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"A educação é o caminho para a transformação da sociedade. Acredito que com o desenvolvimento de uma proposta pedagógica e lúdica que valorize o respeito a diversidade étnico-racial, cultural e social de cada indivíduo, cada criança vai encontrar o equilíbrio entre o real e o imaginário. Com isso, ela (a criança) vai alimentando sua formação interior, para então se descobrir como um agente formador e reprodutor da cultura e do saber."
Para melhor entender, será aqui traçado um painel dessa dialética relação entre a capoeira e a escola, assim analisar-se-á os aspectos social e disciplinar da capoeira.
Segundo ROSSINE (2003, p.16) citado por ROCHA (2007), se o ser humano não está bem afetivamente, sua ação como ser social estará comprometida, sem expressão, sem força, sem vitalidade. Isto vale para qualquer área da afetividade humana, independentemente de idade, sexo ou cultura. O afeto é uma energia necessária para que a criança construa o conhecimento com mais prazer e motivação.
A indisciplina por sua vez é definida por ROCHA (2007), como:
"A indisciplina das crianças, está cada vez mais freqüente, tanto na sala de aula quanto na escola como um todo, ela manifesta-se por meio do desrespeito, intransigências e do não cumprimento dos acordos firmados entre professores e alunos, ou mesmo entre pais e filhos".
As crianças devem e precisam aderir às regras criadas na escola e em casa, são os professores e os pais que juntamente com as crianças, devem executar as regras estabelecidas aos alunos.
Precisa-se deixar claro o que eles podem e ou não podem fazer, cabe ao professor, controlar os alunos no sentido do não cumprimento das regras, pois uma vez desrespeitada, a mesma não terá mais o mesmo objetivo.
Assim, segundo MOREIRA (2007):
"A capoeira, essa arte de origem controversa e que ainda desperta muita polêmica, emergiu no bojo das camadas populares e adentra as instituições públicas e privadas de forma arrebatadora e efusiva, sendo capaz de um pouco mais de quatrocentos anos de trajetória estar presente na maior parte das escolas, clubes, universidades, academias, dentre outros, se firmando com força em vários países do mundo, força esta, que ora estamos precisando verificar os interesses ideológicos que estão sendo defendidos nas entrelinhas de sua expansão pelo mundo (...). A partir da análise deste contexto acima, fica fácil compreender o tamanho do "desafio" e das transformações, que foram necessárias para enquadrar a capoeira na lógica escolar, pois a capoeira historicamente foi também símbolo de contestação da lógica vigente e sua fundamentação filosófica, centra-se em uma simbologia que extrapola o conceito de educação escolar, ratificando o verdadeiro conceito de educação, que não estabelecem fronteiras, nem limites para as relações de ensino-aprendizagem".
Ainda segundo MOREIRA (2007),
"As transformações sofridas no processo de ensino da capoeira iniciariam a aproximação da mesma no ambiente escolar, favorecendo seu reconhecimento e ampliando suas perspectivas com vista a se firmar como ferramenta pedagógica no processo educativo".
Nesta perspectiva, no Brasil por volta do final dos anos 70 e início da década de 80, tivemos um grande crescimento no número de instituições de ensino da capoeira, fato este que contribuiu muito para a pulverização da capoeira em escolas, universidades e creches, acrescentando a estes ambientes de trato com o conhecimento um toque da cultura e inúmeras possibilidades de intervenção no que se refere à atividade física, que acabam sendo respaldadas por leis e sugerida por diversos instrumentos informativos que orientam a educação escolar, como por exemplos os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN).
"Hoje com a lei 10.639/03 que institui o ensino de assuntos e historia da África nos currículos escolares, a capoeira pode ganhar maior força para ser reconhecida como conteúdo riquíssimo para o acervo cultural do aluno, desenvolvendo não somente os aspectos motor, mas também o cognitivo e afetivo-social." (NATIVIDADE,2005).
A capoeira promove a socialização dos alunos em momento lúdico;
A capoeira é um importante instrumento pedagógico para o professor;
A capoeira resgata e desperta a auto-estima, autoconfiança, que são fundamentais para a aprendizagem.
GENERAL
Analisar as condições de utilização da capoeira como fator de integração social, do desenvolvimento da consciência do cidadão e a elevação da auto-estima.
ESPECÍFICOS
Verificar a possibilidade de resgatar a participação da comunidade na escola; favorecendo a interação escola e família.
Avaliar se, ao proporcionar ao aluno um horário extracurricular este será direcionado para uma vida saudável e social.
Verificar se a capoeira melhora a qualidade da aprendizagem, colaborando para diminuir a evasão escolar;
Avaliar se a capoeira promove a educação integral entre os professores, alunos, pais e comunidade;
De acordo com a revista TV Escola, edição junho de 2004, onde a educadora, Heronita Silva Passo, diretora da escola Estadual Maria Anita, cita que "a escola funciona apenas como formadora educacional. O nosso papel é muito mais amplo e passa necessariamente pela visão que temos da comunidade". Nesta perspectiva a visão realista vivida por várias escolas é a falta de disciplina a qual está ligada à defasagem da aprendizagem de um indivíduo.
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) de Educação física para o Ensino Fundamental,
"O ser humano desde suas origens, produz cultura. Sua historia é uma história de cultura,na medida em que tudo o que faz está inserido no contexto cultural, produzindo e reproduzindo cultura.
