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Primeiro eu espero que você tenha lido sobre o que é um dispositivo. Agora vamos saber como se usar um dispositivo, ou seja, um HD, um disquete, um CD-ROM, etc. O comando que usaremos aqui é o mount, que pelo próprio nome, podemos ver que ele serve para 'montar' dispositivos em um certo lugar.
Vamos falar primeiro sobre como montar o disco flexível. Para fazê-lo é o seguinte. O Linux trata todos os seus dispositivos como arquivos device, estes arquivos estão localizados no diretório "/dev". Para o caso do disco flexível, o Linux trata como /dev/fdx, onde x é o número do dispostivo: o primeiro será fd0, o segundo será fd1, e assim por diante. Aqui no caso, estamos com um driver de disquete, que é o /dev/fd0. Para montar o disco flexível então, colocamos o disquete, e executamos o seguinte comando:
# mount /dev/fd0 /diretorio_onde_o_disco_vai_ser_montado |
O diretório_onde_o_disco_vai_ser_montado tem que existir, e tem que estar totalmente vazio. Este diretório, que você pode nomear como quiser funciona como se você estivesse no disquete. Agora se você quer montar outro disquete, você terá que desmontar o disquete montado primeiro, para depois poder montar outro. Para o desmonte, usa-se o comando "umount":
# umount /dev/fd0 (ou) # umount /diretorio_onde_o_disco_esta_montado |
Você pode também fazer o seguinte, criar um shell script, que se chama, por exemplo de 'diskon' (Para ativar) e 'diskoff' (Para desativar). Então para melhor utilização, coloque este arquivo em um diretório PATH, ou então coloque o PATH no diretório onde você quiser colocar os scripts.
Agora vamos montar uma partição. É o mesmo esquema de montar o disco flexível, só que o arquivo do dispositivo é diferente. Para partições em um HD IDE, os nomes dos dispositivos são /dev/hdxx, onde o primeiro x é a letra correspondente ao HD (na ordem a, b, c, d, e por aí vai), e o segundo x é correspondente ao número da partição. Para partições em um HD SCSI, os nomes dos dispositivos são /dev/sdxx, onde o primeiro x é a letra correspondente ao HD (na ordem a, b, c, d, e por aí vai), e o segundo x é correspondente ao número da partição. Se eu quero montar a partição /dev/hda2 (HD número 1, partição número 2), eu faço:
# mount /dev/hda2 /diretorio |
E para desmontar, usa-se o comando umount:
# umount /dev/hda2 (ou) # umount /diretorio |
Existe também no comando mount, o parâmetro -t, que vai indicar que tipo de sistema de arquivos a partição usa (FAT32, FAT16, minix, ext2, UMSDOS, etc). Se você não colocar esta opção, o comando força uma compatibilidade para a montagem. O recomendado é colocar esta opção, pois às vezes o mount não consegue detectar qual o sistema de arquivos, e gera um erro. Um exemplo do uso da opção -t é:
# mount -t vfat /dev/hda2 /diretorio |
Este comando montará uma partição FAT32 em /diretorio. Como eu disse anteriormente, utilizar-se de shell scripts facilita seu trabalho. Agora vamos montar um CD-ROM. O mesmo esquema, só que você deve saber qual o dispositivo referente ao seu CD-ROM, que tem como nome /dev/hdx, onde x é a letra correspondente à posição do CD-ROM na IDE. Para montar um exemplo, façamos:
# mount /dev/cdrom /mnt/cdrom |
Para desmontar, a mesma coisa de sempre:
# umount /dev/cdrom (ou) # umount /mnt/cdrom |
Nota: Se você der uma olhada no arquivo /dev/cdrom, você verá que ele não é um dispositivo, e sim um link simbólico para o dispositivo correspondente ao CD-ROM (/dev/hdx). Isso quer dizer que você pode substituir o /dev/cdrom pelo /dev/hdx tranqüilamente, assim como pode também modificar o link simbólico para apontar para outro dispositivo.
