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Análise da aptidão cardiorrespiratória, composição corporal e da capacidade de trabalho dos oficiais (página 2)

Maurílio Miranda Pereira

Os padrões de desempenho físico para o Exército, são divididos em 2 aspectos: situação funcional e idade. No 18º Batalhão Logístico (18º B Log), é realizado o Padrão Avançado de Desempenho (PAD), realizados por Oficiais, Subtenentes e Sargentos a partir do 2º TAF (inclusive) após sua apresentação na Organização Militar (OM).

A conceituação do TAF é expressa pelas seguintes menções:

E - Excelente

MB - Muito bem

B - Bom

R - Regular

I - Insuficiente

Além do interesse do Exército no bom condicionamento físico de sua tropa, existe o interesse militar pela Valorização do Mérito, maneira que o Exército Brasileiro utiliza para classificar seus integrantes de acordo com o desempenho ao longo da carreira, ou seja, dos mais pontuados para os menos pontuados. Esta classificação engloba vários itens de conduta e desempenho militar, sendo o TAF um destes itens de avaliação. Esta colocação irá influenciar nas promoções, transferências e missões no exterior.

Dentro de uma OM logística como o 18º Batalhão Logístico, existem diversas funções diárias que variam de funções mentais e físicas, de planejamento e execução, com uma carga horária de 8 horas e 30 minutos diária, onde as primeiras 2 horas e 20 minutos do dia são destinadas a prática de atividades físicas, planejadas pelo OTFM (Oficial de Treinamento Físico Militar), que no 18º B Log, é um Oficial com o Curso de Educação Física, formado pela Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx).

Entretanto, muitos militares, devido a motivos diversos, como: escala de serviço, dispensas médicas e missões diversas, deixam de realizar regularmente as atividades físicas previstas, não conseguindo manter uma regularidade na execução das atividades físicas.

Devido às condições estressantes de trabalho, a não prática de atividades regularmente, ao tabagismo, ao alcoolismo, a má alimentação, podem levar a uma degradação da aptidão física (MARCINEIRO, 1993, apud BOLDORI, 2002)

Embora o corpo humano tenha estrutura para desenvolver atividades de movimentos especializados e de sobrecarga física, a manutenção da aptidão e condição saudável requer um programa regular de atividade física (HEYWARD,1984, apud BOLDORI, 2002).

A associação entre saúde e trabalho está bem documentada em países desenvolvidos, especialmente entre os adultos e jovens (CHECKOWAY et al., 1989, apud GIATI; BARRETO, 2002)

O presente estudo tem como objetivo analisar a capacidade cardiorrespiratória, avaliado pelos índices obtidos na corrida do TAF, a composição corporal e a Capacidade para o Trabalho, tendo em vista que existem alguns estudos comprovam que uma atividade física controlada pode melhorar o rendimento intelectual e a concentração nas atividades rotineiras, levando a um maior rendimento no desempenho profissional, mesmo em atividades burocráticas.

A Capacidade para o Trabalho está ligada ao bem-estar mental e físico dos trabalhadores.

1.1 Formulação do problema

Qual a capacidade cardiorrespiratória, a composição corporal e a Capacidade de Trabalho de oficiais, subtenentes e sargentos do 18º Batalhão Logístico?

1.2 Justificativa

Verifica-se desta forma a necessidade de estudar aptidão cardiorrespiratória, a composição corporal dos militares englobando os benefícios para a saúde e a Capacidade de Trabalho dos militares, buscando uma melhora e a possibilidade de acompanhamento do seu do bem estar físico e mental.

1.3 Objetivos

1.3.1 Geral

Analisar a aptidão cardiorrespiratória, a composição corporal e a Capacidade de Trabalho dos oficiais, subtenentes e sargentos do 18° Batalhão Logístico.

1.3.2 Específicos

-Determinar o perfil de aptidão cardiorrespiratória, dos oficias, subtenentes e sargentos do 18o. B Log;

- Determinar o índice de massa corporal dos oficias, subtenentes e sargentos do 18o. B Log;

- Determinar o percentual de gordura, dos oficias, subtenentes e sargentos do 18o. B Log;

- Determinar o índice de circunferência cintura-quadril; dos oficias, subtenentes e sargentos do 18o. B Log;

- Determinar os níveis de Capacidade de Trabalho dos oficias, subtenentes e sargentos do 18o. B Log;

1.4 Delimitações

* O estudo se limitará aos Oficiais, Subtenentes e Sargentos do 18° B Log.

1.5 Limitações

* Informações coletadas por questionários.

* Testes não foram realizados em condições similares, devido a variações de temperaturas e horários diferentes.

2 REVISÃO DA LITERATURA

A revisão da literatura foi dividida em quatro seções, Aptidão Física relacionada à saúde e ao trabalho, a Educação Física Militar, Aptidão Cardiorrespiratória e Capacidade para o Trabalho.

2.1 Aptidão Física relacionada à saúde e ao trabalho.

Os benefícios da atividade física sempre foram exaltados na história ocidental, contudo, foi somente a partir da segunda metade do século XX que as evidências científicas que suportam estes pressupostos começaram a se acumular (USDHHS, 1996 apud AÑEZ).

Segundo Boldori (2002) prática de esportes e de exercícios físicos regulamente, aumentam o rendimento físico de seus praticantes, através da melhoria da eficiência funcional do organismo. Essa eficiência funcional do organismo é chamada de aptidão física, que é um indicador importante para o desenvolvimento das atividades diárias do trabalhador.

Caspersen et al (1985 apud NAHAS, 2003) define atividade física como qualquer movimento corporal produzido pela musculatura esquelética - portanto voluntário, que resulte num gasto energético acima de níveis de repouso. Porém atividade física e exercício físico, não são sinônimos, apesar de estarem relacionados (NAHAS, 2003).

De acordo com Brasil (2002), indivíduos aptos fisicamente têm uma recuperação mais rápida e são mais resistentes a doenças e lesões. O aumento da aptidão física está relacionado à prontidão dos militares para o combate.