O conceito de cultura é aqui entendido como produto da sociedade, da coletividade à qual os indivíduos pertencem, antecedendo-os e transcendendo-os".(PCN,2001 p. 26)
Partindo do termo cultura, será apresentado um trabalho que valoriza uma etnia que há muito tempo, teve seu direito de liberdade escravizado e que através da capoeira deu seus passos para a liberdade. Vale lembrar que durante o regime escravocrata, a capoeira era uma maneira violenta de se manifestar, hoje a realidade é outra, com o progresso de evolução da sociedade a capoeira tomou rumos de inclusão (TRAVASSOS, 1996). Por esses e por outros motivos a capoeira pode sim ser um forte instrumento cultural e pedagógico para se trabalhar a disciplina na escola.
"A capoeira é um processo complexo constituído pela fusão ou caldeamento de fatores de várias origens, tais como: ameridionais, europeus e africanos. Daí o seu valor cultural, resgatando a afro-descedencia do Brasil. Assim intrínseca com a historia do país, a capoeira, filha brasileira de pais africanos, surgiu com luta do negro cativo e desarmado em busca da liberdade, onde simulavam intenções de ataque, defesa e esquiva, ao mesmo tempo em que exibiam habilidades, força e autoconfiança (uma vez que esta última subsidia a superação dos bloqueios para a aprendizagem). Contudo a capoeira foi evoluindo dentro dos princípios básicos da sociedade até que, em janeiro de 1973, foi oficializada como luta eminentemente brasileira sob a regulamentação nacional da capoeira." (FILHO, 2001).
Dentre as características da capoeira destaca-se: liberdade de criação, a estrita obediência aos rituais (não se tratando de religião), a preservação das tradições, o culto aos antepassados e o respeito aos mais velhos como repositórios da sabedoria comunitária. (FILHO, 2001).
O trabalho pedagógico com a capoeira deve desvalorizar a agressividade. Nesta perspectiva ao ensinar pedagogicamente a capoeira, demonstrar-se-á que a prática e realizada com confiança recíproca e com a colaboração com o parceiro de jogo.
"Há um ponto importante de se ressaltar dentro da capoeira, a música, os toques, o uso de atabaques, pandeiros faz com que muitos acreditem que ela (a capoeira) tenha sua origem no candomblé, porém a história mostra um paralelo entre as duas uma vez que o candomblé e a religião predominante na África e a capoeira é de origem africana. Na cultura africana são encontrados o uso de músicas, ritmos e cânticos como gerenciadores, coordenadores estimulantes de atividades comunitárias como a pesca, a caça, plantio, etc." (MUNIZ, 1993 citado por TRAVASSO 2001).
"E notório a influencia da música, no estado de humor das pessoas, basta lembrar a tristeza dos toques de silêncio, a ternura da ave-maria, a agitação do olodum e dos trios elétricos, os movimentos suaves do balé no lago dos cisnes (...). Portanto se a música pode alterar o estado de ânimo e as suas manifestações motoras estáticas e dinâmicas, forçosamente teremos que concluir que o andamento, ritmo, palmas e cantos também modificam o comportamento dos capoeiristas durante o jogo". (FILHO 2001).
E pelo mesmo, os toques capoeirianos não se reduzem ao candomblé e sim à influência no comportamento dos praticantes, a exemplo disso se durante o jogo o ritmo for lento o jogo será lento ou vice-versa.
Para FILHO (2001) "privilegiando a racionalização sem a mecanização dos movimentos, a capoeira em detrimento com o lúdico, com a mandinga e do seu enfoque enquanto símbolo nacional é: promover uma descontextualização histórica que atenua a discussão sobre o lugar do negro na sociedade". Abordando também os processos formativos, calcados no artigo I, da lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB).
Através do ensino da capoeira, pode-se apresentar uma oportunidade para a integração interdisciplinar entre diferentes conteúdos curriculares como: História, Educação Física, Geografia, Física, Artes Plásticas, Musicas e outros atendendo ao artigo 26 Parágrafos 1º, 2º, 3º e 4º da LDB. E ainda resgatando a cultura afro-brasileira, mobilizando os setores de esporte, turismo, meio ambiente, saúde, segurança e principalmente norteia o trabalho com a indisciplina, uma realidade vivida por várias escolas da rede municipal, estadual e particular.
O ensino de capoeira na escola,
"Tem por ser uma simulação de luta, por não envolver ostensivamente o perigo implícito desta última, permite o desenvolvimento da autoconfiança e dos reflexos de adaptação à condição de perigo, simultaneamente o transecapoeirano, liberando as reações de ajustamento precioso no desenvolvimento de uma personalidade sadia. A disciplina exigida pela prática da capoeira acresce novos valores à personalidade do aprendiz tais como o respeito à ética, o cumprimento das normas e regulamentos, a obediência os preceitos e tradições, a noção de parceria e o companheirismo indispensável ao aprendizado, os quais contribuem para a formação do caráter forte e equilibrado". (FILHO, 2001 ).
