Tamanduás requerem uma dieta especial e um tratamento específico em cativeiro, devido à dificuldade em se obter cupins e formigas diariamente, têm-se desenvolvido um alimento que substitui os mesmos e que mantém as exigências nutricionais desses animais. Para isso foi desenvolvido uma papa com ingredientes específicos durante a criação de um filhote macho de tamanduá-bandeira no Parque Zoológico de Goiânia, Goiás. Tendo-se como melhor resposta a Dieta IV composta de leite, gema de ovo, creme de leite, banana, ração canina, probiótico, mamão, couve, cenoura e alface, proporcionando respostas nutricionais positivas pelo animal.
Palavras chave: cativeiro, taurina, nutrição.
O tamanduá bandeira pertence à família Myrmecophagidae, sendo encontrado no sudeste do México, América Central e América do Sul, Paraguai e Argentina. Apresentam língua longa e protátil, glândulas salivares desenvolvidas, cuja secreção auxilia na atividade alimentar; e não possuem dentes, possuem adaptações anatômicas, comportamentais e fisiológicas voltadas à alimentação constituída de formigas, cupins e seus ovos, além de larvas de besouros (Iasbeck, J. R. et al, 2008).
Estudos sobre a dieta do tamanduá feitos em cativeiro reportam que a espécie prefere cupins a formigas ( Carvalho e Kloss, 1951; Carvalho 1966), e em cativeiro não é possível manter tal dieta.
Em estudo realizado utilizando duzentos casos de doença em 103 tamanduás, 20% se referem a problemas nutricionais, sendo 11,5% por absorção inadequada e 8,5% por deficiências (Diniz et al.,1995).
Eles diferem dos insetívoros facultativos, pois necessitam de todos os seus requerimentos nutricionais a partir da ingestão de insetos. A composição nutricional destes é, inclusive, variável, de acordo com a fase de desenvolvimento em que se encontram. Outra particularidade é a presença de quitina, um polissacarídeo estrutural com função semelhante à da celulose para os herbívoros (Allen, 1992; Edwards & Ewandowski, 1996).
A dieta usual em Zoológicos para Myrmecophaga é constituida de leite de baixa lactose, ovos, carne moida, iorgute, ração comercial e suplementação com vitamina K (Miranda & Costa, 2006).
O objetivo desse trabalho foi desenvolver através de uma alimentação artificial, uma dieta com respostas positivas ao animal afim de obter uma boa adaptabilidade pelo mesmo.
No presente trabalho, um filhote de tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla), do sexo masculino, com aproximadamente duas semanas de vida, foi encontrado pelo Corpo de Bombeiro no município de Bela Vista, Goiás, em novembro de 2007 e levado para o Parque Zoológico de Goiânia, situado na zona urbana de Goiânia, Goiás (Figura 1).
Ao ser recebido, o animal apresentava-se em bom estado de saúde, com peso de 550gr e ficava condicionado na creche do Parque Zoológico, com cuidados especiais.
O acompanhamento do peso era feito (tabela 1) e consequentemente o alimento sofria algumas alterações de acordo com o crescimento e necessidade do animal.
Fornecia-se mamadeira de três em três horas nos primeiros mêses e cupim duas vezes por semana e a papa fornecida tinha seus nutrientes mudados de acordo com problemas que surgiram no animal em relação à sua saúde.
Por serem animais rigorosos na alimentação que são basicamente formigas e cupins e pela dificuldade de se encontrar e fornecer diariamente essa dieta, a alimentação em cativeiro foi se adaptando nos Zoológicos.
A primeira dieta formulada denominada de Dieta I, que serviu de base para todas as outras dietas, continha os seguintes ingredientes:
- leite (água, gordura, proteína, minerais)
- gema de ovo (proteína e aminoácidos como a taurina)
- creme de leite (gordura, cálcio)
Através desta dieta obeteve-se resultados positivos mantendo o peso e após um mês causou um efeito negativo ao animal provocando desconforto intestinal (diarréia).
A Dieta II foi acrescida de:
- banana (cálcio, fósforo, ferro)
- ração canina triturada (proteína, fibra, amido, gordura, vitaminas, minerais)
- probiótico (ajudando na manutenção da flora intestinal)
Nessa dieta com o uso do probiótico e da banana a flora intestinal foi restaurada. Com certo tempo com o uso da dieta, o animal apresentou queda dos pêlos.
Na Dieta III acrescentou-se ingredientes com vitamina A devido à queda:
-mamão (vitaminas A e C, cálcio, potásso)
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