Aptidão física relacionada à saúde, inclui componentes que possibilitam mais energia para o trabalho e as tarefas cotidianas, diminuindo o risco de desenvolver doenças relacionadas a baixos níveis de atividade física. (NAHAS, 2003).

Pate (1988, apud BOLDORI, 2002) define a AFRS (Aptidão Física Relacionada à Saúde) como a capacidade de realizar tarefas diárias com vigor e, demonstrar traços e características que estão associados com um baixo risco do desenvolvimento prematuro de doenças hipocinéticas.

Nahas (2003) estabelece que aptidão física relacionada à saúde inclui elementos fundamentais para a vida ativa, com menos risco de doenças hipocinéticas, e a aptidão física motora ou atlética, que deve incluir, além dos fatores de aptidão física relacionada à saúde, os fatores de performance do grupo de interesse.

2.2 A Educação Física Militar

A Escola de Educação Física do Exército, fundada em 1933, foi por muito tempo fonte do movimento de Educação Física no Brasil.

De acordo com Goellener (1993, apud FILHA, 2004) a EsEFEx, difundia o método Francês de Educação Física Realizado na Escola Joiville-le-Pont. A EsEFEx foi agente formadora do pensamento pedagógico da época e garantindo o delineamento da Escola Nacional de Educação Física, criada em 1939. Escolas essas que formavam os professores e difundiam a Educação Física no país pelo método francês.

A Educação Física nas OM era seguida pelo manual C 21-20 que tinha a finalidade de estabelecer as bases e fornecer os elementos essenciais para ministrar Educação Física no Exército. O método adotado era o ecletismo que permiti-lhe qualquer nova forma de exercício, desde que autorizado pelo Estado-Maior do Exército, através da EsEFEx.

Além da saúde, a educação física bem orientada dá ao praticante a indispensável aptidão física a para a vida cotidiana e para guerra, através do desenvolvimento das diversas qualidades físicas, essa era a definição quanto à aptidão física.

Hoje o manual que dá as diretrizes para o treinamento físico é o C 20-20, edição de 2002, tem por finalidade estabelecer procedimentos para o planejamento, a coordenação, a condução e a execução da atividade física no Exército Brasileiro e abrangir os aspectos fundamentais do treinamento físico militar (TFM).

Destacando ainda os objetivos do treinamento físico militar, sendo eles:

-Desenvolver, manter ou recuperar a aptidão física necessária para o desempenho de sua função.

-Contribuir para a manutenção da saúde do militar.

-Assegurar o adequado condicionamento físico necessário ao cumprimento da missão.

-Cooperar para o desenvolvimento de atributos da área afetiva.

-Estimular a prática desportiva em geral.

2.3 Composição Corporal

A composição corporal é um dos componentes mais importantes para a Cineantropometria (LOPES; PIRES NETO, 1996 apud FILHA, 2004).

GeTtman (1999) citado por Filha (2004) define como "associação do peso magro com o de gordura corporal, originando o peso corpóreo".

Uma maneira simples e prática de determinar a massa corporal é o cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC), também definido como Índice de Quetelet (NAHAS, 2003).

Tabela 1: Tabela normativa do índice de massa corporal (Kg/m2).

IMC

Classificação

Até 18,4

Baixo Peso

18,5 - 24,9

Faixa Recomendável

25 - 29,9

Sobrepeso

30 - 34,9

Obesidade I

35 - 39,9

Obesidade II

40 ou mais

Obesidade III

Fonte: Organização Mundial de Saúde (OMS) citado por Nahas (2003).

Outro indicador para determinar o padrão de obesidade é o coeficiente entre as medidas de cintura e quadril (ICQ - Índice Cintura-Quadril) (NAHAS, 2003).

Bray; Gray (1988), Heyward; Stolarczyk (1996) citado por Pitanga (2004) sugere uma classificação do índice de circunferência cintura-quadril, conforme podemos demonstrar na Tabela 2.

Tabela 2: Tabela normativa do índice relação cintura quadril.

Idade

Baixo

Moderado

Alto

Muito Alto

Até 29

< 0,83

0,83 - 0,88

0,89 - 0,94

> 0,94

30 - 39

< 0,84

0,84 - 0,91

0,92 - 0,96

> 0,96

40 - 49

< 0,88

0,88 - 0,95

0,96 - 1,00

> 1,00

50 - 59

< 0,90

0,90 - 0,96

0,97 - 1,02

> 1,02

60 - 69

< 0,91

0,91 - 0,98

0,99 - 1,03

> 1,03

Fonte: Bray; Gray (1988), Heyward; Stolarczyk (1996) citado por Pitanga (2004).

Em muitos países, o excesso de gordura é um dos maiores problemas de saúde (NAHAS, 2003).

Pitanga (2004), afirma que o excesso de gordura corporal, aumenta o risco de desenvolvimento de doenças cardíacas, hipertensão, dislipidemias, diabetes, ósteo-artrite, e certos tipos de câncer.

Heyward; Stolarczyk (1996) citado por Pitanga (2004), sugere uma classificação do percentual de gordura, conforme demonstrado na Tabela 3.

Tabela 3: Tabela normativa do percentual de gordura.

Classificação

Porcentagem

Abaixo do normal

Até 16%

Normal

12 a 18%

Acima do normal

18 a 25%

Tendência a obesidade

> 25%

Fonte: Heyward; Stolarczyk (1996) citado por Pitanga (2004).

2.4 Aptidão Cardiorrespiratória

Fernandes Filho (1999) define capacidade cardiorrespiratória como sendo a habilidade de realizar atividades físicas, de caráter dinâmico, que envolvam grande massa muscular com intensidade de moderada a alta, por períodos longos de tempo.

Pitanga (2004) caracteriza aptidão cardiorrespiratória como capacidade do organismo em se adaptar a esforços físicos moderados, envolvendo a participação de grandes grupos musculares, por períodos de tempo relativamente longos.

