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O aluno graduando em artes deverá cumprir 400 horas de estágio orientado e XXX horas de atividades complementares, que abrange a participação em eventos na área, como exposições, teatros, seminários, oficinas e palestras.
1.3. FORMAÇAO PROFISSIONAL
A coordenação de curso de Artes Visuais/Licenciatura da UEMG prevê que o educador em artes está apto a desenvolver atividades nas áreas artísticas em geral, como ministrar oficinas culturais e cursos livres ou dedicar-se à pesquisa acadêmica. Essas características abrangem ambientes formais e não formais de educação, com escola e museus especificamente.
Em suas diversas possibilidades, o educador em arte desenvolverá durante sua graduação e estágios orientados, capacidades específicas fundamentais em ensino e prática que influenciarão futuramente nas metodologias do seu trabalho e diretamente no aprendizado dos alunos relativos à criatividade, cultura, mundo e características sociais no campo das artes.
Pimentel (1999, p.131) afirma que:
"Como educadores em arte, eles precisam se desenvolver como indivíduos e profissionais, a fim de que, por um lado, desenvolver pontos de vista maduros e coerentes, e por outro, aceitar desafios e promover a causa da educação em arte."
Compreendendo as possibilidades de trabalho e ensino, o arte educador é um profissional habilitado a buscar alternativas inovadoras, criativas, que ultrapassem as limitações e torne possível a fruição do seu potencial e carga de conhecimento em arte.
2.1 DEFINIÇAO
Ambientes formais de educação são os que conhecemos e participamos na maior parte da vida estudantil, representados pelas escolas, instituições regulamentadas e organizadas segundo diretrizes nacionais.
Em tais ambientes os espaços físicos passíveis de utilização para realizar atividades são limitados ao espaço territorial da escola e falta estrutura para o desenvolvimento dos trabalhos. Os responsáveis pela educação em ambientes formais são os professores.
Os objetivos principais dos ambientes formais de educação referem-se à aprendizagem de conteúdos historicamente sistematizados e normatizados por leis, dentre os quais se destacam a formação de indivíduos, o desenvolvimento de habilidades e competências em conteúdos diversos e o preparo para a vida profissional.
Podem-se considerar como Ambientes não formais de educação, museus, teatros, parques, cinemas, ou qualquer espaço que possibilite a interação com o local e estimule a construção coletiva do aprendizado. São locais em que a participação dos indivíduos é optativa, onde o estímulo ao aprendizado será espontâneo e as relações sociais se desenvolverão segundo gostos e preferências.
Ambientes não formais de educação não substituem a necessidade da educação em espaços formais. Para uma boa resposta na construção do saber e aprendizado dos alunos é importante que esses espaços sejam trabalhados em conjunto, cada um com suas particularidades e especificações.
2.2 MUSEUS E EDUCAÇAO
O IBRAM (Instituto Brasileiro de Museus) define Museus como casas que guardam e apresentam sonhos, sentimentos, pensamentos e intuições que ganham corpo através de imagens, cores, sons e formas. Os museus são pontes, portas e janelas que ligam e desligam mundos, tempos, culturas e pessoas diferentes.
A definição do IBRAM pode ser considerada romantizada frente aos autores com olhares técnicos, um deles em especial (Gonçalves, 2007, p.24) afirma que Museus são espaços institucionais que no contexto globalizado das modernas sociedades ocidentais abrigam e exibem coleções.
Com inúmeras possibilidades, cada Museu apresenta particularidades em determinados aspectos, como no acervo que apresentam ao público, na temática trabalhada em cada exposição, a escolha do período histórico a ser demonstrado, na forma em que dispõem os objetos no espaço museal, quanto à arquitetura do prédio e na utilização de recursos visuais.
A tendência humana é atribuir significado aos objetos, músicas e outras formas de representação. Os Museus são os espaços que abrigam tais representações e através delas expõem elementos da identidade atribuída a uma época e de grupos específicos, fatores que determinam as particularidades de uma cultura.
Apesar de existirem em grande número, as visitas a Museus não são hábito da população em geral. Muitas pessoas desconhecem o leque de possibilidades de representações artísticas desses espaços e mantêm a definição de Museu como "lugar de coisa antiga".
Com o objetivo de mudar essa concepção ultrapassada, tornou-se clara a movimentação interna das equipes de Museus na busca de alternativas para aproximação com o público. Em julho de 1992 foi realizado em Goiânia o "I Encontro Nacional de Museus Universitários" que reuniu profissionais da área de Museus, professores, pesquisadores e alunos para discutir e sugerir novas metodologias de alcance às diversas camadas da sociedade.
Um documento final[1]contendo as discussões e reflexões do Encontro foi redigido e dentre seus diversos tópicos, destaca-se:
"1. O Museu é um espaço educativo não-formal, responsável pela investigação, conservação e difusão do patrimônio cultural potencialmente musealizável – bens materiais e não materiais - acumulados pelas sociedades humanas ao longo de sua caminhada existencial.
2. O Museu deve estar preocupado com a transmissão de conteúdos capazes de levar o público que atende, e a sociedade que o contém, a uma percepção integral: da relação que o homem mantém com os produtos da sua criatividade, estimulada pelos desafios da sobrevivência física, social e psicológica e da relação que o homem mantém com outros homens, com as sociedades organizadas."
Torna-se evidente a necessidade de interação do conteúdo existente nos Museus com o de ambientes educativos formais, para que o espaço museal seja compreendido gradativamente como local de aprendizado, reconstruindo conceitos e esclarecendo a educação como um projeto apto a ultrapassar os limites físicos da escola.
Como afirma Morin (1994) na Carta da Transdisciplinaridade:
"A transdiciplinaridade é complementar à aproximação disciplinar: faz emergir da confrontação das disciplinas dados novos que articulam entre si; oferece-nos uma visão da natureza e da realidade. A transdiciplinaridade não procura o domínio sobre várias outras disciplinas, mas a abertura de todas elas àquilo que as atravessa e ultrapassa."
A educação se nutre da cultura e as exposições em Museus por retratarem realidades sociais diferentes são os pontos de encontro entre o ensino formal e o não formal, onde é possível a troca de informações e a complementação de conteúdos apresentados.
É necessário explorar as possibilidades culturais existentes fora do limite escolar em espaços onde o professor não será o único responsável pela transmissão do saber, a formação dos grupos trabalhados acontecerá a partir da atuação em conjunto e capacidade de interação de professores-arte educadores-alunos.
Desde a segunda metade do século XX, as diretorias de Museus assumiram o papel de Instituições com grande valor social e cultural, buscando formar setores educativos que discutam o contexto exposto em suas coleções de forma criativa, explorando o desenvolvimento do pensamento crítico através de teoria, prática e atividades sócio- culturais.
Divide-se o público de Museus em dois, os de pessoas interessadas nas coleções apresentadas, freqüentadoras desses espaços, mas que não são profissionais na área e o outro grupo formado por pessoas em visitas educativas e público espontâneo, atraídos por alguma informação/imagem referente a aquela mostra ou por obrigação escolar.
Gonçalves (2007, p.50) afirma,
"É um pressuposto epistemiológico das coleções e dos museus que o ato de olhar (objetos expostos) equivale a conhecer algo que está além dos próprios objetos (...) Esse processo não é absolutamente natural."
A aproximação do público com a realidade apresentada nos espaços museais de forma a auxiliar o entendimento do conteúdo dessas coleções é feita através dos mediadores ou também conhecidos como arte educadores, profissionais em estágio que agem por intermédio dos setores educativos.
A definição da palavra Mediador encontrada no Dicionário Aurélio é: Que ou aquele que intervém;
Em grande maioria esses profissionais são estagiários graduandos em arte e outros oriundos de cursos na área de humanas, essa opção será feita a partir do projeto adotado e dos objetivos pretendidos pelo setor educativo daquela instituição.
Alguns educativos de museus optam por equipes multidisciplinares em que os responsáveis por cada área desenvolverão habilidades específicas no projeto educativo a ser trabalhado, para que as atividades transcorram da melhor forma e os conteúdos sejam assimilados pelos alunos em visita orientada.
