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Calm dragon fórmula no tratamento do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (página 2)


Key words: Attention Deficit Disorder/ Hyperactivity (ADD/ADDH),Ritalin, Chinese Phytotherapy (Calm Dragon Formula),Central Nervous System (CNS).

1.INTRODUÇAO

O transtorno de déficit da atenção (TDA), bem como o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Cada vez mais tem sido um problema para pais, professores e outros profissionais, que tem de enfrentar a pressão de optar pela medicação de crianças que apresentam problemas de comportamento relativo à atenção em casa e na escola.

No entanto, há dúvidas muitas vezes que essas crianças "medicadas" apresentem benefícios na atenção ou no comportamento em relação ao transtorno, pois existem efeitos colaterais, além de diagnósticos equivocados e o uso do medicamento por longo tempo (DYE, 2000)

O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) tem se tornado o mais comum diagnóstico nas crianças nos Estados Unidos. A Academia Americana de Psiquiatria de Crianças e Adolescentes (AACAP). Sugere que 10% de meninos e 5% de meninas nas escolas sofrem deste transtorno. A produção do estimulante metilfenidato (Ritalina) aumentou sete vezes de 1991 a 1998..E ainda, esta droga tem sido dada a crianças cada vez mais jovem. Dados de alguns estados indicam que entre 1991 e 1995, prescrições de estimulantes para crianças abaixo de cinco anos de idade aumentou para 78% em meninos e 107% em meninas (DONOVAN, 2000).

Este padrão de tratamento de uso precoce da droga leva muitos americanos considerar o efeito colateral da droga em crianças muito pequenas. Muitas pessoas começam a perguntar por uma proposta alternativa de tratamento do TDAH. (DYE, 2000).

O primeiro passo para tornar efetivo um tratamento alternativo para o TDAH é entender que este transtorno não é um fenômeno apenas americano, que apresenta 5% da população infantil do mundo com este transtorno,só os Estados Unidos consomem 90% de Ritalina (Treating ADHD naturally, 2016).

Estudos realizados no Brasil, segundo país que mais consome o metilfenidato, segundo Instituto Paulista de Déficit de Atenção (2015) afirma que aumentou em 1000% as prescrições de Ritalina. Segundo o Ministério da Saúde, dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) apontam crescimento de 21,5% na venda do metilfenidato em quatro anos, 2,2 milhões de caixas em 2010 para 2,6 milhões em 2013 (CANCIAN, 2015).

Não será excessiva esta "medicalicalização" na infância? É bem possível que muitos diagnósticos podem estar equivocados e depende da forma como são realizados estes diagnósticos.

Na maioria de outros países o problema é tratado de muitas maneiras diferente. Por exemplo: na França os parâmetros para o diagnóstico do TDAH é diferente e também se acredita que o problema é mais educacional (WEDGE, 2012).

Os psiquiatras infantis franceses, por outro lado, veem o TDAH como uma condição médica que tem causas elementos psicossociais e situacionais. Em vez de tratar os problemas de concentração e de comportamento com drogas, os médicos franceses preferem avaliar o problema subjacente que está causando o sofrimento da criança; não o cérebro da criança, mas o contexto social da criança. Eles, então, optam por tratar o problema do contexto social subjacente com psicoterapia ou aconselhamento familiar. Esta é uma maneira muito diferente de ver as coisas, comparada à tendência americana de atribuir todos os sintomas de uma disfunção biológica a um desequilíbrio químico no cérebro da criança apud|( WEDGE, 2012).

Druckerman apud Wedge (2012) destaca:

"Os pais franceses amam seus filhos tanto quanto os pais americanos. Eles os levam às aulas de piano, à prática esportiva, e os incentivam a tirar o máximo de seus talentos. Mas os pais franceses têm uma filosofia diferente de disciplina. Limites aplicados de forma coerente, na visão francesa, fazem as crianças se sentirem seguras e protegidas. Limites claros, eles acreditam, fazem a criança se sentir mais feliz e mais segura. Finalmente, os pais franceses acreditam que ouvir a palavra "não" resgata as crianças da "tirania de seus próprios desejos".E a palmada, quando usada criteriosamente, não é considerada abuso na França."

