Manejo da época de aplicação da adubação potássica em arroz de terras altas irrigado por aspersão em solo de cerrado

Enviado por Orivaldo Arf


RESUMO. O emprego de adubos é um dos fatores mais importantes que influenciam na produtividade da cultura do arroz. Com respeito a adubação, há poucos estudos sobre o potássio, principalmente na adubação em cobertura. O presente trabalho foi realizado em um LATOSSOLO VERMELHO Distrófico (LVd) em Selvíria, Estado do Mato Grosso do Sul, com o objetivo de avaliar o comportamento de dois cultivares de arroz (IAC 201 e IAC 202), Oryza sativa L. (Poaceae), em função do manejo da adubação potássica (semeadura, perfilhamento e no início da diferenciação da panícula) em cultivo irrigado por aspersão. O delineamento foi o de blocos casualizados dispostos em esquema fatorial, com quatro repetições. O cultivar IAC 201 apresentou alto nível de acamamento. Já o cultivar IAC 202 apresentou comportamento superior em todas as características avaliadas como altura de plantas, panículas m-2, produção de grãos e peso hectolítrico. A melhor época para se realizar a adubação potássica na cultura do arroz foi na semeadura.

Palavras-chave: Oryza sativa L., potássio, época de aplicação, cultivar.

ABSTRACT. Potassium management in upland rice sprinkler irrigation. The fertilizer use is one of the most important factor on the rice productivity. In the world, the higher productivity is reached by chemical fertilization. There are few researches about potassium fertilization. In this context, the experiment was carried out on a Typic Haplustox, in Selviria, MS, Brazil, with the objective of evaluating two rice cultivars performance (IAC 201 and IAC 202), Oryza sativa L. (Poaceae), as a function of potassium fertilization management (sowing, tillering, panicle differentiation) under sprinkler irrigation. The experimental design was of randomized blocks in a fatorial outline 2x8 with four replicates. The IAC 201 cultivar had higher laying index, on the other hand, the IAC 202 cultivar had the best performance in all of agronomic characters, like plants’ height, panicule m-2, yield and hectolitric weight. The best period to carry out potassium fertilization was seed sowing time.

Key words: Oryza sativa L., potassium, time of application, cultivars.

Introdução

A produção brasileira de arroz, para a safra 99/00 foi de aproximadamente 11,5 milhões de toneladas, em uma área cultivada de 3,7 milhões de hectares, o que implica em uma produtividade de 3.000 kg.ha-1 (Nehmi et al., 2001), que pode ser considerada reduzida, pois esta cultura apresenta um potencial de produtividade maior. Se for considerar apenas o sistema de sequeiro, a média de produtividade é ainda menor. O arroz de sequeiro é uma das principais culturas do cerrado brasileiro, sendo cultivado, muitas vezes, em solos pobres em nutrientes e em regiões onde existe irregularidade na distribuição das precipitações pluviais. Além disso, práticas culturais inadequadas contribuem para que essa cultura apresente produção oscilante (Crusciol et al., 1999a).

O emprego de adubos é um dos fatores mais importantes que influenciam a produtividade da cultura do arroz. Com respeito à adubação potássica, há poucos estudos, principalmente a adubação em cobertura. O potássio é um dos elementos mais exigidos pela cultura do arroz de sequeiro, sendo superado apenas pelo nitrogênio (Crusciol et al., 1999a). Este nutriente aumenta a resistência das plantas às doenças, ativa a maturação e favorece a formação dos grãos, tornando-os mais pesados e volumosos, com panículas mais cheias e perfeitas (Malavolta et al., 1974). Outro efeito benéfico do potássio é atribuído ao incremento da capacidade de transporte do floema, refletindo no maior enchimento do grão com assimilados, como também a resistência ao acamamento, que está relacionada com a espessura da parede celular e como grau de silificação das células da epiderme (Barbosa Filho, 1987). A adubação potássica adequada pode minimizar o efeito negativo de deficiências hídricas, pelo fato do potássio exercer influência na abertura e fechamento dos estômatos nas folhas, mantendo, durante períodos de seca, mais água em seus tecidos em relação às plantas que não receberam potássio (Neiva, 1977). A adubação potássica adequada pode contribuir em até 40% de aumento de produtividade do arroz de sequeiro, cultivado em solos da região dos cerrados, caso outros fatores não sejam limitantes (Santos et al., 1982).

Apesar de vários trabalhos terem demonstrado aumentos na produção de arroz de sequeiro em função da aplicação de K (Fageria et al., 1990; Fageria e Barbosa Filho, 1990; Fageria, 2000), não se tem verificado resposta da cultura do arroz à aplicação deste nutriente com tanta freqüência, como verificado para o N e o P. Isso se deve em parte pelo fato de que 80 a 90% do K acumulado na palha retorna ao solo através da incorporação dos restos culturais (Barbosa Filho, 1987). O baixo potencial de cargas, encontrado na grande parte dos solos da região dos cerrados, associadas às fontes de K altamente solúveis, podem acarretar perdas elevadas por lixiviação.

A eficiência produtiva parcial da produção de grãos de arroz, considerando a adubação potássica, é geralmente alta nos primeiros estádios, ocorrendo, posteriormente, uma queda e finalmente um aumento na demanda por este nutriente. Assim, considera-se que é necessário um suprimento contínuo com esse elemento até o crescimento da panícula, quando se completa a fase reprodutiva da cultura (Barbosa Filho, 1987). Por outro lado, em regiões chuvosas, recomenda-se o parcelamento da adubação potássica, principalmente em solos arenosos (Serguy e Bouzinac, 1992).

Em um experimento visando a adubação, com doses (0, 20, 30 e 40 kg.ha-1) e aplicação parcelada do K (semeadura e início do florescimento), Zaratin et al. (1999) concluíram que o incremento de K apresentou efeito significativo no peso de 1000 sementes, número de grãos cheios/panícula e número de panículas/metro quadrado, e principalmente na produção de sementes. Estudos realizados por Machado et al. (1998) mostraram que a aplicação de K em uma dose no início da diferenciação da panícula proporcionou aumento na produção de grãos.

Este trabalho teve como objetivo avaliar o comportamento de dois cultivares de arroz (IAC 201 e IAC 202), Oryza sativa L. (Poaceae), em função do manejo da adubação potássica (semeadura, perfilhamento e no início da diferenciação da panícula) em cultivo irrigado por aspersão, na região de Selvíria, Estado do Mato Grosso do Sul.


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