A função do mediador no Museu em ações educativas é utilizar sua habilidade comunicativa e conhecimentos específicos para promover o diálogo, uma troca de informações e saberes, recepcionar e orientar grupos que visitam esses espaços e anseiam conhecer o acervo exposto através dos próprios olhos e pelo ponto de vista de pessoas que dominem o assunto e estejam aptos a esclarecer possíveis dúvidas.
No livro "Encontros Museológicos – Reflexão sobre a museologia, a educação e o museu" , Santos (2008) afirma que o processo museológico é um processo evolutivo de comunicação, capaz de contribuir para que o cidadão possa ver a realidade e expressar essa realidade.
As ações museais referentes à educação podem ser classificadas como uma série de processos de pesquisas e estudos, que objetivam exaltar a cultura em prol da construção de uma nova prática social, que complemente o ensino formal através da inserção de contextos e atividades culturais no dia a dia de grupos diversos.
3.1 INTRODUÇAO
O acesso a educação é um direito adquirido por lei a todos os cidadãos, conforme a lei de diretrizes e bases nº 9394/96, art.37 e art.38, na seção V que se refere à educação de jovens e adultos:
"1º Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses,
condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames.
2º O Poder Público viabilizará e estimulará o acesso e a permanência do trabalhador na escola, mediante ações integradas e complementares entre si.
Art. 38. Os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos, que compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao prosseguimento de estudos em caráter regular. "
A Constituição de 1934 estabeleceu a criação de um Plano Nacional de Educação, que indicava pela primeira vez a educação de adultos como dever do Estado, incluindo em suas normas a oferta do ensino primário integral gratuito e de freqüência obrigatória, extensiva para adultos.
A evolução de uma sociedade está diretamente ligada à educação de seus indivíduos. Sabe-se através de pesquisas que durante muitos anos os programas educativos ou a falta deles estavam ligados a políticas locais que consideravam o ato de educar como premissa para futuras revoltas contra os grupos dominantes.
Paiva (1987, p.23) afirma:
"A diferença quanto à possibilidade de sua utilização reside no fato de que os detentores do poder político se encarregam de determinar a política educacional a ser seguida, os programas a serem promovidos ou estimulados e o conteúdo ideológico dos mesmos (...) chegou a um ponto em que os programas educacionais podem ser controlados por aqueles que se opõem à ordem vigente."
Nos últimos 50 anos movimentos educativos com ideais democráticos e socialistas em busca de igualdade social e melhorias no ensino, lutaram para a inclusão de jovens e adultos no Sistema Educacional.
A EJA (Educação de Jovens e adultos) é um projeto em ascensão a partir da década de 70 e corresponde a uma proposta político-pedagógica da rede pública no Brasil que objetiva desenvolver um ensino fundamental e médio de qualidade para alunos que por motivos diversos não frequentaram a escola na época considerada ideal, mas que procuram quando adultos o ensino formal, sendo esses geralmente: trabalhadores, empregados, desempregados, pessoas sem ingresso no mercado de trabalho a procura do primeiro emprego, todos os citados sem acesso à cultura letrada.
Paiva (1973) enfatiza que a educação de jovens e adultos é toda educação destinada àqueles que não tiveram oportunidades educacionais em idade própria ou que a tiveram de forma insuficiente, não conseguindo alfabetizar-se e obter os conhecimentos básicos necessários.
Muitos alunos que participam da EJA são estigmatizados por estarem "atrasados" em relação aos outros alunos em idade regular, outros se consideram incapazes quando não compreendem as atividades propostas pelos professores.
Problemas de cunho político, falta de apoio dos diretores de municípios e incentivos governamentais também são percebidos. Alunos e professores relatam a falta de elementos básicos nas instalações educativas como, iluminação em sala, material escolar básico, água, condições sanitárias e de espaços apropriados.
Mediante as dificuldades apresentadas, o processo de educação do EJA encontra dificuldades para que se desenvolva em plenitude o que enfatiza a necessidade de empenho por parte dos educadores, alunos e responsáveis pelas escolas para que o pouco se torne muito em matéria de aprendizado, estímulo e capacitação.
Como afirma Paulo Freire (1987)
"(...) Assim como o opressor, para oprimir, precisa de uma teoria da ação opressora, os oprimidos, para libertar-se, necessitam igualmente de uma teoria de sua ação. O opressor elabora a teoria de sua ação, necessariamente sem o povo, pois que é contra ele. O povo, por sua vez, enquanto esmagado e oprimido, introjetando o opressor, não pode, sozinho, constituir a teoria de sua ação libertadora. Somente no encontro com a liderança revolucionária, na comunhão de ambos, na práxis de ambos, é que esta teoria se faz e refaz."
Conhecer a trajetória de vida dos alunos da EJA é fundamental para desenvolver um projeto educativo que atenda às suas necessidades e limitações, o ponto de partida para o planejamento das atividades é saber a resposta de qual motivo trouxe aquele aluno de volta ao ambiente escolar. Essa resposta definirá os planos de ação e a elaboração de atividades em diversas matérias que auxiliem o retorno, permanência e conclusão dos ciclos estudantis por parte desses alunos.
3.2 ARTES E A ALFABETIZAÇAO DOS ALUNOS DA EJA
A arte propicia novas formas de compreensão de mundo, de se relacionar e estar inserido nele a partir da ressignificação de conceitos e práticas.
Compreender as necessidades de um aluno da EJA é entendê-lo como pessoa madura em experiências de vida, tradição e cultura informal, mas leigo em saberes formais.
O método de alfabetização e letramento para alunos da Educação de Jovens e adultos é semelhante ao aplicado no ensino infantil, o diferencial estará na linguagem utilizada adequando-a a faixa etária dos alunos. Referente a Arte, educa-se o olhar do aluno para observar além das cores, formas e dimensões, instigando-o a compreender o sentido crítico da obra apresentada.
Dessa forma, não só em Arte, como em disciplinas diversas, o trabalhar as relações existentes entre conteúdo apresentado com o conhecimento já adquirido, se tornará uma atividade constante de auxílio à aprendizagem dos alunos, até que esse processo se torne natural.
Afirma Martins[2](2008, p.58)
"O saber cultural de Arte dos alunos articulado às mais largas, da humanidade, é que constituem-se em um complexo material cultural que deve mobilizar mediações docentes para inventar tarefas, criar exercícios e exploração, imaginar temas, ousar propostas inovadoras."
O arte educador ao trabalhar com o ensino para jovens e adultos precisa de sensibilidade para criar situações, abrir discussões, dialogar com os alunos, encontrar brechas de acesso que torne possível o ensino e a aprendizagem cultural, sempre atento aos interesses demonstrados pelo grupo, necessidades e carga de informações trazidas consigo.
A heterogeneidade existente em turma de educação de adultos é favorável para a inserção dos alunos no contexto social e cultural. Cada componente da turma traz para sala de aula suas vivências, seus valores, crenças e tradições, relacionando-os com os de outros colegas abrindo brechas para que o diálogo
aconteça e seja perceptível as inúmeras possibilidades artísticas em uma sociedade.
Ensinar e aprender é fruto de um trabalho coletivo, percebendo a diversidade artística os alunos abrirão os caminhos para as variedades apresentadas quebrando muitos preconceitos.
4.1 INTRODUÇAO
A metodologia proposta para responder o objetivo desse projeto envolve pesquisa de bibliográfica e pesquisa Survey.
Para a pesquisa bibliográfica foram utilizados livros sobre arte educação, museus, didática, educação de jovens e adultos, pesquisas e fotos, fundamentando o texto através de estudos.
A pesquisa Survey foi utilizada a partir de questionários aplicados em duas Instituições que atendem a alunos da EJA, arte educadores e professores, obtendo informações, dados, características e opiniões desses determinados grupos de pessoas.
