Os sistemas de publicação como fator da terceira fase do Jornalismo Digital

 

Carla Schwingel (*)

 

 

Resumo:

Este artigo é uma reflexão primeira da pesquisa doutoral "Sistemas de Publicação no Jornalismo Digital" e busca apresentar o contexto que propicia a insurgência de um sistema de produção diferenciado para o Jornalismo Digital. A partir da naturalização da publicação possibilitada pelas comunidades virtuais e blogs, expõe os sistemas de publicação como ferramentas complexas que podem incorporar, efetivamente, as características apontadas pela teoria para produtos de terceira geração. Por fim, com a estrutura de micro-sites do sistema de publicação do Jornal Experimental Panopticon, exemplifica uma aplicabilidade da estrutura hipertextual como fator dos produtos jornalísticos de terceira geração.

 

O contexto histórico

A recente historicidade do Jornalismo Digital o situa como uma evolução dos processos de digitalização das informações e de informatização das redações. O primeiro configura-se como a gradativa desmaterialização dos sistemas de produção; o segundo trata a entrada do computador como ferramenta de produção nas redações jornalísticas, substituindo as tradicionais máquinas de escrever e alterando de forma significativa as rotinas produtivas. O computador transforma-se assim em suporte e sistema de produção de conteúdos (BASTOS, 2000).

Quase de forma concomitante em grande parte das redações brasileiras, a entrada da internet coloca em evidência o conceito de rede1 e a necessidade de se pensar nos fluxos comunicacionais (CASTELLS, 1999), o que possibilitou o aparecimento de novas configurações e sistemáticas de produção. De acordo com Barbosa (2002, p.36), "os jornais são o primeiro setor industrial a aderir ao ambiente digital", sendo que naquele momento estabelecem modelos de produção de conteúdo transpositivos do impresso. O processo que então se institui denomina-se virtualização das redações, pois as empresas jornalísticas entendem a necessidade de constituir equipes específicas para atualizar e produzir informações para as edições on-line. Em um primeiro momento, as equipes do jornalismo digital dividem o trabalho com a redação do impresso, mas depois passam a ter sistemáticas e espaços próprios na estrutura da empresa jornalística. Os profissionais responsáveis por essas atividades, denominados de jornalistas on- line são, na maioria, recém-formados ou mesmo estagiários (MACHADO, 2003; BARBOSA, 2002)2. Tendência que se justifica ao observarmos as constatações de Jones (1999) para o ambiente digital telemático:

1ª) estamos sob rápidas e constantes mudanças tecnológicas, que levam à necessidade de se conhecer novos programas e aplicações em rede;

2ª) as informações, cada vez mais disponíveis, encontram-se ao alcance de quem quiser e puder acessar;

3ª) mais e mais pessoas têm uma noção não linear da informação e passam a se deslocar por janelas com maior familiaridade. Assim, são os profissionais mais jovens que possuem maior discernimento das tecnologias internet e pouca ou nenhuma resistência às necessárias alterações nas rotinas já estabelecidas no impresso para o Jornalismo Digital. Porém, o fato deles não terem experiência jornalística aliada à situação dos jornais não investirem, de maneira geral, em uma formação específica para seus funcionários acaba por se refletir, em última instância, no profissionalismo (ou em sua ausência) dos produtos jornalísticos (MACHADO; BORGES e MIRANDA, 2003). Distintos pesquisadores na última década apontam, basicamente, três fases para o Jornalismo Digital a partir de uma categorização dos produtos: a) transposição do impresso; b) metáfora do impresso; c) jornalismo de terceira geração. Esta última é denominada e identificada por webjornalismo (MIELNICZUK, 2001), por produtos exclusivos da internet (PAVLIK, 2001) ou por jornalismo hipermidiático (SILVA JÚNIOR, 2000). Nosso olhar procura expandir os produtos do Jornalismo Digital a seus contextos, analisando-os não mais de forma isolada, mas como partes de sistemas que definem modelos de produção de conteúdos:

Como resultado desta estratégia, para nossos propósitos, webjornalismo de primeira geração consiste na transposição de conteúdos dos demais meios, sem sistemas próprios de apuração; webjornalismo de segunda geração, que produz conteúdos próprios, mas sem sistemas de apuração, produção e circulação de conteúdos adaptados às redes digitais e webjornalismo de terceira geração, quando todas as etapas do trabalho jornalístico são desenvolvidas no ciberespaço, com adoção de sistemas descentralizados de produção (MACHADO, 20003. p. 01).