Os chineses acreditam que alguns sintomas do TDAH são comuns em crianças na pré-escola. O comportamento pode ser mudado com a idade de seis ou sete anos, quando eles vão para escola. Para aquelas crianças que apresentam dificuldade de mudar o comportamento, então testes para TDAH são realizados (Treating ADHD naturally, 2016).

No mundo há uma variação na percentagem do diagnóstico, mas também são consideradas questões culturais para avaliar o diagnóstico. No Japão a prevalência de TDAH estima-se em 7,7%, na Alemanha 8,7%, na Italia 4%, a maioria dos diagnósticos é clínico, baseando-se em sintomas e comportamento apresentado pelo paciente (FOLQUITO, 2009).

Todavia, há diferenças biológicas no cérebro de crianças apropriadamente diagnosticadas com o transtorno. Estas diferenças podem ser observadas utilizando o eletro encefalograma quantitativo (QEEG), que mede a atividade das ondas cerebrais nos diversos lóbulos cerebrais (CHABOT, 1996).

Notadamente, a principal diferença entre o cérebro de um indivíduo que apresenta o transtorno do déficit de atenção e do indivíduo normal é a falta de oxigenação no lóbulo pré-frontal e por esta razão há diferenças nas ondas cerebrais entre um e outro cérebro. Em estudos realizados com terapia de EEG-Biofeedback (eletroencefalograma e biofeedback) mostram que: no lóbulo frontal do cérebro onde o foco e o pensamento analítico ocorrem, os pacientes com TDA e TDAH tendem a produzir mais ondas alfa e teta, as quais estão associadas aos sonhos e olhos fechados e menos ondas betas são produzidas, que estão associadas ao foco, olhos abertos e pensamento analítico.

Enquanto, as pessoas normais são capazes diante de desafios com olhos abertos à atividade mental ou a leitura, elas apresentam mais ondas betas, em relação aos pacientes com transtorno, que tem dificuldade de realizar esta mudança de ondas. Pois, há uma diminuição de fluxo sanguíneo no lóbulo frontal destes pacientes. Como é possível ver na figura abaixo.

Monografias.com

Figura 1:Exemplo de mapa cerebral adquirido com o eletroencefalograma quantitativo de um paciente com TDA antes do tratamento e após o tratamento com a técnica de neurofeedback (figura do livro Getting satarted with Neurofeeback- Figure 6.19c).

Com aquisição de mapas cerebrais QEEG é possível realizar um diagnóstico mais preciso de TDA/TDAH. Assim como avaliar se a medicação está apresentando resultados, pois os pacientes com o transtorno, adequadamente medicados apresentam melhoras na sua capacidade em apresentar ondas betas, quando desafiadas com atividades que exigem atenção.

Diante deste quadro, muitos pais e profissionais almejam por tratamentos com terapias complementares e alternativas no tratamento de TDA/TDAH (DYE, 2000).

Em países em que os pais participam ativamente no controle dos medicamentos utilizados pelos seus filhos, muitas alternativas são introduzidas no tratamento dos seus filhos, assim como a desensibilização alérgica de alguns alimentos e a fitoterapia chinesa são frequentemente a primeira escolha para o tratamento, por causa da segurança e por serem terapias mais naturais. A terapia de desensibillização alérgica demonstrou resultados marcantes (Nambudripad,1999; Cutler, 2003). Bem como muitos ensaios clínicos usando apenas ervas chinesa tem demonstrado resultados promissores.

Assim sendo, a proposta deste trabalho é indicar um medicamento da fito- terapia chinesa para o tratamento do TDAH, segundo padrões de sinais e sintomas observados na Medicina Tradicional Chinesa (MTC).

2.OBJETIVO

Propor, dentre as fórmulas clássicas, um medicamento da farmacoterapia chinesa, que atua nos sinais e sintomas observados nos pacientes com transtorno de déficit de atenção e/ou hiperatividade e analisar o mecanismo de ação segundo os preceitos da Medicina Tradicional Chinesa comparando a ação com parâmetros da medicina ocidental.

