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Como ensinar e aprender bem na era da globalização em Angola? (página 2)


Bem – vindo, gostosa leitura e, bom proveito no contacto com as minhas ideias!

´´O homem, está hoje, cada vez mais próximo?não e sim distante do outro...´´ (ADLUNDALA, 2015).

Muitos são os manuais e pensadores que, sobre os conceitos (no seu conjunto fazem o nosso tema) emitiram seus parecer. Desta feita, na perspectiva do Dicionário digital de Língua Portuguesa, ´´Globalização´´, é a visão em conjunto, dos aspectos gerais das coisas. Para Belarmino, é a interdependência de mercados e productores ao nível mundial. Benedito, infuenciado por McLuan, difine o fenómeno como a acção de desiterritorização do território. Já para o Comunicólogo Cooley,a globalização ou localização, é um fenómeno que deverá ser alcançado por qualquer meio pois, vale sim o fim, a ligação, a informação etc. Por outro lado, Claudino Piletti (2004), sustenta que, o ensino enquanto categoria do processo docente educativo, deve responder a pergunta sobre o que ensinar ao aluno ou seja, ´´Ensinar´´ é transmitir, partilhar experiências acumuladas e criadas expontaneamente. Esse conjunto, constitui o teor, o saber, o conteúdo, constituindo-se no conjunto de ´´Aprendizados´´. Como ensinar e aprender bem em Angola na era da globalização? Esta, é a grande, profunda, compexa, actual e actuante pergunta a responder neste pequeno trabalho. Antes de uma resposta directa (impossível na nossa visão), muitas outras questões se levantariam, resultante da forma como foi formulado o tema justamente porque, são hoje muitas as concepções sobre o que é ´´ensino, aprendizagem,globalização, como ensinar, como aprender e bem´´ etc etc. Tal, resulta do facto de estarmos diante de um fenómeno social bastantemente complexo pela sua natureza directiva-processo educativo dirijido ao homem este que é, tão diferente pelas suas dimensões. Ensinar, educar etc, tendo em atenção as suas dimensões específicas, torna o processo bastante complexo e tarefa de muitos poucos pois exige ´´dom, chamado a par da competência´´.