O Jornalismo Digital, de acordo com Pavlik (2001) e Machado (2002), difere em relação às técnicas anteriores que utilizavam o computador (o jornalismo assistido por computador) devido à sua lógica estrutural em rede que inaugura distintos encaminhamentos para pesquisa, produção e difusão de dados. Anteriormente, com o jornalismo de precisão3 e com a reportagem assistida por computador4, os bancos de dados de informações eram acessados como forma instrumental, desconsiderando-se completamente as implicações que a tecnologia poderia representar para a prática e para o avanço da teoria do jornalismo. Para Garrison (1995), a ruptura se estabelece porque o Jornalismo Digital permite que os profissionais agora extraiam significados das novas ferramentas.

 

Estruturas que geram significados

Com as tecnologias telemáticas, estamos em uma estrutura complexa, uma rede que possibilita a emissão e a recepção a partir da liberação dos pólos (LEMOS, 2002), e nos deparamos com modelos conceituais diferenciados, conforme aponta França (2002, p.59-60) procurando propor caminhos para a teoria:

O desafio que está colocado hoje – e notadamente para nós, no domínio da comunicação – é o de construir operadores teórico-metodológicos que nos permitam compreender, de forma adequada, o funcionamento e a lógica das dinâmicas relacionais do mundo contemporâneo. A noção de rede – na acepção de rede de sentidos, rede de informações, rede de homens – é preciosa porque nos incita a pensar em nós, conexões, interseções, inclusões e exclusões que se processam no âmbito das práticas sociais, realizadas comunicativamente. É preciso perguntar, no entanto, pelo avanço dos nossos instrumentos analíticos para empreender sua efetiva aplicação, para transformar a metáfora ou imagem da rede em dispositivo analítico que de fato nos habilite uma outra e mais rica incursão e leitura da realidade.

Os sistemas de publicação, sob o olhar de nossa pesquisa, representam um desses dispositivos analíticos que se configuram como uma explicitação da estrutura em rede e das possibilidades do ambiente hipermidiático, deixando-nos aptos a procedermos a leitura da própria realidade do jornalismo contemporâneo.

Nesse sentido, a ruptura apresentada pelo jornalismo ao deixar de utilizar as ferramentas computacionais apenas de forma instrumental e a buscar gerar significados, parece-nos ser o diferencial do Jornalismo Digital para todas as demais práticas profissionais jornalísticas que anteriormente utilizavam recursos tecnológicos. Parece-nos que essa aplicação afora do aspecto instrumental somente pôde se estabelecer devido à constituição de grupos sociais que se apropriaram das técnicas e passaram a interagir "construindo significados". Ou seja, não seria possível se pensar o Jornalismo Digital sem passarmos pelas reflexões sobre o que se convencionou denominar por comunidades virtuais. São elas que colocam pessoas em contato, gerando laços e significados sociais (RHEINGOLD, 1996). Ou seja, é a partir da consolidação das comunidades virtuais que o Jornalismo Digital, bem como os demais produtos e serviços internet, encontra seu público (SCHWINGEL, 2002).

