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A educação a distância como mecanismo para atendimento de alunos em condições especiais (página 2)


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Figura 3

Apesar das resistências, os fatos científicos são indiscutíveis, e uma exposição comemorativa (Fig.3) foi organizada pelo Museu Americano de História Natural de Nova York e trazida ao Brasil entre 2007 e 2009 sob os auspícios do Instituto Sangari para apresentação em algumas capitais, com apoio dos Ministérios da Educação e da Cultura, além de outras de renomado valor, dedicadas à pesquisa, ensino e divulgação científica. Em São Paulo a exposição foi sediada no Museu de Arte de São Paulo – MASP – onde aconteceram apresentações teatrais, encontros com educadores e ciclos de palestras, além da divulgação através de site da internet ( DARWIN, on line).

"Homo homini lupus" - o homem é o lobo do homem

Tomás Hobbes (1588 – 1679)

Figura 4

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Dos percalços sofridos pela Biologia Evolutiva na Russia estalinista na década de 1920 (Fig. 4) podemos constatar uma ocorrência de "sobrevivência dos mais fortes", ou seja, do regime político que vigorava, por questões políticas, naquela época na Russia. O texto cita o papel de Dobzhansky, que trouxe ao ocidente as descobertas relacionadas à Genética de Populações, na sua imigração aos Estados Unidos, em 1927. O que o texto deixa de mancionar são as visitas que o mesmo fez ao Brasil, dando impulso às pesquisas que se iniciavam sob supervisão de André Dreyfus na Universidade São Paulo dando início às carreiras de sucesso de Crodowaldo Pavan, Antonio Brito da Cunha e Oswaldo Frota-Pessoa, entre outros destaques nacionais e também internacionais.

Em um livro editado pela Editora da Universidade São Paulo Theodosius Dobzhansky (1968) estuda a natureza biológica do homem, onde o autor afirma:

O Homem é decididamente um animal social, não um solitário. O ambiente humano é, antes de tudo, a sociedade a que uma pessoa pertence, e a sociedade é um complexo de indivíduos ligados por interações cooperativas que servem para manter uma vida comunal. (p. 65)

Quanto às questões relativas à "seleção natural", o autor lança uma série de questões que acabam por levar o leitor ao entendimento de que, por questões culturais desenvolvidas durante o curso da evolução, e que permitiram a espécie humana subsistir e prosperar (p. 145):

Entretanto, a seleção natural não é um espírito benevolente a guiar a evolução para um sucesso certo. A alta aptidão de uma população é atingida muitas vezes à custa de alguns indivíduos mal adaptados, doentios e mesmo inteiramente inviáveis. [...] É o Homem, e somente o Homem quem pode escrutinizar e questionar a sabedoria do processo evolutivo que o trouxe à existência, e que pode desenvolver dispositivos que, em seu julgamento, serão melhores do que os que a Natureza engendrou.

Esta visão dual que afetam a evolução humana, por um lado, mantendo ainda a "lei dos mais fortes" ou "dos mais aptos", e por outro lado, a ação de julgamentos fundamentados no sentido de cooperação intra-específica, que favorece os indivíduos mal adaptados, tem sido algo de estudos tanto na área das ciências biológicas e médicas, quando se trata da saúde física, mas também no campo das Ciências Humanas tais como Psicologia, Antropologia, Sociologia e muitas outras.

Convém lembrar estudos mais recentes, especialmente aqueles desenvolvidos por Paul e Anne Ehrlich (1974), que estudam todos estes aspectos pela descrição e análise de casos em populações dos diversos continentes sob a luz da Ecologia. No livro População, Recursos e Ambiente os autores dedicam capítulos relacionados às ameaças ambientais ao homem, que por sua vez, coloca os ecossistemas em perigo. A densidade e o tamanho da população são os temas recorrentes que, desde os ensaios elaborados por Thomas Robert Malthus ao final do século XVIII, foram sendo rediscutidos e ampliados, e nesta obra os autores apontam uma "deterioração ambiental" que só poderá ser contida às custas de controle populacional e mudanças econdômicas, políticas e sociais de amplo espectro.