3.JUSTIFICATIVA

O número de crianças que apresentam o transtorno TDA/TDAH vem aumentando muito ultimamente, tomando uma proporção epidêmica do uso de medicamento e estimulantes nessas crianças (DYE, 2000).

Mas mesmo assim, o medicamento de escolha mais utilizado no tratamento do transtorno de déficit de atenção e/ou hiperatividade é o metilfenidato (Ritalina). Este fármaco é uma anfetamina que estimula o sistema nervoso central (SNC), mas que pode apresentar, em uma parte dos medicados, efeitos colaterais indesejáveis como: insônia, dor de cabeça, dor de estômago, hipertensão, emagrecimento, sudação noturna e ainda pode causar depressão, pânico, irritabilidade, surto psicóticos e até suicídio em casos extremos (GALVE, 2010).

No entanto, a indústria farmacêutica, desde 1991 aumentou a produção em 500% e a produção de anfetaminas mais de 2000%, só no período de 1991 a 1999. Mais de 50% desses medicamentos foram prescritos por pediatras. Não há dúvida que vivemos uma epidemia de diagnósticos para TDA/TDAH (DYE, 2015).

Dados da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) apontam o crescimento de 21,5% na venda do metilfenidato em quatro anos- de 2,,2 milhões de caixas em 2010 para2,6 milhões em 2013 (CANCIAN, 2015).

Recente norma editada pelo Ministério da Saúde recomenda que um novo protocolo seja adotado para o diagnóstico do TDAH e que este diagnóstico seja realizado por equipe multiprofissional com psicólogos e pedagogos, não apenas por médicos. Isso é muito importante, pois flexibilliza a possibilidade de novos estudos possam ser realizados por outros profissionais da saúde, abrindo um leque de opções para a abordagem desse transtorno, principalmente em crianças pequenas evitando o uso de anfetaminas, tema que assusta muitos pais (CANCIAN, 2015).

Baseando-se nessa nova realidade e na importância que o tema apresenta seja pela medicalização, ou ainda, pelo comportamento apresentados pelas crianças em idade escolar que envolve professores, psicólogos, pedagogos, médicos, pais e outros educadores se torna oportuno apresentar e realizar estudos com outros tipos de medicamentos e com outros olhares para o problema.

4.REVISAO BIBLIOGRÁFICA

4.1 Definição do Déficit de atenção

4.1.2 Diagnóstico

O diagnóstico do TDAH é fundamentalmente clínico, baseado em critérios operacionais claros e bem definido, proveniente de sistemas classificatórios como o DSM-IV ou a CID-10. Em pesquisa no nosso meio, Rohde et al. (2000) encontram indicativos da adequação dos critérios propostos pelo DSM-IV, reforçando a aplicabilidade dos mesmos na nossa cultura.

O DSM-IV e a CID-10 incluem um critério de idade de início dos sintomas causando prejuízo (antes dos sete anos) para o diagnóstico do transtorno. Entretanto, este critério é derivado apenas de opinião de comitê de experts no TDAH, sem qualquer evidência científica que sustente sua validade clínica, Rohde et al (2000) demonstraram que o padrão sintomatológico e de comorbidade com outros transtornos disruptivos do comportamento, bem como o prejuízo funcional, não é significativamente diferente entre adolescentes com o transtorno que apresentam idade de início dos sintomas causando prejuízo antes e depois dos sete anos. Ambos os grupos diferem do grupo de adolescentes sem o transtorno em todos os parâmetros mencionados. Sugere-se que o clínico não descarte a possibilidade do diagnóstico em pacientes que apresentem sintomas causando prejuízo apenas após os sete anos.

O DSM-IV distingue três subtipos de transtorno:

– TDAH com predomínio hiperativo-impulsivo, onde predomina a dificuldade de autocontrole.

– TDAH com predomínio déficit de atenção, predominando a dificuldade de atenção.

– TDAH de tipo combinado, em que se apresentam sintomas de desatenção, impulsividade e hiperatividade. (GALVE, 2010).