 

A "naturalização" da publicação

Desde a concepção das páginas multimidáticas para a internet por Tim Bernes Lee (1996), a preocupação de como os integrantes dessas comunidades iriam publicar suas informações esteve presente. Na consolidação do provimento comercial, as empresas desenvolveram ferramentas gratuitas para a elaboração das páginas pessoais de seus usuários5 que foram bem utilizadas até o surgimento do web+log (ou simplesmente blog), talvez o primeiro sistema a possibilitar a publicação de conteúdos amplamente difundido na internet. Sua tecnologia permite que uma ou várias pessoas postem informações e comentários, gerando blogs individuais ou coletivos, que podem ser temáticos ou livres (SILVA, 2003)6.

Com a difusão que a internet possibilita, os blogs, inicialmente concebidos como diários íntimos, passaram a serem utilizados para as mais distintas finalidades7. Devido à facilidade de elaboração do material e à descentralização de sua postagem, tais sistemas começaram a ser usados também com intuitos exclusivamente jornalísticos tanto por profissionais da área de Comunicação quanto por outros. Uma das características dos blogs, mesmo dos jornalísticos, é apresentar um ponto de vista pessoal, uma voz subjetiva, um pensamento ou olhar enviesado, parcial (RECUERO, 2002). Compreendemos que tal situação ocorre justamente devido à concepção dessa tecnologia como uma evolução dos diários pessoais, ou seja, como uma adaptação das páginas pessoais dos usuários. Para nós, tal perspectiva se evidencia na própria concepção técnica da ferramenta, pois os blogs facilitam, por um lado, a postagem e a descentralização, e, por outro. limitam sua expressão nos aspectos da multimidialidade e hipertextualidade. Nesse sentido, eles não possibilitam a incorporação da estrutura hipertextual na linha narrativa da notícia, pois se constituem em uma única página com espaços para chamadas que se vinculam a outras páginas. Portanto, podem ser utilizados com intuito jornalísticos, mas, a nosso ver, não se caracterizam como uma ferramenta, um conjunto de técnicas, que potencializa os conceitos e as particularidades do Jornalismo Digital.

 

Os sistemas de publicação

Os sistemas de publicação, que constituem nosso objeto de pesquisa, são ferramentas muito mais complexas do que os blogs, pois visam incorporar efetivamente as características do Jornalismo Digital tanto na concepção do site (na arquitetura da informação do produto) quanto na estrutura da notícia (na arquitetura da informação de cada matéria).

Desde 19958, com a aplicação das linguagens dinâmicas de programação como PHP ou ASP9, os sistemas de publicação que trabalham com banco de dados e páginas dinâmicas vêm sendo desenvolvidos e empregados no Jornalismo Digital, provavelmente em função de sua estrutura de programação apresentar-se de maneira mais interessante para a aplicabilidade das características dessa especificidade jornalística. Por exemplo, no caso da Memória em um ambiente dinâmico, as páginas se constituem no momento de sua visualização, ou seja, os ícones, os textos, as diferentes informações são chamados de um único local, de um único arquivo que se reproduz em várias telas. Na programação HTML (Hypertext Markup Language) simples, isso não ocorre, pois os arquivos se repetem, gerando um maior tamanho (peso em kbytes), e as páginas possuem uma estrutura fixa, dificultando a manutenção do site.

Alguns desses sistemas são denominados de CMS (Content Management System), sistemas de administração de conteúdos, outros de Portals System, ou seja, sistemas de gerenciamento de portais. Os primeiros são, analisando-os de forma técnica, direcionados para a publicação do conteúdo, para as rotinas de seleção, aprovação e edição. Já os sistemas de gerenciamento de portais são centrados nas questões de facilidade de instalação, de distinção e interdependência entre módulos (ramos do site). Porém, ambos estão sendo utilizados pelo Jornalismo Digital sem que haja uma teorização a respeito de suas funções e aplicabilidades específicas.