Seria impossível falar dos aspectos pedagógicos da capoeira, sem abordar os benefícios físicos e psicoterapêutico que ele traz.Para (FILHO, 2001)
"a capoeira por seus atributos é rica em movimentos envolvendo alongamentos, relaxamentos, contrações isométricas e isotônicas, num prazer de balanço ritmo melódico e o envolvimento dos 03 aspectos do SER ( corpo, alma e espírito), ativação sensorial e motora das vias de condução interneuronais e dos centros de controle celebrais e espinhais.Desenvolvem a visão periférica aprimorando o sentido da localização espacial, permitindo a elaboração de sistemas de capacitação física, individuais ou coletivas, seguros ajustáveis às condições individuais de cada praticante (desde que acompanhado por um profissional competente). Com isso a capoeira modifica o estado de consciência, abolindo os bloqueios; conscientes e subconscientes ou inconscientes, bem como o estresse".
A prática do jogo de capoeira, por ser este uma coreografia dialética simulando e dissimulando intenção ou condição de perigos. Incorporando os reflexos defensivos e a autoconfiança. Banindo os bloqueios nervosos, que paralisam os mecanismos de auto-preservação, pela certeza de que estamos apenas brincando, dramatizando ou simulando em segurança uma condição de perigo, lentamente apresentada e da qual sabemos previamente que podemos escapar por meio de uma simples esquiva. Elimina-se assim o medo e a timidez que são substituídos pela espontaneidade, extroversão e alegria. (FILHO, 2001).
Quanto aos aspectos pedagógicos da capoeira e aos benefícios psicoterapêuticos que traz no desenvolver do jogo, retornaremos ao esquema de ROSSINI (2002).
Figura 2.
Fonte:ROSSINE (2002).
Segundo FERREIRA (2002) o conceito de afetividade é qualidade ou caráter afetivo, afeição, amizade, amor e afetuoso.
"A afetividade acompanha o ser humano desde o nascimento até a morte. Ela "está" em nós como fonte geradora de potência, de energia (...) o ser humano pensa, sente, age. Ele pode ter um inconsciente intelectual (QI) altíssimo, porém se o seu SENTIR estiver comprometido ou bloqueado sua AÇÃfO não será energizante, forte, eficaz, produtiva (ROSSINI,2002).
Assim as crianças devem ter oportunidade de desenvolver sua afetividade. É preciso dar-lhe condições para que seu emocional floresça se expanda, ganhe espaço.Para tanto,ainda segundo ROSSINI (2002) a afetividade é definida como:
"Limites: requer conversa, reflexão, toque físico sem agressividade, com modelos exemplares e com severa doçura.
Os Mitos: distribuem desde a constituição familiar ao cotidiano da criança, veja bem; antes famílias nucleadas pai-mãe-filho, hoje monoparental casais separados pela profissão, pelos estudos, divorciados ou casais por ocasião, etc. e filhos que não têm uma identidade definida não sabe a qual meio pertencem. As antigas brincadeiras, benéficas ao desenvolvimento e amadurecimento neuromotor, perceptivo, auditivo, táteis, lateralidade, direção, contato físico e imaginação. A história por sua vez, fala diretamente na alma da criança, proporcionando contato com imaginário, esperança e ajuda elaborar melhor os sentimentos negativos tão comuns da primeira infância tais como frustrações, abandono, rejeição e medo.Datas comemorativas: por meio das datas marcamos o tempo, passado, futuro e presente.Deus que independente da crença o ser humano precisa acreditar que existe uma força maior, que cuida de todos e de tudo."(ROSSINI,2002 p.34).
Nestes dois termos destacados e citados por ROSSINI(2002) há grandes indícios dos aspectos da capoeira se tornar um forte instrumento de intervenção pedagógica, pois a mesma é constituída por limites e mitos, e ainda pela mesma,
"Ritmos: também distribuídos só que externos e internos. Os externos: a natureza tem um ciclo rítmico, se quebrado grandes conseqüências ou catástrofes poderão acontecer. Como ser humano não é diferente (se algo interferir no comportamento do individuo, poderemos ter duas reações boas ou ruins). Encontramos os dias, à noite, as estações do ano, os hábitos rotineiros, o ambiente em que vive, sons de musicas, de ritmos diferentes horários fixados (práticas rotineiras), etc. Tudo isso interfere no comportamento das pessoas. Os internos são definidos pelas diferentes fases do desenvolvimento humano em seus vários aspectos e pelos temperamentos, considerando que o individuo e dotado de corpo, espírito, razão e emoção. A quebra do ritmo gera insegurança, desequilíbrio e desconforto, onde a duração de cada ciclo pode variar de acordo com cada individuo". (ROSSINE, 2002.p.35).
Para melhor entender levar-se-á em consideração a concepção interacionista de Vigostski e Piaget. Fundindo as duas teorias pressupõe que o elemento capoeira torna um grande instrumento pedagógico. No entanto as duas teorias são antagônicas e distintas, porém subjacente a elas há uma interdependência principalmente a de Piaget. Para PIAGET(1970) a concepção inter-racionalista se dá em estágios denominados com etapas sensório-motor, pré-operatória, operatório concreto e operatório-formal.
Já VYGOTSKI(1932) acredita que primeiro vem a construção do pensamento complexo e do abstrato posteriormente o desenvolvimento e a aprendizagem.Ambas as teorias sofrem interferências do ritmo esterno e interno e somente a Piagentina considera o fator interno predominantemente,que não se pode passar para uma etapa pulando outra.
Com a perspectiva de qualificaras condições da capoeira como fator de integração social, do desenvolvimento da consciência do cidadão, a elevação da autoestima e da socialização do aluno a partir dos seus processos pedagógicos, far-se-á a ampliação da figura 3 de maneira a perceber o valor da capoeira no trabalho com a indisciplina.