4.2 Fármacos

Os fármacos que se prescrevem com maior frequência para os pacientes com diagnóstico de TDAH são estimulantes como o metilfenidadto e dextroanfetamina. Também são utilizados os antidepressivos tricíclicos e mais recentemente a atomoxetina) apud GALVE, 2010. O metilfenidato (ritalina) é o fármaco mais utilizado, se o tratamento é prolongado é necessário controlar o crescimento da criança, a pressão arterial e pressão intraglobular e ainda pode produzir leucopenia e trombocitopenia. Deve-se tomar especial preucação em caso de abuso de álcool ou drogas, epilepsia e gravidez. Está contraindicado em caso de ansiedade agitação, tics ou historia familiar de síndrome de Tourette, hipertireodismo, glaucoma e enfermidades cardiovasculares (GALVE, 2010).

Com frequência dificuldade para dormir e diminuição do apetite. Pode produzir dor abdominal, náusea, vômitos, palpitações, mudança na pressão arterial, vertigem, altragia, prurido, convulsões, psicose, dermatite esfoliativa e eritrema multiforme entre outros. Há relatos em que o uso de metilfenidato em caso de hiperatividade mostra maior risco de suicídio (GALVE, 2010)

4.3.Fitoterapia

Uma combinação de extrato de ginseng americano (panax quinquefolium, 200mg) e extrato de Ginko biloba 50mg, foram utilizados em 36 crianças de 3 a 17 anos de idade, que se ajustavam aos critérios de diagnóstico de TDAH. A administração de duas capsulas duas vezes ao dia em jejum durante quatro semanas.

Depois deste período, a proporção de indivíduos que apresentaram melhoras foi de até 74% na impulsividade Lyon et alli. (2001) Em outro estudo em que se administrou 200mg/dia de extrato de Ginko biloba durante quatro semanas se observou efitos benéficos nos comportamentos impulsivos, reduzindo a hiperatividade e melhorando a atenção seletiva (NIEDERHOFER, 2009)

4.4 Fitoterapia chinesa

De acordo com a teoria da Medicina Tradicional Chinesa (MTC), A causa do TDAH é devido à deficiência de Yin do Rim. As formulas da fitoterapia chinês com ervas tônicas de Yin são frequentemente usadas. Comunmente se usam raiz de Rehmania, raiz de Anemarrhena, Phellodendron bark, raiz Polygataot, Acori graminei raiz e Dioscorea opposita. Zhang et al., (1987) trataram 326 crianças com 4 a 16 anos de idade com fórmulas da fitoterapia chinesa, como o extrato de Jing Ling . O extrato de ervas era dado duas vezes ao dia durante três meses. O resultado apresentado 31.9% dos casos foram curados (todos os sintomas clínicos desapareceram, com aumento significante no desempenho escolar, sem recorrência por seis meses). Incluindo aumento de casos, com índice de efetividade de 94,8 %. Zhang (1989) também testou uma fórmula similar, Jing Ling pílulas, em um ensaio aberto com 557 crianças (454 meninos e 103 meninas) com idade de 4 a 16 anos. As pílulas eram dadas duas vezes ao dia por seis meses. 144 casos (25.8%) apresentaram 92,8% de índices de efetividade.

Em outro estudo aberto randômico. Zhang e Huang (1990) compararam fórmulas chinesas em 80 indivíduos e em 20 indivíduos tomaram entre 5-15mg de metilfenidato por 1 a 3 meses. 23% dos casos que usaram a fórmula chinesa apresentaram cura (desaparecendo todos os sintomas clínicos e sem recorrência durante seis meses.

Comparado com seis casos dos 20 indivíduos que tomaram metilfenidato com índice s de efetividade de 86% e 90% respectivamente. No entanto, os dois grupos não apresentam diferenças nos índices de efetividade, mas observou-se que menos efeito colateral e maior QI (Quociente de Inteligência) foi observado no grupo que utilizou a fórmula chinesa.

Wang et alli.(1995) acharam um índice de efetividade de 94%, incluindo redução de hiperatividade, aumento de atenção, e aumento do rendimento escolar com a formula Tiaoshen Liquor. Sun e colegas (1994) outro ensaio aberto utilizando Yizshi syrop realizado com 66 crianças hiperativas.O índice de efetividade foi de 85% incluindo aumento significativo não melhora do comportamento, rendimento escolar e sinais neurológicos.