O componente respiratório está diretamente associado aos níveis de saúde do indivíduo, porque baixa os níveis deste componente têm sido correlacionados a várias causas (FERNANDES FILHO, 1999).

Nahas diz para manter o organismo vivo e realizar tarefas físicas e mentais as células necessitam constantemente de oxigênio e outros nutrientes, como por exemplo, a glicose e a gordura. O sistema cardiorrespiratório composto pelos pulmões, coração e circulação sanguínea é responsável pelo funcionamento do organismo e a eliminação de subprodutos das reações químicas celulares, como o gás carbônico, ácido lático e o calor produzido durante a atividade física.

Quando o consumo muscular de oxigênio e nutrientes é maior que o fornecimento, ocorre o trabalho anaeróbico, gerando resíduos e consequentemente a fadiga muscular, causando o interrompimento do trabalho, sendo o sistema cardiorrespiratório imprescindível para o fornecimento de oxigênio e nutrientes aos músculos envolvidos no trabalho.

Os exercícios aeróbios contribuem para o desenvolvimento do músculo cardíaco e os demais componentes do sistema cardiorrespiratório, melhorando e mantendo a aptidão. Exercícios aeróbios incluem atividades de média e longa duração, com intensidade variando de leve a moderada de forma rítmica e dinâmica, como as corridas, caminhadas, natação, danças e ginástica aeróbicas (NAHAS, 2003).

Existe um componente genético, que influência na aptidão física de cada indivíduo, porém quem não tem essa tendência, pode desenvolver benefícios para a saúde e níveis satisfatórios de aptidão física. A aptidão Cardiorrespiratória depende das qualidades do coração, pulmões, sangue e vasos sanguíneos e da capacidade das fibras musculares de utilizarem o oxigênio transportado para produzir energia (NAHAS, 2003).

O melhor critério para a avaliação da aptidão cardiorrespiratória é o consumo máximo de oxigênio ou potência aeróbica (VO2max). (FLETCHER et al. 2001, apud AÑEZ).

Quantidade de oxigênio que um indivíduo consegue captar do ar alveolar, transportar aos tecidos pelo sistema cardiovascular e utilizar a nível celular na unidade de tempo, é denominado VO2 (MARINS, 1998).

A American Heart Association (1972) citado por Pitanga (2004) sugere uma classificação por faixa etária do consumo de VO2max, conforme podemos demonstrar na Tabela 4.

Tabela 4: Tabela normativa de capacidade aeróbica (VO2max).

Idade

Muito Fraco

Fraco

Regular

Boa

Excelente

20 - 29

Até 25

25 - 23

34 - 42

43 - 52

> 52

30 - 39

Até 23

23 - 30

31 - 38

39 - 48

> 48

40 - 49

Até 20

20 - 26

27 - 35

36 - 44

> 44

50 - 59

Até 18

18 - 24

25 - 33

34 - 42

> 42

60 - 69

Até 16

18 - 22

23 - 30

31 - 40

> 40

Fonte: American Heart Association (1972) citado por Pitanga (2004).

Segundo a ACSM (2000 apud AÑEZ), o consumo de oxigênio pode ser estimado a partir da carga de trabalho suportada durante exercício máximo ou submáximo, sem a mensuração dos gases espirados. Tais procedimentos requerem o seguimento de um protocolo específico, além da colaboração dos participantes.

Os objetivos a serem atingidos no Teste de Aptidão Física do Exército Brasileiro, são estabelecidos em função das diferentes idades, definidas por pesquisa científica concluída, levando em conta que, com a idade e a realização do treinamento físico, há uma alteração da condição orgânica que se refletirá numa mudança natural do desempenho físico (BRASIL, 2005).

CORRIDA DE 12 MINUTOS (distância).

Tabela 5: Tabela de avaliação da corrida do TAF.

Idade

I

R

B

MB

E

19

Até 2699

2700 -2799

2800 -3099

3100 -3199

3200

20

Até 2749

2750 -2849

2850 -3149

3150 -3249

3250

21

Até 2799

2800 -2899

2900 -3149

3150 -3249

3250

22

Até 2699

2700 -2849

2850 -3099

3100 -3249

3250

23

Até 2699

2700 -2849

2850 -3099

3100 -3199

3200

24

Até 2699

2700 -2799

2800 -3099

3100 -3199

3200

25

Até 2599

2600 -2749

2750 -3049

3050 -3199

3200

26

Até 2599

2600 -2749

2750 -3049

3050 -3149

3150

27

Até 2599

2600 -2749

2750 -3049

3050 -3149

3150

28

Até 2549

2550 -2699

2700 -2999

3000 -3149

3150

29

Até 2549

2550 -2699

2700 -2999

3000 -3149

3150

30

Até 2499

2500 -2649

2650 -2999

3000 -3149

3150

31

Até 2499

2500 -2649

2650 -2949

2950 -3099

3100

32

Até 2499

2500 -2649

2650 -2949

2950 -3099

3100

33

Até 2499

2500 -2649

2650 -2949

2950 -3099

3100

34

Até 2399

2400 -2599

2600 -2899

2900 -3099

3100

35

Até 2399

2400 -2599

2600 -2849

2850 -2999

3000

36

Até 2349

2350 -2549

2550 -2849

2850 -2999

3000

37

Até 2349

2350 -2549

2550 -2849

2850 -2999

3000

38

Até 2349

2350 -2499

2500 -2799

2800 -2949

2950

39

Até 2349

2350 -2499

2500 -2799

2800 -2949

2950

40

Até 2299

2300 -2499

2500 -2799

2800 -2949

2950

41

Até 2299

2300 -2499

2500 -2749

2750 -2949

2950

42

Até 2249

2250 -2449

2450 -2749

2750 -2949

2950

43

Até 2249

2250 -2449

2450 -2749

2750 -2899

2900

44

Até 2149

2150 -2349

2350 -2699

2700 -2849

2850

45

Até 2099

2100 -2299

2300 -2649

2650 -2799

2800

46

Até 2099

2100 -2299

2300 -2649

2650 -2799

2800

47

Até 2099

2100 -2299

2300 -2599

2600 -2749

2750

Fonte: Portaria Nº. 223-EME (BRASIL, 2005).