Existe outro método de montagem muito mais prático do que os citados acima... É uma pré-configuração de montagem no arquivo /etc/fstab. Este arquivo contém as informações de montagem para os dispositivos e seus diretórios. Por exemplo, quando a sua distribuição inicia, ela procura no /etc/fstab para saber onde está a raiz do seu sistema, e vai montar no /. Também contém informações de montagem para os diretórios especiais como o /proc, e até mesmo para o uso da memória SWAP. Vejamos aqui o meu arquivo /etc/fstab como exemplo para estudarmos ele:
$ cat /etc/fstab /dev/hda2 swap swap defaults 0 0 /dev/hda5 / reiserfs defaults 0 0 /dev/hda1 /boot ext2 defaults 1 1 /dev/fd0 /mnt/floppy auto user,noauto 0 0 /dev/cdrom /mnt/cdrom iso9660 user,noauto,ro 0 0 none /proc proc defaults 0 0 none /dev/pts devpts gid=5,mode=620 0 0 |
Viu este exemplo? Por exemplo, peguemos a segunda linha. Esta segunda linha é a minha raiz, que está na partição /dev/hda5, será montada automaticamente ('defaults') no diretório "/" durante a inicialização. E esta partição tem o sistema de arquivos ReiserFS. Na primeira temos a montagem da memória SWAP... E vejamos a linha que começa com /dev/cdrom. Aqui facilita as coisas porque os parâmetros 'user,noauto,ro' significam que qualquer usuário pode montar o CD-ROM (user), não é montado automaticamente na inicialização (noauto) e é montado como somente leitura. Qual a diferença? O comando mount só pode ser usado pelo root, mas com essa opção no /etc/fstab, um usuário comum pode montar o cd-rom apenas com o comando "mount /mnt/cdrom", ou "mount /dev/cdrom". A sintaxe deste arquivo não é muito difícil, e vendo este exemplo aqui, você pode muito bem criar suas próprias configurações para dar mais praticidade no seu uso com os dispositivos no Linux! Mexa à vontade, mas nunca nas linhas que já vêm, pois se não o Linux pode não achar sua partição e poderá não conseguir iniciar o sistema, e você terá de bootar com um bootdisk para consertar isto... Então mexa, mas pense duas vezes antes de mexer :)
Red Hat
A empresa americana Red Hat, caracterizada com uma pessoa "sombra" com um chapéu vermelho, foi uma das pioneiras no tratamento sério do Linux. Desde o início ela é uma das principais distribuições mundiais, e tem influências em todos os lugares. Sua equipe não apenas ajuda na distribuição em si, mas também no próprio Linux (como é o caso do kernel-hacker Alan Cox). Várias e várias distribuições começaram se baseando nesta distribuição, o que a faz uma boa base para todos.
Criadora do RPM, o gerenciador de pacotes mais usado atualmente no Linux, a Red Hat atualmente têm uma distribuição mais voltada para o mercado de servidores. Mas isso não quer dizer que ela não seja boa também para uso doméstico. Você encontra nela uma facilidade de manuseio, pacotes atualizados e muita coisa que fazem muita gente fica apegada à esta distribuição.
Slackware
Podemos dizer que o Slackware é uma das mais famosas distribuições para Linux. O seu criador, Patrick Volkerding, lançou a primeira versão da distribuição em Abril de 1992, e desde então segue uma filosofia bem rígida: manter a distribuição o mais parecido com o UNIX possível. As prioridades da distribuição são: estabilidade e simplicidade, e é isso que a torna uma das mais populares distribuições disponíveis.
O Slackware tem uma fama de ser difícil de usar, mas isto não é verdade. Ele possui uma interface de instalação bem amigável, além de uma série de scripts que ajudam na instalação e desinstalação de pacotes. O problema é que muitos pensam que têm de se pegar as fontes dos programas, compilá-los, instalá-los para depois usar no Slackware, mas isso não é verdade! O sistema padrão de pacotes do Slackware é o .tgz (que ao contrário do que muitos pensam, não é igual ao .tar.gz, pois contém algumas informações adicionais sobre a instalação), e as atuais versões do Slackware também vêem com o gerenciador de pacotes RPM, podendo assim instalar os aplicativos já compilados em ambos os formatos.
