A carne ovina atualmente disponível nas grandes cidades da região sudeste, tanto a originária do sul do país, como a do nordeste, pela própria característica genética das matrizes utilizadas e ainda pelos sistemas de criação adotados, normalmente não atendem ate às exigências do mercado.
O produto ofertado é caracterizado por carcaças imaturas, sem adequada proporção de gordura, provenientes de animais de baixo peso, ou então, quando em cortes maiores, provenientes de animais mais velhos, resultando em carcaças com excesso de gordura, tanto de cobertura, como entremeada nos tecidos e carne com menor maciez.
O mercado da região Sudeste valoriza a carcaça de animais jovens, abatidos com idade inferior a 150 dias e peso vivo entre 28 a 32 kg. Essas carcaças têm que apresentar uma proporção significativamente maior do corte traseiro, em relação ao dianteiro e costilhar, alem de apresentar uma boa distribuição de gordura de cobertura que, sem ser excessiva, deve envolver boa parte da carcaça, protegendo-a contra a perda acentuada de umidade. A gordura entremeada na carne, em níveis moderados, também é necessária para garantir a maciez e o seu sabor característico.
Esse tipo de produto pode ser produzido, nas condições do Estado de São Paulo, a custos viáveis, desde que a atividade seja conduzida de forma racional e com o devido planejamento técnico.
Como o objetivo é a produção de cordeiros para abate, tres pontos são considerados básicos para o sucesso do empreendimento:
• alta lotação das pastagens (maior número de matrizes possibilita a obtenção de maior número de crias)
• elevada eficiência reprodutiva (menor intervalo entre partos e maior fertilidade resulta em maior número de crias)
• maior potencial genético para peso ao nascer e precocidade (maior peso ao anascer e maior velocidade de ganho de peso resulta em abate mais precoce de crias e menor idade à primeira cobertura).
Se por um lado a meta maior é a produção do maior número possível de crias, em condições ideais para abate, por outro a minimização dos custos é premissa básica para a viabilidade do empreendimento.
Nesse sentido a alimentação das matrizes é um dos fatores de maior preocupação, não só em função da considerável quantidade, mas também da alta qualidade, de alimento exigível, mormente para matrizes em final de gestação ou em lactação.
Face à condição de ruminante do ovino é desnecessário discutir a importância do alimento volumoso à essa espécie. A disponibilidade de forragem de elevada qualidade, mas a custos compatíveis, é uma das condições para êxito, visto que o fornecimento de forrageiras pobres em nutrientes ou com baixa digestibilidade, resulta, obrigatoriamente, em maior necessidade de fornecimento de alimento concentrado, o que acarreta em aumento de custos.
O pastejo direto, utilizando forrageiras de elevada produtividade e valor nutritivo, tais como Coast cross, Tiftons, Pangola, Transvala, Estrelas, Tanzânia e Aruana, é a melhor opção para a atividade.
As matrizes são mantidas em pastagens, em sistema rotacionado, durante todo o período de gestação. Após o parto, durante todo o período de aleitamento, que varia de 45 a 60 dias, são mantidas em pastagens específicas para a cria dos cordeiros.
Se a qualidade e a disponibilidade da forragem forem boas e houver acesso à água e mistura mineral adequada, não haverá necessidade de qualquer outro tipo de suplementação alimentar para as ovelhas durante o período préparto, todavia, após a parição, por melhor que seja a situação da pastagem haverá necessidade de suplementação alimentar, seja para as matrizes seja para as crias.
As áreas de pastagens para uso após a parição devem ser diferenciadas em relação ao manejo geral das pastagens e quando não estiverem em uso pelas ovelhas com crias, devem ser destinadas, preferencialmente, à outras espécies (bovinos ou eqüinos) ou às crias já desmamadas.
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