Não podemos hoje, por exemplo, falar do papel do Professor no ensino de valores e resgate dos mesmos em Angola tal como tanto se advoga hoje, dissociando este desafio da chamada ´´Globalização ou Mundialização (Belarmino V.,2010), onde os médias unem nações, reduzem distâncias. O homem do nosso tempo passa horas e horas, todos os dias, sob a influência dos chamados MCS. Para quase todos, destacadamente a genealogia audiovisual é uma fonte inesgotável de entretenimento e de informação. A Escola (em Angola particularmente) ao contrário, ainda é um lugar afastado dessa sua realidade habitual – crianças e jovens preferem sem dúvida, o fascínio do televisor doméstico às normas de aprendizado da Escola. A Educação não evoluiu no compasso dos tempos, e hoje mais do que nunca, necessita de uma mudança radical para assimilar e incorporar as tecnologias de ponta e as novas formas de apreender a realidade. ´´Se a Escola é uma preparação para a vida, seus conteúdos devem estar de acordo com os conteúdos da vida´´ (ADLUNDALA, 2015). Por issso entedemos, a imprensa escrita, o rádio e a televisão..., devem entrar na sala de aula convertendo-se em um canal por onde possa fluir como corrente contínua, a pulsação do quotidiano, a realidade e a vida. As técnicas de comunicação influenciam grandemente a mente das crianças, dos adolescentes e dos adultos em geral. Transmitem as imagens à população, cada vez mais numerosas e mais densas, na maior parte não são extraídos do ambiente quotidiano e tão pouco têm à primeira vista, algo que se relacione com ele. Assim, uma pessoa telespectadora, senta-se no banco de uma sala de aula, trazendo consigo numerosos problemas, gerados pelas longas horas passadas diante da televisão. Reflexões neste âmbito hoje em dia se fazem mais imperiosas do que nunca, para um pai ou mãe dedicados ou para um Professor cônscio de seus deveres e obrigações. É quase mesmo impossível tanto pelos Professores quanto para os pais, evitar alguns tipos de desajustes na psíque, se não terem conhecimentos, pelo menos sumário, do que acontece no pequeno universo do ser, exposto à média. As repercursões são evidentes na conduta moral, no relacionamento com os adultos, com a família, colegas, com a sociedade etc. Os desajustes manifestam-se na maneira de os seres se comportarem diante das regras da vida civíl e na concepção que fazem do ser humano, do mundo e da vida. A televisão por exemplo, converteu-se no principal meio de diversão da infância, com o agravante de que a maioria das crianças não têm consciência da ´´sujidade´´ ou intoxicação publicitária a que está sendo submetida. Este ´´navio´´, exerce influência negativa sobre o rendimento escolar de muitos alunos, estudantes e dificulta de que maneira a missão do docente. Nesta lógica, a Tela+Espectador, exerce e igualmente representa um ´´inimigo importante´´ para a formação integral que se tanto quer e se apregoa, uma vez que eles não estão equipados de mecanismos de defesa para compensar os danos que vão sofrendo. Porém, julgamos que a solução não está em uma guerra entre a T.V, a Família e a Escola. Os conteúdos da Escola paralela que pode transmitir uma mensagem formativa para crianças e adolescentes até mesmo para adultos. Tornou-se objectivo fulcral dos tempos modernos, educar para a vida, cidadãos capazes de receber, de modo crítico, mensagens de Meios de Comunicação de Massa. A Escola, precisa incorporar ao ensino uma correcta e eficaz pedagogia dos meios de comunicação, revistas, jornais, vídeos e computadores que passaram a ser considerados tão importantes quanto o livro didático, as práticas de laboratórios e os textos literários. Uma sociedade formada será sempre mais livre, mais justa e mais democrática. A Escola não pode dar as costas a nenhum dos novos sistemas utilizados hoje para veicular informações entre cidadãos. A pedagogia, deverá basear-se na incorporação total da média, imprensa electrónica e digital como novas matérias do currículo escolar, para evitar que sejam tratadas apenas como lazer ou complementares de outras áreas. Só com uma firme postura aberta aos meios de comunicação de massa, os educadores conseguirão que os alunos aprendam a ser selectivos com os conteúdos que são transmitidos e consumidos por eles. O ideal mais do que nunca, é estabelecer-se a relação saudável entre os M.C.S-Família-Escola, cada um deles com os seus próprios fins = Educar o homem para a vida. A verdade é que, a questão chave e o conteúdo que pelos M.C.S, chegam antes, e talvez com mais eficácia, à mente infantil do que aos ministros da Escola. Hoje, a maior parte do ensino ocorre fora da escola, nas turmas dessa