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Número de refeições diárias |
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Número de agregado familiar |
"Desde os primórdios, a biomassa lenhosa constitui uma fonte de energia renovável de vital importância para a humanidade. Evidencia-se, deste modo, a importância da biomassa florestal como insumo energético, seja na dimensão temporal ou espacial" (Ministério de Energia-ME, 2013).
De acordo com Serra e Mourana (2010), nas últimas décadas, assiste-se o agravamento do processo de desflorestamento e degradação da floresta, traduzida no facto de este contribuir para cerca de 25 % das emissões de dióxido de carbono, o principal gás responsável pelo aquecimento global e consequentes mudanças climáticas. Ainda os autores afirmam que as florestas perdem anualmente cerca de 130 000 Km2. No entanto, cerca de 1,6 bilião de pessoas mais pobres do mundo, sobrevivem na base de florestas.
Ferreira (2012) defende que a biomassa lenhosa constitui a primeira fonte de energia a nível mundial, sendo utilizado para necessidades domésticas, como aquecimento e preparação de alimentos. Mas também, o autor a cima citado, refere que, com aumento de preços de combustíveis fosseis, permite eleger a biomassa como um das fontes energéticas viáveis do ponto de vista técnico e económico. Esta razão, leva os países em desenvolvimento a registar seu maior consumo.
Para Uhlig (2008) a energia sempre foi indispensável no desenvolvimento humano, económico e assim como para o bem-estar das pessoas. Desde o surgimento das primeiras civilizações a lenha teve uma grande importância doméstica, e neste tempo, as pessoas agrupava-se em pequenas comunidades, mas com o surgimento das primeiras vilas e pequenas cidades, registou-se um crescimento em termos de consumo da lenha para fins domésticos e geração de renda familiar. Cada vez mais que as cidades crescem, aumentam as necessidades energéticas e causando a pressão sobre as florestas.
Falcão (2013) refere a pobreza absoluta como sendo a causa da dependência directa dos recursos florestais por parte das comunidades locais, existindo aproximadamente 2,7 mil milhões de pessoas nos países em desenvolvimento a depender da biomassa lenhosa para geração de combustível, sendo que 1/3 desta população encontra-se na África Subsaariana.
Na região da África Austral, Moçambique ainda destaca-se em termos de área coberta por recursos florestais, (Sitoe et al., 2012).
De acordo com ME (2013), continua actualmente o consumo de combustíveis lenhosos nos países em desenvolvimento com taxas altas, onde a lenha ocupa 90%. Portanto, Moçambique não está isento neste fenómeno, por exemplo Marzoli (2007) refere que 80% das famílias moçambicanas dependem da lenha e carvão vegetal para geração de energia para uso doméstico.
É Importante referir que, o consumo do combustível lenhoso, podia constituir uma preocupação de prioridade, pós, a falta de técnicas adequadas de consumo por parte das comunidades, pode contribuir pela degradação das florestas e consequente as mudanças climáticas, que actualmente constitui um tema de destaque a nível mundial. Por exemplo, Nos anos 80, o consumo médio anual per-capita dos combustíveis lenhosos em Moçambique, foram de 0,82 m3 para zonas urbanas e 0,9 m3 áreas rurais, contra os actuais 1.16 m3 /ano per-capita (ME, 2013).
Estudos relacionados ao consumo de combustível lenhoso nas comunidades podem desempenhar um papel importante, na medida que estes mostram o cenário ou níveis de consumo dos combustíveis lenhoso, levando assim a sua reflexão pelos agentes responsáveis na gestão sustentável dos recursos florestais, por isso, o presente trabalho, relaciona o consumo doméstico do combustível lenhoso com o rendimento do agregado familiar do Posto Administrativo de Unango nas comunidades Mapudje, Miala, Malulu e Ngongote.
1.1.Problema e justificativa
1.1.1. Problema
O inventário nacional realizado em 2005 por Marzoli (2007) indica que, Moçambique perde anualmente cerca de 219 000 hectares de florestas, com uma taxa de mudança de 0.58%. Sitoe et al. (2012) apontam produção e comercialização de combustível lenhoso e seu consumo como uma das causas que esta por detrás desta taxa.
Egas e Tuzine (2006) referem que, a produção e comercialização do combustível lenhoso esta preocupando as entidade de tutela e outros sectores da sociedade pelos grandes volumes de madeira envolvidos no processo e que tem suscitado grandes dúvidas sobre a sustentabilidade da mesma do ponto de vista ambiental.
De acordo com Mirasse (2004), muitos estudos foram realizados em relação ao consumo do combustível lenhoso, destacando-se de PNUD (1998-2000) e Geldenhuys (1997) na África Austral, Chaposa (2000) na Tanzânia e PNUD/BM (1997) em Moçambique, mas estes centralizam-se nas zonas urbanas e não nas vilas e áreas rurais.
No entanto, não se sabe o consumo do combustível lenhoso em áreas rurais e muito pouco da relação existente entre o rendimento do agregado familiar com o consumo da biomassa lenhosa. Embora Nhancale (2008) ter indicado as fontes alternativas ao combustível lenhoso tais como o gás e a electricidade, na zona urbana está confinada aos agregados de classe média e alta.
Neste contexto, o Posto Administrativo de Unango não está isento a este desconhecimento, pós é notório, dia a dia a intervenção das suas comunidades nas florestas para a produção e comercialização de carvão e procura da lenha para o seu uso doméstico, grande parte destas actividades está fora dos registos governamentais, gerando efeitos negativos sobre os ecossistemas de Unango.
1.1.2. Justificativa
A presente pesquisa surge por motivo de se verificar um uso desregrado do combustível lenhoso e défice de informações em relação ao seu consumo doméstico pelos agregados familiares do Posto Administrativo de Unango. No entanto, fazendo menção dos níveis de consumo de combustível lenhoso tendo em consideração o rendimento do agregado familiar, vai facilitar estudos posteriores e intervenções das entidades responsáveis no fomento da gestão e uso sustentável dos recursos florestais em Unango.
1.2.Objectivos
1.2.1. Objectivo geral
Estimar os níveis de consumo do combustível lenhoso em diferentes agregados familiares nas comunidades de Mapudje, Miala, Malulu e Ngongote.
1.2.2. Objectivos específicos
Identificar as principais fontes de renda das comunidades em estudo;
Determinar a quantidade de combustível lenhoso consumido por cada agregado familiar;
Identificar os factores que influenciam na quantidade de combustível lenhoso consumido por agregado familiar;
Comparar os níveis de consumo entre agregados familiares com maior e menor rendimento.
1.3. Questões de pesquisa
Quais são as principais fontes de renda dos agregados familiares?
Qual deve ser o consumo diário, mensal e anual de combustível lenhoso nas comunidades?
