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Componentes do rendimento e desenvolvimento do feijoeiro de porte ereto sob diferentes densidades po (página 2)

Carlos Alexandre Costa Crusciol; José Ricardo Machado; Orivaldo Arf; Ricard

 

2. MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi desenvolvido em área experimental pertencente à Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira (UNESP), localizada no município de Selvíria (MS), em solo do tipo Latossolo Vermelho-Escuro, epi-eutrófico álico, textura argilosa, de maio a agosto de 1995. Nesse período a precipitação pluvial é muito baixa, chegando a zero em alguns meses.

Os resultados das análises químicas do solo, determinadas na profundidade de 0-20cm, seguindo a metodologia proposta por RAIJ e QUAGGIO (1983) foram: Presina (mg.dm-3) = 25; M.O. (g.kg-1) = 30,7; pH (CaCl2) = 6,3; K, Ca, Mg, H + Al (mmolc.dm-3) = 2,3; 39,0; 24,0, 17,0 e 0,0, respectivamente, e V(%) = 79, em amostras de Latossolo Vermelho-Escuro na profundidade de 0-20 cm.

O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso em esquema fatorial 3x3x2 com quatro repetições. Foram avaliadas diferentes densidades populacionais variando de 133,3 mil a 533,3 mil plantas por hectare, distribuídas em 18 tratamentos, constituídos pela combinação de diferentes espaçamentos entrelinhas (0,30 m; 0,45 m e 0,60 m), número de plantas na linha (8, 12 e 16 plantas/metro) e cultivares (IAC-Carioca Pyatã e IAC-Bico de Ouro). Os cultivares apresentam plantas de crescimento indeterminado, de guia curta a longa, dependendo do ambiente, porte semi-ereto e ereto, hastes verdes, com e sem pigmentação avermelhada e flores de cor branca. As parcelas foram constituídas de cinco linhas de 6,0 m de comprimento, tendo a área útil três linhas centrais, desprezando-se 0,5 m em ambas as extremidades de cada linha.

O preparo do solo compreendeu uma aração e duas gradagens, após o que, efetuou-se a sulcação mecânica e a adubação química com 250 kg.ha-1 da fórmula 4-30-10.

A semeadura realizada em 11/5/1995 foi manual, com o auxílio de réguas de madeira de 6,0 m de comprimento para a distribuição uniforme das sementes no sulco O desbaste ocorreu aos oito dias após a emergência, selecionando-se as plantas mais vigorosas e mais bem distribuídas na linha.

A adubação em cobertura foi efetuada aos 25 dias após a emergência das plantas, utilizando-se 50 kg.ha-1 de N, na forma de sulfato de amônio. As irrigações foram realizadas por meio de um sistema convencional por aspersão, de acordo com as necessidades da cultura. Para o controle de plantas daninhas utilizou-se herbicida em pré-plantio, à base de trifluralin (800 g.ha-1 do i.a.), por ocasião da segunda gradagem, um pouco antes da semeadura e, posteriormente, realizou-se capina manual, quando necessário.

Na ocasião do florescimento pleno (50% das plantas com flores abertas) de cada cultivar determinou-se a quantidade de matéria seca total na parte aérea de 10 plantas de feijoeiro, tomadas ao acaso, em cada parcela experimental, cortadas rente à superfície do solo e após a secagem em estufa de ventilação forçada à temperatura média de 60-70 °C, até atingir massa constante.

O rendimento de grãos foi determinado na área útil da parcela constituída das três linhas centrais, desprezando-se 0,50 m nas extremidades de cada linha. As plantas foram colhidas manualmente e trilhadas mecanicamente e os grãos pesados, corrigindo-se a umidade para 13%. Os dados foram convertidos para kg.ha-1. A partir desse material determinou-se a massa de cem sementes. Por ocasião da colheita foram tomadas 10 plantas ao acaso, em cada parcela, para determinação da altura de inserção da primeira vagem, comprimento de vagem, número de vagens por planta, número de grãos por planta e número de grãos por vagem.

As análises estatísticas foram realizadas utilizando-se o Programa SANEST, (ZONTA et al., 1984), e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5%.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

O florescimento pleno e o final do ciclo das plantas foram observados aos 45 e 90 dias e aos 42 e 85 dias, respectivamente, para os cultivares IAC-Bico de Ouro e IAC-Carioca Pyatã.

Os dados de quantidade de matéria seca total da parte aérea, de altura de inserção da primeira vagem, de comprimento de vagem e do número de vagens por planta estão relacionados no quadro 1, e os de número de grãos por planta, número de grãos por vagem, massa de cem sementes e rendimento médio de grãos, no quadro 2.

