Representações Computacionais do Espaço



  • Resumo
  • 1. Da Necessidade De Conceitos
  • 2. A Geografia Idiográfica de Hartshorne e o Geoprocessamento
  • 3. A Geografia Quantitativa e o Geoprocessamento
  • 4. A Geografia Crítica e o Geoprocessamento
  • 5. Teoria Geográfica e Ciência da Geoinformação: Rumo a uma Nova Geração de GIS
  • 6. Conclusões Preliminares: O Alcance e as Limitações do Geoprocessamento
  • Referências
  • Um Diálogo entre a Geografia e a Ciência da Geoinformação

    Resumo

    Este trabalho apresenta uma primeira abordagem ao problema de estabelecer uma fundamentação teórica para a disciplina de Ciência da Geoinformação. A partir da apresentação de conceitos de espaço desenvolvidos ao longo do século XX pela Geografia, os autores analisam em que medida estes conceitos podem ser capturados em representações computacionais e quais as limitações da atual geração de GIS. Na concepção apresentada, as diferentes teorias do espaço geográfico podem representar um ponto de partida para o estabelecimento dos fundamentos epistemológicos da Ciência da Geoinformação e para a concepção de uma nova geração de GIS.

    1. Da Necessidade De Conceitos

    A tecnologia de sistemas de informação geográfica evoluiu de maneira muito rápida a partir da década de 70. Como este desenvolvimento foi motivado desde o início por forte interesse comercial, não foi acompanhado por um correspondente avanço nas bases conceituais da geoinformação; como resultado, o aprendizado do Geoprocessamento tornou- se singularmente dificultado. Ao contrário de outras disciplinas (como Banco de Dados), não há um corpo básico de conceitos teóricos, que sirva de suporte para o aprendizado da tecnologia, mas uma diversidade por vezes contraditória de noções empíricas. Muitos livros- texto e cursos são organizados e apresentados em função de um sistema específico, sem fornecer ao aluno uma visão sólida de fundamentos de aplicação geral.

    As raízes deste problema estão na própria natureza interdisciplinar (alguns diriam transdisciplinar) da Ciência da Geoinformação. Ponto de convergência de áreas como Informática, Geografia, Planejamento Urbano, Engenharia, Estatística e Ciências do Ambiente, a Ciência da Geoinformação ainda não se consolidou como disciplina científica independente; para que isto aconteça, será preciso estabelecer um conjunto de conceitos teóricos, de aplicação genérica e independentes de aspectos de implementação.

    Para estabelecer as bases epistemológicas da Ciência da Geoinformação, será preciso – em primeiro lugar – identificar as fontes de contribuição teórica nas quais poderemos buscar bases para a reflexão. Este trabalho propõe tomar o conceito de espaço geográfico como uma noção-chave, a partir do qual podemos construir os fundamentos teóricos desta nova disciplina científica. Consideramos que, apesar de seu caráter interdisciplinar, o fundamento básico da Ciência da Geoinformação é a construção de representações computacionais do espaço. Assim, ao revisar as principais concepções da Geografia, na perspectiva da construção de sistemas de informação, estaremos contribuindo não apenas para a fundamentação teórica do Geoprocessamento, como ainda buscando inspiração para o projeto das novas gerações de GIS.

    Ao fazer uma revisão das diferentes concepções de espaço geográfico, não pretendemos estabelecer juízo de valor, mas estabelecer como a tecnologia de GIS permite a expressão computacional destes conceitos e o que estas diferentes escolas nos podem ensinar sobre as limitações atuais do Geoprocessamento. Para tanto, selecionamos alguns autores representativos de diferentes correntes da geografia. No caso da Geografia Regional1, partimos dos conceitos de (Hartshorne, 1936).Para a Geografia Quantitativa (no Brasil também chamada de Teorética), tomamos como base (Harvey, 1969) e (Chorley and Haggett, 1967). No caso da Geografia do Tempo, utilizamos (Hägerstrand, 1967). Nossa discussão da Geografia Crítica está baseada nos trabalhos de (Santos, 1996) e (Harvey, 1989). Para esta revisão, utilizamos ainda os trabalhos de (Christofoletti, 1985) (Moraes, 1995) e (Corrêa, 1995).

     


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