Ervas chinesas são comumente usadas em fórmulas, raramente usadas como uma simples erva, para reduzir o aumento no efeito terapêutico da erva e reduzir os efeitos colaterais. Nenhuma pesquisa sistemática usando apenas uma erva para o tratamento do TDAH foram encontradas, mas os ensaios acima com fórmulas são muito encorajadores e trabalhosos ensaios controlados tem sido realizado nos Estados Unidos (DYE, 2000).

4.5 Fitoterápicos para o tratamento do TDAH

Tônicos fitoterápicos desenhados para o tratamento do TDAH são frequentemente usados na prática da medicina tradicional chinesa. As fórmulas fitoterápicas apresentadas refletem tanto na literatura medica, quando presentes e no uso popular baseado na experiência e recomendações de autoridades neste campo (DYE, 2000).

No sistema da MTC, as fórmulas são usadas em combinação sinérgica para nutrir e equilibrar o organismo. A filosofia de restaurar o equilíbrio no caso particular do TDA/TDAH, em que afeta múltiplos sintomas bioquímicos, neurológicos e comportamentais, os quais a etiologia não é bem clara.

Apesar da possibilidade de se obter ervas chinesas nas fórmulas fitoterápicas usadas nos estudos, todavia não há menção que estes estudos foram realizados com fórmulas patenteadas e por isso pode ser difícil reproduzir ou comprar estas fórmulas comercialmente. Este fato não estimula o uso destas fórmulas apesar de diferentes fórmulas baseadas no sistema fitoterápico da MTC tenha demonstrado eficácia no tratamento do TDAH (DYE, 2000).

Mais pesquisas são necessárias para confirmar estes achados e generalizar o uso delas, Apesar de muitas fórmulas são do conhecimento de profissionais da saúde, elas ficam restritas no seu efeito apenas na prática dos consultórios, as quais são recomendadas por mestres herbalistas chineses, que se baseiam no conhecimento das ervas que são reconhecidamente seguras.

Dr. Yong Deng, chefe do departamento de Medicina Oriental no Southwest College of Naturopathic Medicine, tem recomendado a seguinte fórmula com ervas chinesas para o tratamento do TDAH:

Calm Dragon Formula (K'an Herbs) decoto de Bupleurum mais osso de Dragão e concha de Ostra: Chai hu jia long gu mu li tang.

Este medicamento é constituído pelas substâncias relatadas na tabela 1 e foi descrita como medicamento utilizado nos danos do frio por Shang han lun autor Zhang Ji / Zhang Zhong-Jing citado por (BENSKI, 2009)

Tabela 1: Constituintes do Chai hu jai long gu mu li tang; nome chinês, farmaceutico e função.

Nome chines

Nome farmaceútico

Função segundo a MTC

Chai Hu (12g)

Bupleurum Cuinense

limpa calor da camada Shaoyang e harmoniza interior e exterior.

Gui Zhi(4,5g)

Cinnamomi Ramulus

dispersa fatores patogênicos externos

Da Huang(6g)

Rhei Rhizoma

drena calor interno

Mu li (4,5g)

Oestrea Testa

acalma o Shen, anxiedade, palpitação e delírio

DaiZhe Shi (4,5g)

Haematitum

acalma o Shen, anxiedade, palpitação e delírio

Huang Qin (4,5g

Scutellariae Radix

limpa calor da camada Shaoyang e harmoniza interior e exterior

Lon gu (4,5g)

Draconis Os

acalma o Shen, anxiedade, palpitação e delírio

Zhi Ban Xia (6-9g)

Pinellia Rhizoma

corrige o qi descendente

Fu Ling (4,5g)

Poria sclerotium

Promove leve diurese

Ren Shen (4,5g)

Ginseng Radix

Fortale o Baço e acalma o Shen

ShengJiang (4,5g)

Zingiberis Rhizoma

Harmoniza todas as ervas

DaZao(6unidades)

Zizyphi Fructus

Harmoniza todas as ervas

5. DISCUSSAO

As crianças apropriadamente diagnosticadas com TDA/TDAH apresentam diferenças em seus cérebros. No entanto diagnósticos parecem ser preocupantes como um problemático assunto entre os profissionais, mas parece ser consenso que estimulantes poderão gerar significantes melhoras em muitos sintomas em pacientes com o diagnóstico (DYE, 2000).