Os resultados de quantidade de matéria seca obtidos no cultivar IAC-Bico de Ouro (3,64 g planta-1) foram significativamente superiores aos do cultivar IAC-Carioca Pyatã (Quadro 1). Constatou-se que, com o aumento do espaçamento entrelinhas, houve um aumento na quantidade de matéria seca produzida, ocorrendo o inverso para densidades de plantas cuja produção de matéria seca diminuiu com o aumento do número de plantas na linha, embora não ocorrendo diferença significativa na produção de matéria seca, entre 8 e 12 plantas por metro linear (3,86 e 3,43 g.planta-1 respectivamente). Isso provavelmente se deve ao fato de ocorrer maior competição entre as plantas por água, luz e nutrientes, nas populações mais adensadas.

Quanto à altura de inserção da primeira vagem, não foi observado nenhum resultado significativo para os tratamentos analisados (cultivares, espaçamentos e densidades de plantas por metro linear). Entretanto é possível observar que há uma tendência para o aumento da altura de inserção da primeira vagem com o incremento do número de plantas por área, seja pela diminuição do espaçamento entrelinhas, seja pelo aumento do número de plantas por metro linear. A observação está de acordo com os resultados alcançados por ALCÂNTARA et al. (1991) e LEMOS et al. (1993), que obtiveram maior altura de inserção de vagens na maior densidade de plantas. Por outro lado, discorda dos resultados obtidos por MELHORANÇA e JOBA (1991), que não observaram efeito significativo dos espaçamentos avaliados na altura de inserção da primeira vagem.

Para comprimento de vagem verificou-se que os valores obtidos no cultivar IAC-Carioca Pyatã foram maiores (8,99 cm) em relação aos do cultivar IAC-Bico de Ouro (8,67cm). Não foram observadas diferenças estatísticas entre espaçamentos ou entre densidades, pois essa variável depende basicamente do genótipo, sendo pouco influenciada por fatores ambientais.

Quanto ao número de vagens por planta houve diferenças significativas entre os cultivares, com destaque para o IAC-Bico de Ouro (8,27) em relação ao IAC-Carioca Pyatã (7,16). Além disso, obteve-se maior número de vagens por planta quando se utilizou o espaçamento de 0,60 m entrelinhas. Com o aumento do número de plantas por metro linear houve uma redução do número de vagens por planta, conforme também observado por ALCÂNTARA et al. (1991), ARF et al. (1992), BUZETTI et al. (1992), LEMOS et al. (1993) e ARF et al. (1995). Obtendo resultado semelhante, ALMEIDA et al. (1982) recomendaram a utilização de espaçamentos entre 0,50 m e 0,60 m entrelinhas, que proporcionam menor gasto com sementes e permitem maior facilidade nos tratos culturais.

Com relação ao número de grãos por planta, houve diferença significativa apenas entre espaçamentos e número de plantas por metro linear, destacando-se os valores obtidos no espaçamento de 0,60 m. O valor obtido no tratamento com oito plantas por metro linear foi significativamente superior aos demais, os quais não diferiram estatisticamente entre si. Tais resultados são concordantes com os obtidos por ALCÂNTARA et al. (1991), BUZETTI et al. (1992), ARF et al. (1992), LEMOS et al. (1993) e ARF et al. (1995).

Quanto ao número de grãos por vagem, observa-se que houve diferenças significativas entre cultivares e na interação cultivar x densidade (Quadro 2). A diferença entre cultivares era prevista por se tratar de uma característica genética de alta herdabilidade. Com a análise dos resultados de cultivar dentro de densidades (Quadro 3), observa-se que houve efeito significativo apenas na densidade de 12 plantas por metro linear, sendo, em média, esse parâmetro maior no cultivar IAC-Carioca Pyatã. Quanto às densidades dentro de cultivar, observa-se que houve efeito significativo apenas para IAC-Bico de Ouro, em que os valores obtidos na densidade de 16 plantas por metro diferiram significativamente daqueles observados na densidade de 12 plantas por metro, sendo, no entanto, similares aos da densidade de oito plantas por metro. BUZETTI et al. (1992) não observaram alterações no número de grãos por vagem, devido ao do aumento na densidade de plantas.

No que se refere à massa de cem sementes, houve diferenças significativas apenas para espaçamentos e interação espaçamentos x densidades (Quadro 2), estando os desdobramentos apresentados no quadro 4. Analisando-se esses resultados, verifica-se que, para densidades dentro de espaçamentos, houve diferença significativa apenas no espaçamento de 0,60 m. No tratamento com oito plantas por metro linear, os valores de massa de cem sementes diferiram significativamente dos de 12 plantas por metro linear, mas não dos de 16 plantas por metro linear. Para o desdobramento de espaçamentos dentro de densidades observam-se valores significativamente superiores com a utilização de 12 plantas, por metro linear, e do espaçamento de 0,30 m entrelinhas. Esses resultados diferem dos obtidos por BUZETTI et al. (1992) e ARF et al. (1995), segundo os quais houve uma diminuição da massa de cem sementes com a redução do espaçamento entrelinhas.

