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Utilizaram-se na experimentação seleções de pessegueiros e nectarineiras do germoplasma situado na Estação Experimental de Jundiaí ( 23W.;46°55'W. e 80 HF-7°C) [1], do IAC. São elas: pêssegos 'Jóia-1', Jóia-3', 'Jóia-5', 'Dourado-1', 'Dourado-2', 'Aurora-1', 'Aurora-2', Tropical', 'Delicioso Precoce', 'Régis', IAC 680-13, IAC 280-28, IAC 6782-83, IAC 6882-37, IAC 785-1, IAC 4685-45, e IAC 2982-32 e nectarinas 'Centenária', 'Josefina', 'Rosalina', IAC N 1880-62, IAC N 2680-91 e IAC N 1880-3. Os tratos culturais do pomar foram similares aos rotineiramente recomendados à cultura (OJIMA et al., 1990).
Para avaliação da ferrugem em laboratório coletaram-se, ao acaso, de três plantas por seleção, 100 folhas da porção mediana da copa e dos ramos. As coletas foram realizadas na primeira quinzena de março de 1993. A incidência da ferrugem nas folhas foi estimada através de observações macroscópicas das pústulas, atribuindo notas de 1 a 5, conforme padrão anteriormente adotado para ameixeira (CAMPO DALL'ORTO et al., 1979 e 1980), sendo: 1 = nula, 2 = leve, 3 = moderada, 4 = severa, 5 = muito severa. Ao item enfolhamento da planta foram atribuídas no campo as seguintes notas: 1 = fraco, 2 = médio, 3 = forte.
As observações das plantas, as amostragens das folhas e a análise laboratorial foram realizadas por três pessoas. Assim, a nota para incidência de ferrugem e grau de enfolhamento de cada material, correspondeu à média em porcentagem das concedidas pelos três avaliadores.
Todos os pessegueiros e nectarineiras avaliados mostraram-se susceptíveis à ferrugem (Figura 1). No entanto, as seleções apresentaram diferentes níveis de susceptibilidade, variando desde o pêssego IAC 6882-37, seleção mais susceptível, com 81,67% de incidência severa e muito severa, à nectarina 'Josefina', a mais tolerante, com somente 12,33%.
Os pêssegos 'Régis' e IAC 4685-45 e as nectarinas 'Josefina' e IAC N 2680-91, com menores índices de incidência da doença (< 30% de incidência severa e muito severa), corresponderam às seleções com melhor enfolhamento das plantas (nota média de 2,2). Essas seleções, seguidas de outras que mostravam também bom comportamento - 'Delicioso Precoce' IAC N 1880-3, 'Tropical' e 'Rosalina' - sugerem ser mais tolerantes ao patógeno, merecendo atenção especial na utilização nos trabalhos de melhoramento.
Por outro lado, as seleções de pêssegos IAC 6882-37, IAC 680-13, 'Jóia-1', 'Jóia-5' e IAC 280-28, com altos índices de incidência severa e muito severa (ao redor de 60% e acima), indicam tratar-se de material que carece de maiores cuidados no monitoramento da doença e nos tratos fitossanitários com produtos fúngicos.
Os resultados obtidos neste trabalho necessitam ainda de averiguações mais aprofundadas. É interessante que sejam analisados o início da infecção da planta, o período de maior incidência e o controle da ferrugem, frente às condições ecológicas locais. De um lado, seriam detectadas as seleções mais sensíveis ao patógeno e aos desequilíbrios fisiológicos e nutricionais, responsáveis pela diminuição da produção e da vida útil do pomar (ANDERSON, 1956; FELICIANO et al., 1979; BLEICHER &TANAKA, 1982; KANG & KO, 1976). De outro lado, poder-se-iam selecionar pessegueiros e nectarineiras que confirmassem as características de tolerância ou resistência à ferrugem, constituindo material genético útil aos trabalhos de cruzamentos controlados.
1. Todas seleções de pessegueiros e nectarineiras analisadas mostraram-se susceptíveis à ferrugem. No entanto, houve variações em graus de susceptibilidade entre as seleções.
2. Os pessegueiros 'Regis' e IAC 4685-45, e as nectarineiras 'Josefina' e I AC N 2680-91 apresentaram-se mais tolerantes à doença, com plantas de melhor enfolhamento.
Os autores agradecem aos Técnicos de Apoio, MEIRE CORREIA DA SILVA FERRARI e MARCILENE DE MORAIS, o auxílio na coleta e análise das folhas dos pessegueiros e nectarineiras do experimento.
[1] Latitude, longitude e horas anuais de frio abaixo de 7ºC, respectivamente (PEDRO JUNIOR et al., 1979).
W. Barbosa (I, II); F. A. Campo-Dall'Orto (I, II); M. Ojima (II); G. P. C. Kalil (II); A. A. Lovate (II); I. J. A. Ribeiro (I,II); F.P. Martins (III); E. M. C. Nogueira (I, IV)
wbarbosa[arroba]iac.sp.gov.br
I. Bolsista do CNPq
II. Instituto Agronômico de Campinas, C.P. 28 - CEP: 13001-970 - Campinas,SP
III. Estação Experimental de Jundiaí/IAC, C.P. 11 - CEP: 13200-970 - Jundiaí,SP
IV. Instituto Biológico de São Paulo, C.P. 7119 - CEP: 04014-000 - São Paulo,SP
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