2.5 Capacidade de Trabalho

Há muito tempo que se buscam métodos para avaliar a Capacidade de Trabalho. Segundo Chiavenato (1994, apud BOLDORI, 2002) já Santo Inácio de Loyola se servia de um sistema de relatórios combinados e emitia notas para a Capacidade de Trabalho de cada jesuíta. Em 1842 os servidores públicos dos Estados Unidos também eram avaliados por relatórios, e no ano de 1880 o Exército Americano desenvolveu um sistema de avaliação dos soldados.

Segundo Silveira (1998) recentemente pesquisadores do Instituto de Saúde Ocupacional da Finlândia, desenvolveram um instrumento para avaliar as perdas da Capacidade de Trabalho, uma forma para desenvolver medidas para intervir, promover a saúde e prevenir perdas de performance profissional.

O Índice de Capacidade para o Trabalho, segundo Ilmarinen (1995, p.5 apud, BOLDORI, 2002), é definido como: "quão bem está, ou estará, um (a) trabalhador (a) neste momento ou num futuro próximo, e quão bem ele ou ela pode executar seu trabalho, em função das exigências, de seu estado de saúde e capacidades físicas e mentais".

A Capacidade para o Trabalho não se mantém satisfatória permanentemente, a não ser que o profissional invista nele mesmo, influenciando alguns fatores modificáveis, como atividade física diária aliada ao ambiente de trabalho (BOLDORI, 2002).

O estudo proposto por Tuomi et al. (1997) teve como objetivo determinar a relação entre o nível de saúde e a Capacidade de Trabalho de 4.255 servidores municipais nos anos de 1981 e 1985. Os sujeitos com idade entre 44 e 58 anos em 1981 foram divididos de acordo com a característica de demanda de trabalho, características predominantemente físicas, mentais e mistas. Os resultados combinaram a baixa Capacidade de Trabalho com uma alta prevalência de doenças cardiovasculares e músculo-esqueléticas para os servidores engajados nos serviços com características de demanda predominantemente física para o grupo com idade de 50 anos.

Resultados semelhantes foram obtidos por Silveira (1998), ao avaliar a Capacidade de Trabalho dos bombeiros militares que prestam serviços na Grande Florianópolis-SC, onde identificou uma perda de Capacidade de Trabalho significativa com o envelhecimento na faixa etária de 50 anos.

As doenças mais comuns entre os trabalhadores são: alergia, gastrite, irritação duodenal, lesões nas costas, hipertensão arterial, lesão nos braços e obesidade.

O ICT (Índice de Capacidade de Trabalho) é determinado com base nas respostas dos trabalhadores a questões sobre as demandas do trabalho, estado de saúde e capacidades físicas, mentais e sociais, sendo, para isto, considerada a avaliação subjetiva da percepção do trabalhador sobre sua condição e documentações previas de doenças diagnosticadas por médicos ou licenças obtidas por motivo de doença. Esta metodologia é de fácil acesso e pode ser utilizada por serviços de saúde ocupacional aperfeiçoando as técnicas de investigação e promoção de melhorias tanto no ambiente de trabalho, como na saúde do trabalhador. O questionário do ICT é composto por 7 itens cuja somatória dos pontos atribuídos a cada um deles define o escore total do índice. Os itens possuem pontuações mínimas e máximas e a equivalência de seus valores são ponderadas conforme as características específicas da atividade realizada no trabalho. (Tabela 6).

Tabela 6: Índice de Capacidade para o Trabalho: seus itens e seus valores referenciais.

ÍTEM

Escores alcançáveis

Capacidade para o trabalho atual comparada com a melhor de toda a vida

0 - 10

Capacidade para o trabalho em relação às exigências do trabalho

2 - 10

Número atual de doenças diagnosticadas por médico

1 - 7

Perda estimada para o trabalho devido às doenças

1 - 6

Faltas ao trabalho por doenças nos últimos 12 meses

1 - 5

Prognóstico próprio sobre a capacidade para o trabalho daqui a dois anos

1 - 4 - 7

Recursos mentais

1 - 4

Fonte: Índice de Capacidade para o Trabalho - TUOMI et al (1997).

3 METODOLOGIA

Este capítulo apresentará os caminhos metodológicos desta pesquisa, visando atingir os objetivos do estudo. Será apresentada no primeiro tópico a característica do estudo. No tópico seguinte será apresentada à amostra, e na seqüência os instrumentos de medida, procedimento para a coleta e o tratamento estatístico.

3.1 Caracterização do Estudo

Neste estudo procurou-se analisar a aptidão cardiorrespiratória, avaliado pelos índices obtidos o teste de 12 minutos, a composição corporal e a Capacidade de Trabalho, de 36 militares do 18º B Log,

Esta pesquisa foi de natureza descritiva. Mattos; Rosseto Jr e Blecher, afirmam que:

"O método descritivo tem como característica observar, registrar, analisar, descrever e correlacionar fatos ou fenômenos sem manipulá-los, procurando descobrir com precisão e a freqüência em que o fenômeno ocorre em relação com outros fatores".

3.2 Amostra

Os participantes deste estudo são militares servindo no 18º B Log, em Campo Grande, no Estado de Mato Grosso do Sul, serão avaliados apenas os Oficiais, Subtenentes e Sargentos, não fazendo parte desta amostra os Cabos e Soldados.

Participaram dos testes 36 militares do sexo masculino, sendo 12 oficiais, 3 subtenentes e 21 sargentos, com idade entre 21 e 47 anos.