As relações entre estudo e análise das respostas fomentam a base para a conclusão desse projeto e possibilitam a elaboração de novas grades curriculares a partir do conhecimento das áreas em déficit.
4.2 INSTITUIÇÕES
Dois ambientes não formais foram analisados quanto à recepção do público de jovens e adultos em visitas orientadas, o Museu de Artes e Ofícios e o Museu Inimá de Paula, ambos situados em Belo Horizonte.
Com temáticas diferenciadas, esses espaços permitiram análises detalhadas no que se refere ao comportamento dos alunos em distintos espaços museais, dos arte educadores na recepção desses grupos e dos professores na situação de coadjuvantes daqueles momentos.
4.2.1 MUSEU DE ARTES E OFÍCIOS – MAO
O MAO é um espaço dedicado à história do trabalho, onde ferramentas, utensílios e máquinas são apresentados ao público através da exposição permanente. Com localização privilegiada, está instalado na Estação Central de Belo Horizonte, por onde transitam milhares de pessoas diariamente.
Para abrigar a coleção foram restaurados dois prédios antigos, de rara beleza arquitetônica, tombados pelo patrimônio público. A sua implantação incluiu ainda a recuperação da Praça da Estação, marco inaugural da cidade e que, cada vez mais, se consolida como espaço destinado a eventos e manifestações culturais.
A pesquisa foi realizada no MAO durante o segundo semestre de 2009, nesse período a equipe do Setor Educativo da Instituição era composta por 6 educadores, sendo desses 4 estagiários e 2 contratados. A coordenação educativa opta que os educadores de visitas orientadas sejam profissionais de áreas diferentes, formando uma equipe multidisciplinar, apta a atender em caráter específico às solicitações dos projetos enviados pelas escolas para cada disciplina.
Importante salientar as inúmeras possibilidades inseridas no contexto histórico dos objetos através da coleção permanente, aumentando o leque de abordagens nos projetos enviados e aplicados pelos educadores do Museu.
As visitas orientadas ao Museu de Artes e Ofícios são agendadas com um mês de antecedência, durante esse período, o professor é solicitado a enviar o objetivo da visita e o projeto, caso tenha algum em específico que queira trabalhar com seus alunos. São atendidos grupos de alunos a partir dos 4 anos de idade e possuem educadores especializados na recepção de alunos com deficiência física, visual e auditiva.
Os educadores recebem às turmas agendadas com um vídeo de "apresentação" do espaço que contém o depoimento da fundadora, um breve relato sobre a coleção e processo de transformação daquele prédio, antiga estação de trem em um Museu.
Durante essa abordagem os alunos recebem explicações sobre patrimônio histórico, importância do preservar, as regras do espaço quanto ao não tocar, não fotografar, permanecer junto ao arte educador em todo o percurso e assim é iniciada a visita.
Alunos e professores permanecem 2 horas em visita, dividindo o roteiro entre vídeo inicial, visita à exposição permanente e espaço físico do prédio, finalizando com a entrega do lanche.Apesar da ótima localização muitas pessoas não conhecem o Museu de Artes e Ofícios, grande maioria por acreditar que a estação de Trem permanece no prédio, outras por receio de cobrança referente à entrada.
Alternativas de incentivo à visita e conhecimento do espaço são oferecidas ao público através de dias de entrada gratuita, palestras e apresentações musicais e passe livre do educador, que dá ao professor que traz uma turma em visita orientada gratuidade para retornar ao museu durante um ano.
4.2.2 MUSEU INIMÁ DE PAULA – MIP
O Museu Inimá de Paula é um espaço no centro de Belo Horizonte dedicado a contar a vida do artista através de suas obras catalogadas, biblioteca e ateliê.
O acervo da Fundação Inimá de Paula apresenta quadros de sua coleção particular, auto-retratos, desenhos, tapetes e um farto material que fazia parte de seu atelier, como pincéis, paletas, tubos de tinta, cavaletes, espátulas, fotos, gravuras, fotos, slides, etc.
Em um edifício de arquitetura diferencial, imponente e datado de 1928, o MIP está situado em uma área muito importante para a história cultural da capital mineira, a Rua da Bahia.
A pesquisa foi realizada no MIP durante o primeiro semestre de 2010, nesse período a equipe do Setor Educativo da Instituição era composta por 4 educadores, todos graduandos em Arte. A coordenação educativa seleciona como educadores profissionais da mesma área por ser esse, um espaço dedicado à memória de um pintor reconhecido nacionalmente – Inimá de Paula. As visitas podem abordar através das obras apresentadas, conteúdos em áreas diversas, mas o foco do educativo no Museu Inimá de Paula é a educação em arte.
Os arte educadores recebem as turmas para visita orientadas com um bate papo inicial sobre as regras do espaço, sendo o grupo posteriormente subdividido em dois e iniciado o percurso, que abrange os andares de coleção permanente e temporária. Alunos e professores permanecem durante 1h30 em visita, dividindo o tempo entre exposição permanente, visita à exposição temporária e a finalização com entrega do lanche e material educativo.
4.3 VISITAS ORIENTADAS: ACOMPANHAMENTO E ANÁLISE
Os alunos da EJA por serem trabalhadores, estudam no período noturno, sendo assim, as visitas agendadas acontecem em sua maioria na quarta-feira à noite e algumas poucas aos sábados. Por essa limitação de datas disponíveis para visitação é possível notar a diferença de comportamento e interesse em um grupo agendado para quarta-feira à noite, para os que visitam ao sábado ou em algum dia da semana sem o acompanhamento do professor.
Durante a abordagem os alunos recebem explicações sobre patrimônio histórico, importância do preservar e demais regras de funcionamento anteriores à visita. Como citado acima, a temática abordada no MAO, por apresentar objetos e ferramentas que pertenceram ao cotidiano e da vivência de muitos daqueles alunos é de mais fácil assimilação, contribuindo positivamente com o bom andamento da visita.
A assimilação natural das ferramentas de trabalho no acervo do museu de artes e ofícios não é suficiente para que o aluno entenda o porquê da exposição, o arte educador interfere nessas situações mostrando as funções de Ambientes como aquele, que guardam a memória de uma sociedade, sendo importantes para que as futuras gerações conheçam o caminho histórico da evolução até alcançar o patamar atual. Nessas situações os alunos compreendem a função de cada ofício apresentado quando trabalhados em coletivo, relacionando esse processo com os de outras áreas onde é necessária a união de força para alcançar os objetivos. O tempo livre dado pelos arte educadores para que os alunos explorem o espaço museal, colabora para a efetivação do aprendizado, onde os alunos poderão interagir com os vídeos informativos dos multimídias recebendo instruções escritas e faladas sobre a região do acervo em que estão, podendo escolher nas opções onde aprofundar de acordo com as preferências pessoais.
A vivência dos alunos do EJA com os objetos apresentados no MAO torna a mediação uma troca de conhecimentos, onde alunos aprendem com o saber específico dos arte educadores, e esses, conhecem a parte da história que não está escrita em livros, através das emoções e casos relatados.
Percebe-se a diferença de comportamento quando a exposição visitada apresenta pinturas como acervo, caso do Museu Inimá de Paula. Por não estarem ambientados com essa forma de expressão artística os alunos da EJA ficam mais calados, não emitem muitas opiniões, sendo necessária a intervenção do arte educador com atividades de aproximação. Os recursos visuais apresentados no MIP são ferramentas de conquista utilizados pelos artes educadores, os alunos quando observam as imagens projetadas em grande dimensão pelo computador demonstram maior interesse pela observação dos detalhes característicos ao pintor. Após a apresentação virtual das obras, a visita transcorre de forma tranqüila e os participantes emitem suas opiniões com maior liberdade ao arte educador, por assimilarem a realidade pintada nas obras correspondente a vivida por muitos deles.
Alguns alunos se dispersam ao longo do trajeto nos dois espaços trabalhados, não desejando estar junto ao grupo ou ouvir o que o arte educador tem a dizer. A dispersão pode acontecer por motivos diversos e todos de forma singular, devem receber devida atenção, especialmente quando a turma atendida é de EJA, considerando que possa ser o primeiro contato dessa pessoa com um espaço não formal e a partir dele se dê o interesse por voltar ou não.
