Educação A Distância
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Ensino a Distância (EAD) é um sistema de ensino não-presencial. Ou seja, é uma forma de aprendizagem que se dá sem a presença de professor e sem local específico para fins educativos.
Dentro da educação a distância, temos alguns modelos:
Presencial: na verdade este é feito de momentos presenciais onde, há um primeiro encontro onde o professor estabelece uma comunicação com os alunos, tentando conhecer cada um deles e combinando formas de comunicação (e-mail ou horas no Chat), logo após os alunos recebem o material educacional (livros, apostilas...). O aluno estudará em casa quando dispuser de tempo. Neste primeiro momento presencial já se estabelece a data do próximo encontro, onde serão resolvidas as dúvidas sobre o que o aluno consegui aprender em casa, após este encontro para discussões sobre o material é feita a avaliação por meio de prova em casa e o aluno envia para a instituição promotora.
Mista: somente as provas e os trabalhos são feitos na instituição;
Virtual: totalmente realizada como o auxílio da Internet, onde o aluno não tem nenhum contato presencial com o professor, somente há contatos através videoconferência, páginas, e-mails e chats. O professor realiza a avaliação do aluno através de mecanismo que gera questões a seremrespondidas, aleatoriamente, permitindo ainda que o aluno forneça o seu Feedback, reveja lições que não assimilou bem.
Qual a história do Ensino a Distância?
A Educação a Distância evoluiu através de diversas gerações (Moore & Kearsley, 1996). A partir da segunda metade do século XIX, a correspondência ou o estudo em casa transformaram-se em uma forma legítima de instrução , devido ao desenvolvimento de serviços postais baratos na Europa e nos Estados Unidos. Os instrutores passaram a emitir textos, guias de estudo e outros materiais impressos pelo correio aos estudantes que ganharam o crédito para terminar atribuições especifíficas com sucesso. O modelo de correspondência transformou-se na primeira geração de Ensino a Distância, que é ainda o método predominante fora dos Estados Unidos. O advento de universidades abertas e o uso da transmissão e de mídia gravados representam a segunda geração de Educação a Distância. No final da década de 1960 e início da década de 1970 educadores começaram a experimentar o uso de rádio, televisão, audiotapes e telefone em combinação com guias de estudo e biblioteca local, fornecendo oportunidade educacional a estudantes que antes se encontravam geograficamente isolados de qualquer tipo de instrução.
Desde o início este tipo de ensinamento teve que enfrentar a desconfiança que seria uma oportunidade de menor aprendizado, e que o desenvolvimento de um sistema mais flexível e dinâmico seria muito mais atrativo.
Vale destacar que a educação epistolar utilizada pela educação a distancia por correspondência tem servido de base para as diversas opções que tem se materializado neste campo e que geralmente pretendem ampliar o acesso ao ensino, fruto de uma nova atitude pedagógica, que coloca o aluna em primeiro lugar e a instituição em segundo lugar, devemos lembrar que existe em primeiro lugar uma fila cada vez maior para as instituições que efetuam o ensino a distancia, a qual não deixa de ser um desafio mundial a implementação da mesma.
A primeira tecnologia que permitiu o EAD foi a escrita. A tecnologia tipográfica, posteriormente, ampliou grandemente o alcance de EAD. Mais recentemente, as tecnologias de comunicação e telecomunicações, especialmente em sua versão digital, ampliaram ainda mais o alcance e as possibilidades de EAD.
A invenção da escrita possibilitou que as pessoas escrevessem o que antes só podiam dizer e, assim, permitiu o surgimento da primeira forma de EAD: o ensino por correspondência. As epístolas do Novo Testamento (destinadas a comunidades inteiras), que possuem nítido caráter didático, são claros exemplos de EAD. Seu alcance, entretanto, foi relativamente limitado – até que foram transformadas em livros.
O livro é, com certeza, a tecnologia mais importante na área de EAD antes do aparecimento das modernas tecnologias eletrônicas, especialmente as digitais. Com o livro (mesmo que manuscrito) o alcance do EAD aumentou significativamente em relação à carta.
