Fertilização foliar de nitrogênio para laranjeira em estágio de formação



RESUMO:

Laranjeiras em estágio de formação receberam adubação foliar com uréia (15N). As folhas absorveram, nas 48 horas após a adubação foliar, 52% do N aplicado. Em relação ao N aplicado nas folhas das mudas, 38, 39, 23 e 15% foram recuperados nas plantas coletadas aos 75, 120, 180 e 360 dias após o transplante para os vasos, respectivamente. A adubação foliar das mudas não teve efeitos significativos no peso de matéria seca e no acúmulo de N durante o primeiro ano após o transplante.

Palavras-chave: adubação foliar, 15N, citrus, uréia

Foliar nitrogen supply to young citrus plants

ABSTRACT:

Young orange plants were supplied with N (15N-urea) by foliar fertilization. The leaves absorbed 52% of the N applied, 48 hours after foliar fertilization. In relation to the total N applied to the leaves of young orange plants, 38, 39, 23 and 15% were recovered in plants harvested 75, 120, 180 and 360 days after transplantating to pots, respectively. There were no significant effects of foliar fertilization on dry matter weight and amounts of N taken up during the first year after transplanting.

Key words: foliar fertilization, 15N, citrus, urea

INTRODUÇÃO

Nitrogênio é o nutriente que mais freqüentemente causa aumento de produtividade de frutos nos pomares citrícolas brasileiros (Rodriguez & Moreira, 1969; Rodriguez et al., 1973). Embora seja o nutriente aplicado em maior quantidade na adubação dos pomares paulistas, a quantidade empregada ainda tem sido insuficiente (Rosseto et al., 1988).

As recomendações oficiais brasileiras indicam as doses de N para aplicação no solo e também para adubação foliar, sendo que neste último indica-se uréia como fonte de N. Nos adubos foliares encontrados no comércio, o N quase sempre está presente nas misturas com micronutrientes. Argumenta-se que a aplicação foliar é meio eficiente de se nutrir os vegetais em N e a uréia auxiliaria a absorção dos micronutrientes contidos na solução aplicada nas folhas, resultando em maior desenvolvimento da laranjeira e de produtividade de frutos.

A uréia é indicada para adubação foliar porque contem alto teor de N, alto grau de solubilidade e baixa corrosividade. O risco de causar injúrias nas folhas é menor para a uréia em relação às outras fontes, se comparadas soluções com concentrações equivalentes de N.

O primeiro trabalho sobre aplicação de uréia nas folhas de citros foi desenvolvido por Jones & Parker (1949), estabelecendo-se que o N é absorvido rapidamente pelas folhas. Jones & Steinacker (1953) demonstraram que o teor foliar de N da laranjeira Valência aumentou mais rapidamente e era mantido em nível mais elevado pela aplicação foliar do que pela adubação no solo, se empregadas as mesmas doses de N. A concentração de uréia na solução era de no máximo 0,9%, pois se contivesse 1,2% provocava injúrias nas folhas. Jones & Embleton (1965) verificaram dois tipos de injúrias causadas às folhas pela adubação foliar com soluções contendo mais que 1,2% de uréia. O primeiro tipo apareceu 10 dias após a aplicação foliar e causou a morte das margens e das extremidades das folhas, ocorrendo em seguida a abcisão de folhas velhas ou deformação de folhas em desenvolvimento. O segundo tipo de injúria, denominada de "yellow tip" e causada por biureto, foi descrita como amarelecimento das extremidades das folhas mais novas e apareceu duas a oito semanas após a pulverização foliar. Lea-Cox & Syvertsen (1995) verificaram que, após pulverização com solução contendo 1,8 a 2,2% de N na forma de uréia, as folhas de "grapefruit" manifestavam secamento e, com concentrações ainda maiores havia queda das folhas com idade superior a 6 meses. Entretanto, a pulverização com solução contendo 1,1% de N não causava efeito deletério nas folhas.

A capacidade de absorção e de translocação de N varia em função da idade das folhas. As folhas com 2 meses de idade absorvem de 1,6 a 6,0 vezes mais que as folhas com 6 meses. Nas 48 horas após a pulverização foliar, a percentagem média de absorção variou de 13% a 54% do N aplicado. As folhas mais velhas translocaram 40% e as folhas mais novas apenas 15% do N absorvido, concentrando-o em maior proporção nos ramos (Lea-Cox & Syvertsen, 1995)

A eficácia da adubação foliar em elevar o teor foliar de N depende também do número e do volume de solução. Embleton & Jones (1974) aumentaram significativamente o teor foliar de N de laranjeiras com três pulverizações com solução contendo uréia. Lea-Cox & Syvertsen (1995), aplicando o máximo de solução de uréia-15N que a folha podia reter, constataram aumentos de 2,2 mg g-1 no teor foliar de N e que 7,6% do N contido nas folhas eram provenientes do N aplicado.

No presente trabalho estudou-se a taxa de absorção de N aplicado nas folhas de laranjeiras Valência com quatro meses de idade após o transplante, bem como o efeito da adubação foliar nas mudas sobre o desenvolvimento das plantas até um ano de idade.

 


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