O presente trabalho tem como objectivo o estudo simplificado das correntes marinhas. Neste sentido, estudar-se-ão, não só as causas que estão na sua origem, mas também as suas consequências, quer ao nível do clima, mas também, o seu papel na navegação marítima, favorecendo ou desfavorecendo as rotas dos navios, e ainda o seu importante papel na localização das zonas piscatórias, renovando as águas e alimentando-as.
Fazendo-se ainda uma breve alusão à circulação geral dos oceanos e à Corrente do Golfo. Esta corrente, além de nos afectar directamente, é a mais bem conhecida de todas, pois é dotada de grande velocidade, tem um fluxo mais ou menos constante e permanente, e graças à sua influência, os contrastes climáticos são nítidos entre as regiões por onde passa e aquelas que estão fora do seu domínio.
A imensa quantidade de água que cobre a superfície da Terra constitui a característica mais impressionante e mais evidente do nosso planeta quando visto do espaço. Por isso mesmo é muitas vezes chamado de «o Planeta da água». O vapor e as partículas atmosféricas, embora formando nuvens bem visíveis, não representam senão uma ínfima fracção do seu volume total.
A maior parte da água faz parte dos oceanos, distribuindo-se a pequena percentagem restante pelos lagos, rios e calotes glaciares, assim como pelos poros e anfractuosidades das rochas.
A interacção entre a água, a atmosfera e a superfície da Terra, dá origem às nuvens, à neve, à chuva, às correntes, à evaporação e à infiltração.
A água constituinte dos oceanos não é estática, ou seja, existem movimentos de massas de água mais ou menos intensos, como são o caso das vagas, marés e correntes marinhas. As vagas e as marés são apenas movimentos oscilatórios, que em nada interferem na distribuição das temperaturas e da salinidade. Pelo contrário, as correntes marinhas propriamente ditas formam uma verdadeira circulação, que modifica o estado físico e químico da massa oceânica e cuja influência até se faz sentir de forma marcada no clima dos continentes.
Nas águas profundas, os movimentos são muito lentos tendendo a uniformizar as condições térmicas e de salinidade. A circulação nas camadas mais superficiais, muito mais rápida e com contrastes mais acentuados, merece particularmente a nossa atenção.
Um dos primeiros exploradores da América do Norte, Ponce de Leão, tendo ancorado nas costas da Flórida, viu uma das suas caravelas quebrar a amarra e partir ao sabor da corrente, depois descrita como a corrente do Golfo. Não são raras as velocidades de 1 m/seg., na corrente da Flórida observam-se 2 e até 2,5 m/seg, velocidades comparáveis às de um grande rio no período de cheia. Geralmente as maiores velocidades observam-se na proximidade das costas, nomeadamente nos canais, diminuindo no alto mar. O mesmo se pode dizer em profundidade, pois a velocidade diminui muito rapidamente, quase se pode dizer em progressão geométrica, à medida que nos afastamos da superfície; abaixo de 100 metros raramente é apreciável, e é apenas pelas diferenças de temperatura e de salinidade que seguimos as correntes abaixo de 200 metros.
Ao contrário das vagas e marés cujos efeitos muitas vezes espectaculares não fazem senão transporte de águas a pequenas distâncias, os oceanos são o centro de movimentos permanentes podendo arrastar as partículas líquidas muito longe do seu local de origem: são as correntes marinhas (Fig. 1). Com velocidades fracas (não ultrapassam geralmente os 2 nós) a sua influência é considerável tanto para a navegação como para a economia geral dos mares e para o clima. O seu estudo não se pode separar dos outros numerosos domínios da oceanografia e está mesmo ligada à das correntes atmosféricas. Os problemas postos receberam soluções por vezes diversas ou controversas.
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