Desempenho e resposta metabólica de bezerros recebendo dietas suplementadas com cromo

Quatorze bezerros com quatro meses de idade, foram distribuídos em dois tratamentos, sendo um controle e um com suplementação de 0,4 mg de cromo orgânico por kg/M.S de ração basal. A ração basal foi constituída de 52% de feno de coastcross e 48% de concentrado à base de fubá de milho e soja extrusada, e foi oferecida ao animais durante 98 dias. Foi efetuado o controle diário da ingestão de alimentos. Na última semana foi realizado um teste de tolerância à glicose, com os animais em condições de conforto térmico. Para os grupos controle e tratado , o ganho em peso (1,330 e 1,320 kg/dia), a eficiência alimentar (0,24 e 0,25 kg) e a conversão alimentar (4,13 e 4,07 kg), foram semelhantes. Apesar de o grupo tratado apresentar tendência de eliminar a glicose mais rapidamente, os grupos não diferiram entre si.

Palavras-chave: minerais, tolerância à glicose, ganho de peso e eficiência alimentar

Fourteen dairy calves, four months of age were allocated in two treatments: control and supplemented with 0,4 ppm of Cr in the basal diet, which had 52% of grass hay and 48% of concentrate (corn meal and extruded soybeans) during 98 days. Feed intake was measured daily. In the last week were performed a glucose tolerance test. Performance were not affected by treatment (liveweight gain 1.330 and 1.320 kg/d; feed efficiency 0.24 and 0.25 and feed conversion, 4.13 and 4.07 for control and treated groups respectively). Chromium tended to decrease the blood glucose, but there were no statistical differences.

Key Words: glucose tolerance, minerals, weight gain, feed efficiency

O cromo é um mineral que só recentemente passou a ser suplementado para ruminantes, havendo ainda uma série de dúvidas quanto aos seus reais efeitos. É sabido que o Cr potencializa a ação da insulina e desta forma atua na tolerância à glicose. Kelgey & Spears (1995) estudaram os efeitos da suplementação com cromo orgânico utilizando bezerros Angus cruzados, durante 56 dias e concluíram que o desempenho não foi afetado com suplementação de 0,4 mg/ kg de MS, entretanto, o cromo orgânico aumentou o nível de insulina sérica entre 15 e 30 minutos após a infusão de glicose. Apesar de não haver diferença significativa, nos animais que receberam o cromo orgânico, a glicose sérica tendeu a diminuir mais depressa no grupo controle, que não recebeu cromo orgânico (P<0,11).

Nos experimentos de Depew et al. (1998), a suplementação com o cromo tendeu a melhorar o crescimento de bezerros, mas não de bezerras Holandesas. A ingestão de alimentos e a eficiência alimentar também não foram afetadas pela suplementação de cromo. Estes autores verificaram que o teste de tolerância à glicose é mais rápido em bezerros com duas semanas de idade do que com cinco semanas, e também não encontraram efeitos de suplementação com cromo no desaparecimento de glicose. No experimento de Chang & Mowat (1992), foram estudados os efeitos da suplementação com cromo e/ou com oxitetraciclina, para bezerros de corte, com peso inicial de 245 kg, em um período de 28 dias, logo após os animais chegarem de viagem depois de terem sido adquiridos em leilão. Posteriormente foi realizado um segundo estudo utilizando a suplementação com cromo e duas fontes de proteína, com duração de 70 dias. No primeiro período, que foi o considerado de estresse, a suplementação com 0,4 ppm de Cr (cromo levedura) propiciou aumento no ganho de peso dos animais tratados em relação ao grupo testemunha , sendo que nos grupos suplementados com oxitetraciclina , o cromo não teve efeito . No segundo período, quando não havia mais o estresse, os animais suplementados com cromo apresentaram o mesmo desempenho que os sem suplementação, tanto na dieta com uréia, quanto na com farelo de soja. Os ganhos obtidos na dieta com soja foram superiores aos com uréia. Os autores concluíram que a suplementação de cromo é importante em situações de estresse. Eles também estudaram a resposta imune e verificaram que a suplementação com cromo aumentou os níveis de imunoglobulinas.