Manejo de água em arroz de terras altas no sitema de plantio direto, usando o tanque classe A

Enviado por Orivaldo Arf


RESUMO

O presente trabalho teve como objetivo estudar o efeito do manejo de água em cultivares de arroz de terras altas no sistema de plantio direto, usando o tanque Classe A. Os tratamentos consistiram na combinação de três manejos (sequeiro e duas lâminas) e duas cultivares (Confiança e Maravilha), com quatro repetições. A irrigação proporcionou aumento na altura de plantas, massa de 100 grãos, massa hectolítrica, produtividade de grãos, rendimento de benefício e redução do número de dias para o florescimento e ciclo total da cultura. Os valores adotados de coeficientes de cultura não influenciam nas características fenológicas e produtivas da cultura. A produtividade de grãos não diferiu entre as cultivares Confiança e Maravilha.

Palavras-chave: Oryza sativa L., coeficiente de cultura, irrigação por aspersão.

SUMMARY

The work had as objective to study the effect of water management strategies on upland rice cultivars in no-tillage system, using the pan evaporation method. Treatments consisted of combination water management strategies (zero and two water deeps), with four replications. The use of irrigation increased height of plants, mass of 100 grains, yield, industrial characteristics and reduced the number of days to full flowering and the cycle of the crop. The adopted crops coefficients don't influence the phenological and productive characteristics of upland rice. The grains yield for Confiança and Maravilha cultivars was not different.

Keywords: Oryza sativa L., crop coefficients, sprinkler irrigation.

INTRODUÇÃO

No Brasil, o sistema de produção de arroz de terras altas ocupa aproximadamente 60% da área cultivada com arroz, o que corresponde a 40% de produção de arroz em casca. Grande parte das lavouras de sequeiro está localizada em regiões onde é comum a ocorrência de períodos de estiagem durante a estação das chuvas. Esse fato, aliado à alta demanda atmosférica na taxa de evapotranspiração, tem provocado baixa estabilidade produtiva no cultivo de terras altas.

O cultivo de arroz irrigado por aspersão desperta interesse por parte de produtores e pesquisadores, pois, além de possibilitar a obtenção de resultados compensadores, pode maximizar o uso de equipamentos adquiridos para implantação de outras culturas de interesse econômico (CRUSCIOL, 1998). Porém, em virtude do crescente aumento da utilização da irrigação por aspersão na cultura, tem ocorrido adaptações do manejo de água ao sistema de produção do arroz de terras altas, por parte do agricultor. Essa situação, aliada à inadequada utilização de adubação, espaçamento, densidade de semeadura e cultivares, tem ocasionado produtividades insatisfatórias (RODRIGUES, 1998; CRUSCIOL et al., 2003).

Quanto ao consumo de água pela cultura do arroz, BRUNINI et al. (1981) e CARVALHO JUNIOR (1987) verificaram que 30% foi consumido durante a fase vegetativa, 55% durante a fase reprodutiva e 15% na fase de maturação. De acordo com STONE et al. (1986), deficiências hídricas simuladas em casa de vegetação, no início da emissão das panículas, com duração de quatro a oito dias, provocaram reduções na produtividade da ordem de 60 a 87%, respectivamente.

STEINMETZ (1986) apresentou valores do coeficiente de cultura (Kc) para o arroz de terras altas, de acordo com o desenvolvimento da cultura. Para a cultivar com ciclo de 130 dias, adotaram-se os seguintes valores: 0,70 (8-18 dias); 0,90 (18-40 dias); 1,24 (40-110 dias) e 0,90 (110-130 dias). Por outro lado, REICHARDT (1987) observou que a necessidade de água para o arroz varia de 450-700 mm por ciclo, dependendo do clima e cultivar, e que o coeficiente da cultura quando irrigada por inundação é 1 a 1,2 durante todo o ciclo e, em solos drenados, o Kc varia de 0,30-0,40 de 0 a 20 dias; de 0,70-0,80 de 20 a 50 dias; de 1,05-1,2 de 50 a 110 dias; de 0,65-0,70 de 110 a 160 dias e de 0,20-0,25 até a colheita.

De modo geral, o uso da irrigação por aspersão proporciona produtividades mais elevadas relativamente ao arroz recebendo apenas água das chuvas (COELHO, 1976). Em solos de cerrado, MANZAN (1984) obteve aumentos de produtividade de até 70% no sistema irrigado por aspersão comparado ao sistema de sequeiro. Acréscimos na produtividade do arroz irrigado por aspersão, em comparação com o sistema de sequeiro em solos sob vegetação original de cerrado, também foram obtidos por CRUSCIOL (1998), RODRIGUES (1998), ARF et al. (2001) e CRUSCIOL et al. (2003).

O aumento na produtividade do arroz de terras altas, além de ser influenciado pela quantidade e distribuição de água durante o ciclo, varia com a cultivar utilizada. Resultados obtidos por OLIVEIRA (1994) mostraram incrementos significativos na produtividade de grãos, porém variáveis entre as cultivares estudadas (38 a 133%), comparando-se com o sistema de sequeiro. NAKAO (1995) verificou diferença de produtividade entre as cultivares Carajás e IAC 201 e que a irrigação aumentou a produtividade de grãos das duas cultivares, porém ficando mais evidente na cultivar IAC 201.

Atualmente, tem-se dado grande ênfase à adaptação da cultura ao plantio direto para consolidá-la como cultura de rotação com a soja ou o milho, em regiões de boa distribuição de chuvas, ou como uma cultura viável sob irrigação suplementar. Entretanto, pouco se sabe sobre o manejo da irrigação da cultura do arroz nesse sistema de produção. Dessa forma, o presente trabalho teve como objetivo avaliar o efeito de manejos de água nas cultivares de arroz Maravilha e Confiança, de terras altas, conduzidas no sistema de plantio direto, usando o tanque Classe A.

 


Página seguinte 



As opiniões expressas em todos os documentos publicados aqui neste site são de responsabilidade exclusiva dos autores e não de Monografias.com. O objetivo de Monografias.com é disponibilizar o conhecimento para toda a sua comunidade. É de responsabilidade de cada leitor o eventual uso que venha a fazer desta informação. Em qualquer caso é obrigatória a citação bibliográfica completa, incluindo o autor e o site Monografias.com.