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Em Angola podemos encontrar vários tipos de famílias:
Família composta por pai, mãe ou mas e seus filhos.
Família alargada: Composta por um conjunto de famílias que vivem na mesma casa.
Família Incompleta: é aquela que pode ir da morte a separação dos pais. A família pode assumir uma estrutura nuclear ou conjugal, que consiste em duas pessoas adultas (tradicionalmente uma mulher e um homem) e nos seus filhos, biológicos ou adoptados, habitando num ambiente familiar comum.
Existe também famílias com uma estrutura de pais únicos ou monoparental, trabalhando-se de uma variada estrutura nuclear habitacional devido o fenómenos sociais, como o divórcio, óbito, abandono do lar, ilegitimidade ou adopção de crianças par uma só pessoa.
A família ampliada ou extensa (também dita consanguínea) e uma estrutura mais ampla, que consiste na família nuclear, mais os parentes directos ou colaterais, existindo uma extensão das relações entre pais e filhos para avós, pais e netos.
Nas famílias encontramos acontecimentos iguais e diferentes. As famílias são diferentes porque têm formas de pensar e de estar diferentes, tem uma história de vida própria onde inserem os filhos ou filhas após o nascimento. Estas formas de pensar, de estar relacionam-se com a historia de cada família, com o meio onde vivem com a cultura que adquiriram com os seus antepassados, com a religião ou fé que cultivam.
Assim, todas as famílias têm os seus próprios valores, as suas próprias crenças e costumes, que são a base da educação dos seus filhos e filhas.
Os valores próprios de cada família reflectem-se, ainda nos dias especiais celebrados pela família. Por isso, quando convivemos com colegas ou com pessoas de culturas e religiões diferentes, vamos sempre ter presente as diferenças de conduta dos nossos colegas de turma das suas famílias e de outras famílias em circunstâncias determinadas.
Quando nos unimos por aquilo que temos em comum podemos perceber que todas as pessoas têm direito iguais.
Não há razão para uns serem mais iguais do que outros e podemos dizer que dividir igualmente é dar partes iguais a cada uma das pessoas.
Quando nos unimos por aquilo que nos faz diferentes, podemos descobrir que a diferença tem a sua riqueza e podemos dialogar com pessoas diferentes da nossa condição social, económica, da nossa cultura e das nossas características físicas.
5 - A família na formação da personalidade
É hoje universalmente aceite que o ser humano se configura como pessoa, especialmente nos primeiros anos a sua vida, no seio da própria família. A família tem um lugar insubstituível na formação ou, se quisermos, na formatação da personalidade humana. A família é a comunidade na qual desde a infância se pode assimilar os valores morais e usar correctamente a liberdade. A vida em família é iniciação para a vida em sociedade.
Segundo o concilio Vaticano II, na Constituição Pastoral sobre a Igreja no Mundo contemporâneo, afirma que a família na qual se congregam as diferentes gerações que reciprocamente se ajudam a alcançar uma sabedoria mais plena e a conciliar os direitos pessoais com as outras exigências da vida social constitui assim o fundamento da sociedade. E por esta razão, todos aqueles têm alguma influência nas comunidades e grupos sociais devem contribuir eficazmente para a promoção do matrimónio e da família.
Apesar dos modelos de família sofrerem variações ao longo dos tempos e nos diversos contextos culturais, ela constitui sempre uma base fundamental da sociedade sendo chamada a desempenhar um papel crucial na educação, desenvolvimento e socialização de cada pessoa humana, que a qualidade da vida social acaba por reproduzir em grande parte.
Importa reconhecer que a verdadeira Paz nasce da Justiça e os índices de violência – física psicológica, sexual, económica, cultural, religiosa, etc- tanto na família como na sociedade, são sinal manifesto de graves injustiças que exigem reparação e um processo de reconciliação onde a dignidade de cada pessoa seja reconhecida e respeitada.
Perante os enormes desafios que se colocam hoje as famílias Angolanas e as entidades civis e religiosas a quem é confiado o encargo de as promover e proteger, mesmo reconhecendo a diversidade dos contextos é necessário encontrar estratégias viáveis que uma vez postas em pratica, vão ajudar as famílias a serem mais sólidas estáveis e felizes.
As falsas ideologias, os longos anos de guerra fratricida e de violência, e a pobreza económica extrema dilaceraram profundamente as famílias angolanas. As deslocações forçadas, a falta de habitação condigna, a alimentação insuficiente, o desemprego, o alcoolismo, o sistema de saúde deficitário, as relações extraconjugais, estáveis ou ocasionais, causadoras de chantagens e rivalidades são alguns exemplos de males gerados por uma concepção deturpada de família e agravados pela instabilidade provocada pela guerra. Preocupa-nos sobre maneira o aumento de lares constituídos que gerações múltiplas – avós, pais, filhos e netos – a partilharem espaços limitados, onde se cruzam conflitos por interesses de espaços e de gerações. A disseminação massiva de informação através de diferentes meios de comunicação, principalmente da televisão e da internet, a par das suas vantagens, também tem efeitos nocivos no seio familiar. Não poucas vezes a educação dos filhos, sobre tudo nas cidades, é cofiada as telenovelas, filmes e programas inadequados para as crianças, longe da atenção e do controle dos pais e encarregados de educação, absolvidos como andam pela busca de subsistência, quando não alienados pelo pretexto de uma falsa liberdade, o que acaba por deixar os filhos entregues a sua sorte e expostos a violência, a pornografia, e a outros comportamentos nocivos como o abordo, o desrespeito a autoridade paterna, namoros e casamentos precoces, contra valores amplamente difundidos pela televisão e pela internet.