O arte educador ao lidar com as situações de dispersão do grupo oferece estímulos referente ao acervo trazendo aquelas ferramentas para o cotidiano do aluno, quando esse estímulo não é bem recebido, os alunos têm liberdade de percorrerem sozinhos o espaço expositivo, sempre atentos às regras de visitação.
Algumas considerações requerem atenção especial para garantir o melhor aproveitamento da visita, como conhecer mesmo que superficialmente o dia a dia daquele aluno, seus hábitos, se costuma freqüentar museus, se aquele ambiente é estranho, as sensações causadas por aquele espaço, sua percepção de novidade ou estranhamento.
Informações não relacionadas ao processo educativo também são importantes para transmitir conforto e atenção aos envolvidos relativas à dificuldade de locomoção, audição ou fala, adequando a linguagem e o trajeto da melhor forma a atender aquele aluno. De igual importância é a percepção de detalhes que muitas vezes são deixados de lado, como o grau de alfabetização dos alunos recebidos, evitando o constrangimento com listas de presenças e questionários para estatísticas de visitantes, comuns nesses espaços.
A análise do motivo para afastamento escolar em determinados períodos é essencial para compor novas alternativas de aproximação, que despertem nos alunos o interesse por espaços culturais, os façam se sentir como parte deles e o retorno em outras ocasiões seja possível.
4.4 QUESTIONÁRIOS
A pesquisa foi realizada através de três questionários aplicados em duas instituições distintas, o Museu de Artes e Ofícios e Museu Inimá de Paula. As perguntas que compunham tais questionários objetivavam conhecer a concepção referente a visitas orientadas, arte e ambientes não formais de educação de acordo com dez representantes de três grupos: alunos da EJA, professores e arte educadores.
As questões foram elaboradas a partir da observação e vivência das maiores dificuldades apresentadas durante as aulas de arte em espaços não formais de educação, o número de questionários aplicados foi reduzido para tornar viável a pesquisa sem prejudicar o funcionamento das atividades das turmas e dos arte educadores, ciente de que as visitas em museus possuem horários controlados.
Por estarem em processo de alfabetização muitos alunos adultos apresentam dificuldade em ler e escrever. Baseando-se nessas limitações o modelo de questionários em papel foi substituído pelos digitais, assim, as respostas dos alunos eram assinaladas nos espaços correspondentes a opção escolhida com auxílio da entrevistadora, dinamizando a pesquisa e principalmente sem gerar constrangimento em alguma das partes.
Os questionários para professores e arte educadores funcionavam da mesma forma que o dos alunos, evitando qualquer tipo de diferenciação na forma de abordagem.
As visitas de EJA nas duas Instituições acontecem em dias específicos da semana sempre à noite, no MAO às quartas feiras e no MIP às quintas feiras. Uma dificuldade em aplicar os questionários era abordar um grande número de pessoas a cada visita, por ser necessário explicar a cada grupo que responderia o objetivo da pesquisa e as melhorias que poderiam acontecer posteriormente no ensino de arte. Essas explicações demandavam atenção específica a cada grupo, que em várias ocasiões não dispunha de muito tempo por ser o final da orientação, horário do lanche e o ônibus contratado para o retorno à escola já estar esperando.
Seguindo as possibilidades, foram respondidos 30 questionários de 13 a 15 perguntas cada, sendo desses, 10 para cada grupo (alunos, professores, arte educadores).
Seguem os modelos de questionários aplicados a cada grupo.
AOS ALUNOS DA EJA Questionário 1
1. Sexo A( ) Feminino B ( ) Masculino
2. Trabalha? A ( ) Sim B( ) Não
3. Idade
A( ) Entre 18 e 25
B( ) Entre 26 e 30C( ) Entre 30 e 40
D( ) Entre 40 e 50
E( ) Acima de 60
4.Motivo para estar na EJA:
A( ) Não teve oportunidade de estudar quando criança
B( ) Precisava trabalhar para ajudar na renda familiar
C( ) Os pais não incentivaram
D( ) Os professores não incentivaram
5. Quais as dificuldades enfrentadas por um aluno da EJA?
(Marque quantas alternativas desejar)
A( ) Cansaço por trabalhar durante o dia
B( ) Falta de estímulo pela família
C( ) Vergonha do reingresso
D( ) Escola longe de casa
E( ) Conteúdo das aulas de difícil compreensão
6. As aulas que utilizam computadores, vídeos e imagens:
A( ) São apenas mais atrativas.
B( ) São atrativas e ajudam a aprender mais.
C( ) Não são atrativas.
D( ) Confundem todo o aprendizado.
7.A aula de artes é importante na formação cultural do aluno?
A( ) Sim B ( ) Não
8. Através das aulas de artes conheceu:
A( ) Pinturas e pintores
B( ) Museus
C( ) Teatros
D( ) Parques
E( ) Nenhuma das opções
9. Costumava freqüentar os lugares citados na opção acima?
A( ) Sim B ( ) Não
10. Por quê?
A( ) Acha importante na sua vida
B( ) Gosta de conhecer coisas e lugares novos.
C( ) Não entende o conteúdo exibido
D( ) As entradas são caras.
E( ) Não gosta
11. O aprendizado acontece:
A( ) Somente na escola
B( ) Em todos os lugares
C( ) Nenhuma das opções
12. Como você considera a iniciativa de alguns professores de trabalharem em novos ambientes para educação, ex. museus?
A( ) Acha muito importante.
B( ) Gosta de conhecer novas abordagens.
C( ) Acaba sem entender nenhuma das matérias
D( ) Não acha importante.
13. Escolha a frase que melhor define o arte educador do museu:
A( ) Simpático, atencioso com todos os alunos.
B( ) Inteligente, mostrou as peças de uma forma que todos entenderam a importância.
C( ) Muito novo, não conseguiu atenção da turma.
D( ) Prefiro o professor que já estamos acostumados.
14. Sem o arte educador você:
A( ) Entenderia da mesma forma a exposição, por já conhecer os objetos.
B( ) Não entenderia o sentido da exposição e do Museu.
C( ) Faria uma visita muito curta.
D( ) Não seria interessante, porque gosta de ter com quem comentar experiências.
15. Agora que conhece o espaço, você:
A( ) Pretende voltar com a família
B( ) Não considera o local interessante para a família.
C( ) Gostaria de ter outras oportunidades como essa na escola.
AOS PROFESSORES
1. Sexo A ( ) Feminino B ( ) Masculino
2. Idade
A( ) Entre 18 e 25
B( ) Entre 26 e 30
C( ) Entre 30 e 40
D( ) Entre 40 e 50
E( ) Acima de 60
3. Formação
A( ) Em Arte
B( ) Em outra área
C( ) Não sou formado
D( ) Em formação - Estagiário
4.Escolheu trabalhar com alunos de EJA porque?
A( ) Não tinha outro horário disponível
B( ) É uma turma limitada em uns aspectos e rica em vários outros.
C( ) O retorno do aprendizado em adultos é maior, o trabalho flui espontaneamente.
D( ) Está próximo de aposentar, optou por turmas mais calmas.
5.Na sua opinião,quais são as maiores dificuldades enfrentadas por um aluno da EJA?
A( ) Cansaço por trabalhar durante o dia
B( ) Falta de estímulo pela família
C( ) Vergonha do reingresso.
D( ) Escola longe de casa
E( ) Conteúdo das aulas de difícil compreensão
6. Utiliza recursos visuais em suas aulas?
A( ) Sim, para torná-las atrativas.
B( ) Sempre que possível trago algo novo para facilitar a assimilação do assunto trabalhado.
C( ) Não, prefiro o método tradicional de ensino.
D( ) Não, a escola não disponibiliza material.
7.A aula de artes é importante na formação cultural de um aluno?
A( ) Sim B( ) Não
8.É necessária a adaptação de projetos quando os alunos são da EJA?