Figura 3 -
A partir de estudos e pesquisas supõe-se que todos os pontos da AFETIVIDADE estão intimamente ligados à capoeira. A capoeira é dotada de regras, reflexões e tolerância. Pra tanto quando se fala de disciplina é importante desenvolver limites, estabelecer regras, refletir as atitudes e cultivar a tolerância nos alunos. Nos mitos há uma historia a força do negro que faz parte da historia, a qual deve ser passada para nossas crianças demonstrando a luta e determinação que essa etnia teve parta conquistar sua liberdade. Proporcionando um outro conhecimento da nossa origem e resgatando a autoconfiança e autoestima dos participantes a partir de fatos reais.
Os ritmos, como já foi citado, são divididos em externos e internos e ambos sofrem interferências do meio.Com a roda de capoeira não é diferente, ela é constituída de ritmos internos e externos que por sua vez sofrem interferência do meio da musica e a exemplo disso temos os lados violentos e passivos na capoeira,os quais vão se desenvolver dependendo de quem conduz o capoeira¹.(FILHO,2001).Para analisarmos a roda de capoeira como um ciclo e o valor deste na disposição dos espaços da sala de aula.
Segundo CASSINELLI (1988) citado por REYZABAL (1999) "a organização espacial da sala de aula é fundamental em vários sentidos, por exemplo, para que qualquer criança possa aumentar a distancia em sua relação com os demais, sem romper a comunicação. Isso significa simbolizar progressivamente a relação (...) além de que os estudantes para aprender necessitam do movimento".
O que é facilitado ou dificultado pelas diferentes distribuições e concepções educativas.
Para TITONER (1986) citado por REYZABAL (1999) "a sala de aula é uma estrutura de relações sociais que constituem o contexto de base de aprendizagem". Por isso, o estudo da composição das salas de aula e de sua dinâmica nos fornece dados fundamentais para saber como incidir positivamente no processo de aprendizagem geral. Pode-se dizer que a sala de aula ninguém comunica, mas todos participam da comunicação.
Assim entende-se que no circulo todos estão na mesma distancia do centro e que nenhum tem vantagens sobre o outro.Portanto REYZABAL(1999) define que com esta distribuição espacial facilitam-se o intercambio comunicativo, pois todos se vêem em, coletivo do conjunto da classe tomada como um grupo(...)
Acredita-se que os aspectos citados, criam uma atmosfera energética capaz de gerar segundo FILHO(2001), "um estado modificado (transicional) de consciência , coletiva em todos os participantes da roda, jogadores e ou assistência".
Este estado de consciência modificado ou o transe capoeiriano é definido por FILHO(2001, p.40) como:
" Sob a influência do campo energético desenvolvido pelo ritmo – melodia ijexá2. e pelo ritual da capoeira, o seu praticamente alcança um estado modificado de consciência em que " o SER se comporta como parte integrante do conjunto harmonioso em que se encontra inserido naquele momento. O andamento do ritmo leva a um estado transacional de consciência calmo, pacífico, prazeroso, possibilitando um jogo sem violência e bem cadenciado, permitindo ao parceiro estudo, análise, reflexão criação de gestos capazes de enriquecer o cabedal de reflexos de defesa, de esquiva e contra-ataques, que compõem o perfil do comportamento do verdadeiro capoeirista."
1.Capoeira: aquele que pratica capoeira.2a.Ramo da nação nagô,formado por mulheres dissidentes,com rituais religiosos específicos.2b.Ritmo musical de candomblé ,usado no culto de muitas religiões africanas, se define pelo seu ritmo lento, suave e majestoso.
O capoeirista deixa então de perceber a si mesmo com individualidade e consciente, funciona-se ao ambiente em que se desenvolve o jogo de capoeira. Passa a agir como parte integrante do quadro ambiental em desenvolvimento. Agindo como se conhecesse ou percebesse simultaneamente o passado, o presente e o futuro...tudo que ocorreu,ocorre e ocorrerá a seguir.(SOBRINHO,2007)
O jogo da capoeira desenvolve as inteligências múltiplas, são exemplos de inteligências que a capoeira desenvolve: inteligência lingüística, musical, sinestésica, interpessoal e intrapessoal.
Segundo GARDNER (1995) citado por TRAVASSOS
(2001),"o propósito da escola deveria ser o de desenvolver essas inteligências e ajudar as pessoas a atingirem seus objetivos de ocupação adequados ao seu espectro particular de inteligência. GARDNER(1995) propõe uma escola centrada no individuo, voltada para um entendimento e desenvolvimento ótimos do perfil cognitivo do aluno".Nesta perspectiva a capoeira trabalha diretamente com o aluno agindo nas dificuldades que vão surgindo no decorrer dos treinos.
O capoeirista aprende que a pratica da capoeira não se traduz em violência e sim em respeito aos limites de cada um. Há também um conjunto de normas a serem seguidas e respeitadas pelos participantes assim todos tem a mesma capacidade, onde na roda o aluno desenvolve o perfil cognitivo e também suas habilidades corporais e ainda caracteriza na manifestação de expressão da cultura de um povo.Para tanto, na roda nenhum sabe mais ou menos que o outro, com isso cria-se uma sincronia de superação, cada qual tenta demonstrar sua superioridade sem necessariamente derrubar o adversário, no jogo o parceiro não pode cair, se cair a luta pára. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais de Educação Física (2002),
"a luta caracteriza-se por uma regulamentação especifica a fim de punir atitudes de violência e de deslealdade.Pode ser citados como exemplo de lutas desde as brincadeiras de cabo-de-guerra e braço-de-ferro até as praticas mais complexas da capoeira,do judô e do caratê."