Adentrando recentemente no terceiro milênio, o Homem terá de abraçar estas causas para garantir a sobrevivência da espécie sobre o planeta Terra, através da utilização sustentável dos recursos naturais. A divulgação científica aliada às campanhas de conscientização feita pelas escolas tem apresentado alguns progressos no panorama geral dos estudos epidemiológicos, alicerçados em dados censitários nacionais e locais.

A Educação é o mecanismo que, indubitavelmente, prepara o cidadão do futuro e alguns países têm investido pesadamente nos projetos educacionais presenciais e a distância buscando resultados cada vez mais rápidos e que atinjam efetivamente toda a população. É um mecanismo próprio da espécie humana de transmissão dos conhecimentos que, se se transformou drasticamente a partir da impressão com linotipos móveis, pela inventiva de Gutenberg, está comprovando seu crescimento esponencial com o uso dos computadores e da comunicação através da internet. Utilizar estes meios para oferecer condições aos "menos aptos e desfavorecidos" do convívio social é uma obrigação que clama pelo sendo de altruísmo e cooperação inerentes ao ser humano, entendido, biologicamente, como um organismo social.

O homem que transforma, com o trabalho e a consciência, partes da natureza em invenções de sua cultura aprendeu com o tempo a transformar partes das trocas feitas no interior dessa cultura em situações sociais de aprender-ensinar-e-aprender: em educação.

BRANDAO (2007)

As invenções são assim entendidas como fruto de muitos estudos ao longo dos séculos num caminhar que envolve teorias de diversos campos do conhecimento e aplicações tecnológicas específicas. Desta forma, os computadores, que os artefatos tecnológicos mais expressivos desta Era da Informática que vivemos. A Teoria da Computação está largamente amparada na lógica matemática, sistemas axiomáticos, formalismo e álgebra. Apesar disso, é sabido que os computadores tiveram seu desenvolvimento acelerado durante a II Guerra Mundial. Nestes tempos de guerra seu uso esteve voltado até mesmo para a decifração de códigos das potências inimigas. Muitas mortes, muitas perdas, muita dor. Estas enormes máquinas, que foram se desenvolvendo dentro das Forças Armadas, deram origem a modelos menores e compactos com a miniaturização tecnológica até que em 1975, com a popularização dos circuitos integrados surgiram os primeiros computadores pessoais. (FONSECA FILHO, 2007)

De artefatos de guerra

os computadores foram se integrando à sociedade

e tendo seu uso envolvido em projetos de paz e de Educação.

A Educação, entendida como a troca de informações relevantes para a sobrevivência e desenvolvimento do homem em condições de sustentabilidade perante o meio ambiente foi assumindo lentamente esta nova tecnologia, primeiramente nos aspectos administrativos de informação e comunicação e de forma mais cautelosa aqueles relativos à pesquisa e desenvolvimento de novas possibilidades educativas.

As tecnologias convencionais que foram utilizadas com eficácia por mais de um século, especialmente os materiais impressos, filmes, vídeos, CDs e DVDs, rádio e televisão começaram a se transformar em estratégias de aprendizagem limitadas, pois na Era de Comunicação de Massas estava definitivamente implantada a comunicação instantânea. A relação ensino-aprendizagem, com a troca imediata de informações é reportada por Frederic M Litto (2010) ao início da década de 90 do século passado. Os computadores criam um espaço virtual onde professores e alunos interagem a distância em condições síncronas ou assíncronas.

A sociedade, entretanto, quer mais.

As novas tecnologias de comunicação e informação que se aperfeiçoem.

A Educação precisa chegar a todos.

Este trabalho objetiva, então, buscar as bases pedagógicas e legais da atual estruturação do ensino, com ênfase na Educação presencial e considerar as adequações necessárias para o atendimento de alunos em situação de distanciamento da escola, em condições especiais, através da Educação a Distância.