3.3 Instrumentos de medida

Será utilizado como instrumento de coleta de dados, um questionário fechado e adaptado para avaliar o Índice de Capacidade para o Trabalho, proposto por Tuomi et al. (1997), que é determinado com base na soma das respostas a 7 questões, onde são investigadas a demanda psicofísica do trabalho e as condições de saúde, onde é identificando a percepção do trabalhador sobre sua Capacidade de Trabalho. A pontuação vai de 07 a 49 pontos, identificando a sua Capacidade de Trabalho atual. O limite de corte para fins de classificação: baixo, de 07 a 27 pontos, moderado, de 28 a 36 pontos, bom, de 37 a 43 pontos e excelente, de 44 a 49 pontos.

Os instrumentos para coleta de dados antropométrico e de aptidão cardiorrespiratória foram:

    • Compasso de dobras cutâneas marca Cescorf (0,01 mm);
    • Trena marca Sanny (2 m);
    • Balança Filizola (100 g) com estadiômetro;
    • Cronômetro marca Cássio;
    • Ficha de coleta de dados, e
    • Caneta e papel para anotação.

3.4 Procedimentos de Medida

3.4.1 Avaliação Antropométrica

Para a avaliação antropométrica, foi selecionada a medidas massa corporal (Kg) e estatura corporal (m) para obtenção do Índice de Massa Corporal (IMC). Foram utilizadas as medidas de dobras cutâneas para verificação da densidade corporal. As medidas de circunferência de cintura e do quadril foram escolhidas para obtenção do índice Relação Cintura Quadril (RCQ), relacionado à forma de distribuição de gordura corporal.

Massa corporal: a massa corporal foi medida uma única vez com uma balança Filizola com precisão de 100g. Procedimentos: o avaliado estava descalço, usando apenas calção e camiseta, em pé no centro da plataforma, com o olhar fixo num ponto à frente.

Estatura corporal: para a realização da medida, foi utilizado o estadiômetro Filizola, com precisão de 0,5 cm. Procedimentos: o avaliado estava descalço, na posição ortostática (de pé), com os calcanhares unidos e braços relaxados, mantendo-se o mais ereto possível. A cabeça foi posicionada pelo plano de Frankfurt (Plano de Frankfurt: linha imaginária que passa pelo ponto mais baixo do bordo inferior da órbita direita e pelo ponto mais alto do bordo superior do meato auditivo externo direito).

Dobras cutâneas (DC): medida que visa quantificar a gordura subcutânea e a e estimar a gordura corporal. O instrumento utilizado foi um compasso de dobras cutâneas marca "Cescorf", de precisão de 0,01 mm. Foram medidas 3 dobras, peitoral (PE), abdominal (AB) e coxa (CX), sugeridos por Pollock (1984). Foram medidas três vezes sucessivas no mesmo local, considerando-se a média como valor real. Todas as medidas foram feitas pelo mesmo avaliador. As medidas que ocorreram discrepância superior a 5% entre uma das medidas e as demais do mesmo local, uma nova série foi realizada, procedimento recomendado por Fernandes Filho (1999).

- Dobra Cutânea Peitoral (PE): Na linha que vai do mamilo à prega axilar, medida entre terço proximal e o médio, a axila. Medida obliqua para baixo.

- Dobra Cutânea Abdominal (AB): Localizada à direita da cicatriz umbilical.

- Dobra Cutânea da Coxa (CX): Ponto médio entre a prega inguinal, ao nível da espinha ilíaca Antero superior, e o bordo proximal da patela. Medida vertical.

O protocolo utilizado para a realização desde estudo foi o protocolo de Pollock (1984) de 3 dobras cutâneas.

Composição corporal: foi utilizada a equação proposta por Siri:

DC = 1,1093800 - 0,0008267(Σ3) + 0,0000016(Σ)² - 0,0002574(idade)

(Σ3) = somatσrio das dobras peitoral, abdominal, coxa.

%G = ((4,95 / DC) - 4.50) x 100

3.4.2 Avaliação da aptidão cardiorrespiratória

Foi aplicado o teste de corrida de 12 minutos (Teste de Cooper), uma das provas que compõem o Teste de Avaliação Física (TAF) do Exército Brasileiro (BRASIL, 2005)

Teste de 12 minutos:

"Na posição inicial de pé, cada militar deverá correr ou andar a distância máxima no tempo de 12 minutos, podendo haver ou não interrupções ou modificações do ritmo de corrida. A prova deverá ser realizada em piso duro (asfalto ou similar) e plano, com as distâncias marcadas de 50 em 50 metros, sendo considerada como resultado final a próxima marca a ser ultrapassada pelo militar. Para marcação, deverá ser utilizada uma trena de 50 ou 100 metros anteriormente aferida. O uniforme será o 5o A, podendo ser utilizado tênis apropriado para a corrida (BRASIL, 2005)."

A corrida foi realizada em uma pista plana de asfalto, com aproximação de 50 m para marcação imediatamente posterior. O teste foi realizado com a amostra utilizando o uniforme de treinamento físico, composto de camiseta, short, meia e tênis de corrida.

O VO2 max, foi calculado pelo protocolo de Cooper:

D = Distância percorrida em metros

VO2 em ml(Kg.min)

3.5 Tratamento Estatístico

Para o tratamento estatístico dos dados, foi utilizada a estatística descritiva (média, desvio padrão) gráficos e tabelas.

3.6 Limitação da pesquisa

As seguintes limitações foram assumidas neste estudo:

- Somente os voluntários fizeram parte do estudo.

- A variável alimentação, não pode ser verificada, tendo em vista que os militares jantam em casa e nem todos almoçam no quartel.

4. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Os resultados são apresentados na forma de gráficos e tabelas e para melhor visualização. Inicialmente apresentam-se as características descritivas da amostra; a seguir, a caracterização da aptidão Cardiorrespiratória, da composição corporal e da Capacidade de Trabalho.

4.1 Características Demográficas

Ao analisarmos o estudo, verificamos que a amostra populacional avaliada foi composta por 36 militares, sendo 12 oficiais, 3 subtenentes e 21 sargentos, do sexo masculino, servindo no 18º B Log, Gráfico 1.

Gráfico 1: Distribuição da amostra

Na análise dos resultados do grupo pesquisado, constatamos que a média de idade, foi de 32,81 anos (± 6,79), sendo a idade mínima de 21 e a idade máxima de 47 anos, como podemos verificar na tabela 7.

