A Metodologia Recreação e Cidadania numa abordagem interdisciplinar



  1. Resumo
  2. Introdução
  3. O Projeto Recreação e Cidadania
  4. A experiência: O que tem por trás do bolo?
  5. Referencias Bilbiográficas

O que tem por trás do bolo?

Resumo

O que tem por trás do bolo é mais uma das experiências bem sucedida com a metodologia Recreação e Cidadania. A qual tem como objetivo desenvolver a aprendizagem e a cidadania pró-ativa com alunos que apresentam dificuldade de aprendizagem e adaptação. De forma alegre e muito divertida favorece o desenvolvimento dos conteúdos numa abordagem inter, trans-disciplinar e multidimensional onde o processo de aprendizagem se dá pela interação, numa dimensão individual e coletiva. A sua dinâmica permite um trabalho de equipe, numa seqüência de temas, ações e atividades educativas para instigar processos internos de desenvolvimento mental e criar o novo de forma significativa, com ação e transformação.

Introdução

Milênios antes da era cristã, a sobrevivência da humanidade dependia da força física do homem para caçar, defender dos inimigos a sua família e a sua comunidade. O cotidiano era uma sucessão de aventuras perigosas e os fenômenos naturais eram personagens cruéis no seu dia a dia. Tempestades, vulcões, secas, dilúvios pareciam aos ancestrais entidades ferozes e vingativas. Na impossibilidade de compreendê-los atribuíam dons sobrenaturais a esses fenômenos. O trovão era considerado uma entidade divina em varias culturas primitivas, diferentes e distantes entre si, assim como o vento e o fogo nas suas fantasias.

Na natureza, à medida que as manifestações foram consideradas entidades superiores, temperamentais, capazes de manifestar-se com fúria, surgiram os primeiros boatos e o medo acentuou-se. Posteriormente, apareceram às expressões sobre as verdades, as histórias, as personalidades, os feitos, as alianças e as inimizades entre as entidades. As histórias desses fenômenos foram transcritas oralmente por gerações. No processo foram aumentadas, adaptadas, combinadas e reformuladas de acordo com os objetivos.

Assim, surgiram os mitos, uma palavra de origem grega que significa narrativa, pois o mito foi há primeira criação espiritual do homem, afirma Froner (2007, p.2). Nas comunidades antigas o mito dava sentido à vida pelas suas vivencias, pela sua linguagem composta por símbolos e metáforas. Os relatos transmitidos oralmente continham muita sabedoria. Em virtude disso ganharam a imortalidade histórica, pois ajudaram o homem a compreender certos mistérios e demonstrar a sua realidade interna. Dessa forma ao mito associou-se o rito, e a este o seu modo de se pôr em ação ao mito na vida do homem, como as cerimônias, as danças, as orações e os sacrifícios como na mitologia grega, romana e na evolução da humanidade. O reconhecimento dos mitos auxilia na manifestação do inconsciente, traz uma consciência mais madura que contribui com as experiências e a humanização.

Sócrates, quando se referia ao mundo, costumava compará-lo a uma grande caverna. No mito da caverna os seus moradores viviam presos pelo medo, pois eram condicionados a olhar apenas há frente. Arriscar voltar à cabeça para a saída da gruta era perigoso, arriscado demais, pois não avistavam nada, além das sombras. Nesta passagem percebe-se o estado da natureza humana, em relação à ciência e à ignorância, sob a forma alegórica. Onde se imaginam os homens encerrados numa morada subterrânea e cavernosa que dá entrada livre à luz em toda extensão. Dessa forma percebe-se a infância e a escola, onde os alunos têm as pernas presas, de modo que permaneçam imóveis e só percebam o obvio aquilo que está diante dos olhos. Devido aos condicionamentos sociais, não podem voltar o rosto, criar ou pensar diferente, pois atrás deles existe a educação tradicional, as suas regras e as normas.

A concepção de infância apresenta uma noção que passa a ter forma a partir dos séculos XVII e XVIII. Um valor cultuado pelos nobres e pela burguesia, os quais investiam na infância dos filhos, pois manifestavam aspirações futuras com relação a eles. Até então, a infância não tinha valor, logo que dispensavam os cuidados da mãe eram incluídos no mundo, como pequenas miniaturas adultas, sem uma devida atenção específica para esta fase.

Os filhos da classe erudita, ao contrário, estudavam durante muito tempo para alcançar os conhecimentos que só podiam aprender quando o espírito tivesse atingido um determinado grau de desenvolvimento e tivessem maturidade para lidar com determinadas questões.

Devido às rápidas transformações, filósofos e educadores procuravam compreender a infância como uma fase importante, distinta e particular na vida do ser humano. O pensamento pedagógico moderno ganhou uma dimensão significativa no séc. XVI e XVII, tendo como primeiro estudioso Comenius (1592-1670), que valorizou a criança como um ser de vontade própria, com necessidades de utilizar material e atividades diferentes nas fases distintas.

Rousseau (1712-1778) tornou-se um conhecido pedagogo, pois colocou a criança no centro da proposta pedagógica. Considerava a infância como "um período necessário à formação do homem." Buscou a superação da educação tradicional, do ensino livresco, formal e rígido. Preconizava um mundo otimista e alegre, com uma educação que privilegiasse a autonomia, a liberdade e o respeito mútuo. Insistia na necessidade de que se respeitasse o ritmo de cada criança e suas vivências. Considerava a natureza, juntamente com os aspectos biológicos, como fatores importantes, os quais até hoje influenciam o processo ensino-aprendizagem, especialmente nos estudos relacionados às crianças, em que respeitam o ritmo e as suas experiências. Na sua concepção a criança não pode ser vista como um adulto.epçnfancia omo pedagogo, como aquele que colocou a criança no centro da proposta pedag�

O conceito de infância depende do contexto em que a criança está inserida. Não existe um conceito único de infância e de criança, pois a estratificação social, as diferentes culturas nas diferentes épocas influenciaram na construção deste conceito. Na percepção de Kramer (1992 p.19), "a idéia de infância não existiu sempre, e nem da mesma maneira". Aparece com a sociedade capitalista urbano-industrial à medida que muda a inserção e o papel da criança. Os autores citados são os pioneiros da infância, importantes para a compreensão do processo de aceitação e reconhecimento, pois cada um percebeu a criança de acordo com o seu tempo.


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