Com o aparecimento da tipografia, entretanto, o livro impresso aumentou exponencialmente o alcance do EAD. Especialmente depois do aparecimento dos sistemas postais modernos, rápidos e confiáveis, o livro tornou-se o foco do ensino por correspondência, que deixou de ser epistolar.
Mas o livro, seja manuscrito, seja impresso, representa o segundo estágio do EAD, independentemente de estar envolvido no ensino por correspondência, pois ele pode ser adquirido em livrarias e através de outros canais de distribuição. Com o livro impresso temos, portanto, a primeira forma de EAD de massa.
O surgimento do rádio, da televisão e, mais recentemente, o uso do computador como meio de comunicação vieram dar nova dinâmica ao ensino à distância. Cada um desses meios introduziu um novo elemento ao EAD:
- O rádio permitiu que o som (em especial a voz humana) fosse levado a localidades remotas. Assim, a parte sonora de uma aula pode, com o rádio, ser remotizada. O rádio está disponível desde o início da década de 20, quando a KDKA de Pittsburgh, PA, tornou-se a primeira emissora de rádio comercial a operar.
- A televisão permitiu que a imagem fosse, junto com o som, levada a localidades remotas. Assim, agora uma aula quase inteira, englobando todos os seus componentes audiovisuais, pode ser remotizada. A televisão comercial está disponível desde o final da década de 40.
- O computador permitiu que o texto fosse enviado com facilidade a localidades remotas ou fosse buscado com facilidade em localidades remotas. O correio eletrônico permitiu que as pessoas se comunicassem assincronamente mas com extrema rapidez. Mais recentemente, o aparecimento de "chats" ou "bate-papos" permitiu a comunicação síncrona entre várias pessoas. E, mais importante, a Web permitiu não só que fosse agilizado o processo de acesso a documentos textuais, mas hoje abrange gráficos, fotografias, sons e vídeo. Não só isso, mas a Web permitiu que o acesso a todo esse material fosse feito de forma não-linear e interativa, usando a tecnologia de hipertexto. O primeiro computador foi revelado ao mundo em 1946, mas foi só depois do surgimento e do uso maciço de microcomputadores (que apareceram no final de 1977) que os computadores começaram a ser vistos como tecnologia educacional. A Internet, embora tenha sido criada em 1969, só explodiu no mercado mesmo nos últimos cinco anos, quando foi aberta para uso comercial (pois antes servia apenas a comunidade acadêmica).
- A convergência de todas essas tecnologias em um só mega-meio de comunicação, centrado no computador, e, portanto, interativo, permitiu a realização de conferências eletrônicas envolvendo componentes audiovisuais e textuais.
Não resta dúvida, portanto, de que o EAD é hoje possível em uma escala nunca antes imaginada. Mas nem tudo que é possível vale a pena fazer. Por isso, vamos discutir a justificativa de EAD no contexto atual.
É um método racional de compartilhar conhecimento, habilidades e atitudes através da aplicação da divisão do trabalho e de princípios organizacionais, tanto pelo uso extensivo de meios de comunicação, quanto, especialmente, pelo propósito de reproduzir materiais técnicos de alta qualidade, os quais tornam possível instruir um grande número de estudantes ao mesmo tempo. É uma forma industrializada de ensinar e aprender.
É um modo apropriado para atender a grandes contingentes de alunos de forma mais efetiva e sem risco de reduzir a qualidade dos serviços oferecidos.