Tabela 7: Características da amostra - Idade

Média

± DP

Menor Valor

Maior Valor

IDADE

32,81

6,79

21,4

47,2

4.2 Variáveis Antropométricas - Composição Corporal

Tabela 8: Valores de média e desvio padrão do índice de massa corporal (IMC), do percentual de gordura e do índice de relação cintura quadril (ICQ).

Variáveis

X

± DP

Menor valor

Maior Valor

IMC

24,2

2,4

19,8

28,6

% G

14,2

7,3

2,2

30,9

ICQ

0,87

0,06

0,75

1,04

Como podemos observar na Tabela 8, verificou-se que em relação ao índice de massa corporal (IMC), a amostra estudada apresentou valores médios considerados normais para a população adulta que é de 20 a 25 Kg/m2.

Segundo Nahas (2003), pessoas com sobrepeso e obesidade têm predisposição para desenvolverem doenças vasculares, renais, digestivas, diabetes, problemas hepáticos e ortopédicos.

Segundo o American College of Sports Medicine citado por Filha (2004), o IMC é considerado aceitável como indicador de composição corporal em estudos populacionais.

Com relação ao índice cintura-quadril, verificou-se que a amostra apresentou valores médios satisfatórios para a saúde que é < de 0,95 para homens.

A distribuição de gordura na relação entre a cintura e o quadril, avalia riscos de doenças como hipertensão, doenças coronarianas, diabetes e outras enfermidades (FERNANDES FILHO, 1999).

Os valores médios de percentual de gordura encontrado na amostra são considerados normais, pois é considerado como normal, valores entre 12 e 18% (PITANGA, 2004) e como risco para a saúde igual ou superior a 25% (NAHAS, 2003).

Além do excesso de gordura corporal ser um problema estético e social, ele dificulta muito os movimentos do corpo nas atividades diárias; além disso, a obesidade geral carrega um estigma social negativo e está associada a uma capacidade de trabalho físico reduzida. Por outro lado, o corpo humano para funcionar adequadamente necessita de uma quantidade mínima de gordura corporal, que para os homens fica entre 5 a 7% do peso corporal NAHAS (2003).

Gráfico 2 - Valores absolutos IMC

Gráfico 3: Proporção de sujeitos quanto ao índice de massa corporal

Observa-se no gráfico 3, que em relação ao índice de massa corporal, 41,6% apresentam sobrepeso e 58,4% estão na faixa recomendável.

Gráfico 4 - Valores Médios de percentual

de gordura e relação cintura-quadril.

Gráfico 5 - Proporção quanto à classificação do percentual de gordura.

De acordo com os dados apresentados no gráfico 5, verifica-se que apenas 25% da amostra está acima do normal, com tendência a obesidade e 75% apresentam percentual de gordura considerado normal.

Gráfico 6: Proporção quanto à relação cintura-quadril.

De acordo com os dados apresentados no gráfico 6, 39% da amostra apresenta baixo risco e 28% apresentam risco alto de desenvolverem doenças cardiovasculares.

4.3 Resistência Cardiorrespiratória (teste de 12 minutos)

A Tabela 9 apresenta valores médios e desvio padrão dos componentes relacionados à resistência cardiorrespiratória: consumo máximo de oxigênio (VO2 max), dos oficiais, subtenentes e sargentos do 18º B Log.

Tabela 9: Valores médios e desvio padrão de VO2max

Variável

X

± DP

Menor Valor

Maior Valor

VO2 (Kg.min)

53,1

5,3

40,1

62,4

Com relação à capacidade cardiorrespiratória, verificou-se que a amostra apresentou valores médios, maiores do que prevê a literatura, que considera bons níveis de valores entre 39 e 48 ml (Kg.min).

Pessoas com baixos níveis de resistência cardiorrespiratória apresentam risco significativo de sofrer um infarto do miocárdio ou morrer precocemente de doenças do coração, tendo uma baixa capacidade de trabalho, fadiga prematura no trabalho e lazer e maior risco de doenças cardiovasculares e pessoas com ativas fisicamente, são menos propensas a esses problemas NAHAS (2003).

Gráfico 7: Proporção quanto à classificação do

teste de 12 minutos, avaliado pela tabela do TAF.

Com base nos dados apresentados no gráfico 7, observa-se que 16,65% dos avaliados, estão abaixo do padrão mínimo exigido pelo Exército Brasileiro (conceito "Bom"), e 83,35 apresentam padrão satisfatório, no gráfico 9, observa-se os valores individuais de VO2 max, dos 36 militares avaliados.

Gráfico 9: Valores Individuais de VO2 max.

Gráfico 8: Proporção quanto ao nível de capacidade cardiorrespiratória.

Com base nos dados apresentados no gráfico 8, observa-se que todos os avaliados apresentam níveis satisfatórios de VO2 max, quando avaliados pela tabela proposta pela American Heart Association (1972) citado por Pitanga (2004).

4.4 Índice de Capacidade para o Trabalho

Segundo a metodologia do ICT (Índice de Capacidade de Trabalho), a média dos trabalhadores foi de 43,97 (± 4,2), sendo que a maioria foi classificada como ótima Capacidade para o Trabalho, como mostra a Tabela 10.

Tabela 10: Capacidade de Trabalho.

Capacidade para o Trabalho

Resultado da Pesquisa (n) %

Índice de Capacidade de Trabalho

Baixa Capacidade - (0)

Moderada Capacidade - (2) 6%

Boa Capacidade - (10) 28%

Ótima Capacidade - (24) 67%

Gráfico 10: Valores Percentuais Relacionados ao Índice de Capacidade de Trabalho.