Capítulo 1

Políticas de inclusão e o aluno em situação especial

Atendendo a aspirações da comunidade internacional reuniram-se em Salamanca, Espanha, os representantes de 88 governos e 25 organizações internacionais numa Conferência Mundial de Educação Especial, entre 7 e 10 de junho de 1994. Naquela ocasião foram definidos os Procedimentos-Padrões das Nações Unidas para a Equalização de Oportunidades para Pessoas Portadoras de Deficiências, visando a inclusão social dos cidadãos. Esta conferência deu início ao que conhecemos hoje como "Educação Inclusiva".

Apesar da oficialização destas intenções, um longo caminho ainda tem de ser percorrido para sua ampla implementação. Monica Pereira dos Santos (2000) discute com muita propriedade os vários aspectos envolvidos nesta questão, e constata que os princípios elencados na Declaração de Salamanca objetivam os portadores de "necessidades especiais" crônicas, mas que todos nós possuímos , ou podemos passar a possuir, temporaria ou permanentemente, "necessidades educacionais especiais". Discute em seguida que as políticas de inclusão acabaram por criar, ionformalmente, dois sistemas de ensino: um para as crianças entendidas como "normais" e outro sistema, adaptado para as crianças com "necessidades especiais". Ela finalmente defende que o grande desafio dos sistemas educacionais é unificar estas duas tendências em um sistema educacional único, que parta do mesmo princípio, que é aquele que defende que "todos os seres humanos possuem o mesmo valor e os mesmos direitos".

Se estabelecermos o nosso foco somente em crianças com dificuldades motoras, podemos imaginar suas dificuldades em acessar diariamente uma escola regular, especialmente se depender de transporte público. Carências visuais e auditivas condicionam também uma série de transtornos aos estudantes, que, sabemos, muitas vezes acabam por se desentimular a frequentar uma escola, que nem sempre está aparelhada para recebê-los tanto ficica quanto pedagogicamente. Outros casos, que envolvem maior ou menor comprometimento físico, são muitas vezes mal interpretados e recebem ainda um acompanhamento incipiente nas mais diversas instituições.

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Figura 5

Assistindo ao filme Patch Adams (Fig. 5) pudemos nos sensibilizar com a situação de crianças vítimas de doenças crônicas, submetidas a hospitalização temporária e a ação desencadeada por um estudante de Medicina. O filme acaba por demonstrar a importância deste efeito motivacional sobre as crianças internadas, o que vem de encontro a vários estudos acadêmicos da área médica. Este filme deu início a vários projetos similares no mundo todo, inclusive no Brasil – os Doutores da Alegria.

Em um Relatório dos Doutores da Alegria disponível na internet, datado de 2006, encontramos números expressivos de atuação desta Organização Não-Governamental: três Estados com ações contínuas; 129 palestras em 71 empresas; 107 veiculações em míodia eletrônica; 268 inserções em mídia impressa. A receita apurada no ano de 2006 alcançou a cifra de mais de cinco milhoes de reais, obtidos de pessoas físicas e jurídicas, além de rendas obtidas do próprio projeto. Uma equipe eficiente em organizar a ação efetiva de profissionais dedicados a levar alegria a pacientes internados de todas as idades.

ANÁLISE

Está certo,

Tudo é teatro.

Mas por que

Dói de verdade?

Fausto Wolff (2000)

Capítulo 2

A efemeridade da Vida e o ensino de saúde

O ensino de saúde tem sido um desafio para a educação, no que se refere à possibilidade de garantir uma aprendizagem efetiva e transformadora de atitudes e hábitos de vida.

PCN´s – Tema Transversal - Saúde

A saúde do escolar depende de uma construção dinâmica, a ser implementada continuamente pelos professores, especialmente no início da escolarização de uma criança, quando ainda é inocente e tem poucas informações a respeito de seu auto-cuidado. A atenção do professor tem de refletir seu empenho em defender a vida em seus múltiplos aspectos, e valoriza-la. A paulatina ação docente irá desenvolver atitudes nos alunos de auto-cuidado e de respeito ao próximo, promovendo a conscientização do valor da vida e da cidadania.

