma interação entre o pesquisador e o objeto estudado, e por consequência a aquisição de conhecimentos.
3.1 TIPO DE PESQUISA
A pesquisa realizada é de natureza qualitativa e descritiva, explicativo e seu desenvolvimento aconteceu numa abordagem qualitativa dos fenômenos por se referir a Educação, pois permite uma descrição ampla da situação pesquisada. Na pesquisa descritiva a abordagem, qualitativa é muito utilizada. Segundo Bogdan e Beklem (1992 apud LUKDE1986, p. 13).
A pesquisa como um mecanismo importante para a produção de estudo e entendimento da compreensão e contribuição da leitura e da escrita na transformação do sujeito/aluno; dispusemo-nos a analisar do ato permanente de leitura, para o desenvolvimento da escrita e da criticidade do aluno.
As inovações e transformações sócio-cietíficas estão oportunizando a Educação Escolar o encontro de novos meios ou caminhos de resoluções das problemáticas do contexto do desenvolvimento da leitura e da escrita.
Demo (1985) nos diz que: "a base da educação escolar é a pesquisa, e não a aula; e a pesquisa precisa estar no cotidiano, amalgamada nas raízes políticas e sociais dos educadores e aluno".
Sendo a pesquisa a base da educação escolar, é um ato ou consequência de estudar, investigar, indagar, buscar, procurar ou levantar dados, a fim de estabelecer novos fatos ou princípios relativos a qualquer campo de conhecimento.
A educação como o processo de formação da competência humana, que não é apenas a condição de fazer, mas de saber fazer e, sobretudo de refazer sempre, usando como instrumento o conhecimento inovador. Diante disso, almejamos uma dedicação às questões da diversidade textual na sala de aula como avanço das pesquisas referências à leitura e escrita no final do Ensino Fundamental I.
3.2 O CONTEXTO GERAL DA PESQUISA
Este estudo teve por espaço de pesquisa uma escola da Rede Municipal de Ensino, na zona rural do município de Petrolina – PE. A distribuição de turmas encontra-se da seguinte forma: manhã – 1° ano A e B; 2° ano A; 3° ano A, 4° ano A, 5° ano a e PC 2 – programa de correção de fluxo – EJA. Tarde – 1° ano C; 2° ano B e C; 3° ano B; 4° ano B e 5° ano B. A escola atualmente possui 280 matriculados.
O quadro de funcionário é formado por 07 professores, 02 de assistentes de serviços gerais, 02 merendeiras e a equipe gestora com 01 secretária. Os professores, todos possuem cursos superiores e especializações. Os servidores são distribuídos em dois turnos: manhã e tarde.
A instituição possuem 07 salas, 02 banheiros para os alunos sendo 01 para os meninos e 01 para as meninas e 01 para os professores para AEE, 01 secretaria, 01 sala dos professores, 01 biblioteca e coordenação. A cozinha com 01 banheiro e pátio.
3.3 OS SUJEITOS DA PESQUISA
Os sujeitos que participam da pesquisa foram alunos do quinto ano do ensino fundamental, por se essa série onde se encontram os alunos concluintes do ensino fundamental I e com a idade em que dão maior ênfase ao desejo de ler e a curiosidade de descobrir. A entrevista escrita foi aplicada a alunos com critério de escolha por localização de residências dos mesmos. Estes educandos são oriundos da zona rural do interior de Petrolina, filhos de agricultores sem muita escolaridade, que iniciaram a prática de trabalho braçal ainda na infância, e repassou o mesmo meio de vida para seus filhos, (alunos entrevistados). Assim é válido ressaltar a influência do contexto sociocultural no meio escolar e no desenvolvimento da aprendizagem.
Foram também sujeitos dessa investigação educadores, que ministram ou ministraram aulas na série/ano mencionado, todos responderam a um questionário escrito, com interrogações a respeito do ensino de leitura e escrita e a sua prática no cotidiano escolar.
3.4 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS
Em principio, foram realizadas visitas para observação do contexto do local de pesquisa, conversas informais com o professor da série e com o gestor da escola. Foram feitas entrevistas com professores e aluno, e posteriormente a aplicação de questionários escritos, com os mesmos, sendo utilizados para análise 01 questionário respondido por docentes e 01 para discentes da classe.
3.5 ANÁLISES DOS DADOS
A análise dos dados é feita mediante a leitura criteriosa, do material coletado, sendo os dados adquiridos, ancorados pelos referenciais teóricos previamente estudados para fundamentar e facilitar a compreensão com a exposição dos resultados obtidos.
Nesta pesquisa dos dados coletados foi analisado mediante a leitura e entendimento da ótica de Freire, Lajolo, Silva, Demo, Zilberman, Souza, Dauto, Solé, Soares, entre outros que abordam o conhecimento ao entendimento sobre a importância da leitura e da escrita e a valorização das mesmas no cotidiano escolar par a formação do sujeito cidadão.
CAPÍTULO IV
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