Que factores influenciam o nível de consumo de combustível lenhoso pelos agregados familiares?
Quais devem ser os níveis de consumo de combustível lenhoso entre agregados familiares de maior e menor renda?
2.1. Combustível
Segundo IBGE (Instituto Brasileiro de geografia e Estatística) (2004), "Combustível é denominação aplicada a uma substância que é oxidada em uma relação de combustão. É a substância que sofre queima quando em presença de oxigénio do ar"
De acordo com Fernandes (2014), "os combustíveis podem ser classificados em lenhosos e não lenhosos. Os combustíveis não lenhosos são aqueles que não envolvem biomassa lenhosa (combustíveis fósseis, electricidade, energia eólica, entre outras formas)."Ao contrário do combustível lenhoso.
2.2. Tipos de combustíveis lenhosos
2.2.1.Lenha
De acordo com Ormond (2006), pode ser denominado por lenha "material lenhoso fino ou grosso sem aproveitamento para a produção de toros, devido à sua pequena dimensão ou à sua própria forma, utilizado normalmente como combustível".
Para IBGE (2004) refere a lenha como sendo uma denominação aplicada a uma madeira picada ou desdobrada em pedaços, com dimensões próprias, para fins de queima como combustível de forma direita ou transformada em carvão, para geração de energia para uso doméstico ou industrial.
A lenha é um recurso renovável que vem sendo usado a séculos como fonte de energia para fins domésticos, deste as primeiras civilizações para fazer fogo e é base de energia para muitos países em desenvolvimento (Arnold et al., 2006 e Magane, 1999), citados por Falcão (2013). Sardinha (2008) salienta que, cerca de 90 % da população rural dos países dos trópicos depende fundamentalmente da lenha.
2.2.2.Carvão vegetal
De acordo com Coelho (2008), o "carvão vegetal é o produto sólido obtido por meio da carbonização da madeira, cujas características dependem das técnicas utilizadas para sua obtenção e o uso para o qual se destina. Sendo que o rendimento gira em torno de 25 a 35%, com base na madeira seca". Para Sardinha (2008) "é o resíduo sólido resultante da carbonização ou pirólise da madeira sob condições controladas num espaço fechado, denominado forno. Portanto o controlo do forno durante a carbonização é feito sobre a entrada de ar, de forma que a madeira não arda completamente transformando-se em cinza".
De acordo com Colombo et al. (2006), "a descoberta do carvão vegetal e seu uso como combustível é atribuída ao homem primitivo, que ao utilizar a madeira queimada de aspecto preto e friável nas cavernas, percebeu que esta não produzia chama nem fumaça e gerava calor de forma mais intensa que aquele produzido pela queima directa da madeira. Iniciava-se assim a produção do carvão vegetal."
"Muito mais tarde, o carvão desempenhou um papel importante naquilo que se pode considerar como os primeiros processos tecnológicos: a fundição e o trabalho dos metais. Nos tempos mais recentes o carvão tem permanecido tecnologicamente importante, fundamentalmente pelas suas propriedades de absorção" (Sardinha, 2008).
Olhando pela produção de carvão vegetal, Colombo et al. (2006) refere que, o sistema de produção de carvão vegetal ainda é o mesmo de um século atrás. A pressão pela produção ecologicamente correcta e auto-sustentável tem dirigido a busca por tecnologias que atendam estes desígnios e sejam economicamente viáveis. Desta forma, o mesmo autor, mencionam dois grupos de sistemas de produção de carvão vegetal, nomeadamente:
Sistemas com fonte interna de calor ou por combustão parcial
Nestes grupos de sistemas, o calor é fornecido mediante a combustão de parte da carga destinada para a carbonização. Porém, cerca de 10 a 20% do peso da carga de madeira é "sacrificada" mediante combustão total, gerando o calor necessário para o processo. A queima do material nestes sistemas de produção é realizada através da admissão controlada de ar no interior do forno. Este constitui um processo puramente artesanal, encontrado em países subdesenvolvido e em desenvolvimento, exemplo, os do terceiro mundo.
Sistemas com fonte externa de calor
Para estes sistemas, o calor é fornecido a partir de uma fonte externa (aquecimento eléctrico, introdução de calor na carga pela queima externa de combustíveis sólidos, líquidos ou gasosos). Porém, não há a queima de uma parte da carga para a geração de calor necessário ao processo. Contudo, toda madeira é convertida em carvão vegetal, resultando em um maior rendimento do processo.
2.3.Importâncias dos recursos florestais em Moçambique
Segundo Marzoli (2007) e; Serra e Mourana (2010), afirmam que "o país possui uma área total de cobertura florestal estimada em 40,1 milhões de hectares (51,4%), onde a maior massa florestal se encontra na província do Niassa (23,53%), seguida das províncias da Zambézia (12,63), de Cabo Delgado (11,98%), de Tete (10,53%) e de Gaza (9,43%) ".
De acordo com Isaías (2010), Moçambique é predominado por florestas de savana arbórea, de baixa produtividade e crescimento lento e, as técnicas de repovoamento florestal são pouco conhecidas. Consequentemente a sua utilização deve ser estritamente sustentável, devendo-se considerar pertinente o volume anual permissível baseado no crescimento natural das florestas.
Os recursos florestais constituem uma das principais riquezas naturais em Moçambique, e contribuem em grande medida para a sobrevivência da maior parte da população. Portanto, as actividades de exploração, processamento primário e secundário, produção artesanal e comercialização dos produtos florestais têm contribuído bastante para a criação de postos de trabalho e para a geração de rendimentos, principalmente para população pobre, como por exemplo, população das zonas rurais (Egas e Tuzine, 2006).
Para além da importância humana que as florestas desempenha, também desempenham função ambiental, desde a regulação do ambiente, captação do CO2, ciclo hidrológico até conservação do líquido precioso (Muteia, 2014).
Desta feita, para evitar situações alarmantes no futuro, Egas e Tuzine (2006) refere três vias:
A criação de condições para a tomada de consciência por parte da população para o uso de fontes alternativas de energia (gás e electricidade);
Incentivo para redução da procura de combustíveis lenhosos como resultado do incremento de utentes de energia alternativa;
Aumento de esforços em relação a medidas de aperfeiçoamento no processo de produção de carvão no que se refere aos fornos (medidas para a melhoria de eficiência nos fornos tradicionais e metálicos, e generalização do uso de fornos metálicos); esses vão ajudar a reduzir o consumo excessivo da biomassa lenhosa como combustível para geração de energia.