A( ) Essencial, para manter esse aluno atento e participativo.
B( ) Não, por serem adultos entendem tanto ou mais que as outras faixas etárias. C( ) Sim D( ) Não
Questionário 2
9. Costuma levar seus alunos à visitas em ambientes não formais de educação?
A( ) Sim B( ) Não C( ) Primeira vez
10. O aprendizado acontece:
A( ) Somente na escola
B( ) Em todos os lugares
C( ) Nenhuma das opções
11. O arte educador de visitas orientadas é visto como:
A( ) Um parceiro de trabalho que auxilia na formação dos alunos.
B( ) Um estagiário que está aprendendo como lidar com grupos em sala de aula
C( ) Quem recebe os grupos em museus
D( ) Alguém que me substituirá por alguns instantes, mas com funções diferentes das minhas.
12. Escolha a frase que melhor define o arte educador do museu:
A( ) Simpático, atencioso com todos os alunos.
B( ) Inteligente, mostrou as peças de uma forma dinâmica, interativa e abriu espaço para interferências minhas.
B( ) Muito novo, não consegue a atenção da turma.
13. Sem o arte educador você:
A( ) Faria a visita explicando o acervo como o entende
B( ) Não levaria às turmas ao museu
C( ) Faria uma visita muito curta.
D( ) Não seria interessante, porque é essencial interação com alguém que domine o assunto.
14. Os ambientes não formais de educação contribuem para a formação dos alunos da EJA?
A( ) Sim, os avanços são evidentes quando eles são trazidos à locais novos.
B( ) Não tanto quanto o escolar.
C( ) Sim, a interação e conhecimento de novos espaços é essencial para a formação deles como parte da sociedade.
D( ) Não, são ambientes que não costumam freqüentar e por isso não fazem diferença significativa no avanço escolar.
AOS ARTE EDUCADORES Questionário 3
1. Sexo A ( ) Feminino B ( ) Masculino
2. Idade
A( ) Entre 18 e 25
B( ) Entre 26 e 30
C( ) Entre 30 e 40
D( ) Entre 40 e 50
E( ) Acima de 60
3. Formação
A( ) Em Arte
B( ) Em outra área
C( ) Não sou formado
D( ) Em formação - Estagiário
4.Trabalha na Instituição há quanto tempo?
A( ) Menos de 1 ano
B( ) Mais de 1 ano
C( ) Mais de 2 anos
5.Na sua opinião,quais são as maiores dificuldades enfrentadas por um aluno da EJA?
(Marque quantas alternativas desejar)
A( ) Cansaço por trabalhar durante o dia
B( ) Falta de estímulo pela família
C( ) Vergonha do reingresso.
D( ) Escola longe de casa
E( ) Conteúdo das aulas de difícil compreensão
6. Utiliza recursos visuais em suas visitas?
A( ) Sim, para torná-las atrativas.
B( ) Sempre que possível a equipe se reúne e elabora novos projetos para abordagem.
C( ) Não, a Instituição preza pelo método tradicional de ensino.
D( ) Não,não há tempo hábil.
7.A aula de artes é importante na formação cultural de um aluno?
A( ) Sim B( ) Não
8.É necessária a adaptação de projetos quando os alunos são da EJA?
A( ) Essencial, para manter esse aluno atento e participativo.
B( ) Não, por serem adultos entendem tanto ou mais que as outras faixas etárias.
C( ) Sim D( ) Não
9. O Setor Educativo em que trabalha acompanha o andamento das atividades sugerindo novas metodologias?
A( ) Não, fomos capacitados somente ao ingressar na Instituição.
B( ) Sim, reuniões freqüentes são realizadas com esse objetivo.
C( ) Não, o tempo no espaço é preenchido com visitas sem possibilidade de reuniões freqüentes.
D( ) Em situações específicas.
10. O aprendizado acontece:
A( ) Somente na escola
B( ) Em todos os lugares
C( ) Nenhuma das opções
D( ) Onde houver pessoas dispostas a aprender e a ensinar
11. Como arte educador de ambiente não formal, sua função é.
A( ) Ser um parceiro de trabalho que auxilia na formação dos alunos.
B( ) Aprender como lidar com grupos em sala de aula
C( ) Receber grupos de visitas orientadas em museus
D( ) Alguém que substituirá o papel do professor por alguns instantes,
12. O que dificulta o trabalho do arte educador em Museus?
A( ) Falta de cooperação do professor, que dispersa a turma
B( ) Falta de preparo prévio à visita
C( ) Idade, por ser mais novo que a maioria dos alunos.
D( ) Nada, as visitas de EJA são proveitosas para nós tanto quanto para eles.
13. Os ambientes não formais de educação contribuem para a formação dos alunos da EJA?
A( ) Sim, os avanços são evidentes quando eles são trazidos à locais novos.
B( ) Não tanto quanto o escolar.
C( ) Sim, a interação e conhecimento de novos espaços é essencial para a formação deles como parte da sociedade.
D( ) Não, são ambientes que não costumam freqüentar isso não fazem diferença significativa no avanço escolar.
4.5 ANÁLISE DAS RESPOSTAS
Respostas referentes ao questionário 1-
Respostas referentes ao questionário 2-
Respostas referentes ao questionário 3 -
Os questionários foram aplicados de forma a apresentar quais as opiniões de arte educadores de museus, educadores e alunos da EJA sobre o ensino de arte e atividades em ambientes não formais de educação.
Essas respostas apontam os caminhos onde devem ser feitas modificações favoráveis ao processo de ensino - aprendizagem de arte.
Os dez questionários aplicados em professores de escolas que acompanhavam as turmas de EJA mostraram como faixa etária predominante acima dos 40 anos sendo que a maioria trabalha com turmas de EJA por não possuírem outro horário disponível. A escolha de turmas seguindo o horário disponível ao invés da área de maior domínio e interesse justifica o porquê muitos professores apresentarem dificuldade em lidar com as turmas de adultos, pelo fato de não conhecerem as características desse grupo.
É interessante notar a unanimidade nas respostas dos professores ao afirmarem que a aula de artes é importante na formação de um aluno, que o aprendizado acontece em todos os lugares e que a utilização de recursos visuais torna as aulas atrativas, ao mesmo tempo, se dividem nas respostas quando questionados se costumam levar seus alunos a visitas em ambientes não formais de educação. Considerando os espaços não formais de educação como centros de cultura e arte, repletos de recursos visuais atrativos, a razão para que alguns professores não levem suas turmas a outros ambientes educativos é explicada pela burocracia da escola e falta de interesse dos alunos.
Os alunos da EJA demonstravam um grande emprenho em responder conscientemente ao questionário, quando recebiam as explicações sobre a que ele se propunha se animavam mais, comentando os benefícios que receberiam caso a proposta se confirmasse.
A maioria dos entrevistados afirma não ter freqüentado a escola no período considerado normal por necessidade de trabalhar para ajudar na renda familiar, esses alunos afirmam que a maior dificuldade em retornar aos estudos é o conteúdo das aulas de difícil compreensão e o cansaço por trabalharem durante o dia.
Essas dificuldades podem ser contornadas quando as aulas assumirem um papel dinâmico, investindo em espaços não conhecidos pelos alunos o que atrairá a atenção e afastará por um tempo o cansaço do dia de trabalho. A utilização de recursos visuais representa uma ótima alternativa de aprendizagem, sendo a opção unânime dos alunos quando questionados sobre aulas que inovam na forma de apresentação.
As respostas dos alunos da EJA demonstram um grupo interessado em conhecer lugares novos, mas sem oportunidade de fazê-lo sem acompanhamento devido. Um grupo que tem o arte educador com parceiro de trabalho, com quem pode trocar experiências de vida e culturais e comentar o que está sendo exposto, sem preocupar-se com certo e errado, o que chamamos de fruição.
