MÓDULO 3.
Tratamento Farmacológico e Não Farmacológico da Dependência do álcool Introdução.
Na dependência de álcool não existe um tratamento único em virtude da complexidade de problemas orgânicos e psicossociais. Uma proposta alternativa de tratamento é organizar na comunidade diversos níveis de atenção à saúde ao longo de um continuum, envolvendo desde a rede básica até os serviços especializados (internação hospitalar, cuidados residenciais, pensões protegidas, hospital dia e serviços de tratamento ambulatorial).
O contato inicial com o paciente é o primeiro passo para um diagnóstico e tratamento bem sucedidos do paciente dependente de álcool. O médico pode se defrontar com esses pacientes em vários momentos de sua prática diária: na sala de emergência;
no consultório; encaminhamentos; ou por meio de familiares que procuram ajuda para trazer o paciente.
O paciente em geral está intoxicado ou com complicações físicas graves da dependência. Reconhece-las é de fundamental importância para estabelecer o diagnóstico. O paciente geralmente nega ou minimiza o uso de bebida alcoólica. A abordagem na sala de emergência não deve se limitar apenas ao tratamento da complicação que o trouxe ao pronto-socorro. Na alta, o médico deve explicar ao paciente a relação do seu problema com o uso de álcool e encaminhá-lo para um tratamento ambulatorial.
Também no consultório, o paciente pode procurar o médico clínico geral para tratar uma complicação decorrente do uso de álcool. Neste caso, o clínico deve estar apto à motivar o paciente ao tratamento também da dependência subjacente ao problema atual.
Se o paciente procura o médico para o tratamento da dependência propriamente dita, é mais fácil a abordagem e neste caso o clínico deve estar apto para planejar um tratamento. Nos casos mais graves deve-se fazer o encaminhamento par um serviço especializado.
Quando os familiares procuram o médico
Os familiares podem procurar ajuda do clínico para obter uma orientação sobre como trazer o paciente para o tratamento. As dificuldades em lidar com o paciente e a impotência sentida pela família devem ser abordados. A família devidamente orientada, por meio das estratégias discutidas nessa consulta poderá conseguir trazer o paciente posteriormente ao consultório.
Nos casos de embriagues freqüente, risco de vida pessoal ou ameaças a terceiros, o encaminhamento do paciente ao pronto socorro ou outro serviço especializado, será compulsório, para avaliar a indicação de intervenção mais intensiva como a internação hospitalar.
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