Segundo SOBRINHO (2007)
" é muito difícil encontrar alguém nesse país quem se mostre indiferente ao ouvir acordes de um berimbau ou a ressonância percussiva de um atabaque,pandeiro ou agogô. De uma forma até pouco racional, reagimos quase instintivamente a esses estímulos manifestando através do nosso corpo, a identificação com esses símbolos que remetem ás nossas remotas origens da nossa civilização e particularmente ao berço de formação da nossa pluricultura."
Assim a prática da Capoeira na escola constitui um campo de investigação educacional que define particular aproximação ao conhecimento do comportamento de um indivíduo na escola.
5.1.Como será a aula
As aulas serão ministradas pelo professor instrutor Sílvio João Gonçalves uma vez por semana, quatro vezes ao mês na Escola Marcos Robério Martins sendo seis meses, no valor de R$ 3,00 (três) ao mês, totalizando quinze reais. Os alunos do turno matutino freqüentarão o turno vespertino e os alunos do vespertino no turno matutino, com duração de 01h30min de aula. Com aulas práticas, teórica e de música. Durante as aulas devem-se considerar as características: cognitivas, corporal, afetiva, estética, de relação interpessoal e intrapessoal. Deve-se também discutir regras e atitudes de cada participante.
5.2.Aula prática
Nas aulas práticas os alunos serão incentivados a confeccionar instrumentos, a treinar golpes e a promover rodas a cada um mês na escola, para toda a comunidade. O jogo deve ser na forma de inserção social, (todos numa mesma sincronia e respeito mútuo), sem discriminação física, racial, social ou sexual. Para que os objetivos propostos sejam atingidos não será tolerada qualquer forma de agressividade ou indisciplina dentro ou fora da escola. Caso algum desses dois fatos vier a acontecer, o aluno será advertido, sendo que, em três reincidências o mesmo será expulso do projeto. Ainda que o pai ou responsável, proponha pagar, além do valor estipulado, não será permitida a participação do aluno nas aulas de capoeira.
5.3.Aulas teóricas
Nas aulas os infantes se informarão sobre os fundamentos e a história da capoeira. Espera-se despertar a criticidade, desenvolvendo a auto-avaliação sobre as atitudes de cada um.
5.4.Aulas de música
As aulas de música proporcionarão aos alunos um momento de descontração o professor deverá incentivar o aluno a se manifestar de maneira particular, onde todos devem respeitar essas particularidades. Com isso o professor abrirá mão de qualquer recurso tecnológico, para valorizar os instrumentos musicais da capoeira.
5.5.Público alvo
Todos os alunos que se dispuserem, atendendo as exigências que norteiam esse projeto.
5.6.Quem tem direito
Somente os alunos que participarem ativamente das aulas, respeitando professores e colegas, independente do sexo, poderão deliberar e avaliar com coerência e responsabilidade o desenvolvimento do trabalho.
5.7.Quais são os deveres
5.7.1. Dos Pais:
Auxiliar a escola no desenvolvimento do trabalho;
Incentivar o (a) filho (a) à participar (em) do projeto.
Oferecer meios para que a criança pague ou o próprio pai quite as mensalidades;
Avaliar o projeto com coerência e responsabilidade;
5.7.2. Dos Alunos:
Pontualidade, responsabilidade, respeito, tolerância e assiduidade;
Ter conceitos entre ótimos e bons, nunca regulares, tanto na sala de aula como na roda de capoeira;
Apresentar autorização assinada pelos pais; antes das aulas;
Respeitar e atender o que o professor instrutor propuser de atividades durante as aulas;
5.8. Quem não pode participar
Aqueles que por ventura descumprem os termos já estabelecidos. Ficando assim determinado que em qualquer fase ou momento das atividades, o aluno poderá ser expulso da capoeira.
5.9. Como serão avaliados
Durante o projeto far-se-á uma avaliação qualitativa de maneira a promover as mudanças esperadas. Serão avaliados os 30 participantes todos os dias em regime de observação, e uma vez por mês com a Ficha de Avaliação mensal (ver anexo) diante dos resultados identificados o professor instrutor fará uma intervenção e refletira por meios de histórias, as atitudes.
5.10. Culminância
A cada fim de mês acontecerá uma apresentação na escola, onde os pais e a comunidade serão convidados para estarem prestigiando o seu filho (a). Já no dia 20 de novembro de 2006, dia Nacional da Consciência Negra, será feita uma apresentação geral do projeto. Neste dia serão convidadas várias autoridades do município para prestigiarem os trabalhos dos alunos, com objetivo de elevar a auto-estima do educando. E em dezembro todo o projeto será finalizado junto com o ano letivo.