verdadeira escola paralela. O Professor não pode permanecer indiferente, precisa ensinar a cultura e a leitura dos novos meios, porque na realidade, eles são ´´uma janela aberta para um vínculo entre os estudos e a vida diária´´. Assim, todo cuidado exige-se, pois, o tempo dedicado à T.V é retirado da comunicação com os pais, irmãos e outros familiares. As crianças e adolescentes, imaturos, não se limitam; apreciam eles também outros programas que não foram concebidos para as suas idades. Por este facto e razão, ao falarmos do consumismo televisivo, precisamos destacar alguns pontos baselares como por exemplo o facto da T.V incentivar o consumismo, trata-se de emissões violentas, não mede hora, idade, espaço ném lugar, furta o monopólio do tempo livre explicado por Vidal ( Vidal Beneyto citado por Ciriaco Izquierdo Moreno, 2002), promove a passividade física e mental, dirige o homem para preferência pela existência fabricada, incentiva a perda de iniciativa e dificuldade de se emocionar, dificulta na comunicação familiar, danifica a saúde na sua integridade, incentiva o fracasso no rendimento escolar etc etc. É preciso sim que, a responsabilidade das emissoras de T.V e não só, nasça. Os pais junto com a Escola, devem assumir a tarefa de educar em casa o consumo televisivo e o papel da Escola diante dos média deve se fazer sentir no dia-à-dia. Todos os agentes citados, devem conhecer bem sobre os efeitos da televisão no processo educativo do homem. É urgente que todos eduquem e ensinem a ser pessoa. O fim essencial da educação e do ensino é o desenvolvimento da personalidade, uma educação que trabalhe o todo-integral em conhecimentos, em capacidades e valores morais em todos os campos da vida. Educação é sobretudo ensinar a crescer enquanto pessoa, ensinar a viver com dignidade. Ainda Maríni Bañez na sua obra intitulada ´´Los valores, un desafio permanente´´ exactamente na página dezoito reforçada sua ideia também na duzentas e setenta e três (página) do mesmo livro, afirma que, a criança precisa de força de vontade para apoderar-se aos poucos das rédeas de sua actuação pessoal. Neste entretanto, a Escola no que concerne ao seu papel diante dos M.C.S, continua a tér, hoje, uma ´´quota função´´ essencial que ninguém jamais poderá arrebatar: Educar para a liberdade é preparar os alunos para a vida; por isso, na sala de aula deve-se ensinar a lér jornais e revistas, a ouvir rádio e a assistir à televisão. Tal processo de desafio entre a instituição escolar e o ambiente sócio cultural, faz com que a Escola convencional e a Escola paralela sejam obrigadas a se entenderem. Entre os M.C.S e a Escola, deve existir uma realidade mais fluida para se conseguir maior aproximação e colaboração nas tarefas comuns a serviço de um projecto de educação compartilhada. Assim, será factível edificar um vínculo ou aliança com os M.C.S. A Educação oferecida pela Escola, deve e deverá fortalecer a independência ou autonomia dos alunos-estudantes diante das mensagens do meio social. Ensiná-los a interpretar a informação com critério, que aprendam a utilizar os média sem se deixarem manipular, seduzir ou serem utilizados por eles. Esta firmeza vai se resumir no estabelecimento de um diálogo com os meios de comunicação com base na educação em valores. O programa educativo da Escola, deve aproveitar as motivações dos alunos – estudantes para promover estratégias de desenvolvimento do espirito crítico, de forma a se evitar a invasão de agressividade e violência dos conteúdos da média e da influência de atitudes negativas. Com isso, os educadores podem abandonar as hostilidades e pré-julgamentos, e parar de propor, como única solução, ter de compensar as influências negativas dos M.C.S. Não vale só especular. Os conteúdos negativos por exemplo na média, podem ser também encontrados em obra de literatura, com diferença de que, a T.V é mais acessada e barata, nalgumas vezes gratuíta. A missão da Escola, é preparar o aluno para a vida e para a sociedade. A partir do instante que a Escola actual assumir seu verdadeiro e legítimo papel de mediadora entre a influência que a cultura da comunicação exerce sobre os alunos e os preceitos da cultura académica, reflectidos em seus programas educativos, os M.C.S se tornarão fontes de indubitável riqueza, passíveis de serem integrados e utilizados nas aulas com sentimento inovador e criativo. O ser humano deve conscientizar-se de que a pessoa que possui uma vontade educada, consegue o que quer. Demora-se a chegar ao que é simples. Finalmente, é nosso entendimento parafraseando ADLUNDALA, ( 2012), compreender que, educar a vontade é patrocinar a alegria.