Mas encontra partida, o autor a cima citado, mostra alguns impasses em relação a primeira via e a terceira via a cima mencionadas. Sendo que para primeira via, o autor realça que, há uma concepção não demonstrada prevalecente de que, estas fontes de energia são economicamente muito dispendiosas e desencorajando o seu uso abundante pelos estratos sociais de menor poder económico. Para a terceira via, o autor afirma que, os ganhos em eficiência não são suficientes para resolver o descompasso entre a produção da floresta e o consumo de combustíveis lenhosos devido a enorme procura desses recursos.
Dada a importância que as florestas desempenha, vários estudos foram desenvolvidos em Moçambique, por exemplo, de Egas e Tuzine (2006); Egas (2006); Nhancale (2008); Cangela (2008); Da Cruz et al. (2008); Falcão (2013).
2.4.Degradação de florestas em Moçambique
De acordo com Sitoe et al. (2012) a exploração florestal insustentável, queimadas descontroladas, abertura de machambas dentro das áreas florestais, produção e comercialização de combustível lenhoso, são causas da degradação florestal. Também Serra e Mourana (2010), enumeram outros factores como pobreza, aumento populacional, falta de alternativas de sustento, défice educacional, falta de políticas e estratégias adequadas, e urbanização. Portanto Marzoli (2007) mostra o cenário de degradação florestal por província no País, tabela 1 baixo.
Tabela 1: Taxa de degradação de florestas em Moçambique
2.5. Consumo mundial de combustíveis lenhosos
Segundo Ferreira (2012),"a biomassa lenhosa apresenta-se como a mais antiga fonte de energia utilizada no mundo para aquecimento e preparação de alimentos, uma vez que a lenha é um recurso renovável e a forma mais simples de aquecimento doméstico".
Egas e Tuzine (2006) referem que, os combustíveis lenhosos são a principal fonte de energia, quer para zonas rurais, assim como urbanas, mas com um consumo enorme para grandes cidades. Fernandes (2014) citando FAO (2007) acrescenta que a dependência do material lenhoso pelas famílias rurais dos países da África Austral está acima de 90%. Assim sendo, para houver sustentabilidade do uso destes recursos, devem houver uma alternativa em outros tipos de energia.
Alguns países do continente Americano, por exemplo o Brasil a lenha participa com cerca de 10% da produção de energia primária, porém, cerca de 40% da lenha produzida é transformada em carvão vegetal, com um consumo residencial elevado, a uma percentagem cerca de 29% e sendo usado pela população rural para preparação de alimento (Sardinha, 2008).
2.6. Consumo de combustível lenhoso em Moçambique
De acordo com ME (2013), actualmente, o consumo de combustíveis lenhosos nos países em desenvolvimento continuam com taxas altas, onde a lenha ocupa um racio de 90%. Portanto, Moçambique não está isento neste fenómeno, por exemplo, nos anos de 1990 entre 70-80% das famílias urbanas dependiam dos combustíveis lenhosos para geração de energia para uso doméstico, e as famílias rurais dependiam inteiramente destes recursos de origem lenhosa. Catueira (2013) indica "pelo menos 74,3% da população de Moçambique usa lenha como principal fonte de combustível, sobretudo para cozinhar, devido à ausência de energia eléctrica, aumentando a pressão sobre as florestas".
É sabido que a maior parte da população moçambicana encontra-se nas zonas rurais, estando a depender da agricultura e dos recursos naturais. E estima-se que cerca de 17 milhões de m3 de biomassa é consumida em Moçambique como lenha e carvão vegetal (Nhabanga e Ribeiro, 2009). Contudo, Nhancale (2008) afirma que, "apesar de o país possuir cerca de 70% da área coberta de florestas e outras formações lenhosas; estudos realizados demonstram que a maioria da população rural e da população pobre nas zonas urbanas depende da biomassa lenhosa destas florestas para cozinhar e para aquecer-se".
De acordo com ME (2013), afirma que os inventários realizados em Moçambique sobre potencialidades da biomassa, revelam a existência de cerca de 65,3 milhões de hectares com biomassa lenhosa, sendo as formações lenhosas com 1,7 bilhões de metros cúbicos e 1,1 de toneladas de madeiras de diversas espécies. Sitoe et al. (2012) afirmam que, apesar da dependência direita dos recursos florestais pela população moçambicana, ainda o país tem uma percentagem de cobertura florestal considerável. Apesar destes comentários, Fernandes (2014) revela que a dependência dos recursos florestais associando ao seu lento crescimento, pode ser um veículo para escassez destes recursos. Ainda o mesmo autor, refere que, o uso intensivo de recursos florestais para geração de energia, constitui um problema preocupante, representando deste modo, a segunda maior causa de desflorestamento. E estima-se em Moçambique, que 80% da energia consumida provêm das florestas. Neste contexto, 98% da biomassa lenhosa das florestas anualmente, são destinadas à produção de lenha e carvão.
2.6.1.Factores que afectam a oferta de combustíveis lenhosos
De acordo com ME (2013), a oferta dos combustíveis lenhosos em Moçambique é influenciada pelos seguintes factores:
O estágio actual do recurso, isto é, a cobertura florestal actual correspondente a 51% confere ao país, uma riqueza de vegetação;
A gestão dos recursos florestais, sendo caracterizada por implementação de várias estratégias, deste atribuição de licenças de exploração, onde após as actividades de exploração, é obrigatório que os licenciados fazem o reflorestamento com espécies nativas na área explorada, atracção de investimentos para reflorestamento e divulgação de leis e regulamentos nas comunidades locais em relação ao uso dos recursos florestais e;
Acessibilidade do recurso, pois, o acesso dos recursos florestais não constitui factor limitante, particularmente nas zonas rurais onde a população depende destes para satisfação das necessidades energéticas domésticas.
2.6.2.Factores que afectam a procura de combustíveis lenhosos
De acordo com ME (2013), o consumo dos combustíveis lenhosos é influenciado pelos seguintes factores: nível económico; inovações tecnológicas; opções de energia doméstica, fontes alternativas de energia e políticas institucionais.
Mas para Mirasse (2004), nas zonas rurais, existem escolhas em relação as espécies para a venda e consumo doméstico, porém hábitos ou culturas locais constituem factores para escolhas das espécies lenhosas e estas devem obedecer no mínimo as seguintes características: um fogo forte, pouca fumaça, resistência a humidade, maior tempo de residência e não ser atiçado constantemente.
Para além dos factores acima citados, DNENR (2005) cita a cultura, baixo rendimento das famílias e fraco acesso a outras fontes de energia como principais factores da dependência de biomassa lenhosa por parte de 80% da população moçambicana. Enquanto que, Mahomede (1993) e Cruz (1990) citados por Mirasse (2004) destacam como principais factores da procura da biomassa lenhosa o nível de vida, densidade populacional e sua distribuição pelos sectores rurais e urbanos, local de residência, disponibilidade local dos recursos florestais, disponibilidade de substituição à preços competitivos.
