RESUMO.
Verificou-se o potencial de frutificação e o efeito da pulverização de uréia a 12%, no raleio de frutos, em cinco pessegueiros e duas nectarineiras, cultivados em pomar compacto, na Estação Experimental de Monte Alegre do Sul (22º41’S. e 46º 43’W.), do Instituto Agronômico de Campinas (IAC). Dos cultivares e seleções pesquisados, ‘Talismã’, IAC 6782-83, IAC N 2680-91, ‘Aurora-2’ e IAC 282-24 apresentaram as maiores taxas de frutificação natural, a saber: 60,9; 54,2; 44,6; 41,4 e 40,0% respectivamente. A uréia a 12%, pulverizada na plena floração, mostrou-se efetiva no raleio dos frutos, reduzindo as frutificações para a faixa de 12-17%, considerada adequada para pessegueiros e nectarineiras sob altas densidades de plantio. O número médio de pêssegos e nectarinas remanescentes por ramo foi, respectivamente, de 1,1; 1,6; 1,8; 1,9; 2,0; 2,6 e 3,2 para IAC 280-28; IAC 6782-83; ‘Aurora-2’; IAC 282-24; IAC N 1880-76; IAC N 2680-91 e ‘Talismã’. A produtividade não foi prejudicada pelo ação raleadora da uréia a 12%. As plantas em que permaneceram até dois frutos em média, por ramo, apresentaram produtos de melhor padrão.
Termos de indexação: pêssego, Prunus persica (L.) Batsch; nectarina, Prunus persica (L.) Batsch, var. nucipersica, frutificação, raleio químico, uréia, pomar compacto.
ABSTRACT
The Peach Meadow Orchard System: Vi. Fruit Set And Chemical Thinning In Iac Subtropical Selections
This paper reports the fruit set potential and effects of 12% urea on fruit drop in peach and nectarine selections in meadow orchard (5,000 plants per hectare). The experimental plot was located at the Estação Experimental of Monte Alegre do Sul (22º41’S. and 46º43’W.) of the Instituto Agronômico (IAC), State of São Paulo, Brazil, which has a record of 40 hours per year with temperature bellow 7ºC. The best fruit set was obtained by ‘Talismã’, IAC 6782-83, IAC N 2680-91, ‘Aurora-2’ and IAC 282-24, showing 60.9, 54.2, 44.6, 41.4 and 40.0% respectivelly. The urea 12%, sprayed at full bloom stage, significantly decreased fruit set to 12-17%. The average fruit number remaining per branch was, respectivelly: 1.1, 1.6, 1.8, 1.9, 2.0, 2.6 and 3.2 for IAC 280-28, IAC 6782-83, ‘Aurora-2’, IAC 282-24, IAC N 1880-76, IAC N 2680-91 and ‘Talismã’. The selections which held up two fruits per branch showed better products.
Index terms: peach, Prunus persica (L.) Batsch; nectarine, Prunus persica (L.) Batsch, var.nucipersica; fruit set, fruit drop, chemical thinning, urea, meadow orchard.
Os pessegueiros e as nectarineiras adaptadas ao clima paulista de pouco frio hibernal apresentam, anualmente, elevado índice de frutificação efetiva. Quando cultivados em sistema de pomar compacto, fixam quantidade de frutos até dez vezes superior a sua capacidade ideal de suporte. Esses frutos, se mantidos todos nas plantas, desenvolvem-se insuficientemente e se tornam inviáveis à comercialização; daí, a necessidade da prática do raleio, seja manual ou mecânica, seja química.
Em relação ao raleio químico de frutas de caroço, observa-se consistente avanço de pesquisas que se utilizam de reguladores de crescimento, dessecantes, fertilizantes, inibidores fotossintéticos e agentes fitotóxicos. Entre os produtos químicos já experimentados, destacaram-se os seguintes: ácido 2-cloroetil fosfônico – Ethephon (Buchanan & Biggs, 1969; Stembridge & Gambrell Júnior, 1971; Weinbaum et al., 1977; Blanco, 1987); ácido naftalenacético (ANA) (Kelly, 1955; Lombard & Mitchell, 1962; Feliciano et al., 1978); 2-(3 clorofenoxi-) – propiônico – 3 CPA (Beutel et al., 1969; Martin & Nelson, 1969; Morini et al., 1976); beta-cloroetil-metil-bis-benziloxi-silane (CGA) (Byers, 1978; Gambrell Júnior et al., 1983), e compostos nitrogenados como uréia e nitrato de amônio (Erez, 1975; Byers & Lyons Júnior, 1985; Zilkah et al., 1988). Desses produtos, a uréia, nas concentrações entre 8 e 12%, quando pulverizada em floradas de pessegueiros e nectarineiras, reduziu a frutificação aos níveis desejáveis e proporcionou adequada qualidade organoléptica aos frutos, segundo Zilkah et al., (1988). Esses autores atentam à inofensividade da uréia no raleamento de frutos, por ser esta um constituinte natural da planta e do homem. Em contraposição, ressaltam que determinados produtos sintéticos poderiam provocar distúrbios físicos à planta e malefícios à saúde humana.
No Brasil, são escassas as pesquisas sobre o raleio químico de frutos de pessegueiros e nectarineiras sob cultivo convencional e, ainda, inexistentes se em altas densidades populacionais (Castro et al., 1989). Em face disto, pesquisou-se o efeito da uréia no raleio e o potencial de frutificação efetiva em seleções IAC de pêssegos e de nectarinas subtropicais, cultivadas no sistema de pomar compacto (Barbosa, 1989; Barbosa et al., 1989).
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