5.11.Orçamento
Aulas por aluno |
Participante |
Total no mês |
Total em seis meses |
3,00 R$ |
30 |
90,00 R$ |
540,00 R$ |
Pesquisa na Internet |
Digitação |
Foto Cópia |
Impressão |
Total do Projeto |
10,00 R$ |
50,00 R$ |
30,00 R$ |
30,00 R$ |
120,00 R$ |
5.12.Avaliação
A avaliação será feita de maneira qualitativa progressista onde permitirá a verificação da qualidade tanto do projeto como dos alunos de maneira a perceber o progresso dos mesmos. Assim estará acontecendo a cada fim de aula a avaliação quando será analisada minuciosamente a postura do instrutor, o respeito tanto dos alunos como do instrutor e a participação do aluno. No caso dos objetivos propostos não serem atingidos poderão ocorrer mudanças de estratégias a qualquer momento do projeto, com o auxílio de todos os envolvidos.
Avaliação de desempenho do projeto "Entre o berimbau e o caderno". Questionário aplicado em 01/12/2007.
6.1.Resultados e Discussão
Considerando a pratica da capoeira na escola um campo de investigação educacional, definindo uma particular aproximação ao comportamento de um individuo, nesta perspectiva a partir da experiência de campo, constituída em seis meses, direcionados pelo projeto entre o Berimbau e o caderno, onde mesmo vem se consolidar com a concretização da possibilidade de uma abordagem diferenciada no que diz respeito ao comportamento, a expressão corporal, cultural e a integração entre aluno/comunidade/família/escola. Para tanto seria impossível tratar dos aspectos pedagógicos da capoeira, sem mencionar o seu valor no campo físico e terapêutico.
Os resultados obtidos desta pesquisa levam a reflexão das teorias interacionista de PIAGET e VIGOTSKI e também a teoria das inteligências múltiplas de GARDNER, presentes nos aspectos pedagógicos da capoeira.
Partindo do pressuposto afetividade definidos por ROSSINI(2002), analisar-se-á a capoeira como fator interacionista com o aluno. Veja a figura 04 da avaliação mensal realizada com os alunos durante o projeto.
Figura 4-
Neste gráfico há uma oscilação dos resultados esperados durante a avaliação (resultados estes que em evidência está o conceito "A"), por ele pôde-se considerar que no primeiro mês os 54% do conceito "A" era um número numa primeira análise, pequeno em nível de aproveitamento dos alunos, mas por outro lado pode ser considerado grande, uma vez que se detectou comportamento indisciplinar e falta de limite em quase todos os participantes. Muitos deles tinham dificuldades em estabelecer e cumprir regras, estes fatos de indisciplinalidade e falta de limites interfere diretamente no aprendizado indivíduo. Isso motivou a necessidade de aprofundar o trabalho, com abordagem oral e prática com os alunos.
No segundo e terceiro mês houve um crescimento aproximado de 20% do valor anterior, este crescimento demonstra que os alunos estavam mais interessados e motivados para os estudos.
Porem no quarto mês o aproveitamento caiu bruscamente e desproporcional ao primeiro mês. Pelos processos avaliativos do projeto havia de ser fazer intervenções construtivas para que o principal envolvido neste trabalho (aluno), sairia com aptidões físicas e mentais benéficas para o convívio social.
Assim identificou-se que o interesse do aluno pela capoeira já não era o mesmo.Neste contexto a abordagem foi interacionista por meio do valor lúdico do capoeira, da reflexão e da conversa informal antes e após a capoeira.
Os resultados elevaram-se a nível considerado satisfatórios nos dois últimos meses, concluindo que a motivação e o interesse dos alunos estavam aumentando. Estes resultados ficam mais evidentes e claros a partir da análise do questionário aplicado no dia 01/12/07, onde se busca um entendimento da influência da capoeira no comportamento dos alunos.
Vejamos o 1º gráfico, da avaliação de desempenho do projeto.
6.2-Análise dos gráficos
O gráfico 1 mostra que aproximadamente 47% dos alunos tiveram uma grande mudança no comportamento, após a prática da capoeira.
Com a capoeira houve um avanço na participação dos alunos na sala, pelo gráfico nota-se que próximo dos 73% dos alunos entrevistados tiveram opiniões parecidas em relação a aula de capoeira e a participação na sala de aula.
Acredita-se que (a formação) digo o cabedal pedagógico do professor instrutor de capoeira não era em níveis elevados,(apesar do mesmo demonstrar grande estado intelectual e comportamental) para abordar oralmente os alunos.Com isso, notou-se uma falha na preparação pedagógica do instrutor da capoeira.No entanto, ainda assim os alunos responderam positivamente com a reflexão, numa proporção de aproximadamente 60%, os alunos tiveram opinião entre muito e bastante a nível do projeto pode-se considerar excelente.
O gráfico da figura 4 mostra que a motivação do aluno elevou-se a níveis considerados, pode-se observar que aproximadamente 67% dos alunos sentiram-se motivados para os estudos após a prática da capoeira.
Neste gráfico, pode-se concluir que a regra da capoeira "quando um cai o jogo pára1" promovia a socialização sem agressividade. Concluindo que a primeira hipótese do projeto (a capoeira promove a socialização em momento lúdico) é verdadeira, pois dos entrevistados uma média de 67% contra 33%( valores aproximados)considera essa regra como fundamental para a não agressividade com os colegas.
Nos gráficos 6 e 7 os valores em porcentagem aproximados revela o desejo dos alunos de serem apreciados, observados e avaliados pelos seu desenvolvimento. Assim, de acordo com objetivo geral desse projeto as condições de utilizar a capoeira como fator de integração social, o desenvolvimento da consciência do cidadão e a elevação da auto-estima e ainda, resgatando a participação da família e da comunidade na escola.