3.1. Descrição da área de estudo
3.1.1. Localização da área
O Posto Administrativo de Unango localiza-se no centro do Distrito de Sanga e dista 12 km da Sede Distrital de Malulu, com uma via de acesso principal que possui 4,5 km terraplanadas e 7,5 de asfalto. A Norte, faz fronteira com Posto Administrativo de Macaloge, a sul com distrito de Lichinga através de uma linha imaginária, a este com distrito de Muembe através do rio Lucheringo e oeste com Posto Administrativo de Lucimbesse (Relatório Anual do Posto Administrativo de Unango, 2014).
Fonte: Autor
Figura 1: Mapa de localização do posto Administrativo de Unango
3.1.2. Divisão administrativa
Segundo Relatório Anual do Posto Administrativo de Unango (2014) "o Posto Administrativo de Unango apresenta uma extensão de 3000 km2 e contem 9 (nove) comunidades, tais como: Nhamuedje, Mapudje, Miala, Malulu, Burundi, Cavago 1, Selenje, Ngongote, Cazizi. Portando, Unango não possui nenhuma localidade".
2.1.3.Vegetação
Unango é caracterizado por possuir florestas aberta de baixa à média densidade, com uma espécie de savanas herbáceas nos dambos (Mate e Wambeke, 1985). Sendo predominado por miombo decíduo seco, na zona Norte e Nordeste, miombo tardio das zonas planálticas e montanhosas na parte sul. Portanto, o miombo decíduo ocupa a maior parte do Posto Administrativo e o distrito de Sanga em geral, com predominância de Brachystegia Boohmii, Bracystegia speciformis (messassas) e espécies do género Uapaca Kirkiana (massuco) (MAE, 2005).
3.5.Distribuição da população por comunidade e actividades económicas
Tabela 2: Distribuição dos agregados familiares por comunidade
Comunidade |
AF |
G. Masculino |
G. Feminino |
Total |
|||
Unango vila |
669 |
1205 |
1257 |
2462 |
|||
Cavago 2 |
344 |
779 |
801 |
1580 |
|||
Lilonge |
167 |
239 |
271 |
510 |
|||
Mapudje |
432 |
802 |
958 |
1860 |
|||
Miala |
211 |
445 |
470 |
915 |
|||
Selenje |
311 |
611 |
683 |
1294 |
|||
Cazizi |
206 |
497 |
559 |
1056 |
|||
Ngongote |
771 |
1654 |
1837 |
3494 |
|||
Cavago 1 |
195 |
421 |
395 |
816 |
|||
Burundi |
98 |
221 |
228 |
449 |
|||
Total |
3342 |
6874 |
7459 |
14333 |
Fonte: INE (2007)
Geralmente a população do distrito de Sanga, tem como actividades económicas: Agricultura; silvicultura; Pecuária; Comercio, transporte, serviços, trabalho estatal, trabalho por conta próprio; indústria (Pesca, carpintaria e artesanato). A agricultura é actividade dominante e é feita manualmente em pequenas explorações em regime de consorciação de culturas com variedades locais (MAE, 2005).
3.2.Recolha de dados
Os dados foram colhidos no Posto Administrativo de Unango nas comunidades de Mapudje, Miala, Malulu e Ngongote, através de uma entrevista semi-estruturada e ficha do campo. As variáveis colhidas são: n° do agregado familiar, renda do agregado familiar, tipo de casa; bens da família, fonte de energia, as formas de uso do combustível lenhoso e quantidade de combustível lenhoso consumido por agregado familiar.
3.2.1.Amostragem
Foi usada amostragem de forma probabilística e tipo aleatória simples. Pois é o método mais simples e importante para a selecção de uma amostra, sendo que todos os elementos sorteiam-se com a mesma probabilidade (Bolfarine e Bussab, 2004). Neste contexto, o estudo envolveu quatro (4) comunidades com 250 agregados familiares, sendo Mapudje (63), Miala (54), Malulu (66) e Ngongote (67), estas foram selecionadas através de um sorteio e de forma aleatória simples.
3.2.2.Tamanho de amostra
Para determinação do número de agregados familiares a serem entrevistados, foi usada fórmula sugerida por Gil (2008):
(1)
Onde:
n = Tamanho da amostra;
Nível de confiança escolhido, expresso em número de desvios-padrão, e para o trabalho usou-se, nível de confiança de 95%=1.96;
p = Percentagem com a qual, o combustível lenhoso pode ser consumido pelas comunidades em estudo;
q = Percentagem complementar;
N= Tamanho da população;
e2 = Erro máximo permitido (5%)
3.3. Processamento e análise dos dados
Os dados foram compilados num banco de dados, de seguida analisados e transformados em informação em forma de tabelas e gráficos, usando os pacotes estatísticos Microsoft Excel e SPSS.
3.3.1. Determinação da quantidade do carvão vegetal consumida
A quantidade de carvão vegetal consumida por domicílio ou agregado familiar foi determinada mediante uso de uma balança, pesando-se o carvão antes de consumo e o que resta após o consumo, isto é, pesou-se o carvão encontrado no agregado familiar, sendo considerado como quantidade de carvão antes de consumo e, após três (3) dias, voltou-se novamente a pesar, sendo quantidade de carvão após o consumo, de seguida subtraiu-se a quantidade pesada inicialmente com a final para se encontrar a quantidade de carvão consumida. Por fim, esta quantidade foi convertida em estere, partindo a princípio de que 50 Kg de carvão vegetal corresponde a 1 estere (st) (DNFFB, 2005).
A quantidade do carvão consumida foi dada pela equação 1 abaixo:
Qc = Qci- Qcf (2)
Onde:
Qc: quantidade do carvão consumida;
Qci: quantidade de carvão vegetal pesada antes de consumo (Quantidade inicial);
Qcf: quantidade de carvão vegetal pesada após consumo (Quantidade final);
3.3.2. Lenha
De acordo com DNFFB (2005) a lenha mede-se em esteres (st) e não em m3, bastando medir-se a altura, o comprimento e a largura da pilha ou do instrumento usado para empilhamento da lenha. SFB (2012) acrescenta que empilhar a lenha com comprimento, altura e largura correspondente a 1 m respectivamente, corresponde a 1 st. Tomando em consideração o aspecto referenciado acima, a lenha foi empilhada numa caixa de madeira de forma cúbica com 1 m3.Com base na equação 2 abaixo, determinou-se o volume da lenha em esteres antes e depois do consumo:
Vlemp=C * L* H (3)
Onde:
Vlemp=Volume da lenha empilhado;
C= Comprimento da pilha da lenha;
L=largura da pilha
H=Altura da pilha.
