O experimento foi conduzido nas instalações da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, UNESP, Campus de Botucatu, utilizando-se dois mil pintos de um dia de idade, da linhagem Ross, distribuídos em um delineamento inteiramente casualisado em esquema fatorial 2 x 2 (sexos x níveis de lisina) e criados até 49 dias de idade. As aves foram alimentadas com dietas: inicial (0-21 dias), crescimento (22-42 dias) e acabamento (43-49 dias), contendo 100% dos níveis de lisina recomendados pelo NRC (1994), ou 110% nas rações inicial e de crescimento e 120% na ração de acabamento. Os frangos foram abatidos aos 28, 35, 42 e 49 dias de idade quando os rendimentos de carcaça e de peito foram determinados. Os níveis de lisina não afetaram (p>0,05) o ganho de peso, conversão alimentar e o rendimento de carcaça, mas os níveis altos resultaram em menores porcentagens de gordura abdominal quando comparados aos níveis baixos de lisina, nas fêmeas. A inclusão de lisina na dieta não melhorou o rendimento de carcaça e de peito aos 28, 35, 42 e 49 dias de idade (p>0,05). Portanto, pode-se concluir que o aumento dos níveis de lisina acima do recomendado pelo NRC (1994) não apresentou influência sobre as características avaliadas.
An experiment was carried out at Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia-UNESP-Botucatu to evaluate the effect of high dietary lysine levels and sex on broiler performance, carcass and breast meat yield. Two thousand Ross day-old chicks were reared in a 2x2 randomized factorial design (two sex and two dietary lysine levels). Starter diets (0 – 21 days) and grower diets (22 – 42 days) were formulated to comply with 100% of NRC (1994) lysine requirements, while lysine level of finisher diet (43 – 49 days) was 120% of NRC (1994) recommendation. Broilers were processed at 28, 35, 42 and 49 days for carcass and breast meat yield evaluation. Dietary lysine level didn’t effect (p>.05) weight gain, feed conversion and carcass yield but high lysine levels resulted in less abdominal fat than low lysine level, in females. It was concluded that NRC (1994) lysine requirements are adequate to maximize carcass and breast meat yield.
Unitermos / Keywords
desempenho, frangos de corte, lisina, rendimento de carcaça
A comercialização de carne de aves no Brasil tem se modificado ao longo dos últimos anos, com o aumento do consumo interno e da exportação de partes desossadas em detrimento da carcaça inteira. Dessa forma, o rendimento de cortes como peito e pernas, aliados a carcaças com menor quantidade de gordura, passou a ser crucial para a indústria. Como o peito representa cerca de 30% da carne e 50% da proteína total do frango, além de ser utilizado para a elaboração de inúmeros produtos pós-processados, é natural que as integrações estejam muito preocupadas com peso e quantidade de carne obtida após a desossa.
A produção de filés de peito, com especificações rígidas de peso para a produção de pós-processados ou para restaurantes de refeições rápidas, tem implicações econômicas importantes para a rentabilidade das integrações.
Embora existam controvérsias, tem sido observado que a utilização de níveis mais altos de lisina nas dietas de crescimento e retirada aumentam a quantidade de carne de peito (Mendes, 1990; Politi, 1996). Segundo as recomendações do NRC (1994), a exigência de lisina na fase inicial é de 1,10%, reduzindo-se para 1,00% na dieta de crescimento (21 a 42 dias) e para 0,85% na fase final (42 a 49 dias), diminuição esta que parece muito acentuada e que vários autores têm procurado questionar.
De acordo com Sibbald & Wolynetz (1986), níveis baixos de lisina na fase inicial resultam em maior acúmulo de gordura na carcaça. Resultados semelhantes foram encontrados por Moran & Bilgili (1990) no período de 28 a 42 dias de idade. Os autores observaram que, com o aumento do nível de lisina na dieta, houve um aumento na quantidade de carne de peito, asas, pernas e dorso, sendo que esse efeito foi mais aparente com o incremento de 0,85 para 0,95% em comparação com um incremento de 0,95 para 1,05%.
Dados obtidos por Schuermann et al. (1993), estudando as exigências de lisina para frangos de corte na fase de 21 a 42 dias, demonstraram que os níveis estudados afetaram o ganho de peso e a conversão alimentar, porém não tiveram influência no rendimento de carcaça e no teor de gordura abdominal.
O objetivo do presente trabalho foi avaliar o desempenho produtivo e o rendimento de carcaça, gordura abdominal e peito desossado de frangos de corte, sexados, alimentados com níveis recomendados ou altos de lisina.
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