Na questão percebe-se o desenvolvimento das inteligências múltiplas propostas por GARDENER a exemplo delas temos a interpessoal e a intrapessoal. Com valores aproximados entre 33% e 47% dos alunos questionados há uma influência da capoeira na mudança da personalidade de um individuo.
Nestes dois gráficos nota-se os aspectos terapêuticos e ao mesmo tempo pedagógico da capoeira. Aproximadamente a maioria dos entrevistados sentiram o corpo mais ágil , flexível, leve e a auto-estima elevada, depois da capoeira, concluindo que a capoeira é um riquíssimo instrumento pedagógico para escolas e professores.
A partir da experiência vivida em seis meses, o projeto entre o Berimbau e o caderno, vem consolidar como a concretização da possibilidade de uma abordagem diferenciada no que diz respeito ao comportamento humano. Uma vez que analisando os gráficos percebeu-se uma motivação dos alunos para os estudos e principalmente "as regras da capoeira" influenciaram para um comportamento "disciplinar" e com "limites" dos mesmos, que era o principal objetivo deste trabalho".
Apesar da abordagem capoeriana ter sido num espaço de tempo curto, conclui-se que o aspecto pedagógico da capoeira, amplia a visão da temática "capoeira na escola" assim enfatizando os objetivos educacionais, torna-a como "capoeira da escola" sem destacar apenas as técnicas dos gestos em relação a um padrão pré-estabelecido na capoeiragem1, mas propondo um pensar mais critico em torno da prática da capoeira. Enquanto instrumento pedagógico e rico em multiculturalismo.
Contudo, este estudo revela também os conceitos preestabelecidos por algumas famílias, em torno da prática da capoeira, com opiniões religiosas e muitas vezes machistas.
Ao final do projeto momento de rever a prática e refletir as ações, nota-se que apenas um passo foi dado. Os alunos da escola municipal Marcos Robério Martins, vivenciaram apenas as partes básicas da capoeira. Ainda teria muito para vivenciar o que poderia torna os resultados totalmente satisfatórios, uma vez que em seis meses os gráficos da avaliação individual, oscilaram entre aproximadamente 54%, 47% e 77% de conceito "A", de 43% a 23% de conceito "B" e de 3%, 13% a 0% de conceito "C", assim finaliza com mais "A" pouco "B" e (zero) "C".
No encerramento, via-se a grande euforia extasiante da alegria dos alunos em se apresentarem para seus familiares e comunidade do contexto escolar. E ainda pelo envolvimento de outros capoeiras2 mais velhos da "Academia Unidos Capoeira".
ANITA, Maria. Amor e Alegria no Fazer Pedagógico. Revista TV Escola Brasília DF, n.34 p.6-40, Jun/2004.
CAÇADO, Maria Batista. Caderno da TV Escola. C215. Brasília: Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria da Educação à Distância, 1996.94 p.
Capoeira: Intervenção e conhecimento no espaço escolar.
Disponível em: < http://scholar.google.com/scholar> acesso em: 19/11/07
CAPOEIRA, Nestor. Capoeira Galo já Cantou. 2.ed.Rio de Janeiro: Record, 1999.302 p.
Desenvolvimento na interação social e no contexto histórico-cultural: adequação entre perspectiva teórica e metodologia.
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GAMA, Maria Claro; S.Salgado, A Teoria das inteligências Múltiplas e suas Implicações para a Educação.Disponível em >www.homedemello.com.br/psicologia/gama/intelmult.html<. Acesso em: 07/05/2007
Lei nº9. 394 Diretrizes e Bases da Educação Nacional
Promulgada em 20/12/1996
LOPES, Fernanda. Bonecas Negras em favor da Beleza e da Historia Afro-Brasileira. Disponível em:> www.ipp-verj.net/oped/acoesafirmativas/exibiropiniao.asp?codnotcia< acesso em 11/11/2006.
MOREIRA, Ramon; Moreira, Najara. Capoeira :Sua Origem e sua Inserção no Contexto Escolar. Disponível em: >www.eddeports.com/revista< digital-Buenos Aires-ano 12-114- Novembro de 2007. Acesso em: 20/11/2007 às 20h40minmin.
NATIVIDADE, Lindinalvo. A Capoeira nas Aulas de Educação Física nas Escolas Municipais de Barra Mansa, hoje um passo, amanha uma caminhada. Disponível em >www.efdeports.com/revista< digital-Buenos Aires- ano 10 -nº 94- Março de 2006. acesso em: 20/11/2007 às 21:30.
Parâmetros Curriculares Nacionais: Educação Física/Ministério da Educação. Secretaria da Educação Fundamental. 3º ed.-Brasilia: A secretaria, 2001.96p:
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Acesso em: 06/07/06 às 15h00min
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ROCHA, Noeli Maria Back, et.al; Indisciplina; compreender ou reprimir? Disponível em: >www.faesi.com.br/2007/downloods/6/tcc%< 20pronto%20%20noeli%20e%20neuza.pdf. Acesso em: 20/11/07 as 21h01min
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TRAVASSOS, Luiz Carlos Panisset, Inteligências Múltiplas disponível em: >www.homemdemelcom.br/psicologia/intelmult.htm> acesso em 07/05/07.