O Slackware pode ser uma alternativa tanto para usuários iniciantes como os já experientes. As opções de instalação permitem que o usuário possa instalar em sua máquina uma distribuição que tem como características uma grande variedade de desktops (gerenciadores de janelas como o Gnome, KDE, Window Maker, Enlightenment, fvwm), ou como um poderoso servidor com todos os recursos necessários (utilitários de rede, servidores http, noticias, e-mail, ftp, etc). Os pacotes sempre estão em atualização, mantidos por uma versão especial da distribuição: o slackware-current. Isto desfaz o mito de que o slackware não é uma distribuição "dinâmica". Todos aqueles aplicativos estão disponíveis, e são atualizados regularmente.
Então o único potencial que o Slackware ainda não tem é um gerenciamento de pacotes que permita uma checkagem de dependências... Fora isso, ela atende todas as boas exigências facilmente! Você poderá obter mais informações e fazer o download desta distribuição através da página oficial que fica no seguinte endereço:
Debian
Talvez a filosofia do Debian seja o ponto que mais chama atenção nesta popular distribuição! No início, antes do Linux ser lançado oficialmente por Linus Torvalds, o projeto GNU já tinha várias ferramentas Unix-like disponíveis. O que faltava era um kernel, e então quando Linus Torvalds lançou o seu kernel Linux, resolveram então criar o GNU/Linux. Não, não é outro sistema diferente, é só um nome para chamarem as distribuições que usam o kernel Linux, e que têm ferramentas feitas pelo projeto GNU. Mas o que isso tudo tem haver com o Debian? O Debian GNU/Linux é uma distribuição que segue toda esta filosofia do projeto GNU, oficialmente contendo apenas pacotes com programas de código-fonte livre, feito por voluntários espalhados pelo mundo, e sem fins lucrativos alguns.
Apesar de atualmente o Debian ser usado com o kernel Linux, ele se entitula como um sistema operacional que pode usar não apenas o kernel do Linux em si, mas outros kernels como o Hurd (projeto de kernel livre feito fora do escopo do Linux). Isso o faz o "Sistema Operacional Universal", pois o principal objetivo deles é fazer um sistema que rode em todos os lugares e com vários kernels. E claro, isso tudo na filosofia GNU.
O Debian tem uma quantidade incrível de pacotes pre-compilados para vários tipos de arquitetura. Ele conta com mais de 3950 pacotes, que facilitam e muito a instalação e gerenciamento de programas no sistema. Além do mais, ele é o pai do apt, a ferramenta de atualização de pacotes automática, feita pela internet. Mas há quem diga que o Debian ainda tem muito o que melhorar: Uma instalação complicada e ideologismo demais são alguns pontos fracos que muita gente encontra nesta distribuição. Cabe à você ver se é a distribuição certa ou não.
Conectiva
Uma empresa de serviços ISP, que trabalhava com Linux, resolveu desafiar a rotina e começou a criar uma distribuição baseada na RedHat. Esta empresa brasileira criou (até onde eu saiba) a primeira distribuição brasileira, o Conectiva Red Hat Linux. A primeira versão se chamou Parolin, e não continha muita coisa além de traduções da distribuição Red Hat. Porém, seu desenvolvimento foi crescendo e resolveram partir para um rumo próprio, fazendo suas próprias alterações e ideologias na distribuição em uma rota diferente da empresa americana Red Hat. Então surgiu o que atualmente conhecemos de Conectiva Linux.
A partir do ano de 1999, o Linux começou a explodir de popularidade no Brasil. E o Conectiva Linux, que já estava na sua versão 3.0, ficou muito popular entre os usuários brasileiros, e foi isso que fez com que a empresa conseguisse investir mais ainda na distribuição. O Conectiva Linux atualmente é uma boa distribuição brasileira, que provou ser tão boa quanto as estrangeiras. Há quem aponte seus pontos fortes e fracos...