Assim conjecturamos que para um sistema de publicação ser eficiente no Jornalismo Digital cada informação precisa ser tratada como conteúdo (SAAD CORRÊA, 2000-2001) em um micro-site (SCHWINGEL, 2003), que integrará a hipertextualidade na estrutura narrativa da notícia, uma vez que cada matéria passará a constituir um projeto a ser pensado, segmentado, fragmentado, elaborado com elementos interativos e multimidiáticos. O que esperamos inferir a partir da análise dos sistemas de publicação é a elaboração de cada site, e de cada matéria como um micro-portal10. Noção que coaduna com o conceito de portal desenvolvido por Echeverría (1999) em sua associação com o jornalismo, ou seja, como local de distribuição da informação de maneira descentralizada, interativa e multidirecional.

 

A interatividade em um sistema de publicação

Pesquisadores (BARDOEL e DEUZE, 2000; MACHADO, 2000; MIELNICZUK; 1998; PALACIOS, 1999 e 2002; PAVLIK, 2001) definem a hipertextualidade, a interatividade, a personalização do conteúdo, a multimidialidade, a memória e a atualização contínua como as potencialidades deste novo meio.

Com vistas a melhor compreender a relação das características apontadas com a aplicabilidade dos sistemas de publicação proposta por nossa pesquisa, apresentaremos a seguir uma análise preliminar do produto laboratorial do sexto semestre do curso de Jornalismo da Facom/UFBa (denominado Panopticon). O sistema procurou aplicar a hipertextualidade como característica fundadora e como potencialidade diferenciadora da prática do Digital ao desenvolver micro-sites para cada matéria.

A página principal do Panopticon (vide figura 01) é constituída por três áreas e abaixo dela, há o menu com os ramos (seções) do site.

Figura 01 – Página Principal do Panopticon

O leitor ao entrar no link "Matérias" ou "Entrevistas" do menu principal, encontrará a seguinte estrutura (vide figura 02):

Figura 02 – Menu "Matérias"

Ou seja, os títulos das matérias postadas no último mês, por ordem cronológica, e todos os meses anteriores. Assim, a Memória está incorporada à estrutura de navegação do produto.

A estrutura narrativa de cada matéria pode ser desenvolvida utilizando as seguintes possibilidades de navegação: a "continuidade da matéria" (a hierarquia definida pelo repórter); os links externos; os links internos do Panopticon (o sistema lista todas as matérias já postadas anteriormente); e as informações complementares (explicações técnicas ou teóricas que abrem em pop ups - vide figura 03) e a inclusão de comentários no final de uma matéria (vide figura 04).

Figura 03 – Estrutura de links

Figura 04– Comentários no final da matéria "Os irritantes pop ups" postada em abril de 2003

Quanto à disposição do conteúdo, a estrutura definida para o módulo "Matérias" foi a seguinte: o texto principal (com o título da matéria, a assinatura e o e-mail do autor) e o retorno para a página com as demais matérias postadas naquele mês (vide figura 03). Ao lado direito, além da continuidade da matéria, há a possibilidade de incluir um texto de destaque complementar à matéria (vide figura 03), uma enquete, fotos com legendas, links internos e externos relacionados à matéria, o autor, com imagem e formação (vide figura 05).

Figura 05 – Exemplos de utilização da estrutura da informação

 Assim, a partir da arquitetura da informação da matéria podemos perceber a incorporação da hipertextualidade na estrutura narrativa da notícia e, com a efetiva utilização da estrutura hipertextual, vincularmos este sistema de publicação a uma ferramenta de produção de produtos jornalísticos de terceira geração.

O que buscamos apresentar foi a possibilidade de alterações que os sistemas de publicação trazem para as rotinas produtivas do Jornalismo Digital, principalmente devido à qualidade de apresentação dos conteúdos em diferentes níveis da arquitetura da informação. Levando-nos a sugerir que as características constitutivas do Jornalismo Digital presentes nos sistemas de publicação apontam possibilidades que alteram aspectos do jornalismo contemporâneo, gerando modificações na produção de conteúdos.