Diferente dos professores, os arte educadores que responderam os questionários se concentravam entre os 18 e 30 anos. Consideram as orientações à turmas de EJA como proveitosas sempre e se definem como parceiros de trabalho que auxiliam na formação dos alunos. Por orientarem constantemente esses grupos entendem que o cansaço do dia de trabalho e conteúdos de difícil compreensão podem limitar a aprendizagem dos alunos, sendo necessário contornar essa situação utilizando recursos visuais em suas visitas e adequando os projetos para manter o aluno atento e participativos.
Quanto aos ambientes não formais de educação as respostas positivas considerando-os como essenciais e interessantes para o processo educativo se dão entre os arte educadores e alunos da EJA, já os professores se dividem entre interessante, não tanto quanto o escolar e simplesmente não sem apresentar justificativa.
Em uma visão geral das respostas percebemos que alunos e educadores em arte aprovam a utilização de recursos visuais e de visitas orientadas a ambientes não formais, esses mesmos grupos conhecem as dificuldades e limitações no processo de ensino e aprendizagem, mas demonstra disposição para ultrapassar essas barreiras e investir em novas abordagens. Os professores mais velhos se apegam aos métodos tradicionais de ensino não desejando dividir com o arte educador a função de educar os alunos. Por não conhecerem ou não dominarem novos recursos visuais permanecem na mesma rotina formal de ensino, acomodados em suas posições, sem entender as necessidades particulares do grupo que trabalham desestimulando a permanência de muitos deles.
A avaliação proposta afirma a necessidade de inclusão nos curso de licenciatura em artes visuais de uma matéria que explore o potencial existente em ambientes não formais de educação e da elaboração de projetos específicos voltados para a educação de jovens e adultos. Assim, a graduação de um educador acontecerá de forma completa sem excluir grupos de ensino e concebendo todos os espaços culturais como aptos a receberem pessoas dispostas a aprender.
5.1 INTRODUÇAO
Sabe-se através da história, que o ensino das artes durante toda sua existência mundial e Nacional, sofreu recorrentes mudanças curriculares.
Em encontros inseridos nesse contexto são escritos por participantes interessados e estudiosos da área, documentos que visam a inovação no ensino a partir da reestruturação completa dos cursos de artes visuais, substituindo as pequenas e recorrentes adaptações.
Partindo do pressuposto de que grades curriculares são escritas de forma coletiva, as demandas sociais são avaliadas possibilitando a construção de novas alternativas educacionais, correspondendo à base para o desenvolvimento cultural da atual e das futuras civilizações.
O estudo da grade curricular proposta para o curso de licenciatura em Artes Visuais – UEMG apresenta através do elevado número de matérias didáticas e com fins educativos, a preocupação em graduar com excelência, profissionais de arte educação.
A partir da análise curricular de Artes Visuais e da vivência prática com o conteúdo, chama atenção a ausência de uma matéria específica que aborde o conteúdo e atividades referentes ao EJA e aos Ambientes não formais de educação.
Em uma pequena vertente nas matérias teóricas em Artes Visuais é proposto o estudo das leis que fomentam a educação para jovens e adultos, de forma técnica e sem aprofundamento. É inexistente no currículo do curso de licenciatura em artes visuais, uma disciplina que em caráter particular proponha a discussão sobre atividades específicas aos alunos da EJA, seja através da inovação em metodologias para abordagem, acompanhamento de práticas educativas ou exploração de ambiente extra-escolar que incite a troca de experiências.
Referente aos ambientes não formais de educação apenas uma matéria, nomemada museologia se aproxima dessa abordagem,de forma superficial e teórica.
A análise de questionários respondidos por professores, alunos da EJA e arte educadores apresentou uma realidade que não pode ser deixada de lado, a necessidade de incluir na formação curricular dos profissionais de arte a discussão e planejamento de atividades teóricas e práticas voltadas para a inclusão de jovens e adultos na educação aplicadas em ambientes formais e não formais de educação. Percebe-se também que apesar de não receberem incentivos na universidade para que busquem caminhos diferentes, grande parcela dos alunos de licenciatura em artes visuais trabalha em espaços não formais de educação, a exemplo, museus.
Importante ressaltar a necessidade de que essas análises não se percam, aplicando-as em propostas de novas atividades, elaborando projetos direcionados e na reformulação curricular dos cursos de licenciatura em arte, aparando as arestas em déficit atual.
Objetivos Gerais
Adequar o currículo de Licenciatura em Artes Visuais – UEMG inserindo na grade do curso uma matéria específica que explore a prática e teoria sobre a educação de jovens e adultos, capacitando educadores em arte para trabalhar com públicos diferentes, aptos a perceber e atender necessidades particulares de cada grupo explorando o potencial oferecido por ambientes não formais de educação.
Específicos
Propiciar que o educador em arte, graduado no curso de Licenciatura em Artes Visuais – UEMG seja capaz de;
Desenvolver atividades em arte, educativas e pedagógicas específicas à faixa de desenvolvimento de seus alunos, independente de qual seja.
Compreender as diferentes etapas de educação não limitando suas atividades ao ensino infantil.
Conhecer o perfil dos alunos pertencentes à EJA, suas dificuldades, necessidades e objetivos.
Reconhecer a existência e importância de ambientes não formais de ensino na formação cultural de uma sociedade.
Desenvolver sua capacidade de criação e observação para interagir disciplinas quando atuante em ambientes não formais de ensino.
Investir continuamente em sua formação através de novas propostas tecnológicas e visuais de ensino – aprendizagem.
Estrutura
Durante todo período de formação, o aluno de artes plásticas é estimulado a refletir sobre a arte, dominar seus conceitos, compreender e executar o fazer artístico, adquirir pensamento crítico, conhecer, pesquisar e divulgar novas possibilidades plásticas.
A graduação de Licenciatura em Artes Visuais propõe a formação de um profissional conhecedor e praticante das artes plásticas, que domine também a parte pedagógica, didática, metodologias de ensino, integreo saber prático ao teórico, apto a lecionar e transmitir seu saber contribuindo com a formação de seus alunos.
Conforme as matérias de didática propõem, os alunos em arte conhecerão fases e etapas do processo educativo aplicado em ambientes ditos formais de educação, a exemplo, escolas.
Pesquisas realizadas com educadores demonstram o déficit de atenção dedicada a melhorias e adaptação dos projetos educativos de arte para alunos do ensino de jovens e adultos – EJA.
Importante ressaltar o valor pedagógico e social de projetos com ênfase na educação de adultos utilizando como metodologia de ensino espaços não formais de educação juntamente ao conteúdo ministrado nos ambientes formais.
Propõe-se a inserção de uma matéria na grade curricular do curso de licenciatura em Artes Visuais que aborde a educação de jovens e adultos e o ensino de arte em ambientes não formais de educação, seguindo a dinâmica:
Conhecimento teórico
Elaboração de projetos específicos
Trabalho de campo orientado
Dividindo experiências
A matéria proposta deverá ser inserida na grade referente ao 5 período do curso de artes visuais, etapa à qual os alunos já possuem bagagem de conhecimento teórico referente às etapas do ensino infantil e metodologias de trabalho para esse grupo, elaborando projetos à públicos diversos a partir desse saber.
O conhecimento teórico será obtido através do estudo conceitual referido a educação destinada a jovens e adultos, identificando o perfil desse grupo, as leis que o originaram e aplicando questionários em alunos de EJA que respondam o que consideram ser os principais dificultadores da alfabetização e metodologias facilitadoras que os auxiliam no desenvolvimento desse processo.
A partir das respostas e análises obtidas pós aplicação dos questionários, serão desenvolvidas e planejadas atividades específicas para o atendimento de grupos de EJA em ambientes não formais de educação. Ao fechamento do semestre, o aluno de artes visuais através de análise qualitativa e quantitativa, conhecerá o perfil dos alunos da EJA e terá elaborado atividades práticas para atuação em campo.
Iniciado o 6 período, os alunos receberão do professor coordenador de curso o nome de diversas escolas que possuem turmas de adultos, escolherão uma em específico onde desenvolverão a atividade proposta dentro do prazo de 3 meses.