A designação Ensino a Distância ( EAD ), aplica-se (em termos de uma definição rápida) ao conjunto de métodos, técnicas e recursos, postos à disposição de populações estudantis dotadas de um mínimo de maturidade e de motivação suficiente para que, em regime de auto-aprendizagem, possam adquirir conhecimentos ou qualificações a qualquer nível. Baseia-se tudo isto na idéia comprovada de que qualquer adulto, a quem não faltem os conhecimentos de base necessários à aquisição de conhecimentos mais avançados, pode aprender por si próprio, sem se postular a existência de uma relação direta professor/ aluno, desde que lhe seja fornecido a totalidade dos elementos didáticos associados ao aprendizado de uma dada disciplina: textos de base e complementares, indicações bibliográficas, exercícios e trabalhos de aplicação, várias formas de clarificação ou ilustração da matéria e, finalmente, elementos para avaliações parciais e finais.
O que é Educação a Distância? Educação a Distância difere da educação tradicional no que tange a dois principais aspectos:
2. A comunicação entre instrutores e estudantes se dá mediante tecnologia. Essas diferenças representam significantes implicações para o desenvolvimento e para a maneira como o ensino será transmitido. Uma nova educação a distância não é apenas uma aula tradicional com novos recursos tecnológicos, ela requer um considerável esforço de um time de instrutores, pedagogos, técnicos, administradores e estudantes.
No quadro abaixo detalhamos algumas das principais diferenças entre a educação a distancia e a educação presencial.
EDUCACAO A DISTANCIA |
EDUCACAO PRESENCIAL |
O professor e os estudantes podem não estar presentes fisicamente no mesmo espaço e no mesmo tempo. |
O professor e os estudantes estão fisicamente no mesmo lugar |
Para que a comunicação de produza e necessário criação de elementos mediadores entre o professor e o aluno. |
E feita uma lista de presença porque se restringe a aula a uma hora e local |
Elimina a rígida fronteira de espaço e tempo que impõe o paradigma da sala de aula tradicional. |
Grande parte do conhecimento se arquiva em papel |
Demostra que os participantes podem aprender sem estar agrupados no mesmo local e ao mesmo tempo. |
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Utilização de tecnologias de comunicação e de computação para permitir a comunicação entre professor e aluno e transmitir conteúdos educativos; |
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Comunicação em via dupla, em que o estudante pode interagir com o professor, com os outros estudantes e com a instituição; |
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Possibilidade de encontros ocasionais com propósitos didáticos (prática laboratorial) e de socialização. |
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A informática tornou-se essencial a todas as áreas e os professores que viravam as costas para a EAD, começam hoje, até por uma questão de sobrevivência profissional, a se interessar. Daí para descobrir as possibilidades que oferece como complemento ao ensino presencial e à EAD, é um passo. Interessante é destacar que, principalmente nas novas gerações, há quem confunda EAD com Informática Educativa, desconhecendo todo o passado da EAD e os outros meios que utiliza além da informática.
Os professores das novas tecnologias na educação, no futuro, irão considerar a concepção da aprendizagem como o processamento de informações em lugar de acumulação das informações, sobre a base do princípio segundo o qual os conhecimentos não se assimilam nem se reproduzem, e sim que se costroem e recostroem ( análise contínua ).
Em consequência os docentes deverão se converter em verdadeiros estimuladores e facilitadores da criatividade do pensamento crítico e lógico, assim como, em mediadores entre o conhecimento, a informação e os aprendizes.
O potencial que as novas tecnologias de comunicação e informação proporcionam ao ser humano e a sociedade como um todo, tem a ver com a rapidez do processamento da informação e o maior volume da mesma, com fácil acesso, disposição, intercâmbio e transformação da informação.
O surgimento das novas tecnologias, como a computação, multimídia e as redes de alta velocidade, tem criado novas possibilidades de desenvolvimento tecnológico. Sua aplicação nos processos de ensino-aprendizado como um apoio eficiente no manejo desta informação, determinam estratégias de instrução diferentes das tradicionais salas de aula com presença direta.
A tecnologia multimídia junto com o uso das redes telemáticas são consideradas como a nova revolução da informática no processo de ensinar-aprender, isto se deve a sua facilidade para utilizar as telecomunicações e a televisão, criando ambientes que se integram aos distintos meios de comunicação empregados pelo homem para transmitir uma mensagem, tais como, texto, gráficos, imagens, sons e vídeo.
