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O presente trabalho foi conduzido no Laboratório de Cultura de Tecidos Vegetais do Departamento de Botânica da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" - Universidade de São Paulo.
Foram utilizados como explantes gemas apicais com tamanho padronizado de 2,5cm. Todas as gemas foram coletadas de plantas de Gypsophila paniculata L. em fase de crescimento vegetativo.
Os explantes foram esterilizados inicialmente em água corrente com detergente comercial por 15 minutos e lavados com água destilada. Após, o explante foi mergulhado em solução de tetraciclina a 1% por 4 minutos, no interior da câmara de fluxo contínuo, em seguida mergulhado em solução de hipoclorito de sódio (água sanitária comercial, contendo 5,0% de cloro ativo) 20%(v/v) durante 20 minutos, e finalmente em álcool 70°GL por 2 minutos. Após lavadas em água destilada e autoclavada, os explantes foram colocadas em placas de Petri.
Os explantes esterilizados foram inoculados em meio de cultura contendo sais de MURASHIGUE & SKOOG (1962), com modificações na concentração de CaCl2:
a) Sais de MURASHIGUE & SKOOG (1962) com a concentração original de 440mg/l de CaCl2 (T1);
b) Sais MS com a concentração de 880mg/l de CaCl2(T2);
c) Sais de MS com a concentração de 1760mg/l de CaCl2 (T3);
d) Sais de MS com a concentração de 2640mg/l de CaCl2 (T4);
e) Sais de MS com a concentração de 3520mg/l de CaCl2 (T5).
Todos os meios de cultura foram acrescidos com 30g/l de sacarose, 0,4mg/l de tiamina, 100mg/l de mesoinositol, 7,0g/l de agar e pH ajustado para 5,8. Utilizaram-se neste trabalho, tubos de ensaio (15x2,5cm), com 10ml de meio de cultura em cada tubo e fechados com tampas de aço inox. Os meios foram autoclavados sob uma pressão de 137 kg/cm2, à temperatura de 121°C por 15 minutos.
Após a inoculação dos explantes, estes foram acondicionados em câmara de crescimento sob uma temperatura constante de 25°C ± 2°C, sob uma iluminação de 75µmol s-1 m2 de intensidade luminosa (lâmpadas fluorescentes luz do dia) por um fotoperíodo de 16 horas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A TABELA 1 apresenta os dados de crescimento em altura dos explantes, aos 25 dias de cultura in vitro. A análise de variância mostrou diferenças significativas entre os tratamentos. No teste de comparação de médias a 1%, verifica-se superioridade do tratamento T3 sobre os demais, sendo que T1, T2 e T4 situaram na faixa intermediária, e o tratamento T5 o de menor resultado.
A TABELA 2 contém os dados médios do peso da matéria seca dos explantes, após 25 dias de cultura in vitro. O teste de comparação de médias (teste de Tukey) mostrou em nível de 1 % a superioridade do tratamento T3 sobre os demais, comprovando os resultados do teste observado na TABELA 1. Passados exatamente 10 dias após a inoculação dos explantes, observou-se visíveis diferenças no crescimento dos explantes, nos vários meios de cultura (Figura 1). Os explantes que mais se destacaram, foram os do meio de MS (1962), contendo 1760 mg/1 de CaCl2, além do maior crescimento, os explantes apresentavam-se com pouco ou nenhum estiolamento, apresentando vigor e coloração verde intensa nas folhas.
O estiolamento foi freqüente nos explantes inoculados no meio de cultura com sais de MS com a concentração original do sal CaCl2, e para explantes deste meio de cultura diferentemente do anterior, as folhas não apresentavam-se com a coloração verde intensa. Os explantes do meio de cultura MS com 2.640 mg/1 e 3.520 mg/1 de CaCl2, apresentaram crescimento reduzido. No meio de cultura MS com 3.520 mg/1 de CaCl2, após o 10° dia de inoculação, observou-se um crescimento muito lento, prejudicado, com a provável conseqüência do excesso de Ca ou pela toxidez do Cloro no meio de cultura. Analisando-se os pesos das matérias secas, após 20 dias de meio de cultura, notou-se superioridade dos explantes do meio MS, contendo 1760 mg/1 de CaCl2 sobre os demais, alcançando em algumas repetições, o dobro do peso sobre os menores.
É interessante assinalar que, diferente das maiorias das culturas, a porcentagem de enraizamento é muito pequena (4%). Esta baixa taxa de enraizamento pode ser prejudicial na etapa da aclimatação desta cultura. KUSEY & HAMMER (1980) conseguiram o enraizamento, somente após o tratamento dos explantes com ácido naftaleno acético (ANA) ou ácido indolbutírico (IBA). Ainda em relação a rizogênese, HILL (1967) obteve o enraizamento a partir de calos em meio de cultura com 0,5 mg/1 de ANA, com baixa dosagem de 2-4 diclorofenoxiacético (2-4D).
1 - O meio de cultura que mostra uma melhor resposta para o crescimento de explantes da espécie Gypsophilla paniculata L., é o meio de cultura com sais de MURASHIGE & SKOOG (1962), com a concentração de 1.760 mg/1 de CaCl2 (T3).
2 - O meio de cultura com sais de MS com 440 mg/1 de CaCl2 não se mostrou satisfatório, devido ao alto índice de estiolamento ocorrido nos explantes (T1).
3 - Não houve efeito positivo dos meios de cultura estudados na rizogênese dos explantes.
R. Jun TakaneI; K. MinamiII; A.A.LucchesiIII; M. De AlmeidaIII
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