Apesar de ter tomado um rumo diferente ao da Red Hat, sua distribuição ainda se baseia nos conceitos básicos da americana, assim como muitas outras baseadas na Red Hat. Mas muita coisa boa foi feita para melhorar a distribuição, como a criação do apt (ferramenta de atualização de pacotes) para pacotes RPM, o GNU parted (particionador), traduções diversas para o português, entre outras coisas. O objetivo da distribuição é tornar fácil as coisas para os usuários novos, sem comprometer muito o andamento do sistema.
SuSE
A SuSE (não, não é a amiga da Barbie!) é uma empresa alemã que é uma das maiores influências do Linux no mundo, junto com a Red Hat. No início, a SuSE baseava sua distribuição no Slackware, mas logo depois tomou rumo diferente, começando a implementar os pacotes com o RPM, e fazendo mudanças na forma de organização do sistema. Criaram também uma ferramenta de configuração do sistema chamada YaST, que facilita e muito mexer nas configurações da distribuição. Atualmente o SuSE é utilizado por muitas máquinas na Europa, incluindo instituições educacionais e no governo. Sem dúvida é uma distribuição notável, porém não muito usada no Brasil.
Mandrake
Esta empresa francesa resolveu apostar no Linux como um sistema fácil para todos! E esse é o objetivo principal da empresa, criar uma distribuição fácil para todos os tipos de pessoas usarem. Baseada na americana Red Hat, o Mandrake vêm com vários programas de configuração fáceis de ser utilizados e bem úteis. Durante o crescimento brusco do Linux mundialmente, o Mandrake adquiriu muitos fãs e uma popularidade incrível principalmente na América do Norte, através de sua interface fácil e dinamismo.
LRP (Linux Router Project)
Já pensou no dinheiro que você terá de gastar para comprar um roteador? Se você precisar de um roteador, vai precisar de dinheiro também. O Linux Router Project (Projeto Linux Roteador) é uma mini-distribuição que cabe em apenas um disquete, e que contém os utilitários de rede básicos para deixar um computador com duas placas de rede funcionando como um roteador. A configuração mínima para você rodar o roteador é um simples 486 com 16MB de RAM, e como só vai usar um disquete, nem precisa de HD! O site oficial para esta mini-distribuição é:
LFS (Linux From Scratch)
O Linux From Scratch é um projeto interessantíssimo para quem quer ver àfundo como funciona a criação de uma distribuição Linux. O autor não estava satisfeito com nenhuma distribuição que tinha usado, e resolveu criar uma pra ele mesmo. É aí que entra o espírito: ele fez um tutorial passo-a-passo de como ele montou a distribuição dele, e compartilhou com todos. Assim, com estas instruções, qualquer um pode montar sua própria distribuição. O nome Linux From Scratch significa "Linux do Zero" em inglês, e é muito bom! O site oficial para esta "distribuição" fica no seguinte endereço:
http://www.linuxfromscratch.org
Zipslack
O zipslack é um mini-Slackware, feito para rodar numa partição DOS/Windows. Através desta versão especial, é possível qualquer um pegar na internet um arquivo em formato .zip, descompactá-lo no diretório c:\linux e usar o linux à vontade! Para realizar este feito, usa-se o sistema de arquivos UMSDOS, e através do utilitário "loadlin" (substitui o LILO), o kernel é carregado. O arquivo do zipslack vem bem "enxuto", mas você pode rechear simplesmente pegando os pacotes .tgz e instalando-os com o comando "installpkg pacote.tgz", e com isso você pode instalar o sistema X, junto com os Gerenciadores de janelas, e também servidores como o Apache. Por que o nome zipslack? Esta mini-distribuição foi feita para se rodar em um disco de zipdrive, e tem um limite de 100MB. Claro que você pode optar em não utilizar um zipdrive, e assim poder usar o espaço que quiser, mas é um recurso muito bom para alguns utilitários básicos que você pode carregar para todo lugar junto com o disquete e drive do zipdrive. O site oficial dele é o mesmo que o do Slackware, no seguinte endereço:
Hugo Cisneiros - hugo[arroba]devin.com.br. Última atualização em 06/02/2003 e 04/02/2003.
El prsente trabajo fue publicado originalmente en: http://www.devin.com.br/
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