O uso e aplicação das novas tecnologias nos diversos campos da atividade humana e social exigem reconhecer os impactos e transformações que ocasionam, assim como, ver a forma em que estas novas tecnologias serão aproveitadas para fornecer um aprendizado contínuo, um aprendizado a distância com baixo controle de quem aprende, a fim de resolver problemas que as limitações econômicas e de recursos educativos ocasionam, principalmente em sociedades menos desenvolvidas.
Segundo Maria Christina Zentgraf, doutora em educação pela UFRJ, foi Professora-Adjunta da Faculdade de Educação da UERJ. Atualmente é consultora da Associação Brasileira de Tecnologia Educacional (ABT), Professora Associada junto ao Programa de Teleducação da Universidade Castelo Branco, Professora do Curso de Especialização em Educação a Distância da UniCarioca e do CEP/UFRJ, as novas tecnologias são sempre transitórias. Hoje é a informática, são os cursos virtuais; ontem eram os módulos de ensino, a instrução programada, o rádio, a televisão. Os educadores devem estar sempre se preparando para incorporar as novas tecnologias a seu cotidiano. No caso específico da EAD, as novas gerações de recursos tecnológicos vão se incorporando ao já existente, sem eliminá-lo. Assim é que vemos hoje no Brasil desde o ensino por correspondência até os cursos virtuais, atendendo a diferentes clientelas.
Pedro Paulo Poppovic, em artigo para a revista Em Aberto afirma que "Em relação às novas tecnologias, cerca de 10% dos professores são altamente motivados enquanto 15% são totalmente contrários a elas. Entre esses extremos, encontram-se 75% cuja adesão é fundamental para o êxito de qualquer projeto inovador. Para a alfabetização tecnológica dos professores, os 10% predispostos ao uso da tecnologia constituem peça importante no sentido de demonstrar aos colegas que as novas formas ajudarão a aperfeiçoar a sua prática pedagógica apesar de exigirem um esforço de adaptação. Além disso, todos nós sabemos que se faz necessário incentivo material para que os professores possam adquirir equipamentos e participar de treinamentos, Entretanto, o aprofundamento em uma ou outra tecnologia vai ser determinado pelo cursista. No meu ponto de vista, é impossível dominar com competência as diferentes mídias.".
A questão da elitização em decorrência das novas tecnologias é motivo de preocupação até em países ricos como os Estados Unidos. No caso específico do Brasil, foi anunciado no Jornal do Brasil do ano de 2001, que um novo programa do governo deverá aplicar R$ 500 milhões para popularizar a rede global de computadores. O programa tem como objetivo evitar a consolidação de um novo fosso entre os países ricos e pobres e no caso específico do Brasil, entre os que têm acesso e os que não têm às novas tecnologias. Segundo o artigo o governo pretende criar condições de acesso a internet para 36 milhões de brasileiros, isto é 20% da população do país; hoje pouco mais de 1,2% da população são usuários individuais da internet.
Atualmente existe uma grande preocupação a nível docente sobre as condições, normas e estruturas que devem ter as instutuições educativas para conseguir que seus alunos estejam preparados para o mundo tecnológico a que se enfrentam, se requer um regulamento de estrutura básica, que sirva de guia para os que desenvolvem o currículo, os facilitadores e os que tomam decisões relacionados com a educação.
Vemos sem o temor de errarmos qual é a tendência das novas tecnologias, devemos preparar nossos futuros estudantes para que possam manejar e aproveitar as novas modalidades de produtividade, as melhorias de qualidade de vida e o uso dos recursos tele-informativos.
Podemos citar como exemplo que vem dando certo a Universidade Federal de Sta. Catarina, pioneira no uso de novas tecnologias no EAD. Ela vem desenvolvendo na área de educação formal, cursos de mestrado e doutorado, autorizados pela CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), apesar de não estarem ainda regulamentadas estas modalidades de cursos a distância. Segundo declarou o Prof. Vianey, um dos membros da implantação desse sistema na UFSC, o fator determinante dessa autorização, foi o uso da videoconferência, no programa.