Um fato muito conhecido que estes estimulantes tendem aumentar a desempenho da maioria das crianças e adultos com TDAH ou não. O potencial abuso dos estimulantes não é um assunto novo, como abuso de drogas agora incluídas por crianças na escola, como é o caso do abuso de uso da Ritalina, que deveria ser específico à criança TDAH com sua aparente dificuldade em alcançar e manter o tipo da atividade cerebral, normalmente, associado com estado de alerta, foco, aprendizado analítico e concentração (DYE, 2000).

Esta diferença pode ser demonstrada, como já foi mencionado, usando mapas cerebrais obtidos de eletroencefalograma quantitativo (EEGQ), que medem as ondas e atividade cerebral nos vários lóbulos.

Mudanças especificas associadas com a função cerebral dos pacientes com TDAH tem sido relatado como, por exemplo: a diminuição da perfusão do fluxo sanguíneo no lóbulo pré-frontal. ( DEMOS, 2004)

Fitoterápicos como Ginko biloba e Bacopa tem demonstrado eficácia na capacidade de aumentar de perfusão do fluxo sanguíneo, aumentando a oxigenação dos tecidos, agindo antioxidante (ginkgolide um glicosídeo-flavonoide que atua como um antioxidante neural). A Ginko biloba também aumenta o metabolismo da glicose e afeta positivamente nos níveis de aminas neurotransmissores, esses efeitos benéficos se tornam mais pronunciados com o uso prolongado (BRINKER,1995).

A fórmula chinesa chamada de Tiaoshen Liquor foi usada para testa em crianças com hiperatividade Os resultados foram muito favoráveis. Os autores estudaram o provável mecanismo, baseado em estudo prévio em animais, que sugerem melhoras devido à função de neurotransmissores colinérgicos bem como o aumento da oxigenação cerebral (WANG,1995).

Pesquisas funcionais com efeitos biológicos da fitoterapia são necessárias e podem clarear algumas questões sobre seu uso apropriado no TDAH (DYE, 2000).

No entanto a Medicina Tradicional Chinesa utiliza outros conceitos para definir a utilização de uma droga. Sob uma visão milenar, os conceitos de neurotransmissores, hormônios, oxigênio, etc. são elementos que estão integrados no sangue (xué) e ao se desbloquear o qi e movimentar o xué, melhora o fluxo e transporte de todos esses elementos. 0 xué (sangue), juntamente com qi (energia vital) são as substâncias fundamentais para a MTC (LOPES, 2011).

Para Stahl (2000), alguns neurotransmissores podem ser similares às drogas que utilizamos. Sabemos que o cérebro produz sua própria morfina a beta-endorfina, produzida pela hipófise mediada pelo Acth e assim seus próprios ansiolíticos e antidepressivos.

Lopes (2011) relata uma lista de neurotransmissores, hormônios, peptídeos que atuam no cérebro e que atuam sempre de uma forma binária, exemplo (epinefrina e norepinefrina), etc..

Como os neurotransmissores se relacionam aos conceitos da MTC?

A epinefrina (elemento fogo) acima dos valores de referência está presente em pacientes com:

Ansiedade- deficiência de sangue no coração

Hiperatividade- vazio de yin no coração

Estresse- vazio de sangue no coração

Epinefrina abaixo dos valores de referência esta presente em pacientes com:

Fadiga- deficiência de qi do coração e deficiência de qi do baço

Falta de concentração-deficiência do yin do coração

Cortizol baixo- deficiência do qi do coração

A Norepinefrina (elemento madeira)

O mecanismo de ação da droga proposta neste trabalho para o tratamento do ADHD. Sugerido pelo Dr. Yong segundo critério da Medicina Tradicional Chinesa.

Chai hu jia long gu mu li tang.