Em relação ao rendimento em grãos (Quadro 2), os valores obtidos no cultivar IAC-Bico de Ouro são significativamente superiores aos do IAC-Carioca Pyatã, concordando com POMPEU et al. (1994). Possivelmente isso se deva ao maior número de vagens e de grãos por planta alcançado pelo cultivar. Observa-se, também, com o aumento da população de plantas e alterando-se o espaçamento entrelinhas, ter havido aumento no rendimento de grãos. No espaçamento de 0,30m obtiveram-se os maiores resultados, concordando com DEL PELOSO (1990), MELHORANÇA e JOBA (1991), ARF et al. (1992), FRONZA et al. (1994) e ARF et al. (1995). Além disso, esse aumento do rendimento decorrente da diminuição do espaçamento entrelinhas talvez se deva também à obtenção de maiores valores de massa de cem sementes no espaçamento de 0,30 m, se comparado aos de 0,45 m e 0,60 m. No caso de alterações na densidade de semeadura por metro linear foi observada uma diminuição do rendimento com o aumento do número de plantas na linha, com os melhores resultados obtidos quando se utilizaram oito plantas por metro de linha.

No quadro 5 podem ser observados os valores de r obtidos para as correlações entre espaçamentos entrelinhas e densidade de plantas com as características agronômicas e produtivas dos dois cultivares de feijão utilizados. Pode-se observar que houve correlação negativa e significativa entre espaçamento entrelinhas e altura de inserção da primeira vagem, massa de cem sementes e produção de grãos. Com o aumento do espaçamento houve redução da altura de inserção da primeira vagem, o que pode ser explicado pela maior ramificação lateral das plantas em espaçamento mais amplo e, como conseqüência, porte mais baixo, e o florescimento e a frutificação em menor altura. Com relação à massa de cem sementes, nos espaçamentos maiores observou-se maior produção de vagens por planta e de sementes por vagem, ocorrendo um efeito de diluição, produzindo-se, então, sementes de menor tamanho. Da mesma forma, o aumento da produção individual por planta não foi suficiente para compensar a redução do número de plantas por área nos espaçamentos maiores, ocorrendo então uma diminuição da produção total, em razão do aumento do espaçamento entrelinhas. A redução da produção pelo aumento do espaçamento entrelinhas está de acordo com as observações de DEL PELOSO (1990) com relação ao cultivar Engopa 201-Ouro (tipo II), e de FARIA e KRANTZ (1982) acerca do cultivar Carioca (tipo III).

Foram obtidas correlações positivas e significativas entre espaçamento entrelinhas e quantidade da matéria seca de plantas, número de vagens e de grãos por planta e número de sementes por vagem, indicando que, com o aumento do espaçamento foi possível obter maior desenvolvimento das plantas. Com isso verificou-se um aumento dos componentes da produção como o número de vagens e de grãos por planta, número de grãos por vagem e, conseqüentemente, maior produção por planta.

Para as densidades de plantas obteve-se correlação negativa e significativa com a quantidade de matéria seca de planta, comprimento de vagem, número de vagens e de grãos por planta, massa de cem sementes e produção de grãos. Assim, com o aumento da densidade populacional, verificou-se redução do desenvolvimento das plantas, do comprimento das vagens e do número de grãos por planta, indicando que, para as plantas com menor quantidade de matéria seca, obteve-se menor produção. Esses resultados corroboram as observações de ALCÂNTARA et al. (1991), ARF et al. (1992), BUZETTI et al. (1992) e LEMOS et al. (1993), que também verificaram redução do número de vagens por planta com o aumento da densidade populacional, o mesmo ocorrendo em relação ao número de grãos por planta.

4. CONCLUSÕES

1. Com o aumento da densidade de semeadura por metro linear ou com a redução do espaçamento entrelinhas, há diminuição do número de vagens e de grãos por planta de feijão.

2. Com a redução do espaçamento entrelinhas, há um efeito compensatório no rendimento de grãos, em virtude do aumento da população de plantas por área e do aumento da massa das sementes.