Alguns contra valores da nossa cultura têm ressurgido com perigosa intensidade. As acusações de feitiçaria, tanto contra as crianças como contra os mais velhos, têm levado a destruição de muitas famílias, causando a exclusão, do seio familiar, destas franjas, já por si necessitadas de carinho e aconchego, traumatizando-as para o resto das suas vidas. A crença na feitiçaria tornou-se tão perniciosa que, até nas grandes cidades, influencia a vida de não só de iletrados mas também de intelectuais, que nela colocam toda a sua confiança.
Reconhece na instituição familiar um dos bens ou valores mais preciosos da humanidade e garante que todas as instituições oferecem o seu apoio a todo o homem que se interessa pelo bem estar das famílias. O futuro da humanidade passa pela família. Por isso, os estados do mundo inteiro têm os olhos voltados para a família cuja estabilidade vem sendo ameaçada de todos os lados, com os reflexos para a sociedade em geral. E a estabilidade, a solidez e a dignidade da comunidade familiar estão intimamente ligadas ao bem estar da pessoa e da sociedade humana, de tal sorte que não é possível mudar o rumo da sociedade humana, em geral esquecendo a família ou sem começar pela família.
9 – Família primeira escola de valores
Os pais devem ser os reais governadores das suas casas. Transmitem os valores quando os vivem e dão testemunho deles de maneira natural quando dão a alguns valores uma importância maior do que aquela que eles encerraram e actuam de acordo com essa valoração, estabelecem uma escola errónea sobre tudo quando preferem valores inferiores aos superiores. O exemplo os pais que obrigam seus filhos, a cumprimentar as pessoas e ele não o faz esses pais não inculcam nos seus filhos uma correcta escola de valores.
Eis alguns valores que é preciso ter em conta: a dignidade, a honestidade, a responsabilidade, o bem, a fidelidade, a justiça, a paciência, a gratidão, a solidariedade, a compaixão, piedade, e o servir etc.
É urgente e importante transformar o mundo, partindo de famílias unidas, felizes e bem estruturadas que eduquem os principais valores, reconheçam o valor da vida e afrontem confiadamente o futuro. A família é chamada a educar as novas gerações nos valores humanos.
No entanto é no seio da família que temos de encontrar, em primeiro lugar as motivações essenciais para a conquista do que queremos para melhorarmos as nossas vidas. O momento histórico que vivemos em Angola, assinala-nos que a família tem vivido problemas complexos pressões que têm a ver com factores endógenos e exógenos de vária ordem, problemas esses que vêm obrigando a estrutura familiar a abdicar do seu próprio ser e da sua missão de formar as pessoas. É uma reflexão baseada no dia – a – dia constituindo, por isso uma plataforma para uma partilha de experiencias e para uma tomada de consciência mais clarificada sobre a situação real em que nos encontramos.
A família deve assumir também as suas responsabilidades e colaborar com o estado no seu esforço para dissuadir o consumo exagerado de bebidas alcoólicas e de substâncias ilícitas, a prostituição a delinquência a violência domestica etc sobretudo entre os mais jovens, pois que estes males afectam o desenvolvimento pleno dos jovens, e não poucas vezes tira-lhes prematuramente a vida, outras como consequências efeitos nocivos que se traduzem nos alarmantes índices de violência no transito e que causam luto no seio de muitas famílias.
O combate a fome e a luta pela redução e erradicação da pobreza, pelo seu impacto na vida das famílias constituem dois maiores desafios que se colocam hoje ao estado angolano, pois são preponderantes para se construir uma sociedade mais prospera e de justiça social.
Estes dois problemas estão a ser tratados numa dupla perspectiva isto é , no quadro da execução da politica macroeconómica e no âmbito de uma desconcentração administrativa e da desconcentralização da execução do O.O.E.
Por esta razão o executivo esta a implementar programas municipais integrados de desenvolvimento rural e de combate a pobreza com maior participação comunitária, fiscalização local e acompanhamento dos conselhos de concertação social.
Quando as famílias não atingem um nível de vida satisfatório, as pessoas ficam na miséria, situação que é uma ameaça á dignidade humana. A miséria constitui uma violação aos Direitos Humanos, sobretudo das crianças.
Assim, quando uma família está na miséria, convive frequentemente com a violação do Direito a Vida. É por isso que o estado angolano esta preocupado com a miséria que muitas famílias angolanas vivem, principalmente com as mais desfavorecidas que vivem durante anos o conflito armado.