Este medicamento atua desbloqueando os três canais yangs, ou seja, taiyang, shaoyang e yangming, Estes canais são camadas energéticas mais superficiais e são representados pelos meridianos da Bexiga e Intestino delgado (Taiyang) o elemento predominante é a Água, Triplo aquecedor e Vesicula Biliar (Shaoyang). A camada yangming é formada pelos meridianos Intestino grosso e Estomago (elemento Metal) ( MIYAMOTO, 2015).

Curiosamente três acupontos E 8, V B 15 e B 3 estão localizados nos lóbulos pré-frontal e frontal, o que se supõe que ao movimentar o qi, o fluxo de xué é aumentado restabelecendo a oxigenação dessa área novamente.

Para a medicina ocidental o sangue transporta os neurotransmissores que atuam nos receptores com eficiência. Se por alguma razão o fluxo sanguíneo for ineficiente a região o órgão irrigado sofrerá danos;

Segundo a MTC, os sinais e sintomas apresentados no transtorno de déficit de atenção tem a sua causa na deficiência de yin do Rim (deficiência congênita) e deficiência de xué no fígado gerando vento, cujo sintoma seria hiperatividade (devido ao vento).

Outros sinais e sintomas apresentado por estes pacientes são: irritabilidade, agressividade, características do sentimento de raiva ou frustração que são os principais eixos do desequilíbrio do elemento Madeira, cujos padrões desarmônicos são descritos abaixo.

O qi do fígado estagnado favorece a ascensão do yang do fígado que vai para o coração provocando irritabilidade, acesso de raiva e agressividade. Quando o fígado esta estagnado rapidamente ele invade o elemento terra e favorece a ascensão do yang do fígado.

A falta de concentração é devido à deficiência do yin do coração. A ansiedade e palpitação é a deficiência de sangue no coração, enquanto que a depressão é a deficiência de yang no coração.

A erva Chai Hu sozinha atua nos meridianos do fígado, pericárdio, triplo aquecedor e vesícula biliar. Por isso ela é capaz de regular e harmonizar estes meridianos e atenuar os sintomas do transtorno de déficit de atenção.

O Chai hu jia long gu mu li tang contém o Ren Chen que uma erva que atua no fortalecimento do Baço (elemento Terra). A harmonização do Figado e Baço é muito importante para restabelecer o equilíbrio no organismo, pois se o baço não estiver em boas condições, não vai ser possível absorver o elemento fogo do coração e Intestino delgado (Shaoyang) para acalmar o Shen.

O Shen é um conceito complexo na MTC que envolve a mente, a alma e o espírito, que se refletem no semblante e no coração.

O medicamento ora mencionado tem um bom potencial para atuar no transtorno de déficit de atenção, devido à composição das ervas e do modo como elas agem nos órgãos (Zang Fu), possibilitando as suas harmonizações e consequentemente atenuando os sinais e sintomas deste transtorno.

Poucos estudos científicos são realizados com ervas chinesas, pois mais estudos deveriam ser realizados, no ambiente acadêmico, para melhor avaliar e quem sabe validar alguns protocolos com estas ervas, pois sem dúvida seria de muita utilidade, pois esses medicamentos não apresentam o efeito que os estimulantes químicos das anfetaminas podem causar, principalmente, em crianças tão pequenas.

Portanto a sugestão de em estudo multidisciplinar com o Chai hu jia long gu mu li tang seria uma boa oportunidade para ser realizado, uma vez que o protocolo sugerido pelo Ministério da Saúde estabelece que outros profissionais da saúde podem e devem participar de novos estudos e abordagem deste transtorno.

Por Isso, os estudos acadêmicos, incluindo estudos clínicos com estes fitoterápicos são bem vindos, pois estes medicamentos são desenhados para não apresentarem efeitos colaterais, alem de serem seguros e com custos econômicos bem acessíveis.

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Autor:

Yeda Lopes Nogueira

ynog[arroba]uol.com.br

Tao Das Ervas

Trabalho de Conclusão de Curso

Fitoterapia Chinesa Tao das Ervas

Prof. Márcio Miyamoto

São Paulo

2016



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