3. Os maiores rendimentos em grãos do feijoeiro são obtidos na densidade populacional de 266,7 mil plantas por hectare, utilizando-se o espaçamento de 0,30 m entrelinhas e oito plantas por metro linear.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ALMEIDA, L. D’A.; BULISANI, E.A.; RONZELI JUNIOR, P., CASTRO, J.L.; VEIGA, A.A. Influência de espaçamentos de plantio na produção do feijoeiro das águas. In: REUNIÃO NACIONAL DE PESQUISA DE FEIJÃO, 2., 1982, Goiânia. Anais. Goiânia: Embrapa - CNPAF, 1982. p.112-114.

ARF, O.; BUZETTI, S.; SÁ, M.E.; TOLEDO, A.R.M.; OLIVEIRA, C.A.G.; FUJIWARA, R.H.; ROMEIRO, P.J.M.; GUERREIRO NETO, G. Efeito de diferentes espaçamentos e densidades sobre os componentes produtivos do feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.) adubado em função da área e do espaçamento entrelinhas. Cultura Agronômica, Ilha Solteira, v.1, n.1, p.1-10, 1992.

ARF, O.; SÁ, M.E.; BUZETTI, S.; BRANCO, R.B.F.; PAULA, R.C. Efeito de diferentes espaçamentos e densidades em feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.) adubado em função da área e da população de plantas. São Paulo: UNESP, 1995. 22p.

BUZETTI, S.; ROMEIRO, P.J.M.; ARF, O.; SÁ, M.E.; GUERREIRO NETO, G. Efeito da adubação nitrogenada em componentes da produção do feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.) cultivado em diferentes densidades. Cultura Agronômica, Ilha Solteira, v.1, n.1, p.11-19, 1992.

DEL PELOSO, M.J. Estudo de população de plantas na cultura do feijoeiro de inverno no Estado de Goiás. In: REUNIÃO SOBRE FEIJÃO IRRIGADO (GO, DF, MG, ES, SP, RJ), 1., 1988, Goiânia. Anais. Goiânia: EMBRAPA-CNPAF, 1990. p.85-86. (Documentos, 27)

FARIA, R.T.; KRANTZ, W.M. Determinação dos espaçamentos e densidades adequadas para as culturas de diferentes portes. In: REUNIÃO NACIONAL DE PESQUISA DE FEIJÃO, 1., 1982, Goiânia. Anais. Goiânia: EMBRAPA-CNPAF, 1982. p.118-119.

FRONZA, V.; VIEIRA, C.; CARDOSO, A.A.; CRUZ, C.D.; PEREIRA, P.R.G. Resposta de cultivares de feijão (Phaseolus vulgaris L.) de porte ereto ao efeito de espaçamento entrelinhas e níveis de adubação mineral. Revista Ceres, Viçosa, v.41, p.567-583, 1994.

LEMOS, L.B.; FORNASIERI FILHO, D.; PEDROSO, P.A.C. Comportamento de cultivares de feijoeiro com distintos hábitos de crescimento, em diferentes populações, em semeadura de inverno. Científica, São Paulo, v.21, n.1, p.113-120, 1993.

MELHORANÇA, A.L.; JOBA, I. Efeito do espaçamento entrelinhas sobre o desenvolvimento e produção do feijão (Phaseolus vulgaris L.). Dourados: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, 1991. p.47-49. (EMBRAPA - UEPAE , Documentos, 50)

PEREIRA, A.R. Competição intra-específica entre plantas cultivadas. O Agronômico, Campinas, v.41, n.1, p.5-11. 1989.

POMPEU, S.; RAZERA, L.F.; PEREIRA, J.C.V.N.A.; BORTOLETTO, N.; GALLO, P.B.; MARTINS, A.L.M.; SANTOS, R.R. Cultivares de feijoeiro IAC-Carioca Pyatã e IAC-Bico de Ouro. Campinas: Instituto Agronômico, 1994. p.1-2. (Fôlder)

RAIJ, B. van; QUAGGIO, J.A. Métodos de análise de solos para fins de fertilidade. Campinas: Instituto Agronômico, 1983. 31p. (Boletim Técnico, 81)

ZONTA, E.P.; MACHADO, A.D.; SILVEIRA JUNIOR, P. Sistema de análise estatística para microcomputadores: SANEST. Pelotas: UFPel, 1984. (Registro SEI n.º 06606-0 categoria AO).

Marcelo Mamoru Shimada(2,4); Orivaldo Arf(3); Marco Eustáquio De Sá(3)
arf[arroba]agr.feis.unesp.br

(2) Engenheiro Agrônomo - Faculdade de Engenharia, Universidade Estadual Paulista (UNESP).
(3) Departamento de Fitotecnia, Economia e Sociologia Rural - FE/UNESP, Av. Brasil 56, Caixa Postal 31, 15385-000 Ilha Solteira (SP).
(4) Bolsista da FAPESP.



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