Em busca deste horizonte possível, e para estar preparado para a eventualidade da doença e da morte de seus alunos e seus familiares, ou até mesmo para membros da equipe escolar, cada docente precisa ter uma formação humanística e também específica quanto às doenças mais comuns da população para entender, orientar e encaminhar seus alunos.

Para os cursos da área da Saúde, tais como Psicologia, Enfermagem e Medicina já existem estudos sobre questões da vida, da morte, ansiedade e sentido da vida tal como foi feito por Aquino e colaboradores (2010). Neste estudo verificou-se que estes temas costumam vir acompanhados de sentimento de fracasso, dor e solidão e abandono. Sem dúvida este estudo se justificou porque aos alunos estavam se preparando para um contato direto e contínuo com pacientes hospitalizados, mas é possível questionar se estas questões também não fazem parte do cotidiano escolar.

As crianças das escolas públicas frequentemente têm um histórico familiar sofrido e em muitos casos já tiveram perdas de entes queridos que desestabilizou suas famílias. Tornar a escola um ambiente agradável é o intuito de todos os Professores, mas pouco adianta mascarar a realidade em que vivem seus alunos, pois desta forma deixa de reconhece-los tais como são, com suas virtudes, suas fraquezas, suas alegrias a cada conquista obtida. Reconhecer a realidade tal qual ela é aproxima o Professor de sua turma e acaba por representar compromisso de solidariedade entre os próprios alunos.

Desta forma, estes assuntos devem ser encarados com seriedade pelos professores com suas turmas, o que irá permitir dar um encaminhamento satisfatório quando ocorrer alguma fatalidade envolvendo um aluno ou algum parente próximo dos alunos de sua turma. Nem sempre os cursos de formação de professores dá ênfase a este assunto, deixando de instrumentalizar convenientemente os graduandos, que ao assumir o magistério muitas vezes se assustam perante a realidade.

HOME

Passarinho, passarinho,

cuida do teu ninho.

Amor grande não tem

lar pequenininho.

Fausto Wolff (2000)

Capítulo 3

A timidez da Educação perante as "classes hospitalares"

Saúde e Educação nasceram juntas, em forma de Ministério, em 1930, mas no que tange ao atendimento de crianças em condições de hospitalização prolongada, a Saúde está alguns passos à frente da Educação.

Juan Carlos Tedesco, Diretor da Oficina Internacional de Educação da UNESCO, já em 1995 escreveu uma obra desafiadora, conclamando os Educadores a abraçarem um novo pacto educativo. Neste livro o Autor conclama os profissionais da Educação e a sociedade em geral a construírem uma sociedade mais justa e democrática. Uma das vias indicadas para oferecer qualidade para todos, superando as barreiras de tempo é espaço, é a das novas tecnologias da comunicação e informação. Entende que através delas a moderna sociedade vive numa condição de escola total, onde todos ensinam e aprendem. A promoção e integração social são estabelecidas a partir de compromissos e acordos discutidos livremente, o que alarga enormemente o papel da troca de informações, que ganha um caráter eminentemente progressista. Sob esta ótica a neutralidade da Escola e a rigidez de seus planejamentos deverá ser rediscutido, assumindo os temas controversos baseados em casos reais do cotidiano, numa perspectiva ativa de inclusão e cidadania.

Hubert Alqueres, Diretor-presidente da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo apresenta o livro Aprendizagem a distância, de Frederic M. Litto (2010) como uma obra destinada à sociedade do conhecimento e da tecnologia. Sem dúvida, as modernas tecnologias oportunizam o aprendizado a distância, mas há que se levar estes equipamentos aos excluídos e marginalizados da sociedade. Sem dúvida, ações sociais amplas têm levado os recursos da informática aos bairros e populações mais carentes, mas a educação no ambiente hospitalar ainda é feita de forma precária, e com acompanhamento precário por parte dos Educadores, salvo raras exceções, em instituições particulares.