Durante esses meses, os alunos de artes visuais estarão dispensados das aulas presenciais no dia específico da matéria em que essa atividade se propõe, entregando ao professor responsável relatórios freqüentes das atividades. Apesar da dispensa presencial dos alunos, o professor estará na universidade todos os dias referentes à aula, pronto para atender quaisquer dúvidas ou problemas que os alunos apresentem em relação às atividades. A medida de dispensa nos dias da aula é essencial para que o projeto seja aplicado, considerando o turno noturno como o de estudo dos alunos de artes visuais e dos alunos da EJA, sendo incompatível a realização da atividade em outro turno para ambas as partes.
Essa atividade envolverá apresentação do grupo, definição do perfil dos alunos, trabalho prévio do conteúdo, visitas a ambientes não formais de ensino – Museus e fechamento da atividade na escola com apresentação de avanços e trabalhos produzidos pelos alunos, seguindo as propostas de cada projeto.
Os alunos de artes visuais após o encerramento das atividades com o EJA farão um relatório completo contendo as observações do trabalho, as dificuldades apresentadas, readaptações do projeto, alternativas facilitadoras dos ambientes selecionados e em um debate promovido pelo coordenador da matéria apresentarão esses registros aos demais alunos de sala, como forma de compartilhar experiências e contribuir para a formação de todos.
O tema proposto para essa pesquisa cita educação em ambientes não formais, arte educação e o ensino para jovens e adultos.
Ao ingressar em 2006 no curso de Licenciatura em Artes Visuais – UEMG, os anseios profissionais giravam em torno do fazer artístico que é logo substituído pela realidade de uma grade curricular que prioriza a parte educativa e mantêm em segundo plano a parte prática e artística.
As oportunidades de estágio na área de educação em arte se limitam à escolas, projetos de inclusão ou mediação em museus. Esse campo de atuação restrito propicia com que muitos alunos de artes visuais tenham como primeira experiência profissional atividades em ambientes não formais de educação.
A realidade profissional muitas vezes não é compatível com a teoria apresentada na universidade. Com um curso voltado para a parte didática, pedagógica e fundamentada em ambientes formais de educação - escolas, os alunos que não seguem essa vertente encontram dificuldade em adaptar os conteúdos exibidos em espaços não formais na busca de metodologias que atendam a grupos diferenciados.
Correspondendo a excelentes locais de ensino-aprendizagem os ambientes não formais de educação, apesar de não corresponderem ao conteúdo principal abordado pelas matérias didáticas do curso de arte, são ótimos laboratórios de formação para alunos que optam por trabalhar paralelamente à escola e não inseridos nela, transdiciplinando informações em espaços em que a troca de saberes predomina.
Como cita Santos (2008, pg.130),
"Ao considerar que os processos educativos têm um caráter contínuo e permanente e que não se esgotam no âmbito escolar, eles salientam que temos de reconhecer que as aprendizagens que as pessoas realizam não se reduzem às oferecidas na escola."
O tempo de trabalho com arte educação em dois museus específicos de Belo Horizonte, Museu de Artes e Ofícios e Museu Inimá de Paula, evidenciaram a dificuldade no atendimento em arte à determinados grupos de visitas orientadas. O atendimento a grupos do ensino infantil e médio que pertencem aos conteúdos abordados em atividades planejadas, elaboração de projetos e estudos da grade curricular de artes visuais aconteciam de forma proveitosa e tranqüila.
Apresentadas pelos profissionais de arte em museus, a dificuldade de atuação era recorrente quando os grupos recebidos para visitas orientadas pertenciam à Educação de Jovens e Adultos – EJA grupo o qual não recebe a devida atenção nas grades curriculares dos cursos de licenciatura.
Acreditar no potencial da arte, de unir, estimular e socializar pessoas é essencial na formação de um arte educador.
Nos últimos anos, o cenário educativo preza pela educação e inserção de pessoas na sociedade através da cultura letrada, os grupos de EJA por representarem uma parcela "excluída" desse acesso cultural, repleta de alunos dedicados a novas possibilidades, requerem atenção especial com alternativas de aproximação e "retorno" social desses alunos, função desempenhada por arte educadores e ambientes não formais como pontes de acesso a esse objetivo.
Como cita Santos (2008, pg.130),
"É possível construir conhecimento na troca, na relação entre o ensino formal e o não formal, no respeito à experiência e à criatividade de muitos sujeitos sociais que estão fora das academias."
Questionários aplicados entre arte educadores, professores e alunos apresentaram a partir das respostas obtidas o que esses três grupos selecionavam como dificultadores, necessidades e objetivos da educação em arte. A análise dessas respostas fomentaram a proposta de um novo currículo do curso de Licenciatura de Artes Visuais, através de uma matéria que valorize a educação em ambientes não formais, percebendo-os como parte da formação cultural e representação de uma sociedade e a valorização da educação de jovens e adultos, auxiliando na formação de arte educadores que precisam estar aptos a educar em arte grupos de características diferenciadas sem perder a qualidade do ensino proporcionada pela licenciatura e a sensibilidade oriunda da arte.
Confirmada a contribuição na formação de alunos da EJA ao participar de atividades com arte educadores em ambientes não formais de educação, espera-se a valorização de espaços culturais existentes nas cidades para trabalho em conjunto com ambientes formais, mostrando à sociedade sua importância como patrimônio, representação de tempo e tradição. Espera-se a valorização do adulto que recorre ao EJA para se alfabetizar, ressaltando seu esforço para reinserção cultural e educativa como exemplo para outros adultos e incentivo às crianças.
Concluindo essa pesquisa, espera-se a valorização do educador em arte independente da área de atuação que escolha seguir, compreendendo sua importância como mediador de conteúdos importantes, formador de opiniões, um profissional que torna acessível e compreensível as diversas formas de apresentação de arte, possibilitando a integração de espaços educativos de forma criativa e com utilização de recursos diferenciados, essenciais para a identificação de valores culturais e sociais de um povo.
BARBOSA, Ana Mae. Arte/educação contemporânea (São Paulo: Cortês)
BARBOSA, Ana Mae. Inquietações e Mudanças no ensino da arte : (São Paulo: Cortês, 2008)
FRANÇA, Júnia Lessa. Manual para normalização de publicações técnico-científicas. (ed. UFMG, 1990)
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido (Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987)
PAIVA, Vanilda Pereira. Educação popular e educação de jovens e adultos.(Rio de Janeiro: Edições Loyola,1973.)
MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro (ed. – São Paulo : Cortez ; Brasília, DF : UNESCO, 2000.)
MORIN, Edgar .Carta da Transdisciplinaridade.
FERNANDES, Renata Siero. As marcas do vivido sentido:memórias de jovens ex - freqüentadores de um projeto de educação não –formal.(Campinas, SP: [s.n.], 2005.)
SANTOS, Geovânia Lúcia. Quando adultos voltam para a escola: o delicado equilíbrio para obter êxito na tentativa de elevação da escolaridade
SANTOS, Maria Célia T. Moura (Coleção Museu, Memória e Cidadania: Rio de Janeiro, 2008)
PIMENTEL, Lucia Gouvêa. (Limites em expansão: Licenciatura em artes visuais – Belo Horizonte: C/ Arte, 1999)
GONÇALVES, José Reginaldo Santos. (Antropologia dos objetos: Coleções, museus e patrimônios: Rio de Janeiro, 2007)
REFERÊNCIAS ELETRONICAS
http://www.uniube.br/propep/mestrado/revista/vol05/index.php#
Acesso em 25/05 às 00h.
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000358507
Acesso em 25/05 às 00h21.
http://biblioteca.universia.net/ficha.do?id=37240622
Acesso em 25/05 às 23h14.
PLANO DE CURSO
O plano de curso foi desenvolvido com seu direcionamento voltado para a aplicação no Curso de Licenciatura em Artes Visuais da Escola de Design da Universidade do Estado de Minas Gerais.Este conteúdo tem como público alvo, alunos do 6 º período de Artes Visuais com previsão de execução para o segundo semestre de 2011.
