Consumo voluntário e ganho de peso de borregas das Raças Santa Inês, Suffolk e Ile de France



(em pastejo rotacionado sobre Panicum Maximum Jacq. Cvs Aruana ou Tanzânia)

RESUMO: O objetivo deste trabalho foi determinar o ganho de peso e o consumo voluntário de matéria seca em borregas das raças Santa Inês, Suffolk e Ile de France, em pastejo rotacionado em capim Aruana ou Tanzânia (Panicum maximum Jacq.) com no máximo sete dias de utilização e 42 a 53 dias de descanso, durante o outono (março a maio) de 2001. Foram utilizadas 38 borregas, 12 da raça Santa Inês, 14 da raça Ile de France e 12 da raça Suffolk, com cinco a seis meses de idade, as quais foram distribuídas nos seguintes tratamentos: T1- pastejo em capim Aruana; T2- pastejo em capim Tanzânia. As avaliações da massa de forragem pré-pastejo e pós-pastejo (kg ha-1) foram registradas e a produção fecal determinada para a estimativa do consumo, utilizando-se o indicador óxido crômico. A média de produção do capim Aruana foi de 4260 kg ha-1 e para o Tanzânia foi de 4657 kg ha-1 e os resíduos pós-pastejo foram de 2195 e 2415 kg ha-1, respectivamente.

O teor de proteína bruta (PB) foi maior (P< 0,05) para o capim Aruana (11%) do que para o Tanzânia (9%). O teor de FDN foi similar para os dois capins (73%). O baixo ganho de peso médio diário e o consumo de matéria seca não mostraram diferença significativa entre cultivares (35 g e 2,9% do peso vivo, respectivamente), mas os animais da raça Santa Inês mostraram maior consumo de MS, em porcentagem do peso vivo (3,6 %), que os animais das demais raças (2,6%; P< 0,05).

Concluiu-se que as forrageiras avaliadas não atenderam às necessidades nutricionais dos animais, levando a ganhos de peso insatisfatórios.

Palavras-chave: desempenho, ovinos, pastagens Intake And Live Weight Gain Of Santa Inês, Suffolk And Ile De France Ewe Lambs In Rotational Grazing On Aruana Or Tanzânia Grass (Panicum Maximum Jacq.)

ABSTRACT: The objective of this study was to evaluate the live weight gain and dry matter intake of Santa Inês, Suffolk and Ile de France ewe lambs, in rotational grazing on Aruana or Tanzânia grass (Panicum maximum Jacq.), with around seven days of grazing and 42 to 53 of growing during the Autumn (Mar to May), 2001. Thirty eigth ewe lambs, 12 Santa Inês, 14 Ile de France and 12 Suffolk breeds, with five to six month old were used and allocated to one of the treatments: T1: grazing Aruana grass; T2: grazing Tanzânia grass. The evaluations of the biomass before and after grazing (kg ha-1) were also recorded. The fecal output was estimated for the intake evaluation, using the chromic oxide as indicator. The average Aruana grass production was 4260 kg ha-1 and for Tanzânia grass was 4657 kg ha-1 and the remainders after grazing were 2195 and 2415 kg ha-1, respectively. The crude protein content was greater for Aruana grass (11%) than for Tanzânia (9%). The FDN content was similar between grasses (73%). The low average daily live weightgain and voluntary intake did not show differences between both grasses (35 g and 2.9% of liveweight, respectively), although, Santa Ines ewe-lambs showed greater dry matter intake, as expressed as percentage of live-weight (3.7%) than other breeds (2.6%; P< 0,05). It was concluded that the grasses evaluated did not meet the nutritional requirement of this category and led to unsatisfactory weight gain.

Key words: performance , sheep, grazing.

INTRODUÇÃO

A ovinocultura, no Brasil, tem se especializado, de forma acentuada, na produção de carne de cordeiro.

O Sudeste brasileiro é um grande consumidor desse produto e, por possuir condições edafoclimáticas bastante favoráveis à criação da espécie ovina, a atividade vem-se ampliando de forma significativa, podendo vir a se tornar uma região com grande produção dessa carne.

A nutrição adequada dos animais, utilizando-se pastagens de boa qualidade , apresenta-se como uma alternativa de menor custo, todavia as condições edafo-climáticas da região, com clima tropical úmido, acentuam os problemas sanitários em animais jovens.

Dados sobre o desempenho de ovinos em pastejo sobre forrageiras do gênero Panicum são escassos.

Os cultivares mais conhecidos da espécie Panicum maximum Jacq apresentam elevada produção por área, bom valor nutritivo, elevada aceitabilidade pelos animais, sem apresentar princípios tóxicos ou antinutricionais, estando bastante disseminados no sudeste do Brasil, em solos de maior fertilidade. O cultivar Aruana, de porte menor e perfilhamento mais intenso que os demais cultivares, mostra boa adaptação aos hábitos de pastejo da espécie ovina (SANTOS et al. 2002). Outro cultivar com boas possibilidades de uso com ovinos é o Tanzânia, que tem menor capacidade de perfilhamento e porte mais elevado que o Aruana, o que resulta em maior dificuldade de manejo, mas, por outro lado, apresenta maior potencial de produção de forragem por área.

Todavia o comportamento desse cultivar, sob condições de pastejo com ovinos, é pouco conhecido, tornando-se necessários maiores estudos para avaliação das reais possibilidades de utilização dessa forrageira para a espécie ovina.

Borregas em crescimento necessitam alimentação adequada para atingirem o peso de cobertura (70% do peso adulto) o mais cedo possível, melhorando o desfrute do rebanho. Segundo o NRC (1985), borregas ao redor de 40 kg, com ganho de peso ao redor de 182 g dia-1 necessitam de dietas com 65% de NDT ou 2,4 Mcal EM kg-1 de MS com aproximadamente 10,2% de proteína bruta na MS.

O presente trabalho foi conduzido com o objetivo de avaliar o ganho de peso de borregas das raças Santa Inês, Suffolk e Ile de France, alimentadas com capim Aruana ou Tanzânia (Panicum maximum Jacq), em pastejo com lotação rotacionada e suplementadas com ração concentrada, bem como estimar o consumo voluntário e a composição química das forrageiras durante o outono.

 


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