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Desde a época do telégrafo, as ligações intercontinentais por cabo são efectuadas através de cabos submarinos. O acesso a estes Cabos é sempre possível nos pontos em que voltam a emergir da água. (pontos de amaração). Se vários Estados colaborarem numa Rede de Intercepção, é possível o acesso a todos os terminais das ligações por Cabo situados nesses Estados. Isto teve alguma importância histórica, dado que tanto os cabos telegráficos submarinos com os primeiros cabos telefónicos coaxiais submarinos entre a Europa e a América emergiam da água na Terra Nova(território canadiano) e as ligações com a Ásia passavam pela Austrália sendo necessário equipamentos de amplicação intermédia. Actualmente os cabos de fibra óptica seguem uma rota directa, sem qualquer desvio pela Austrála ou nova Zelândia,independentemente do relevo submarino e da necessidade de equipamentos de amplificação intermédia.
CABOS ELÉCTRICOS
Os Cabos Eléctricos podem igualmente ser conectados por indução ( ou seja, por um processo electromagnético, aplicando uma bobina ao cabo ) aos terminais de uma ligação, sem efectuar uma ligação conductora directa. Isto é ainda possível a partir de submarinos. Esta técnica foi utilizada pelos EUA para efectuar uma conexão a um determinado cabo submarino da antiga URSS, através do qual eram transmitidas ordens não codificadas aos submarinos nucleares russos. Uma utilização generalizada desta técnica não é víavel, quanto mais não seja devido aos seus custos elevados.
CABOS DE FIBRA ÓPTICA
O Cabos de Fibra Óptica da antiga geração actualmente utilizados só permitem uma ligação indutiva ao nível do equipamento de amplificação intermédia. Este equipamento de amplificação intermédia transforma o sinal óptico num sinal eléctrico, amplificao e transformao novamente num sinal óptico. Resta, porém saber como a quantidade enorme de dados transportada por um cabo deste tipo pode ser transportada do local da intercepção para o local do processamento, sem a colocação de outro cabo de fibra óptica. Devido aos custos elevados, a utilização de um submarino equipado com dispositivos técnicos de processamentos só é possível muito raramente, por exemplo em caso de guerra, com vista a interceptar comunicações militares estratégicas do inimigo, logo não se justifica a utilização de um submarino para o controlo quotidiano das telecomunicações internacionais. O equipamento de amplificação intermédia utilizado pelos Cabos de Fibra Óptica da nova geração é o laser de érbio – equipamento que já não permite a intercepção através de uma conexão electromagnética.
Portanto, os Cabos de Fibra Óptica desde tipo só podem ser interceptados nos terminais da ligação. Na prática isto significa que a Rede de Intercepção constituída pelos Estados só pode inteceptar comunicações, mediante custos aceitáveis, nos terminais dos cabos submarinos situados no seu território. Em suma, só podem interceptar as comunicações por cabo, que entram ou saem do seu território! Isto aplicase, pelo menos, ao telefone e ao telefax. No que diz respeito às comunicações por cabo via internet, as condições são diferentes. A situação pode ser resumida do seguinte modo:
CABO VIA INTERNET
a)- As comunicações via Internet são efectuadas de pacotes de dados, podendo os pacotes dirigidos a um mesmo destinatário seguir diferentes caminhos na rede.
b)- No início da era da Internet, a capacidade não utilizada da rede científica pública foi aproveitada para a transmissão de correio electrónico. Por conseguite. o encaminhamento de uma mensagem era totalmente imprevisível, seguindo cada pacote de dados uma rota caótica e imprevisível. Nessa época, a ligação internacional mais importante era a " espinha dorsal científica" entre a Europa e a America.
c)- A comercialização da Internet e o estabelicimento de fornecedores de serviço da Internet deu igualmente origem a uma comercialização de rede. Os fornecedores de serviço da Internet exploram ou alugam as suas próprias redes.
