Buscando viabilizar a multiplicação de uma alga (Chlorella minutissima) para alimentação inicial de peixes fitoplantofagos, foram realizados cultivos na água doce em sacos plásticos de polietileno transparente de 50 x 35 cm com capacidade para 7 litros e preenchido com volume de 3.5 litros, enriquecidos com um meio de cultura Myer’s modificado e estabilizado com pH 7.5. O meio de cultura com as algas foi submetida a aeração forçada contínua, e luz fluorescente contínua com 1 200 lux de intensidade e temperatura constante de 27ºC conseguidos através de ar condicionado. Foram inoculadas as algas nas densidades de 3.9 x 103 células/ml por um período de 8 dias; 1.6 x 103 células/ml por um período de 9 dias e 3.9 x 103 células/ml por um período de 10 dias. Obteve-se concentrações de até 2.7 x 107 células/ml entre o oitavo e décimo dia de cultivo, ficando a média de 1.5 x 107 células/ml, podendo ser estocado em frezzer ou geladeira para conservação ou futura multiplicação.
2.1 Method of multiplication of the algae (Chlorella minutissima) for initial feeding of a production system of fish phytoplankton
In an attempt to make viable the manipulation of algae (Chlorella minutissima) to be used as initial feeding of fish phytoplankton , cultivations were carried out in fresh-water in plastic sacks of transparent polyethylene of 50 x 35 cm with 7-liter capacity and filled with to volume of 3.5 l, enriched with middle of culture Myer’s modified, stabilized with pH 7.5. The middle of culture with the algae was submitted to continuous forced aeration, and continuous fluorescent light with 1200 lux of intensity and constant temperature of 27ºC gotten through condicionett air. The algae were inoculated in the density of 3.9 x 103 cells/ml for a period of eight days; 1.6 x 103 cells/ml for 9 days and 3.9 x 103 cells/ml for a period of ten days. Concentrations of up to 2.7 x 107 cells/ml were obtained between the eighth and tenth days of cultivation. The average of concentration was 1.5 x 107 cells/ml and it was possible to be stocked in freezer or refrigerator for conservation or future multiplication.
A larvicultura intensiva de peixes é totalmente dependente de alimentos vivos de boa qualidade e estes de organismos de fácil multiplicação como o fitoplâncton. Em vários centros experimentais de cultivo de fitoplâncton, tem sido demonstrado que é possível desenvolver, em grande escala, uma cultura massiva de Chlorella para uso alimentar (1). Embora a moderna aquicultura não possa se basear somente no alimento proveniente da população natural do viveiro, ainda assim, este alimento se constitui numa importante fonte de muitos nutrientes e proteínas exigidos pêlos peixes (2).
A aquicultura sofreu um grande desenvolvimento a partir da década de 60, quando (3) propôs a utilização do rotífero de água salobra Brachionus plicatilis, como alimento inicial para larvas de peixes marinhos. A partir de então houveram inúmeros trabalhos nesta mesma linha com o mesmo organismo. Buscando uma alternativa para o problema de alimentação de larvas de peixes dulceaqüícolas (4 e 5) testaram a utilização do rotifero Brachionus plicatilis na alimentação de ciprinideos. Seus resultados demonstraram altas taxas de sobrevivência e de crescimento entre larvas assim alimentadas. Estas pesquisas abriram novas perspectivas para a aplicação destes resultados com outros microorganismos.
A partir destas experiências as algas começaram ser usadas em grandes quantidades para a produção massal de zooplâncton (rotíferos, copépodos, cladóceros, Artemia) que por sua vez, servem de alimento para larvas de crustáceos e peixes. Relativamente à produção de microalgas Benemamm (6) argumentou que até aquela data sua aplicação na aquicultura era limitada, prevalecendo apenas cultivos de pequena escala em laboratório.
Segundo Coutteau (7), a temperatura, pH, luminosidade e quantidade de nutrientes são os principais fatores para o crescimento das microalgas. A dependência destes microorganismos a estes fatores é encontrada nos campos da bioquímica, em nível molecular, porém, estes indivíduos podem modificar os modelos de respostas pela adaptação ao meio (8).
O gênero Chlorella é muito empregado na alimentação de organismos zooplanctônicos cultivados para nutrição de animais aquáticos em sua fase larval (9).
O potencial energético do zooplâncton como alimento vivo é, em princípio, dependente de sua alimentação primária. Dentro deste principio o gênero Chlorella é considerado (10) de alto valor energético para a nutrição dos zooplânctons. Este autor em trabalhos experimentais conseguiu produzir 48 milhões de células de Chlorella ellipsoidea S-1 por ml no 50º dia de crescimento em balões de vidro com 5 litros de meio de cultura. Sendo possível manter cultivo massivo de Chlorella em tanques com densidades entre 25 a 30 milhões de células por ml, podendo-se alcançar até 45 milhões de células por ml (11).
No Instituto Central de Investigações sobre Pesca Continental de Barrackpore, na Índia, desenvolveu-se um cultivo massivo de Chlorella sp. em bolsas transparentes de polietileno, utilizando-se fertilizantes NPK como meio de cultivo.
Considerando-se a necessidade de se adaptar uma metodologia própria de cultivo de organismos planctônicos para alimentação inicial de Cyprinus carpio, o presente trabalho tem por objetivo divulgar o método desenvolvido e aplicado no Laboratório de Nutrição de Peixes Tropicais/EPAGRI em Caçador SC, para obtenção de produção massiva e contínua da Chlorella sp., espécie base da cadeia alimentar para produção do alimento do zooplâncton Daphnia sp. que será utilizado para melhorar a qualidade nutricional deste organismo.
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