Não resta a menor dúvida de que o EAD tem maior alcance do que o ensino presencial. Por mais que se critiquem os Telecursos da Fundação Roberto Marinho/FIESP, não há como duvidar do fato de que eles alcançam muito mais pessoas, com os mesmos investimentos e recursos, do que se fossem ministrados presencialmente. O mesmo se pode dizer (embora em grau ainda menor) em relação a cursos ministrados pela Internet.
Quanto à razão custo/benefício a questão é um pouco mais difícil de decidir.
O custo de desenvolvimento de programas de EAD de qualidade (que envolvam, por exemplo, televisão ou mesmo vídeo, ou que envolvam o uso de software especializado) é extremamente alto.
Além disso, sua distribuição, oferecimento e ministração (ou "entrega", termo que traduz literalmente o Inglês "delivery") também têm um custo razoável. Se eles forem distribuídos através de redes de televisão comerciais o custo de transmissão pode ser ainda mais alto do que o custo de desenvolvimento, com a desvantagem de ser um custo recorrente.
Por isso, esses programas só oferecem uma razão custo/benefício favorável se o seu alcance for realmente significativo (atingindo um público, talvez, na casa dos milhões de pessoas).
É verdade que o custo de desenvolvimento pode ser rateado pelos vários oferecimentos ou ministrações ("deliveries"). Um programa de EAD bem feito pode ser oferecido e ministrado várias vezes sem que isso afete o custo de desenvolvimento. O único componente de custo afetado pelo oferecimento e ministração recorrente de um programa de EAD é o de distribuição (entrega), fato que torna o custo de desenvolvimento proporcionalmente mais barato, por oferecimento e ministração, à medida que o número de oferecimentos e ministrações aumenta. Se o custo de entrega for alto, porém, essa redução proporcional do custo de desenvolvimento ao longo do tempo pode não ser tão significativa.
Muitas das instituições interessadas em EAD hoje estão procurando "atalhos" que reduzam o custo de desenvolvimento. Infelizmente isso dificilmente se dá sem que haja uma redução na qualidade. Em vez de usar meios de comunicação caros, como televisão e vídeo, essas instituições empregam predominantemente texto no desenvolvimento do curso e o distribuem através da Internet (com um custo relativamente pequeno, tanto no desenvolvimento como na entrega). Além disso, para não aumentar o custo de desenvolvimento, o texto é muito pouco trabalhado, consistindo, muitas vezes, de textos que não foram elaborados com esse tipo de uso em mente, mas sim para ser publicados em forma impressa. Desta forma, o EAD acaba não passando de um ensino por correspondência em que os textos são distribuídos pela Internet e não pelo correio convencional.
É verdade que freqüentemente se procura agregar algum valor aos textos disponibilizados oferecendo-se aos aprendentes a possibilidade de se comunicarem com o ensinante, com o autor do texto (caso não seja ele o ensinante) ou mesmo uns com os outros via e-mail (correio eletrônico) ou chat (bate-papo eletrônico). (E-mail é uma forma de comunicação assíncrona, enquanto o chat é uma forma de comunicação síncrona).
Quando o EAD é entendido apenas como disponibilização remota de textos, ainda que acompanhado por e-mail e chat, é de crer que a sua razão custo/benefício, quando comparada à do ensino presencial, seja bastante favorável – mas há uma potencial queda de qualidade no processo.
É preciso registrar aqui, entretanto, que, se os textos disponibilizados forem preparados para se adequar ao meio, sendo enriquecidos por estruturas de hipertexto, anotações, comentários, glossários, mapas de navegação, referências (links) para outros textos igualmente disponíveis, que possam servir como como discussões ou complementos dos textos originais, a eficácia de EAD aumenta consideravelmente.