As "classes hospitalares" são uma realidade ainda pouco reconhecida por parte de muitos profissionais experimentados do magistério. Walquiria Assis (2009) resgata o estudo de Marcos Mazzotta, no qual refere que as primeiras classes hospitalares estão relacionadas à Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, a partir de 1931, a deficientes físicos não sensoriais. Foram se expandindo e aperfeiçoando nas décadas seguintes, mas foram regulamentadas somente em 2000 pela Lei 10.685. Dados da Secretaria de Estado da Educação de São Paulo (2007) reporta a existência de 33 classes hospitalares, sendo 20 na Capital e 13 em cidades do interior do estado. De acordo com o III Encontro Nacional sobre Atendimento Escolar Hospitalar em 2003, haviam no Brasil, naquela época, mais de 70 hospitais distribuídos em dezenove estados do território nacional. Em pesquisa feita por Oliveira, Filho e Gonçalves (2008) esta realidade "representa um número muito pequeno, em vista do número de hospitais existentes no país".

Este campo da Pedagogia é bastante recente e vem sendo conhecido como Pedagogia Hospitalar e já tem sido oferecido na modalidade de Especialização por algumas Faculadades. No livro de mesmo título produzido por Matos e Mugiatti (2009) o assunto é apresentado em seus vários aspectos, iniciando nas raízes históricas e seguindo por contextos e fatos relevantes atá estabelecer a Pedagogia Hospitalar em seu contexto atual. Este conhecimento é associado diretamente ao curso de Pedagogia e as autoras discutem detalhadamente as implicações pedagógicas desta condição, em suas perspectivas biológicas, psicológicas, sociais e pedagógicas. Dentre as práticas pedagógicas de maior efeito, as autoras reportam a inclusão digital que vem sendo implementada desde 1992 através da parceria com o Comitê de Democratização da Informática e Cidadania.

Atualmente já é possível oferecer aos acamados o recurso de computadores e outros equipamentos portáteis com acesso à internet, em cujas páginas, elaboradas por especialistas das mais diferentes áreas, encontrarão recursos para sua educação à distância. A própria comunicação por meio das redes sociais ou correio eletrônico favorecem a comunicação direta entre professores das salas presenciais e seus alunos, temporariamente afastados da escola, mas não do ambiente de ensino-aprendizagem.

Capítulo 4

A demanda de novos olhares sobre a formação docente

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Figura 6

Conforme registrado na revista Nova Escola na edição de outubro/2008 (Fig. 6) a Educadora Bernadete Angelina Gatti fez amplo estudo de setenta e um currículos de cursos oferecidos por instituições públicas e particulares de todo o pais e constatou a desatualização dos mesmos.

"As universidades parecem não se interessar pela realidade das escolas, sobretudo as públicas, nem julgar necessário que seus estudantes se preparem para atuar nesse espaço"

(NOVA ESCOLA, 2008)

A informação da sensibilização e aprofundamento conceituação quanto aos assuntos relacionados aos temas de Saúde estão bastante desmerecidos nos currículos. Concomitantemente, se observa que os alunos utilizam-se dos meios de comunicação eletrônica nas suas relações sociais e profissionais, mas ainda recebem pouca informações de como se utilizar desta mídia em sua prática docente.

Considerando as mídias eletrônicas como instrumentos poderosos de formação inicial e continuada na profissão docente esta é uma inadequação grave nos currículos das Licenciaturas, especialmente nos cursos de Pedagogia.