3.3.3. Análise de regressão
De acordo com Matos (1995) análise de regressão é uma metodologia estatística que utiliza a relação entre duas ou mais variáveis quantitativas de tal forma que uma variável pode ser predita a partir da outra, com objectivo de demonstrar uma relação matemática de variável dependente y em relação x. Para a presente pesquisa fez-se análise de regressão entre a variável dependente "consumo médio mensal de combustível lenhoso" a variável independente "renda média mensal do agregado familiar"
3.3.4. Medidas de conversão de produtos florestais madeireiros
Para tornar fácil a discussão de resultados, houve a necessidade de usar medidas de conversão, pós muitos autores de trabalhos de pesquisa em relação ao consumo de combustível lenhoso, apresentam os resultados em kg. Contudo, de acordo com DNFFB (2005) é aconselhável representar o combustível lenhoso em estere (st) e não m³, então houve a necessidade de converte alguns resultados de kg para estere (carvão vegetal) de kg para estéreo (lenha). A Tabela 3 abaixo.
Tabela 3: Medidas de conversão de carvão vegetal em estéreo consoante o peso do saco
Peso médio de saco de carvão |
Quantidade de sacos produzidos por cada estere (50 Kg a dividir pelo peso médio) |
Coeficiente de relação (peso médio do saco a dividir por 50 Kg) |
25,0Kg |
2 |
0,5 |
27,5 Kg |
1,82 |
0,55 |
30,0 Kg |
1,67 |
0,6 |
32,0Kg |
1,56 |
0,64 |
35,0Kg |
1,43 |
0,7 |
37,5 Kg |
1,33 |
0,75 |
40,0 Kg |
1,25 |
0,8 |
42,5 Kg |
1,18 |
0,85 |
45,0 Kg |
1,11 |
0,9 |
47,5 Kg |
1,05 |
0,95 |
50,0 Kg |
1 |
1 |
Fonte: DNFFB (2005)
3.4. Limitações
Durante a colecta de dados no campo, foi possível verificar constrangimentos, que tornaram difícil o alcance dos objectivos traçados pelo autor da presente pesquisa, sendo a falta de colaboração por parte de alguns agregados familiares, fenómeno verificado após empilhamento da lenha, em que pediu-se o agregado que usa-se a lenha empilhada, mas após o tempo determinado, constatou-se que os agregados não usava intensivamente a mesma lenha e, acredita-se os níveis de consumo constatados no presente trabalho podem serem inferiores dos reais consumidos nas comunidades envolvidas no estudo.
4.1. Fontes de rendimento das comunidades locais
Das entrevistas feitas em relação a fonte de rendimento das famílias, verificou quatro (4) fontes, nomeadamente agricultura, trabalho assalariado, pensão e venda de produtos florestais madeireiros.
Fonte: dados do inquérito
Figura 2:Fontes de rendimento dos agregados familiares
De acordo com a figura 2 a cima, verifica-se que a agricultura representa a actividade que acolhe muitas famílias nas comunidades do posto administrativo de Unango, seguidamente vem a pensão 5%; venda de produtos florestais madeireiros 3% e por último, trabalho formal com 2%. Resultados similares foram encontrados pelo MAE (2005), quando esteve a caracterizar o distrito de Sanga em relação a economia, onde constatou, que a agricultura, trabalho assalariado e venda de produtos florestais e outros, representam 98,6%, 3% e 1% respectivamente.
Portanto, os resultados da presente pesquisa, mostram que há uma tendência de redução da dependência da agricultura como fonte de rendimento dos agregados familiares, de 2005 para 2016.
4.2. Estimativas do consumo de combustível lenhoso por cada agregado familiar
De acordo com as observações directas e os resultados da entrevista, constatou-se que, 222 agregados familiares usam lenha e 28 usam carvão vegetal, correspondendo a 88.8 e 11,2 %, respectivamente (Tabela 4). O uso de carvão vegetal, verificou-se muito em famílias com trabalho formal e nos indivíduos que apresentam salários fixos. De salientar que não foi possível achar agregados familiares que combinam lenha e carvão vegetal. Há maior uso de lenha porque os inqueridos alegam menor gasto em relação ao seu acesso. As comunidades em estudo, existem preferências em relação as espécies usadas como combustível, nomeadamente espécie do género Brachystegia (messassa) (92,7%), Piliostigma thoningii (2%), Swartzia madacasgarensis (Pau-ferro) (5,3%). As razões da escolha dessas espécies para uso como combustível lenhoso são: maior poder calorífico, pouca fumaça, maior tempo de residência do fogo.
Tabela 4: Tipo de combustível lenhoso usado nas comunidades
|
|
|
Tipo de combustível lenhoso |
Frequência absoluta |
Frequência relativa (%) |
Carvão vegetal |
28 |
11,2 |
Lenha |
222 |
88,8 |
Total |
250 |
100 |
4.2.1. Consumo de lenha
A Figura 3 abaixo mostra o consumo médio diário da lenha por agregado familiar nas comunidades, desta feita, o consumo médio diário geral é 0,033 st, 0,859 st mensal e anual. 10,31 st. Em termos de consumo por comunidade, cada comunidade consomem em média 53,414 st/mês, 640,976 st/ano e 2563,9 st/ano nas quatro comunidades.
Fonte: Dados da pesquisa, (2016).
Figura 3:Consumo diário de lenha por agregado familiar
O menor consumo foi registado na comunidade de malulu, portanto, a comunidade de malulu possui maior renda média, o que lhe dá maior privilégio e probabilidades em termos de escolha do tipo de combustível lenhoso, sendo que a maior parte dos agregados preferem carvão vegetal.
A Tabela 5 abaixo, mostra o consumo per-capita diário, mensal e anual de lenha nas comunidades em estudo. Sendo que não há diferenças significativas entre elas.
Tabela 5: Consumo per-capita diário, mensal e anual nas quatro comunidades Mapudje, Miala, Malulu e Ngongote
Mirrasse (2004) no seu estudo sobre consumo de combustível lenhoso no distrito de Marracuene com 115 agregados familiares, encontrou um consumo mensal de 40.05 kgs/ domicilio, correspondente a 0.07 st.
Mata (2000) citado por Da Costa et al. (2003), realizando um estudo em Fonseca, no estado de Minas Gerais, encontrou para zona rural um consumo de 25,53 kg/domicílio/dia (0,04 st).
Mangi (2011) com 214 amostras em 10 comunidades, constatou um consumo total anual de 711 m3 (515 388 kgs); 3,45 m3/ano/ domicílio (2502 kgs) e per-capita anual 0,67 m3/ano (481 kgs) correspondente a 980,7 st, 4,8 st e 0,9 st respectivamente. Resultado ainda diferente com os do presente trabalho.