Conclusão

´´A Globalização, é um ideal inventado pela sociedade civil do nosso século, convista a vingar-se da grande distância que se estende entre os homens. Paradoxalmente, não passou de uma ideia pois, longe disso, veio promover maior distanciamento entre o ser condenado a necessária sociabilidade perpectrada só, com e pelo outro´´ (ADLUNDALA, 2015).

Na verdade, e tal como o pensamento acima, se a ´´Globalização´´, favoreceu mais e maior distanciamento entre os homens, então, ela falhou no seu fim, logo, não poderá ajudar-nos tanto no grande desafio do educar ou seja, ensinar não só ensinar mas e sim ensinar bem, para que de facto a aprendizagem seja também qualitativa. Será que, o ideal ´´Globalização´´ a nível das instituições de ensino, peculiarmente em Angola e a nível local-Lubango, não devia ser repensado e constituir razão de abordagens rigorosas? Bom, enquanto estudantes, académicos no caso mormente dedicados as Ciências da Educação, julgamos que sim, devia já e deve agora mais do que depois, constituir-se em motivos de discussão para destes encontros, subtrair-se conclusões favoráveis a relação extreita que existe inegavelmente de forma frágil agora e deverá existir a partir de agora mais consciente e matura entre a Família-Média (Globalização) e a - Escola em nosso tempo. Desfazer-se da ´´Globalização´´, eliminando os aparelhos que nos ligam, actualizam sobre o mundo hoje, é negar-se acreditamos à própria existência humana. Tanto mais que, a Escola, o Professor e todos agentes do processo educativo, são convidados a conhecer e usar dos benefícios deste processo evolutivo- tecnológico o que torna qualquer espaço pedagógico mais atractivo, convidativo, interessante. Em fim e em gesto de resposta a questão levantada por nós acima, entendemos que, mais do que dizer ao aluno para não assistir a este ou aquele programa por exemplo da Televisão Pública de Angola, o fundamental seria trabalhar sua mente para que, autonomamente seja ele capaz de peneirar, filtrar e escolher acumular em sua memória o correcto pois, se for ele vedado em assistir o que é nocivo a partir da televisão, pode e poderá o mesmo ter acesso por outros meios como celular com internet entre outros. O ideal é sim favorecer a formação de uma consciência selectiva entendemos e isso, passa pelo conjugado esforço entre as três responsáveis instituições destacadas já, onde, a Escola e no caso o Professor, têm a sua elevada ´´quota parte´´ em termos de responsabilidade. Portanto, a vir acontecer, então sim, diremos concordando de que, a ´´Globalização´´nos seus aspectos positivos-vantagens, ajuda-nos como Professores a ensinar bem, ajuda ao aluno a aprender bem e melhor, transforma a Escola num melhor lugar para estar-ficar e torna o processo de ensino-aprendizagem mais realista e adequado à necessidade dos tempos. Auguramos ter podido com a nossa pouca capacidade reconhecidamente, contribuir positivamente para uma melhor compreensão do tema, muito confundido em muitos cíclos socias e académicos hoje.

Referências bibliográficas observadas durante a construção do trabalho

- Dicionário digital de Língua Portuguesa (2005), (S.P), p.95.

- Louis Arenilla, Bernard Gossot et el. Dicionário de Pedagogia, 2ª- ed. Instituto Piaget, (2013), p.277.

- Adilson Lucas Ndala, Os Desafios da Educação em Angola no Resgate dos Valores Morais, 1ª-ed.ICRA, Lubango, Angola, (2012), p.26,27.28-29.

- Belarmino Van-Dúnem, Globalização e Integração Regional em África, ed EAL, Angola, (2010), p.89 .

- André Lukama, A Globalização e o Desenvolvimento Sustentável do Sul do País, Roma, (2008?), p?

- Benedito Kapiñgala. A Paixão do Jornalismo, ed Paulinas, Angola, (2013) p.18.

- Maria de M. Prática Educativa, Pedagogia e Didáctica, (S.D,S.ED e S.A).

- Maríni Bañez, R. Los valores, un desafio permanente, Madrid, Cincel (1993), p.18, 273.

- Vidal Beneyto, Educar em Valores,ed.Paulinas, (2002), p.276.

- Lázaro N. Material de Didáctica Geral de Apoio ao Estudante do 2ºANO do Curso de Pedagogia ISCED-Lubango-2014.

- Lázaro N. Material de Didáctica Pedagógica de Apoio ao Estudante do 3ºANO do Curso de Pedagogia ISCED-Lubango-2015.

- Lázaro N. Material de Pedagogia Geral de Apoio ao Estudante do 1ºANO do Curso de Pedagogia ISCED-Lubango-2013.

Internet em:

- www.http/: A Globalização-Média,br.com (2015-08-10,07h:08´).

 

Autor:

Est. Adilson Lucas Ndala

adlundala[arroba]hotmail.com

Estudante do 4ª Ano Pedagogia

ISCED-Huila

INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇAO

HUÍLA - LUBANGO

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇAO



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