Com base nos dados apresentados na tabela 9 e no gráfico 10, que apenas 2 militares (6%), encontram-se com índice moderado de Capacidade para o Trabalho, são recomendadas medidas para melhorá-los; 10 militares (28%) apresentam índices de Capacidade de Trabalho classificada como boa, e devem receber informações como mantê-lo, e 24 militares (67%), apresentam índices de Capacidade para o Trabalho classificado como ótimo, devem receber informações sobre quais fatores no trabalho, relacionados ao estilo de vida que mantêm e quais enfraquecem a Capacidade para o Trabalho.

5 CONSIDEARÇÕES FINAIS

Com base na análise dos dados no presente estudo, conclui-se:

- Com relação aos componentes da composição corporal, 41,6%, dos militares apresentam sobrepeso e 25%, com o percentual e gordura acima do normal, o que é considerado alto, pelo tipo de atividade exercida pelos militares, onde em princípio a demanda de exercício é elevada, com isso os resultados apresentaram um percentual de 28% com indicativo de risco alto para doenças cardiovasculares, o que vem a questionar a eficiência desta atividade física. Sabemos que junto com o exercício físico temos que associar hábitos de vida saudável, o que normalmente não é seguido pela população. A simples prática de uma atividade física muitas vezes não sistemática é tida como um antídoto para doenças cardiovasculares, quando na verdade estas atividades não asseguram uma imunização às doenças relacionadas ao sistema cardiovascular

- Com relação à capacidade cardiorrespiratória, avaliados pela tabela proposta pela American Heart Association (1972) citado por Pitanga (2004), todos apresentaram níveis satisfatórios, porém quando avaliados pela tabela do Teste de Aptidão Física, 16,65% dos militares apresentaram resultados abaixo do padrão mínimo exigido (conceito "bom") pelo Exército Brasileiro, esta exigência é devido a melhoria da aptidão física contribuir para o aumento significativo da prontidão dos militares para o combate, e os indivíduos aptos fisicamente serem mais resistentes à doenças e se recuperam mais rapidamente de lesões do que pessoas não aptas fisicamente. Além disto, e mais importante, os indivíduos mais aptos fisicamente têm maiores níveis de auto-confiança e motivação.

- Com relação à Capacidade para o Trabalho, 67% apresentaram índices excelentes de Capacidade de Trabalho, precisando apenas manter esses índices, 28% apresentaram bons índices, precisando de orientação para mantê-los e apenas 6% apresentaram índices moderados, precisando de orientação para melhorá-lo.

- Entretanto, os militares apresentam níveis médios de composição corporal, de aptidão cardirrespiratória e de Capacidade de Trabalho satisfatórios.

Recomendações

- No 18º Batalhão Logístico, tem um militar responsável pelo treinamento físico militar (TFM), que é o oficial de treinamento físico (OTFM), que sempre está à disposição nos horários de TFM, para orientações e prescrições de treinamentos ou para inserir os militares voluntários nos programas de condicionamento físico.

- Os militares deverão concentrar esforços para realizar as seções de TFM, tentando conciliar o horário com o cumprimento das missões diversas, ou quando não houver essa possibilidade, realizar atividades físicas paralelas em horários fora do expediente.

- Acompanhamento de um nutricionista, já que o Hospital Militar (HGeCG) tem esta especialidade, a fim de melhorar os hábitos alimentares com uma dieta saudável, pois o que comemos e o que fazemos têm um efeito direto em nossa saúde.

- Para a promoção da Capacidade de Trabalho, algumas sugestões podem ser aplicadas, como diminuição da carga e melhorando o ambiente de trabalho, melhorando o grupo de trabalho, sua organização, melhorando a capacidade funcional e promovendo as habilidades profissionais, com avaliações periódicas da Capacidade para o Trabalho.

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AÑEZ, C. R. R. Sistema de avaliação para a promoção e gestão do estilo de vida saudável e da aptidão física relacionada à saúde de policiais militares. 2003. [Tese de Doutorado] - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis - SC, 2003.

BOLDORI, R. Aptidão física e sua relação com a Capacidade de Trabalho dos bombeiros militares do estado de Santa Catarina. 2002. [Dissertação de mestrado] - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis-SC, 2002.

BRASIL. Manual de Campanha C-2020. Treinamento Físico Militar 3ª Edição, 2002.

BRASIL. Estado-Maior do Exército. Portaria Ministerial nº. 739, de 16 de setembro de 1997. Aprova a diretriz para o treinamento físico militar e a sua avaliação e dá outras providências. Brasília, 1997.

CARVALHO, R. B. C. Perfil de aptidão física relacionada à saúde de pessoas apartir de 50 anos praticantes de atividades físicas. 2003. [Dissertação de mestrado] - Universidade Estadual de Campinas, Campinas - SP, 2003.

FERNANDES FILHO, José. A prática da avaliação física. Rio de Janeiro: Shape, 1999.

FILHA, M. J. A. B. Nível de aptidão física relacionado à saúde dos policiais militares que trabalham no serviço de rádio-patrulha do 5º Batalhão de João Pessoa. 2004. [Monografia] - Academia Militar do Cabo Branco. João Pessoa - PB, 2004.

GIATI; BARRETO, 2002. Saúde, trabalho e envelhecimento no Brasil. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, mai-jun, 2003.

GUEDES, Dartagnan Pinto; GUEDES, Joana E. R. Pinto. Controle do Peso

Corporal: Composição corporal, atividade física e nutrição. Midiograf, 1998.

MARINS, J.C.B. & GINANICHI. R.S. Avaliação & Prescrição de Atividade Física. Guia Prático. SHAPE, 2ª ed. Rio de janeiro, 1998.

MATTOS; M.G.; ROSSETO JÚNIOR, A.J.; E BLECHER, S. Teoria e Prática da Metodologia da Pesquisa em Educação Física: construindo sua monografia, artigo e projeto de ação. São Paulo: Phorte, 2004.

NAHAS, M. V. Atividade física, saúde e qualidade de vida: conceitos e sugestões para um estilo de vida. 2ª edição, Londrina, Midiograf, 2003.

PITANGA, Francisco José Gondim. Testes, medidas e avaliações em educação física. 3.ed. São Paulo: Phorte, 2004.