Dado o fato de que EAD usa tecnologias de comunicação tanto síncronas como assíncronas, não resta dúvida de que, no caso das últimas, tanto os ensinantes como os aprendentes têm maior flexibilidade para determinar o tempo e o horário que vão dedicar, uns ao ensino, os outros à aprendizagem. Recursos como páginas Web, bancos de dados, correio eletrônico, etc. estão disponíveis 24 horas por dia sete dias por semana, e, por isso, podem ser usados segundo a conveniência do usuário.
É neste ponto que os defensores de EAD colocam maior ênfase. Eis o que diz Octavi Roca, no artigo "A Autoformação e a Formação à [sic] Distância: As Tecnologias da Educação nos Processos de Aprendizagem", publicado no livro Para Uma Tecnologia Educacional, organizado por Juana M. Sancho (ArtMed, Porto Alegre, 1998):
"Na maioria dos profissionais da educação já existe a consciência de que cada pessoa é diferente das outras, que cada uma tem as suas necessidades próprias, seus objetivos pessoais, um estilo cognitivo determinado, que cada pessoa usa as estratégias de aprendizagem que lhe são mais positivas, possui um ritmo de aprendizagem específico, etc. Além disso, quando se trata de estudantes adolescentes ou adultos, é preciso acerescentar novos elementos, como as diferentes disponibilidaddes horárias, as responsabilidades adquiridas ou o aumento da capacidade de determinação pessoal de necessidades e objetivos. Assim parece óbvio que é preciso adaptar o ensino a todos estes fatores.
Esta reflexão não é nova. As diferenças sempre têm sido reconhecidas. Mas, antes, eram vistas como um problema a ser eliminado, uma dificuldade a mais para o educador. Em uma fase posterior, considerava-se que esta diversidade devia ser considerada e isso já bastava. No entanto, agora se considera que é a partir daí que devemos organizar a formação e é nos traços diferenciais que devemos fundamentar a tarefa de formação: as capacidades de cada pessoa representam uma grande riqueza que é conveniente aproveitar.
Parece que, neste caso, na inovação que isto tudo representa, agirão em conjunto, tanto aqueles que se dedicam à pesquisa dos aspectos mais teóricos como aqueles que têm responsabilidades diretas na atividade de formação. Estes dois grupos, às vezes com pouca comunicação entre si, começam a mostrar um interesse convergente no trabalho dirigido a proporcionar uma formação cada vez mais adaptada a cada pessoa em particular" [p.185].
Seria possível implementar essas características desejáveis que aqui se atribuem ao EAD em programas de ensino presencial? À primeira vista, parece possível, mas é forçoso reconhecer que é difícil -- a menos que a escola seja, de certo modo, reinventada .
Ou vejamos.
A escola (como hoje a conhecemos) não pode seriamente levar em consideração as necessidades, os interesses, o estilo e o ritmo próprio de aprendizagem de cada aluno, de modo a proporcionar a cada um uma formação adaptada a ele, porque esse tipo de ensino personalizado e individualizado se choca com o pressuposto básico da escola, a saber: a padronização.
Esperar da escola que produza formação adaptada às necessidades, aos interesses, ao estilo e ao ritmo de aprendizagem próprio de cada um de seus alunos é equivalente a esperar que de uma linha de montagem de uma fábrica de automóveis saiam carros personalizados e individualizados para cada um dos clientes que vai adquiri-los. Não dá: a linha de montagem, como a conhecemos, foi feita para padronizar, para permitir que sejam feitos, com rapidez e eficiência, carros iguais, na verdade basicamente idênticos. A escola que conhecemos foi inventada para fazer algo semelhante em relação aos seus alunos: nivelá-los, dando-lhes uma formação padronizada básica, de modo que todos, ao se formar, tenham se tornado tão parecidos uns com os outros a ponto de se tornarem funcionalmente intercambiáveis. Qualquer grau de diferenciação que os alunos preservem ao final de sua escolaridade terá sido mantido a despeito da escola, não como decorrência de seu trabalho .