Da Costa et al. (2003) realizando um estudo com 22 agregados familiares, sobre consumo de lenha no município de São João no Brasil, encontrou um consumo diário/domicílio, mensal/ domicílio e anual/ domicílio respectivamente de 10,54 Kg (0.02 st); 316,28 kg (0,52 st) e 3848 kg (6,31072 st) e geral de 256,53 st.
Ferreira (2012), com uma amostra de 201 agregados familiares (3795 habitantes) na cidade de Bragança, estimou um consumo anual de 16458 toneladas correspondente à 26991,12 st e 4,4 toneladas/ domicílio (7,2 st).
Contudo, os resultados constatados no presente trabalho são diferentes, aos dos autores a cima citados, possíveis razões, podem ser: a dependência direita do combustível lenhoso como fonte de energia para uso doméstico pela parte das comunidades em estudo, a disponibilidade de combustível lenhoso, falta de conhecimento em matéria de uso sustentável de combustível lenhoso.
4.2.2. Consumo de carvão vegetal
A Figura 4 abaixo mostra o consumo médio diário de carvão vegetal por agregado familiar nas comunidades. Contudo, a média geral do consumo nas 4 comunidades por agregado familiar é 0,005 st, 0,161 st mensal e 1,9 st anual. Desta forma, cada comunidade consome mensalmente 9,7 st em média, e 116,4 st/ano e 465,5 st/ano nas quatro comunidades.
Fonte: dados da pesquisa (2016).
Figura 4: Consumo médio diário de carvão vegetal
A comunidade de malulu destacou-se em termos de consumo de carvão vegetal pelas seguintes razões: por ser uma vila, existência de indivíduos com salário fixo, pelo menos 3000,00 Mt, salário mínimo segundo tabela salarial vigente no pais, o que lhe da possibilidades de suportar os custos associados ao consumo de carvão vegetal, como por exemplo, compra de fogão, contrariamente das outras comunidades.
A tabela 6 abaixo, apresenta o consumo per-capita diário, mensal e anual de carvão vegetal nas comunidades em estudo.
Tabela 6: Consumo per-capita diário, mensal e anual de carvão vegetal
Resultado diferente foi encontrado por Mirrasse (2004) no estudo sobre consumo de combustível lenhoso no distrito de Marracuene, onde constatou um consumo de 33,4 kgs/ mês/ domicilio, correspondente a 0,668 st.
Ainda foi encontrado por Mangi (2011) num estudo que envolveu 214 agregados em 10 aldeias um consumo anual total de 34 068 kgs correspondente a 681,36 st e 2,6 kgs diário por domicílio (0,052 st).
Os resultados encontrados no presente trabalho são diferente em relação ao do Mirrasse (2004) e Mangi (2011), sendo que estes podem ser justificados pela maior pressão em relação os recursos florestais actualmente, escassa alternativa energética, diferentes usos do carvão vegetal, ausência de poupança pela parte das comunidades, acesso livre e abundância do combustível lenhoso nas comunidades em estudo, diferentemente dos locais de estudos dos autores a cima citados.
4.3. Consumo médio geral diário do combustível lenhoso por agregado familiar
Em termos de consumo do tipo de combustível lenhoso, a lenha é mais consumida em relação ao carvão vegetal, tal como mostra os gráficos 5 e 6 a cima, a razão está dentre, ao custo associado aos dois tipos de combustíveis lenhosos. O mesmo constatou-se no campo, em que o carvão vegetal era usado com agregados familiares com trabalhos formais e que privilegiam de salário mínimo segundo a tabela vigente no país (Moçambique). Também defende Specht (2012) que, a lenha representa uma economia no orçamento familiar, por isso, muitos agregados familiares recorrem-se a ela.
A Figura 5 abaixo mostra o consumo diário médio de combustível lenhoso do agregado familiar em cada comunidade, contudo, o consumo diário geral é de 0,03 st, 1,02 st mensal é 12,247 st anual. Em cada comunidade consome-se em média 63,79 st/mês e 765,4 st/ano correspondente a 3061,75 st total anual nas quatro comunidades.
Fonte: dados da pesquisa (2016).
Figura 5: Consumo médio geral diário por agregado familiar do combustível lenhoso
A Tabela 7 a baixo mostra consumo per-capita diário, mensal e anual do combustível lenhoso, Portanto, em termos estatísticos, não há diferenças significativas dos níveis de consumo per-capita nas comunidades.
Tabela 7: Consumo per-capita geral diário, mensal e anual de combustível lenhoso
Estudo feito por Mirrasse (2004) com 115 amostras na vila de Marracuene, encontrou consumo médio mensal de 0,37 m³/domicílio correspondente a 0,51 st/mês/ domicílio e Per-capita de 0,74 m³/ano (1,03 st).
Resultados diferentes também foram encontrados por outros autores, em Tanzânia, Índia e Namíbia, (tabela 8).
Tabela 8: Consumo de combustível lenhoso em Tanzânia, Índia e Namíbia
Em termos de consumo do tipo de combustível lenhoso, a lenha é mais consumida em relação ao carvão vegetal, tal como mostra os gráficos 5 e 6 a cima, a razão está dentre, ao custo associado aos dois tipos de combustíveis lenhosos. O mesmo constatou-se no campo, em que o carvão vegetal era usado com agregados familiares com trabalhos formais e que privilegiam de salário mínimo segundo a tabela vigente no país (Moçambique). Também defende Specht (2012) que, a lenha representa uma economia no orçamento familiar, por isso, muitos agregados familiares recorrem-se a ela.
4.3.1. Modelo de consumo de combustível lenhoso
4.3.1.1.Correlação entre consumo de combustível lenhoso e renda média mensal
Para determinação do modelo de consumo de combustível lenhoso no Posto Administrativo de Unango, escolheu-se três variáveis, nomeadamente renda, nº de agregados familiares e nº de refeições diárias e de seguida, fez-se análise de correlação e regressão das mesmas para verificação do seu grau associação e comportamento de explicação no modelo de consumo. A partir da tabela 9 é possível observar que a única variável que tem correlação muito forte e significativa é a renda mensal (0,963), seguida do nº de agregado familiar (NAF) com coeficiente de correlação moderada (r=0,566) e por último nº de refeições diárias (NRD) com uma correlação fraca (r=0,315). Resultado diferente foi encontrado por Da Costa et al. (2003), em que o consumo de lenha não tinha uma relação significativa com a renda média mensal do agregado familiar, ao contrário do esperado pelo autor. Mata (2000) recorrido pelo autor a cima citado, para interpretar a razão de não haver correlação entre o consumo da lenha e a renda per-capita sugeriu a localização geográfica, como sendo factor que afectavam o padrão de consumo doméstico da lenha.