 

Referências:

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  • BASTOS, Helder.. Jornalismo electrónico: internet e reconfiguração de práticas nas redações. Coimbra: Minerva, 2000.
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  • BARDOEL, J.; DEUZE, M.. Network Journalism: converging competences of old and new media professionals. In: http://home.pscw.uva.nl/deuze/pub19.htm .
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  • OLIVEIRA, R. M. C. Diários Íntimos, Mundos Privados: Diário Íntimo como gênero discursivo e suas transformações na contemporaneidade. Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas. FACOM/UFBA, Salvador, 2002. Dissertação.
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Notas

(*) Carla Schwinge– Jornalista, professora, doutoranda em Comunicação e Cultura Contemporânea na Facom/UFBA. Bolsista CNPq.

1. De acordo com Castells (1999), a malha das redes já não depende mais de forma direta do espaço físico; o operacional das redes comunicacionais passou a ser fundamentalmente imaterial. Em função disso, as redes passaram a ser conhecidas por seus efeitos, ou seja, pelas manifestações que podem ser captadas pela percepção. As redes, portanto, ficam cada vez mais pressupostas, imateriais (TRIVINHO, 1998).

2. Nos últimos anos houve uma inversão desta tendência, ou seja, as redações do digital novamente passaram a ser incorporadas na redação do impresso, só que agora com funções e uma sistemática diferenciada e definida.

3. Philip E. Meyer, jornalista do Detroit Free Press, foi o pioneiro na utilização do computador no jornalismo, em 1967. Jornalismo de precisão é o estudo computadorizado de dados estatísticos para ajuda à reportagem.

4. Reportagem assistida por computador é a prática que utiliza o computador para analisar arquivos públicos. Seu pioneiro foi David Burnham, do New York Times. Esta prática de pesquisa somente chegou à grande imprensa nos anos 80, quando o repórter desenvolveu um software que permitia o acesso e pesquisa dos computadores pessoais.

5. Os provedores gratuitos Geocities e Angelfire foram dois dos primeiros a fornecer este serviço. No Brasil, o ZAZ em 1996 elaborou um publicador gratuito que era utilizado somente por seus usuários, e depois ficou disponível para todos os visitantes. Ter um publicador automatizado, hoje em dia, é considerado serviço básico de qualquer provedor.

6. A pesquisa de Oliveira (2002, p. 140) traz um bom mapeamento literário: "No mês de julho de 1999, a empresa Pitas (http://www.pitas.com) criou o primeiro software grátis e em agosto o americano Evan Williams, da empresa Pyra Labs, criou ferramenta semelhante, o Blogger (http://www.blogger.com), que se transformaria no ícone de um conceito que revolucionaria a criação e postagem de páginas pessoais na internet. Depois destes, outros softwares despontariam, transformando radicalmente a alma da rede: GrokSoup (http://www.grouksoup.com); Edit This Page (http://www.editthispage.com) criado em 1999 pelo desenvolvedor Dave Winer, da empresa UserLand (http://www.userland.com); VelociNews (http://www.velocinews.com), Weblogger (http://www.weblogger.com), Squishdot (http://squishdot.org), Grohol (http://www.grohol.com); GreyMater (http://www.noahgrey.com/greysoft), entre centenas de outros".

7. A recentidade do tema coloca a pesquisa de Silva (2003), juntamente com a de Oliveira (2001) e de Recuero (2002 e 2003), como pioneiras nestas reflexões.

8. www.php.net/manual/en/history.php

9. O Active Server Page (ASP) é um ambiente de programação desenvolvido pela Microsoft para elaboração de páginas web dinâmicas. Ele mescla HTML com outras linguagens de programação. Virou padrão de mercado devido às pressões da Microsoft. O Hypertext Preprocessor (PHP), desenvolvido pela comunidade de software livre é seu principal concorrente.

10. Para melhor compreender a que nos reportamos ao sugerir os micro-portais, é interessante verificar o conceito de portal sistematizado por Suzana Barbosa (2002. p.43) em sua dissertação. A pesquisadora define os portais como: "Sites que centralizam informações gerais e especializadas, serviços de e-mail, canais de chat e relacionamento, shoppings virtuais, mecanismos de busca, entre outros".


 
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