A escola, como a conhecemos, representa um modelo de promoção da educação calcado no ensino, que foi criado para a sociedade industrial (em que a produção em massa era essencial) e que não se adapta bem à sociedade da informação e do conhecimento – na verdade é um obstáculo a ela .
e. Interatividade
Quando o curso é bem projetado e executado o aluno tem garantida a interatividade com professores evitando assim, ao máximo, o isolamento e realizando uma aprendizagem colaborativa. É um processo mais motivante e prático, agradável e interativo, já que permite o uso de apresentações multimídia assim como a exploração de documetnos e outros meios, ademais reforça a capacidade de leitura, escrita e planejamento e resolução de problemas.
Estimula o trabalho cooperativo entre professores, alunos e administradores que levam a interesses e experiências comuns.
Intercâmbio de informações a nível internacional e nacional com outras organizações, mediante o acesso a internet.
F. Capacitação tecnológica
Permite o treinamento dos professores e alunos com as novas tecnologias, da informação e computacionais.
Desvantagens
A EAD no Brasil, desde a Lei 5692/71 até o advento da Lei 9394/96 tinha no ensino supletivo a única possibilidade legal de se realizar na área educacional. Provavelmente tenha sido este o motivo de ter penetrado no imaginário dos profissionais da educação e até mesmo na sociedade em geral com a mesma conotação dada ao ensino supletivo, isto é, um ensino de segunda categoria.
Tendência muito comum, nos cursos on-line, de se transferir simplesmente um curso presencial ou a distância baseado em material escrito para o virtual, o que descaracteriza o meio.
Impede a interatividade, a participação ativa do aluno, a aprendizagem colaborativa.
Perda da dimensão pessoal que, se não necessária ao ensino em si, é essencial ao ensino eficaz.
Distribuição inadequada dos conteúdos, muitas vezes excessivos, o que provoca grande evasão.
O processo de avaliação inclui uma grande variedade de evidências que vão além do tradicional exame final de lápis e papel.
A avaliação é considerada uma das principais etapas no processo de ensino e aprendizagem, etapa que não pode ser desvinculada de todas as outras do processo. Além disso, pode-se dizer que a avaliação dos alunos deve ser feita a todo momento, durante todo o desenrolar do processo de ensino e aprendizagem. A avaliação é uma atividade-meio e não uma atividade-fim que servirá apenas para a análise e detecção de problemas no aprendizado dos alunos através de seus resultados.
Em aulas presenciais, o processo de avaliação vai muito além do tradicional exame lápis e papel. Além dos mecanismos formais de avaliação, os professores costumam usar mecanismos complementares de avaliação, como a observação da expressão facial do aluno, a sua participação em aula, as perguntas que reforçam o material apresentado, etc. Desta forma, o professor vai ajustando os procedimentos de ensino, de forma que melhor possa avaliar e observar a evolução do aluno.
Já na Educação a Distância, os professores estão deixando de lado os mecanismos complementares de avaliação, devido ao fato de não terem, de forma acessível, mecanismos que possam auxiliá-lo neste trabalho, e também porque muitos professores tem se acomodado e utilizado somente os processos formais para avaliação.
Dependendo do enfoque dado na educação, temos diverentes formas de avaliação:
Enfoque |
Forma de Avaliação |
Tradicional |
Verificação de curto e longo prazo; Punição |
Libertadora |
Verificação direta da aprendizagem é desnecessária |
Progressista |
A avaliação é realizada a qualquer momento (diagnosticar falhas); observação de desempenho; valorização de outros instrumentos que não a "prova" |
No livro "Evaluating Training Programs", Donald L. Kirkpatrick mostra 4 níveis em que a avaliação de um programa de treinamento é feita:
Nível 1: Reação.
Neste momento é medida a satisfação do aluno com o processo de aprendizagem. Se o aluno está gostando ou não do programa de treinamento.
Nível 2: Aprendizado.
Determina se novos conhecimentos e habilidades foram assimiladas.