SILVEIRA, J. L. G. Aptidão Física, Índice Capacidade de Trabalho e Qualidade de Vida de Bombeiros de Diferentes Faixas Etárias em Florianópolis - SC. 1998. [Dissertação de Mestrado] - Universidade de Federal de Santa Catarina. Florianópolis, UFSC, 1998.

TUOMI, K. et alii. Índice de Capacidade para o Trabalho. In: Fischer FM, Derntl AM, tradutores. Helsinki: Instituto de Saúde Ocupacional; 1997.

WEINECK, J. Treinamento Ideal. Manole. Rio de Janeiro, 1999.

7 ANEXO

7.1 Questionário

Nome:________________________________________________ Idade:_______

1) Suponha que a sua melhor capacidade para o trabalho tem um valor igual a 10 pontos.

Assinale com X um número na escala de zero a dez, quantos pontos você daria para sua

capacidade de trabalho atual.

[ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

estou incapaz estou em minha melhor

para o trabalho capacidade para o trabalho

2.1) Como você classificaria sua capacidade atual para o trabalho em relação às exigências físicas do seu trabalho? (Por exemplo, fazer esforço físico com partes do corpo)

muito boa .......................................................... 5 [ ]

boa .................................................................... 4 [ ]

moderada .......................................................... 3 [ ]

baixa ................................................................. 2 [ ]

muito baixa ....................................................... 1 [ ]

2.2) Como você classificaria sua capacidade atual para o trabalho em relação às exigências mentais do seu trabalho? (Por exemplo, interpretar fatos, resolver problemas, decidir a melhor forma de fazer)

muito boa .......................................................... 5 [ ]

boa .................................................................... 4 [ ]

moderada .......................................................... 3 [ ]

baixa ................................................................. 2 [ ]

muito baixa ....................................................... 1 [ ]

3) Quais as doenças abaixo, diagnosticadas por MÉDICO, você tem atualmente?

( ) Dor lombar ( ) Obesidade

( ) Hipertensão ( ) Doença cardíaca

( ) Artrite ( ) Depressão

( ) Alergia ( ) Diarréia

( ) Cálculo renal ( ) Doença sexual

( ) ___________ ( ) __________

4) Sua lesão ou doença é um impedimento para seu trabalho atual? (Você pode marcar mais de uma resposta nesta pergunta)

Não há impedimento / eu não tenho doença .... 6 [ ]

Eu sou capaz de fazer meu trabalho, mas ele

me causa alguns sintomas .............................. .5 [ ]

Algumas vezes preciso diminuir meu ritmo de

trabalho ou mudar meus métodos de trabalho . 4 [ ]

Freqüentemente preciso diminuir meu ritmo

de trabalho ou mudar meus métodos de trabalho .3 [ ]

Por causa de minha doença sinto-me capaz de

trabalhar apenas em tempo parcial ................... 2 [ ]

Na minha opinião estou totalmente

incapacitado para trabalhar .............................. 1 [ ]

5) Quantos dias inteiros você esteve fora do trabalho devido a problema de saúde, consulta

médica ou para fazer exame durante os últimos 12 meses?

nenhum ............................................................. 5 [ ]

até 9 dias ........................................................... 4 [ ]

de 10 a 24 dias .................................................. 3 [ ]

de 25 a 99 dias .................................................. 2 [ ]

de 100 a 365 dias .............................................. 1 [ ]

6) Considerando sua saúde, você acha que será capaz de daqui a 2 anos fazer seu trabalho

atual?

é improvável ..................................................... 1 [ ]

não estou muito certo ....................................... 4 [ ]

Bastante provável ............................................. 7 [ ]

7.1) Recentemente você tem conseguido apreciar suas atividades diárias?

sempre .............................................................. 4 [ ]

quase sempre .................................................... 3 [ ]

às vezes ............................................................ 2 [ ]

raramente ......................................................... 1 [ ]

nunca ................................................................ 0 [ ]

7.2) Recentemente você tem se sentido ativo e alerta?

sempre .............................................................. 4 [ ]

quase sempre .................................................... 3 [ ]

às vezes ............................................................ 2 [ ]

raramente .......................................................... 1 [ ]

nunca ................................................................ 0 [ ]

7.3) Recentemente você tem se sentido cheio de esperança para o futuro?

sempre .............................................................. 4 [ ]

quase sempre .................................................... 3 [ ]

às vezes ............................................................ 2 [ ]

raramente .......................................................... 1 [ ]

nunca ................................................................ 0 [ ]

MONOGRAFIA - TRABALHO DE GRADUAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Monografia apresentada ao Departamento de Educação Física da UFMS - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, como requisito parcial para a obtenção do Título de Graduado em Educação Física, sob orientação do Prof. Ms. Tamir Freitas Fagundes.

Esta monografia foi julgada e aprovada para a obtenção do Grau de Licenciado em Educação Física no Departamento de Educação Física, Centro de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

CAMPO GRANDE, 06 DE JUNHO DE 2007.

Dedico aos meus pais, pelo amor e educação que me deram.

À minha esposa pela compreensão e carinho.

Ao meu filho (a), que em pouco tempo fará os meus dias mais felizes.

Aos meus Comandantes pelo apoio para a execução do estudo.

Aos meus amigos pela ajuda e orientação.

AGRADECIMENTOS

À Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.

Aos funcionários do Departamento de Educação Física.

Ao orientador Prof. MS Tamir Freitas Fagundes, pelo acompanhamento pontual e competente.

Aos professores do Curso de Educação Física.

Aos Capitães e amigos, Ferrari e Michel Gonçalves, pelo apoio e incentivo.

A todos os voluntários que contribuíram para a realização desta pesquisa.

 

Autor:

Maurilio Miranda Pereira

ten_maurilio[arroba]yahoo.com.br

Monografia apresentada ao Departamento de Educação Física da UFMS - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, como requisito parcial para a obtenção do Título de Graduado em Educação Física, sob orientação do Prof. Ms. Tamir Freitas Fagundes.



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