Por conseguinte, procuravam cada vez mais confinar as comunicações às suas próprias redes, a fim de evitar o pagamento de taxas de utilização a outros operadores. Desde modo, o caminho seguido na rede por um pacote de dados não é hoje determinado apenas pela capacidade, depentambém de considerações financeiras.
d)- Um email enviado pelo cliente de um fornecedor ao cliente de outro fornecedor é geralmente encaminhado atravês da rede da empresa, mesmo que esse não seja o caminho mais rápido. Os computadores situados nos nós da rede e que decidem o transporte dos pacotes de dados os
(encaminhadores) organizam a transferência para outras redes em determinados pontos os (comutadores).
e)- Na época da espinha dorsal científica os comutadores dasdas comunicações globais via internet estavam situados nos E.U.A. Por este motivo, os seus serviços secretos podiam interceptar uma parte substancial das comunicações europeias via Internet. Actualmente, apenas uma pequena percentagem das comunicações intereuropeias via Internet passa pelos EUA.
f)- Uma pequena parte das comunicações intraeuropeias é encaminhada através de um comutador localizado em Londres, ao qual o seu serviço de informações tem acesso dado tratase de comunicações com o estrangeiro. O grosso das comunicações não sai do continente. Mais de 95% das comunicações alemãs via Internet, por exemplo, são encaminhadas através de um comutador localizado em Frankfurt.
na prática, isto significa que os Estados só podem ter acesso a uma percentagem muito limitada das comunicações por Cabo via Internet.
1.3.1.2 - RADIOCOMUNICAÇÕES
A possibilidade de intercepção das Radiocomunicações depende do alcance das ondas electromagnéticas utilizadas. Se as ondas radioeléctricas emitidas seguirem a curvatura da superfície terrestre ( ondas de superfície ), o seu alcanse é limitado e depende da natureza do terreno, das construções e da vegetação. Se as ondas radioeléctricas forem enviadas para o espaço ( ondas de espaço ), podem transpor distâncias consideráveis após reflexão nas camadas da ionosfera. Reflexões múltiplas aumentam substancialmente o alcance.
O alcance depende do comprimento de onda
As ondas miriamétricas e longas(VLF)(3300)Khz propagamse
Apenas através de ondas de superfície, uma vez que as ondas de espaço não são reflectidas.Têm um alcance reduzido.
As ondas médias(MF)(300Khz3Mhz) propagamse apenas através de onda de superfície e, à noite, também através de ondas de espaço. Têm um alcance médio.
As ondas curtas(HF)(330) Mhz propagamse sobretudo através de ondas de espaço e, em virtude de reflexões múltiplas permitem um recepção global.
As ondas ultracurtas(VHF) –(30300 ) Mhz propagamse apenas através de ondas de superfície, uma vez que as ondas de espaço não são refletidas. Propagamse praticamente em linha recta, como a luz. Deste modo. o seu alcance é determinado, devido à curvatura da terra, pela alturas das antenas emissoras e receptoras. Dependendo da potência, o seu alcance pode atingir aproximadamente 100 Km ( no caso dos telemóveis, cerca de 30Km.
As ondas decimétricas e centimétricas(UHF)(30Mhz 30Ghz), ainda mais que as ondas ultracurtas, propagamse de forma quase idêntica à luz. São fáceis de reunir em feixes e permitem transmissões unidireccionais com potência reducida (feixe hertzianos terrestre). Só podem ser captados com uma antena muito próxima e paralela ao feixe hertziano, situada no eixo do mesmo ou no seu prolongamento.
As ondas longas e médias são utilizadas apenas para emissores radiofaróis etc. As radiocomunicações militares e civis efectuamse através de ondas curtas(HF) e, sobretudo, atravês de ondas ultra curtas(UHF).
O acima exposto revela que um sistema de intercepção de comunicação que funciona à escala mundial só pode interceptar transmissões de onda curta. No que respeito a todos os outros tipos de radiocomunicações, a estação de intercepção deve estar situada a 100 Km de distancia ou mais perto ( por exemplo, num navio ou numa embaixada).