Nível 3: Comportamento.
Verifica se o aluno está aplicando corretamente o que aprendeu.
Nível 4: Resultado.
Determina se os objetivos do aprendizado foram alcançados.
São conhecidas 3 formas de avaliação: Somativa, Diagnóstica e Formativa.
A Somativa, ocorre ao final da instrução com a finalidade de verificar o que o aluno efetivamente aprendeu, visando a atribuição de notas. Ela inclui conteúdos mais relevantes e os objetivos mais amplos do período de instrução. Fornecendo feedback ao aluno e presta-se a comparação de resultados obtidos com diferentes alunos, métodos e materiais de ensino.
A Diagnóstica, tem por finalidade verificar se o aluno possui determinadas habilidades básicas, determinar que os objetivos de um curso já foram dominados pelo aluno, agrupar alunos conforme suas características e encaminhá-los a estratégias e programas alternativos de ensino. Busca a identificação das causas não pedagógicas dos repetidos fracassos de aprendizagem, promovendo o encaminhamento do aluno a outros especialistas (psicólogos, orientadores educacionais, entre outros).
A Formativa busca o atendimento às diferenças individuais dos alunos e a prescrição de medidas alternativas de recuperação das falhas de aprendizagem. Identifica as falhas dos alunos e quais os aspectos da instrução devem ser modificados, fornecendo feedback ao professor e ao aluno do que aprendeu e do que precisa aprender. É a mais significativa para a Educação a Distância.
Recursos disponíveis para a Avaliação
Na avaliação devem ser considerados vários aspectos: o conhecimento técnico adquirido, a motivação, criatividade e autonomia dos alunos, bem como a colaboração e contribuições. Para tal, o uso de alguns recursos ajudam a avaliar estes aspectos:
Edição de textos
Registros de Log-in
Videoconferência
Grupos de Discussão
E-mails
Fóruns
Chats
Ferramentas de apoio
Os alunos de um curso a distância devem ter disponíveis algumas ferramentas de apoio, como por exemplo:
Compactador / Descompactador de arquivos
Leitor de arquivos em formato PDF
Software para executar arquivos de som e vídeo
Buscador de programas e arquivos na Internet
Etc.
Sabendo que a evolução tecnológica permanente e ativa exige uma evolução na formação humana a universidade deverá formar recursos humanos com um nível ético e moral comitativamente com a evolução tecnológica, capazes de desenvolver e aplicar tecnologias próprias necessárias para cobrir novas demandas e desta forma superar a situação de ser simples importador e consumidor de informação e tecnologia.
É necessário planificar a aplicação de novas tecnologias nas diferentes áreas da educação superior a fim de tomar decisões adequadas que garantam as relações custo benefício e a otimização do uso intenso das mesmas, assim como prever a manutenção destes recursos para garantir sua produtividade e eficiência.
As tecnologias da informação devem usar em sua justa proporção o desenvolvimento tecnológico, econômico e social preservando e fomentado a identidade cultural, por outro lado, os centros de informação armazenam e administram não somente informações científicas e técnicas, mas também cultural, convertendo-se automaticamente em promotores de uma identidade cultural
Em EAD, avaliar significa, portanto, medir a qualidade de processos abrangentes, a partir de critérios como consistência, previsibilidade, motivação, envolvimento, performance, capacidade de articular conhecimentos, de comunicar-se e estabelecer relações. Isso ajudará a preparar o cidadão da era do ciberespaço: como a matéria-prima da produção será a informação, e os conteúdos da formação inicial se tornarão rapidamente obsoletos, ele deverá ser um profissional capaz de aprender sempre; um ser consciente e crítico, que dialogue com as diferentes culturas e os diversos saberes, que saiba trabalhar de forma cooperativa e que seja flexível, empreendedor e criativo para administrar sua carreira e sua vida pessoal, social e política.
Trabajo enviado por:
José Artagey
artagey[arroba]hotmail.com
Patricia Nell
Renata Tilio