O período de aplicação do projeto será realizado entre os meses de agosto e dezembro, com 1 aula/50 min por semana, realizadas semanalmente. Sendo assim, a carga horária total será de 16h/aula ou 16 encontros.
Atividades a serem desenvolvidas:
Visitas à espaços não formais de educação, pesquisa de campo com alunos da EJA e exposição final.
Objetivo:
Geral: Adequar o currículo de Licenciatura em Artes Visuais – UEMG inserindo na grade do curso uma matéria específica que explore a prática e teoria sobre a educação de jovens e adultos, capacitando educadores em arte ao trabalho com públicos diferentes, aptos a perceber e atender necessidades particulares de cada grupo explorando o potencial oferecido por ambientes não formais de educação.
Específicos: Propiciar que o educador em arte, graduado no curso de Licenciatura em Artes Visuais – UEMG seja capaz de;
Desenvolver atividades em arte, educativas e pedagógicas específicas à faixa de desenvolvimento de seus alunos, independente de qual seja.
Compreender as diferentes etapas de educação não limitando suas atividades ao ensino infantil.
Conhecer o perfil dos alunos pertencentes à EJA, suas dificuldades, necessidades e objetivos.
Reconhecer a existência e importância de ambientes não formais de ensino na formação cultural de uma sociedade.
Desenvolver sua capacidade de criação e observação para interagir disciplinas quando atuante em ambientes não formais de ensino.
Investir continuamente em sua formação através de novas propostas tecnológicas e visuais de ensino – aprendizagem.
Justificativa:
Durante todo período de formação, o aluno de artes plásticas é estimulado a refletir sobre a arte, dominar seus conceitos, compreender e executar o fazer artístico, adquirir pensamento crítico, conhecer, pesquisar e divulgar novas possibilidades plásticas.
A graduação de Licenciatura em Artes Visuais propõe a formação de um profissional conhecedor e praticante das artes plásticas, que domine também a parte pedagógica, didática, metodologias de ensino, integreo saber prático ao teórico, apto a lecionar e transmitir seu saber contribuindo com a formação de seus alunos.
Conforme as matérias de didática propõem, os alunos em arte conhecerão fases e etapas do processo educativo aplicado em ambientes ditos formais de educação, a exemplo, escolas.
Pesquisas realizadas com educadores demonstram o déficit de atenção dedicada a melhorias e adaptação dos projetos educativos de arte para alunos do ensino de jovens e adultos – EJA.
Importante ressaltar o valor pedagógico e social de projetos com ênfase na educação de adultos utilizando como metodologia de ensino espaços não formais de educação juntamente ao conteúdo ministrado nos ambientes formais.
Desenvolvimento:
Propõe-se a inserção de uma matéria na grade curricular do curso de licenciatura em Artes Visuais que aborde a educação de jovens e adultos e o ensino de arte em ambientes não formais de educação, seguindo a dinâmica:
Conhecimento teórico
Elaboração de projetos específicos
Trabalho de campo orientado
Dividindo experiências
A matéria proposta deverá ser inserida na grade referente ao 6º período do curso de artes visuais, etapa à qual os alunos já possuem bagagem de conhecimento teórico referente às etapas do ensino infantil e metodologias de trabalho para esse grupo, elaborando projetos à públicos diversos a partir desse saber.
- Identificação do perfil de alunos da EJA
O conhecimento teórico será obtido através do estudo conceitual referido a educação destinada a jovens e adultos, identificando o perfil desse grupo, as leis que o originaram e aplicando questionários em alunos de EJA que respondam o que consideram como os principais dificultadores da alfabetização e metodologias facilitadoras que os auxiliam no desenvolvimento desse processo.
- Elaboração de atividades para trabalho em ambientes não formais
A partir das respostas e análises obtidas após aplicação dos questionários, serão desenvolvidas e planejadas atividades específicas para o atendimento de grupos de EJA em ambientes não formais de educação. O aluno de artes visuais através de análise qualitativa e quantitativa conhecerá o perfil dos alunos da EJA e terá elaborado atividades práticas para atuação em campo.
- Seleção das escolas, ambientes não formais e acompanhamento
Os educadores de arte receberão do professor coordenador de curso o nome de diversas escolas que possuem turmas de adultos e ambientes não formais que funcionam no período noturno onde desenvolverão por 2 meses as atividades propostas.
Durante o período de trabalho externo, os alunos de artes visuais estarão dispensados das aulas presenciais no dia específico da matéria em que essa atividade se propõe, entregando ao professor responsável relatórios freqüentes das atividades. Apesar da dispensa presencial dos alunos, o professor estará na universidade todos os dias referentes à aula, pronto para atender quaisquer dúvidas ou problemas que os alunos apresentem em relação às atividades.
A medida de dispensa nos dias da aula é essencial para que o projeto seja aplicado, considerando o turno noturno como o de estudo dos alunos de artes visuais e dos alunos da EJA, sendo incompatível a realização da atividade em outro turno para ambas as partes.
- Apresentação do espaço e proposta de atividade
Já em sala de aula, os educadores em arte apresentarão aos alunos da EJA a atividade que será trabalhada e o ambiente escolhido. A partir das atividades elaboradas previamente por cada educador,os alunos visitarão esses ambiente e explorarão seguindo a metodologia do educador o acervo exposto.
O fechamento do projeto em sala deverá apresentar desenhos, textos ou outras formas de representação daquele espaço pelos alunos, incentivando-os a conhecer outros.
- Encerramento na UEMG
Os alunos de artes visuais após o encerramento das atividades com o EJA farão um relatório completo contendo as observações e registros visuais do trabalho, dificuldades apresentadas, readaptações necessárias no projeto ao longo do seu desenvolvimento, alternativas visuais facilitadoras para compreensão dos alunos nos ambientes selecionados e em um debate promovido pelo coordenador da matéria onde esses relatórios serão apresentados aos demais alunos de sala como forma de compartilhar experiências e contribuir para a formação de todos.
Recursos/materiais a serem utilizados:
Os recursos visuais a serem utilizados serão os dos ambientes selecionados (como vídeos, animações e efeitos sonoros) e em sala de aula através de fotografias e filmes para apresentação de espaços diversificados.
Avaliação:
Todo o processo de desenvolvimento será avaliado, e a cada etapa concluída haverá uma avaliação do conteúdo proposto, através de registros e seminário.
Cronograma de execução:
Os dias específicos para a matéria ser realizada dependem da disponibilidade na grade curricular do curso de Artes Visuais. Serão propostos os encontros e seus temas, para realização em qualquer dia da semana letiva.
1: Primeiro encontro
Apresentação do conteúdo e do cronograma;
2 e 3: Identificação do perfil de alunos da EJA;
4: Elaboração de atividades para trabalho em ambientes não formais
5: Aprovação das atividades elaboradas e adequações;
6: Seleção das escolas, ambientes não formais e acompanhamento;
7 a 12: Atividade extraclasse/ Aplicação do Projeto;
13: Apresentação informal dos registros de trabalho
14: Organização do Seminário
15: Seminário para apresentação dos registros
16: Mesa redonda para avaliações finais e fechamento
Agradeço a todas as pessoas que acompanharam pacientemente esse turbulento período final de curso e que acreditam na transformação através da arte.
Autor:
Gabriella Fernanda Navarro Antoniazzi
navarro.gabriella[arroba]gmail.com
Orientadora: Silvânia
Monografia apresentada ao Curso de Licenciatura em Artes Visuais, da Escola de Design da Universidade do Estado de Minas Gerais, como requisito parcial para obtenção do título de licenciado em Artes Visuais.
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS
ESCOLA DE DESIGN
Belo Horizonte
2010
[1] Texto retirado do livro Encontros Museológicos - Reflexões sobre a museologia, a educação e o museu por Maria Célia Teixeira Moura Santos (2008, pg.204)
[2] Martins, Mirian Celeste é uma das autoras que compõe o livro "Inquietações e mudanças no ensino da arte" por Ana Mae Barbosa (org).
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