1.3.1.3- COMUNICAÇÕES TRANSMITIDAS POR SATÉLITES DE TELECOMUNICAÇÕES GEOESTACIONÁRIOS
Conforme já foi referido, as ondas decimétricas podem facilmente ser reunidas em feixes hertzianos. Se um feixe hertziano for dirigido para um satélite de comunicações em órbita geostacionária de altitude elevada, satélite esse que recebe, transforma e reenvia para a Terra os sinais hertzianos, é possível transpor grandes distâncias sem a utilização de cabos.
Na realidade, o alcance de tal ligação é apenas limitado pelo facto de o satélite não poder receber e enviar sinais de e para todo o globo terrestre. Por este motivo, são utilizados vários satélites para obter uma cobertura global. Se os Estados explorarem estações de intercepção nas várias regiões relevantes da Terra, poderão, em principio, interceptar todas as comunicações- de telefone,fax e dadosefectuadas através de tais satélites.
1.3.1.4- POSSIBILIDADE DE INTERCEPÇAO A PARTIR DE AVIÕES E NAVIOS
Sabese há muito tempo que aviões especiais do tipo AWACS são Utlizados para localizar outros aviões a longa distância. O radar destes aparelhos está equipado com um sistema de identificação de objectos específicos que pode localizar, classificar e correlacionar radiações electrónicas através de contactos por radar. Contudo, não dispõem de uma capacidade SIGINT ( actividade de espionagem de sinais electrónicos) distinta. Em contrapartida, o avião de espionagem EP3 da Marinha americana, que voa a baixa velocidade, possui a capacidade de interceptar microondas, ondas curtas e ondas curtas. Os sinais são analizadas directamente a bordo; o avião é utilizado apenas para fins militares.
Além disso, são utilizados navios de superfície e, nas zonas costeiras, submarinos para a intercepção das radiocomunicações militares.
1.3.1.5 – POSSIBILIDADES DE INTERCEPÇAO A PARTIR DE
SATÉLITE ESPIA
Desde que não estejam reunidas em feixe por antenas apropriadas, as ondas radioeléctricas progagamse em todas as direcções, incluindo o espaço. Os satélites SIGINT de órbita de baixa altitude só podem manter o contacto com o emissor alvo durante alguns minutos. Em zonas densamente povoadas e altamente industrializadas, a intercepção é de tal modo dificultada pela elevada densidade de emissores que utilizam a mesma frequência, que se torna praticamente impossível filtrar sinais isolados. Os satélites não se prestam ao controlo continuado das radiocomunicações civis.
Paralelamente existem os satélites SIGINT americanos, ditos quase – estacionários, de órbita de altitude elevada(42.000)Km.
Ao contrário dos satélites de comunicações geoestacionários, estes satélites têm uma inclinação que varia entre os 3 e os 10 graus, um apogeu de 39.000 a 42.000 Km e um perigeu de 30.000 a 33.000 Km. Portanto, estes satélites não permanecem imóveis em órbita, descrevendo uma órbita elíptica complexa. Deste modo, no decurso de um dia, cobrem uma região mais vasta e permitem localizar fontes de radiocomunicações.
Os sinais recebidos são transmitidos para a estação receptora através de uma potente ligação descendente de 24 Ghz.
A INTERCEPÇAO DAS COMUNICAÇÕES CONSTITUI UM
MÉTODO DE ESPIONAGEM TRADICIONAL DOS SERVIÇOS DE INFORMAÇÕES DOS ESTADOS E QUE CONSTITUI
TAMBÉM PARTE INTEGRANTE DAS ATRIBUIÇOES DE ESTES SERVIÇOS PARA A RECOLHA DE INFORMAÇÕES QUE PERMITAM FAZER FACE A QUALQUER PERIGO PARA A SEGURANÇA DO ESTADO.
OBRIGADO
Autor:
Eng. Artur Lino
arturlino53[arroba]hotmail.com
18 de Maio
2012
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