Tabela 9: Correlação entre consumo médio mensal e renda média mensal das comunidades
A renda média mensal dos agregados familiares é de 3000,00 Mts, estando muito abaixo do salário mínimo mensal vigente no país. Portanto, está variável dita a possibilidade do agregado familiar recorrer outras fontes de energia. Pós, De Medeiros et al. (2011) citado por Speacht (2012), defende que o factor socioeconómico "renda per-capita" é um bom preditor do uso dos recursos madeireiros para fins de combustível lenhoso.
No presente trabalho, a renda média mensal é a única variável que explica o consumo de combustível lenhoso, visto que, significância do modelo é confirmada pelo valor beta (ÃY=0.936), tolerância (t=1) e FIV=1, (anexo A6.49). Contudo, tendo em conta a relação existente entre o consumo médio mensal de combustível lenhoso e a renda média mensal, obteve-se o seguinte modelo:
Y=0.638+0.001X com R²=0.875.
Onde:
Y= Consumo de combustível lenhoso do agregado familiar
X= Renda média mensal do agregado familiar.
Como pode-se observar pelo modelo, 87,5% do combustível consumido é explicado pela renda mensal do agregado familiar e apenas 12,5% pelos outros factores que seguidamente serão descritos.
4.4. Factores que influenciam na quantidade de combustível lenhoso consumido por agregado familiar
4.4.1. Disponibilidade de material lenhoso
Segundo os resultados da pesquisa, 30,4% dos agregados familiares apagão fogo e 69,6% não. Portanto, o não apagar fogo após a confecção dos alimentos, deve-se a maior disponibilidade e acessibilidade do combustível lenhoso nas florestas que as circunda, sendo que não tiram nenhum valor monetário apara adquiri-lo, não vendo assim, a necessidade de poupa-lo.
ME (2013), afirma que, em Moçambique, o acesso aos combustíveis lenhosos não constitui factor limitante, particularmente nas zonas rurais onde a população depende destes recursos para satisfazer as necessidades da energia doméstica, reflectindo em uso insustentável.
4.4.2. Falta de fontes alternativas
A preferência de combustível lenhoso, surgem no momento em este constitui a única fonte de energia acessível existente no Posto Administrativo de Unango, não havendo assim, outra alternativa energética para sua combinação.
Portanto, um estudo realizado em cinco (5) comunidades com 150 agregados familiares na Índia por Dhanai et al. (2015) constatou a falta de fontes alternativas de energia como sendo factor que afecta no nível de consumo de combustível lenhoso nas comunidades. Contudo, pretende-se dizer que, as famílias são obrigadas a usarem o combustível lenhoso, mesmo que elas tivessem uma renda que pode justificar ou dá-las possibilidades em adquirir outro tipo de combustível para geração de energia.
4.4.3. Tipo de fogão usado
De acordo com os resultados, constatou-se que 228 dos entrevistados usam fogão tradicional de três pedras e 22 usam fogão tradicional à carvão vegetal (metálica), correspondente a 91.2% e 8.8%, respectivamente.
Tabela 10: Ilustração da frequência de tipo de fogão usados nas comunidades
Tipo de fogão |
Frequência absoluta |
Frequência relativa (%) |
Metálica |
22 |
8.8 |
Três pedras |
228 |
91.2 |
Total |
250 |
100 |
Os agregados familiares que usam fogão de três pedras (à lenha), gastam mais em relação os que usam fogão tradicional à carvão vegetal, visto que, há maior desperdício de energia no fogão de três pedras e consequente atiçamento de lenha para cozedura do alimento.
Dutt e Ravandranath (1993) na Ungra-Índia citado por Sanga (2004), no seu estudo sobre eficiência de tipos de fogão, constataram que, o fogão a carvão vegetal é mais eficiente com (23.2% de eficiência) gastando 2.38 MJ/kg de refeição em relação a lenha (três pedras) com 15.6% de eficiência e com um gasto de energia de 3.44 MJ/kg de refeição.
4.5. Comparação de níveis de consumo de combustível lenhoso em agregados com maior e menor renda
4.5.1. Consumo de combustível lenhoso em Agregados familiares com maior renda
A renda média geral nas quatro (4) comunidades é 630,00 Mt/mês. Portanto, foram considerados agregados familiares de maior renda, aqueles que mensalmente pelo menos conseguem gastar em média 630,00 Mt. A tabela 11 abaixo, mostra o comportamento da renda e do consumo de combustível lenhoso dos agregados familiares em cada comunidade. Portanto, foi encontrado uma percentagem de 26% de agregados que auferem este nível.
Tabela 11: Consumo de combustível lenhoso de agregados de maior renda nas comunidades
Comunidade |
Renda média mensal |
Consumo |
Coef.variação |
Mapudje |
1072.1 |
1.1 |
9.8 |
Miala |
1190 |
0.9 |
25.4 |
Malulu |
1870 |
1.1 |
14.1 |
Ngongote |
1154.1 |
1.0 |
41.1 |
4.5.2. Consumo de combustível lenhoso em agregados familiares de menor renda
Considerou-se agregados familiares de menor renda, aqueles que mensalmente gastam à baixo de 630,00 Mt/mês. A tabela 12 abaixo mostra o comportamento da renda e do consumo de combustível lenhoso dos agregados familiares em cada comunidade. Sendo que foram encontrado uma percentagem de 74% agregados que auferem este nível.
Tabela 12: Consumo de combustível lenhoso de agregados de menor renda nas comunidades
Comunidade |
Menor renda |
Consumo |
Coef. Variação |
Mapudje |
399,8 |
0,88 |
15,1 |
Miala |
320,2 |
0,93 |
26,8 |
Malulu |
335,1 |
1,1 |
20,1 |
Ngongote |
318,1 |
0,95 |
31,1 |
4.5.3. Comparação dos níveis de consumo de combustível lenhoso entre agregados com maior e menor renda
Portanto, para se fazer a comparação do nível de consumo de combustível lenhoso entre agregados familiares de maior e menor renda, usou-se os níveis de consumo de combustível lenhoso dos dois grupos (maior renda média e menor renda média de cada comunidade).
