Estudos indicam que aproximadamente 12 por cento dos adolescentes de todo mundo sofrem de alguma forma de depressão e todo o ano cerca de 6 por cento ficam gravemente deprimidos. Infelizmente, as estatísticas não dão uma ideia clara do pleno alcance do problema, porque a depressão muitas vezes é diagnosticada incorrectamente ou passa totalmente despercebida. David Fassler, um psicólogo de adolescente, depois de analisar pesquisas feitas com crianças e adolescentes, escreveu acreditando que mais de um em cada quatro jovens terá um episódio grave de depressão até completar 18 anos.
Os efeitos de depressão são tão devastadores sobre os adolescentes, o que leva os especialistas acreditarem que ela, na verdade é uma das causas básicas dos distúrbios alimentares, das doenças psicossomáticas, das deficiências de aprendizagem e do abuso de drogas e álcool por parte de adolescentes.
O suicídio de adolescente é tido como o mais trágico efeito da depressão. Segundo o Instituto Nacional de saúde Mental, dos Estados Unidos, até 7 por cento dos jovens gravemente deprimidos tiram a própria vida. Só que há quem acredita que nem isso revela a abrangência do problema porque, segundo se aceita, para cada jovem que se suicida muitos outros tentam fazer. Assim, um relatório do Concelho Carnegie sobre o Desenvolvimento dos Adolescente tem boas razoes para afirmar que actualmente, não levar a serio os problemas dos adolescentes é brincar com o perigo. Esse tipo de negligência coloca toda uma geração em perigo.
Ainda assim, alguns acham difícil acreditar que os adolescentes podem mesmo ficar deprimido. Os adultos acham que apenas os jovens pensam assim, levando uma vida despreocupada sem as ansiedades dos mais velhos. Na verdade, os adolescentes enfrentam pressões muito mais intensas do que a maioria dos adultos imaginam. O Dr. Daniel Goleman, declara que cada sucessiva geração mundial desde o inicio do século 20, viveu em maior risco que seus pais de sofrer uma grande depressão - no transcorrer da vida. E esses episódios estão começando em ideias cada vez mais baixas.
Contudo, importante que os adultos não comparem a sua adolescência com as dos jovens de hoje. Afinal, as pessoas encaram o mundo ao seu redor e reagem a ele de formam diferente.
Alem disso, os adolescentes de hoje enfrentam um desafio extra. Crescem em um mundo bem diferente daquele que os pais enfrentaram quando eram jovens, escreve a Dra. McCo conclui: (Os adolescentes hoje se sentem menos seguros, mesmo confiantes e menos esperançosos do que nos sentíamos uma geração atrás).
Com a maioria das outras doenças a depressão também tem sintomas reveladores. Mas nem sempre é fácil reconhecer os indícios, porque quase todos os adolescentes ficam baixo de vez em quanto algo que também ocorre em adultos. Isto leva a questionar, qual é a diferença entre um mero caso de melancolia e a depressão? Tem muito que ver com a intensidade e a duração do problema.
A intensidade refere - se ao grau de aflição que os sentimentos negativos causam no jovem. A depressão é mais grave do que um breve período de desânimo. Trata - se de uma doença emocional intensa que afecta muito a capacidade do adolescente de levar uma vida normal. O Dr. Andrew Slaby descreve a gravidade da doença da seguinte maneira: imagine a pior dor física que você já sentiu - um osso fracturado, uma dor de dente ou uma dor de parto - multiplique - a por dez e retire a causa; dai você talvez tenha uma ideia aproximada da dor causada pela depressão.
Duração refere - se a quanto tempo dura o estado de apatia. Segundo os professores clínicos Leon Cytryn e Donald McKnew Jr, uma criança que não mostra sinais de se consolar ou de voltar à normal uma semana depois de ter entrado num período de tristeza (não importa por qual razão)- ou seis meses depois de ter sofrido uma grande perda pessoal - corre risco de desenvolver um distúrbio depressivo.
Todavia, obtêm - se um diagnóstico de depressão somente quando um jovem apresenta vários dos sintomas todo dia, durante a maior parte do dia, por duas semanas pelo menos. Quando a crise dura relativamente pouco tempo, é chamada de episodio depressivo. Quando os sintomas persistem por pelo menos um ano com no máximo dois meses de alívio, o diagnóstico pode ser de distimia, uma forma mais crónica de depressão leve ou moderada.
Mudança súbita de humor e de comportamento. Um adolescente que antes era dócil de repente se torna hostil. É comum que adolescentes deprimidos apresentem comportamento rebelde e até fujam de casa.
Isolamento social. O adolescente deprimido se afasta dos amigos. Ou pode ser que os amigos se afastem, notando mudanças indesejáveis na atitude e no comportamento dele.
Diminuição de interesse em quase toda actividade. O adolescente fica incomumente passivo. Começa a achar tediosos os passatempos de que antes gostava.
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