Face a isso o estado deverá ainda:
Implementar politicas públicas de apoio as famílias: habitação digna a custos acessíveis, acesso a creches e escolas para todos, politica que fomentem o emprego e a qualificação dos angolanos valorizando o trabalho e o descanso promover a multiplicação de instituições que permitam a ocupação construtiva dos tempos livres através de bibliotecas, incentivo de actividades literárias, desportivas, recreativas e culturais.
Atribuir a família o papel de núcleo formativo, fundamental da sociedade e aos pais, o de promotores primários do asseguramento da alimentação, da guarda, da protecção e da educação integral dos filhos.
Promover a estabilidade familiar da qual dependera em substância o desenvolvimento político, democrático económico e social.
Consagrar a igualdade dos filhos perante a lei e a proibição de designações discriminatórias sobre a filiação.
Levar que a sociedade assuma responsabilidade social no universo moral, físico e espiritual e apõe a família na formação multifacetica das novas gerações, fazendo com que essas conheçam, respeitem e concretizem os seus deveres e direitos.
Maior protecção social dos membros mais vulneráveis que são abandonados ou rejeitados pelas suas famílias por razões culturais ou económicas.
Tanto quando possível nas áreas a requalificar para construção, as famílias cuja as casas se prevêem demolir possam ser realojadas condignamente na mesma zona de residência, evitando o seu desenraizamento e aliviando os seus gastos com deslocações para a escola, o trabalho etc.
Desenvolver políticas que desincentivem o consumo excessivo de álcool, num pais onde uma cerveja é mais barata que uma garrafa de água.
Criar instituições competentes para tratar a dependência do álcool e de outras drogas.
Criar um projecto comum de vida familiar, pois para a estabilidade da família não basta a atracção sentimental entre os noivos (reflectindo, por exemplo sobre o tempo, que um (a) jovem investe na sua instrução e qualificação profissional e o que investe na formação da sua família);
Procurar concluir os estudos e arranjar emprego, criando assim as condições económicas que permitam a sua família a tarefa de promover as suas necessidades.
As famílias lembramos o dever de:
Viver uma caridade activa cultivando os valores fundamentais da justiça, do respeito, da solidariedade e do serviço e do amparo dos mais vulneráveis.
Cultivar os valores fundamentais de justiça, respeito, perdão e serviço;
Na medida do possível acompanhar o crescimento físico e afectivo dos filhos, e dando a qualidade do tempo que passam juntos, pois não á prendas nem dinheiro que compense o que vem a faltar em atenção e carinho;
Cultivar o diálogo e a reconciliação diante das dificuldades e dos conflitos;
Alimentar a unidade familiar das famílias através da oração da família e particularmente, nos momentos de dor e infelicidade, procurar o reforço efectivo e afectivo dos laços familiares, evitando situações que criem desunião.
Atribuir a família o papel de núcleo fundamental da sociedade e aos pais, o de promotores primários do asseguramento da alimentação, da guarda, da protecção, e da educação integral dos filhos;
Promover a estabilidade familiar da qual dependerá no substancia o desenvolvimento politico, democrático, económico e social.
Consagrar a igualdade dos filhos perante a lei e a proibição de designações discriminatórias sobre afetiação.
Levar que a sociedade assuma a responsabilidade social no universo moral, físico e espiritual e apoio a família na formação multifacítica das novas gerações, fazendo com que essas conheçam, respeitem e concretizem os seus deveres e direitos.
Criar condições que favoreçam a protecção, a unidade e a estabilidade da família com programas simples e de impacto directo que permitem o combate a cultura da violência doméstica e contra as pessoas mais vulneráveis.
Tornemos pois as nossas famílias numa escola de reconciliação, que seja fermento de paz e amor cada vez mais alargada até incluírem todos os filhos e filhas de Angola.
O bem-estar da pessoa e da sociedade humana esta estreitamente ligada a uma favorável situação da comunidade conjugal e familiar.
Em suma o que o Estado Angolano já esta a fazer deve ser, apoiado por todos e só seremos um grande povo, se na verdade apostarmos na edificação de famílias educadas e economicamente estabelecidas. Numa sociedade marcada durante varias décadas pelo conflito armado e onde se verificou uma desagregação sem procedentes de famílias inteiras, a atenção a família e a sua valorização devem constituir uma prioridade do Estado Angolano e não só.
Discurso de Sua Excelência Presidente da República (José Eduardo dos Santos) na cerimónia de abertura da terceira sessão legislativa da Assembleia Nacional (15 de Outubro de 2010).
Discurso de Sua Excelência Presidente da República (José Eduardo dos Santos) na cerimónia de abertura da terceira sessão legislativa da Assembleia Nacional (18 de Outubro de 2011).
Mensagem de fim de ano 2010 por sua Excelência Presidente da República José Eduardo dos Santos (28 – 12 – 1012).
Discurso de sua Excelência Senhora Ministra da Família e Promoção da Mulher.
Mensagem Pastoral ( Sinodo do Bispos para a Africa, a CEAST- ano 2011).
Autor:
Carolina Cristina Elias
carolinacristina2013[arroba]hotmail.com
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