XIMENES, Sergio. Dicionário da Língua Portuguesa. 3.ed.São Paulo: Ediouro, 2001.
Anexo 1.CRONOGRAMA
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AÇÃfO/ATIVIDADE |
OBJETIVO ESPECIFICO |
RECURSO DIDÁTICO |
AVALIAÇÃfO DAS AÇÃ.ES |
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05/09/06 |
Aú meia lua, Aú estrela, aú fechado, aú solto;
Ponteiro batido, bença, martelo;
Neste momento deverá explicar o valor do circulo para o meio social, demonstrando que todos nós estamos a mesma distancia do centro. Onde a capacidade de chegar ao centro é daquele que tem persistência e força de vontade. |
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Som; CD; Berimbau; Pandeiro. |
Avaliaremos qualitativamente os participantes a cada aula, promovendo as mudanças necessárias para que permita atingir os objetivos estabelecidos. Assim não puniremos os alunos, mas serão advertidos e justificaremos para os mesmos o motivo de sua advertência, esperando uma mudança nas atitudes. Esse processo se repetira ao longo do desenvolvimento do cronograma. Todo processo avaliativo não terá como procedimento à classificação ou a seleção. Assim os processos de avaliação, em todas as instancias e momentos deste cronograma, será compreendidos como uma estratégia para a produção de diagnósticos, por meio de informações criteriosas entre escola e família, possibilitando a identificação de problemas, que contribuirá para o redirecionamento do processo de mudanças propostas. |
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14/09/06 |
Aú meia lua, aú estrela, aú fechado, aú solto, aú compasso;
Ponteiro batido, martelo, bença, chapa lateral.
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Revisar os fundamentos da capoeira; Treinar golpes e movimentos Desenvolver a oralidade, autoconfiança, percepção, atenção e pensamento antecipado. |
Som; CD. Berimbau; Pandeiro. |
Mudanças necessárias para atingir os objetivos estabelecidos. |
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21/09/06 |
Aú de bico, aú quebra de rins, aú coice, aú meia lua, aú solto, aú compasso.
Gancho, martelo voador, martelo de queda, chapa lateral, bença, ponteiro batido, queixada com entrada:
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Oportunizar um momento de reflexão; Desenvolver a flexibilidade, autoconfiança e o pensamento antecipado; Utilizar as tradições como instrumento de interação do corpo com a comunidade e o meio ambiente, através de toques de berimbau, das musicas, da ginga, dos golpes e da participação do grupo; Realizar movimentos e golpes lentos, relaxados, controlados, de grande beleza; |
Som; CD; Berimbau; Pandeiro. |
Avaliaremos qualitativamente os participantes, promovendo as mudanças necessárias para atingir os objetivos estabelecidos. Assim levaremos em consideração as informações que a escola e a comunidade nos repassam pela ficha de avaliação semanal. |
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28/09/06 |
Aú giratório, S dobrado, S doblé, aú camaleão, aú quebra de rins, aú de bico, aú compasso, aú solto;
Queixada solta, meia lua de frente, armada, queixada com entrada, gancho, chapa lateral;
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Desenvolver o senso critico sobre as atitudes e a percepção num todo; Realizar movimentos e golpes lentos, relaxados, controlados, de grande beleza; Incentivar a participação de todos; Demonstrar que todos são iguais e que temos a mesma capacidade; |
Som; CD; Berimbau; Pandeiro. |
Avaliar a participação de todos sem a imposição para a realização das atividades propostas, respeitando os limites de cada um. |
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05/10/06 |
E indispensável acentuar que cada professor impõe aos toques o seu cunho pessoal, sem, contudo descaracteriza-lo, devido a influencias da personalidade de cada qual, ao tom de voz e da afinação do instrumento-rei (berimbau). Vale lembrar que durante a roda momento em que estão em circulo estarão praticando o canto e o toque de instrumentos;
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Verificar se estão desenvolvendo a percepção e senso critico das atitudes, pois não realizara o momento de reflexão, esperando que eles percebam essa falha; Valorizar a cultura da capoeira, as diferenças de cada um e a entonação; Desenvolver a oralidade e o raciocínio naturalmente, perdendo a timidez sem a imposição ou a cobrança; Cantar musicas diversificadas, onde os alunos possam acompanhar; Diferenciar as maneiras de se jogar capoeira, verbalizando, quais são essas diferenças entre cada uma; Verificar se há agilidade e flexibilidade corporal. |
Som; CD; Berimbau; Pandeiro. |
Avaliaremos se as aulas estão atingindo os objetivos propostos, verificando as atitudes dos participantes, pois esperamos que todos tenham evoluído, (mesmo que na sua dificuldade), dentro dos princípios básicos da capoeira pedagógica. |
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10/10/06 |
Roda de conversa sobre o surgimento da Capoeira e sua manipulação enquanto símbolo nacional, promovendo a discussão que atenua a posição do negro na sociedade brasileira;
Aú bananeira, macaco, aú rolei, S drobado, S doblé, aú camaleão;
Queixada solta, meia lua de frente, armada, armada pulada, martelo de queda;
auxiliará nas dificuldades encontradas;
caderno, caneta ou lápis. |
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Som; CD; Berimbau; Pandeiro. |
Avaliar a qualidade dos movimentos, o raciocínio, a participação e as mudanças produzidas nas aulas, das quais. São necessárias para que possa atingir os objetivos estabelecidos. |
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