Pesquisou-se durante seis anos o comportamento reprodutivo de cinco novas seleções de pêssego e nectarina em Monte Alegre do Sul (22°41'S; 46°43'W e 40 HF-7). Os pessegueiros e nectarineiras cultivados nos espaçamentos de 4 x 0,5m e 4 x Im, equivalentes a 5000 e 2500 plantas/ha, respectivamente, foram podados drasticamente, a cada dois anos, após a colheita. Em ambos espaçamentos,'Aurora-2* e IAC 282-24 apresentaram as melhores produções acima de 19 toneladas/ha. Verificou-se nos ciclos subseqüentes a cada poda da copa, tendência de menor produção das plantas, principalmente em material de ciclo mediano. No segundo ano após a poda drástica, os pessegueiros e nectarineiras produziram normalmente. No espaçamento de 4 x 0,5m, as plantas apresentaram acréscimo médio de 12% na produção, em relação a 4 x lm, diminuindo porém, o peso do produto final. Os maiores frutos com peso médio acima de l00g foram produzidos pelas seleções IAC 6782-83 e IAC 282-24.
Descritores: pêssego, nectarina, Prunus persica; seleções IAC; pomar compacto; poda drástica; produtividade.
ABSTRACT
Five new peach and nectarin selections were grown under the meadow orchard system, with bienal drastic pruning, at 4m x 0.5m and 4m x lm spacings. The experimental area was located in Monte Alegre do Sul, (22°41'S; 46°43'W and 40 hours below 7°C) State of São Paulo, Brazil. Results obtained during the six years of experiments clearly indicate that the 'Aurora-2' and IAC 282-24 peach selections were the best, with an average yield above 19 ton per hectare. For 4m x 0.5m spacing, with a density of 5000 plants per hectare, the productivity increased about 12%, however decreasing the weight of the final product. The best average weights of the fruits, above of l00g, were obtained by the IAC 6782-83 and IAC 282-24 selections.
Key Words: peach, nectarine, Prunus persica, IAC selections, meadow orchard, drastic pruning, productivity.
O cultivo de pessegueiros em altas densidades populacionais vem sendo pesquisado e aperfeiçoado desde a década de 70. Ao longo dos anos conseguiu-se desenvolver tecnologia para o plantío de até 10.000 plantas/ha, em diversos espaçamentos. Com isso, os objetivos perseguidos foram sendo paulatinamente atingidos, como a maior produção possível por área, logo nos primeiros anos de cultivo e com redução de mão de obra especializada (LORETI et al., 1990; EREZ, 1976; 1985; CAMPO DALL'ORTO et al., 1984; BARGIONI et al., 1983; COUVILLON, 1985; LORETI & PISANI, 1990; BARBOSA et al., 1990a).
Os principais tópicos pesquisados sobre o assunto, em diversos países, em cerca de cinqüenta trabalhos científicos, têm sido: métodos de propagação, porta-enxertos ananicantes de copa, espaçamentos de plantío, tipos e épocas de poda, manejo de plantas e de frutos e seleção de cultivares e de climas apropriados (EREZ & YABLOWITZ, 1991; CAMPO DALL'ORTO et al., 1992; GUERREIRO et al., 1980; 1988; CHALMERS et al., 1978; LORETI et al.,1990, BARBOSA et al., 1989; 1990a; 1990b; 1990c; 1991a; 1991b; 1992). Acredita-se que, entre os temas abordados, a seleção de cultivares que apresentem rusticidade vegetativa e reprodutiva constitui o de maior relevância, pois nem todo material se adapta ao sistema. No cultivo de pessegueiros em ultra densidade, por exemplo, com poda drástica anual, os cultivares têm de ser especificamente precoces e rústicos, para que propiciem desenvolvimento rápido da copa, e , em média, diferenciem gemas floríferas no 5o, floresçam no 9o e amadureçam no os frutos no 12º mês da poda drástica pós colheita. Somente dessa forma, as plantas conseguem repetir igualmente o ciclo no ano seguinte e com produções satisfatórias. Quando se empregam cultivares medianos e tardios, em pomares compactos com poda drástica anual, verifica-se deficiência no ciclo de desenvolvimento vegetativo e no processo de diferenciação floral, diminuindo acentuadamente a frutificação dos pessegueiros (BARBOSA, 1989). Além disso, em regiões subtropicais há necessidade da seleção de cultivares próprios, bem adaptados à ecologia local, pois os cultivares introduzidos de países frios freqüentemente tornam-se improdutivos devido à falta de adaptação climática (BARBOSA et al., 1990c; 1993).
Neste contexto, o Instituto Agronômico de Campinas vem desenvolvendo trabalhos de melhoramento genético e cultural, visando as seleções de pêssegos e nectarinas de alta qualidade organoléptica, e, principalmente, com rusticidade aos cultivos adensados. São apresentados no trabalho, o comportamento de cinco novas seleções e sua viabilidade ao cultivo em pomar compacto, com poda drástica bienal pós colheita.
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