Segundo Edgar Morin, em seu livro Os sete saberes necessários à Educação do Futuro (2000), o calcanhar-de-aquiles do Conhecimento é o entendimento que temos que ele se encontra acabado e esteja livre do erro e da ilusão. Este mesmo autor discute a surpresa que nos oferece o inesperado, e o fato de que o novo brota sem parar:

"E quando o inesperado se manifesta, é preciso ser capaz de rever nossas teorias e idéias, em vez de deixar o fato novo entrar à força na teoria incapaz de recebê-lo"

A rápida transformação que vem sofrendo a Humanidade desde o final do século passado, e entrada no terceiro milênio e novo século foram incrementadas especialmente pela rapidez dadas pelas novas tecnologias de informação e comunicação que, dando ao Homem uma consciência planetária (LEVY, 2001), fez surgir novas concepções do Conhecimento e de unificação da humanidade. Os direitos dos cidadãos planetários cada vez mais se ampliam e numa sociedade sem fronteiras eles são aperfeiçoados, pois resultam da troca de informações e discussões contínuas entre cidadãos das mais diversas culturas.

Estudos que promovam a Educação, garantia da vida e da Saúde, nesta Era da Informática devem ser produzidos e multiplicados rapidamente. As crianças são aquelas que irão compor a sociedade do futuro e são todas atendidas, nos primeiros anos de escolarização por educadores formados em cursos de Pedagogia. É a estes professores que deve ser dirigida a oferta de conhecimentos sobre a manutenção da Vida e da Saúde, tanto no ambiente ideal das salas de aula quanto naqueles em que se encontra a última fronteira da vida e da Saúde – no campo da Pedagogia Hospitalar e das classes hospitalares.

Se eles julgam que há um lindo futuro

Só o amor nesta vida conduz

Saibam que deixam o céu por ser escuto

E vão ao inferno à procura de luz

Esses moços – Lupicínio Rodrigues

Conclusões

Alunos portadores de necessidades especiais temporárias ou definitivas também são merecedores de acompanhamento escolar, mesmo quando estão afastados das salas de aulas regulares.

No entender de Maria Luiza Belloni (2004) a educação do futuro será caracterizada por dois novos atores: o professor coletivo e o estudante autônomo. Os sistemas de ensino baseados nas redes de computadores conectados à internet oferecem sem dúvida o professor coletivo, mas o aluno com necessidades especiais, especialmente quando hospitalizado, tem grande limitação de sua autonomia sem contudo ser merecedor da atenção dos Educadores, na maioria das vezes.

É preciso então que sejam implementados investimentos de todas as ordens nestas duas frentes: na Educação a Distância, inclusive com oferta de equipamentos que conectem os alunos à internet; e na Pedagogia Hospitalar, que subsidia a ação dos professores nas classes hospitalares.

Aos alunos dos cursos de Pedagogia cabe a tarefa de tomarem conhecimento deste campo profissional da Educação, campo este de maior importância no resgate da auto-estima dos alunos, permitindo que, quando recuperados, possam voltar a integrar-se em suas classes regulares de origem. Para esta preparação, os currículos dos cursos de Pedagogia têm de se abrir para estas idéias, que irão permitir que a Escola possa vir a ser entendida como um veículo de instrumentalização das grandes mudanças no nosso tempo.

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Autor:

Elizabeth Christina Rodrigues Bittencourt

exrbittencourt[arroba]yahoo.com.br

Nascida em Catanduva, estado de São Paulo, em 13 de junho de 1952.

Licenciada Professora de Ciências (1º grau) e Ciências Biológicas (2º grau) pelo Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo em 1974.

Bacharel em Ciências Biológicas – Especialidade Zoologia pelo Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo em 1978.

Especialista em Supervisão (Coordenação Pedagógica, Administração e Planejamento Educacionais) pela Universidade Metodista de São Paulo em 2000.

Mestre em Ensino de Ciências e Matemática pela Universidade Cruzeiro do Sul em 2006.

Professora de Biologia - titular de cargo efetivo na Secretaria de Estado da Educação de São Paulo.

Professora de Ciências - titular de cargo efetivo na Secretaria Municipal da Educação da cidade de São Paulo.

Informações mais completas em: http://lattes.cnpq.br/2786767510802131



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