Tabela 13: Teste T-Student do consumo de combustível lenhoso entre agregados de maior e menor renda
|
Maior renda |
Menor renda |
Média |
1,090970769 |
0,986324108 |
Variância |
0,178101088 |
0,017125714 |
Observações |
65 |
185 |
Hipótese da diferença de média |
0 |
|
Gl |
147 |
|
Stat t |
1,573315736 |
|
P(T<=t) uni-caudal |
0,058897784 |
|
t crítico uni-caudal |
1,655285437 |
|
P(T<=t) bi-caudal |
0,117795568 |
|
t crítico bi-caudal |
1,976233309 |
|
Segundo o teste t-student P (0,117)> 0.05 os agregados de maior renda consomem mais em relação os agregados familiares de menor renda. Mirasse (2004) relacionando o consumo de diferentes combustíveis para cozinha e o rendimento do agregado familiar, constatou que o gás, a lenha, o carvão vegetal a electricidade não dependia da renda, mas acrescenta, que mesmo estes combustíveis não sejam influenciados pela renda, os agregados familiares de maior renda consomem menos combustível lenhoso do que a electricidade. A disparidade dos resultados, podem ser explicadas pela localização das áreas de estudos.
5.1.Conclusão
Com base nos resultados obtidos, pode-se afirmar que:
As fontes de renda nas comunidades de Mapudje, Miala, Malulu e Ngongote são: actividades agrícolas (90%), pensão (5%), venda de produtos florestais madeireiros (3%) trabalho assalariado (2%);
Os agregados familiares de Malulu apresentam maior renda média mensal (963,00 Mt), consequentemente consome mais combustível lenhoso (1,2 st/mês/agregado familiar);
Os factores que influenciam no nível de consumo de combustível lenhoso nas comunidades em estudos são: Renda mensal, disponibilidade de material lenhoso, falta de fontes alternativas de energia e tipo de fogão.
5.2.Recomendações
As comunidades do Posto Administrativo de Unango
Construir cozinha para confecção dos alimentos, pós ao ar livre o combustível arde com rapidez e necessitando do seu acréscimo para cozimento do alimento;
A poupar o combustível lenhoso, apagando fogo após as suas actividades de cozinha, aquecimento de água para banho e lareira para combate do frio.
Faculdade de Ciências Agrárias (FCA)
Para estudos futuros relacionados com consumo de combustível lenhoso, sugere-se ao pesquisador que assista os agregados familiares no uso deste combustível de modo apurar-se o real consumo.
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Apêndice 1:Teste T-Student de uma amostra para verificação de diferenças ou não de médias de consumo de combustível lenhoso
Hipóteses
H0: As médias são estatisticamente iguais.
H1: As médias são estatisticamente diferentes.
Apêndice 2:Correlação entre consumo médio de combustível lenhoso e renda média mensal, Nº de agregado familiar e nº de refeições diárias
Apêndice 3:Anova de consumo médio mensal de combustível lenhoso e renda média mensal
Apêndice 4:regressão do consumo médio mensal de combustível lenhoso e renda média mensal
Apêndice 5:Teste de normalidade dos resíduos de kolmogorov-smirnov
Apêndice 6:demonstração de distribuição normal dos resíduos através de p-plot
Apêndice 7: Demonstração de ausência de auto-relação, Multicolineridade e distribuição aleatória dos resíduos
Apêndice 8: Questionário
O presente questionário faz parte de um estudo, que tem por objectivo, colectar informações para realização de trabalho de conclusão de curso do pesquisador, com tema " Consumo doméstico do combustível lenhoso e sua relação com o rendimento do agregado familiar no posto administrativo de Unango (caso Mapudje, Miala, Malulu e Ngongote) " para obtenção do título de licenciatura em Engenharia Florestal. A sua colaboração é fundamental para o alcance dos objectivos traçados pelo autor.
N° do entrevistado ...................................................................................................................Comunidade:.......................................; Data da entrevista:......./......./.....................................
1. N° de agregado familiar: homens ( ) mulheres ( )1.1 Tipo de habitação: tijolo queimado e chapa de zinco ( ) tijolo queimado e capim Palhota 2.Quais são as actividades de rendimento familiar? Agricultura ( ) Comercio ( ) Trabalho estatal ( ) Pecuária ( ) Outras actividades 2.1.Renda mensal da família? 2.2.Quais são os bens que você tem? Carro ( ) motorizada ( ) bicicleta ( ) televisão3.Como adquire a lenha e carvão vegetal? Lenha: Compra ( ) colecta na floresta ( ) carvão: compra ( ) produção própria ( )
3.1. Se compra, quanto gasta por molho de lenha ou saco de carvão vegetal ?
molho de Lenha ( ) saco de carvão vegetal ( )
4. Usa lenha ou carvão para que e que espécies?................................................................................................................................
4.1.1.Porque estas espécies? ........................................
5.Que tipo de fogão usa para cozinhar? Três pedras ( ) metálica ( ) fogão de barro melhorado ( ) 6.Onde tem cozinhado? No ar livre ( ) na cozinha ( )
6.1.Quantas refeições tem por dia? 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) > 3 ( )
6.2. Depois de cozinhar tem apagado fogo? Sim ( ) não ( ), se sim/ não porque ( )
7.outras observações do campo:...............................................................................................
DEDICATÓRIA
Dedico a Deus por ter-me dado esta oportunidade especial, de realizar este grande sonho;
Minha filha: Dádiva Da Ancha Sálio Bilihassane
Meus pais: Bilihassane Biaque e Marieta Nacivara;
Minha esposa: Ancha Selemane
Meus irmãos: Biaque Nacivara Bilihassane, Ide Bilihassane Biaque, Samo Bilihassane Biaque e Carlos Quitete Bilihassane.
Por tudo que sempre foram e são para mim.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço à Deus, pela vida, carinho e por iluminar o meu caminho para direcção certa.
Meus pais, meus irmãos, por terem constituído a base de tudo que tenho na vida, dedicando seus esforços em mim, nos momentos difíceis, com amor, carinho, força e confiança.
Ao supervisor, Engº Luís José Muloi Matavela pelos seus conhecimentos e incentivos que concretizaram deste trabalho.
À Ancha Selemane que por mais distante estivemos, suportou com muito carinho, amizade, companheirismo e felicidade. O meu muito obrigado por tudo.
Ao chefe do Posto Administrativo de Unango, Sr. Victor Gemussane.
A Faculdade de Ciências Agrárias, pela oportunidade de cursar a Licenciatura em Engenharia Florestal.
Aos meus colegas da turma, pelo companheirismo e amizade durante os anos do Curso.
E por fim, agradeço a todos que me ajudaram directa ou indirectamente. Um muito obrigado a todos vocês!
Autor:
Biaque, Sálio Bilihassane
saliobilihassane[arroba]yahoo.com
Supervisor:
Engº. MATAVELA, Luís José Muloi
Unango, Outubro de 2016
UNIVERSIDADE LÚRIO
Faculdade de Ciências Agrárias
Unango, 19-10-2016
Posto Administrativo de Unango, Abril a Maio de 2016
Faculdade de Ciências Agrárias
Licenciatura em Engenharia Florestal
Trabalho para obtenção do título de Licenciatura em Engenharia Florestal
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