"Camelotagem" e "pirataria"



 

Resumo

O redimensionamento da organização da sociedade para a produção implica em uma reorganização social e territorial das forças produtivas e vice-versa. E as implicações para o mundo do trabalho na atual reestruturação produtiva capitalista são diversas, atingindo direta ou indiretamente não só a força de trabalho empregada no processo produtivo fabril, mas a classe trabalhadora de maneira geral, empregados e desempregados, tanto em escala global como local.

E o desemprego, a precarização e a informalidade são algumas das características que se fazem presentes na atualidade da relação capital x trabalho, explicitando-se social e territorialmente em várias cidades brasileiras. Neste abrangente campo da precarização e da informalidade do trabalho podemos destacar o aumento crescente dos trabalhadores camelôs que ocupam parte expressiva das grandes e médias cidades brasileiras, comercializando diversas mercadorias que na sua maioria não passam pelo crivo da tributação imposta pelo Estado.

 

Introdução

Nos últimos anos se tornou comum notícias relacionadas à "pirataria" e produtos falsificados. Recentemente novas matérias têm apontado a destruição em de grande quantidade de produtos falsificados como uma estratégia do governo para combater essa atividade.

No ano de 1996, as mercadorias mais comercializadas pelos camelôs eram fitas K- 7. A quantidade de fitas comercializada pelos camelôs no Brasil, fez com que os comerciantes do setor formal relacionados ao ramo investissem no compact disc (Cd).

Segundo o proprietário do Feirão do Disco em Presidente Prudente, Ademir das Neves, a gravadora na época vendia uma fita K-7 à loja por R$ 7,00 para ser revendida. Enquanto isso um camelô vendia na rua a R$ 1,50. A solução seria realmente investir em Cds. (O Imparcial, 17/11/1996).

Porém, neste mesmo período na capital São Paulo, no Rio de Janeiro e Curitiba onde o processo da informalidade e a "camelotagem" já se encontrava de forma mais acentuada, já se iniciava a pirataria de (Cds). (O Imparcial, 1996).

Mais recentemente, nos anos de 2004 e 2005, a "pirataria" de Cds chegou a um estágio tão acentuado que inúmeras ações de fiscalização têm sido implantadas pelo governo federal. Entre elas a apreensão e a destruição de grades quantidades de cds como mostra a noticia abaixo.

"Maracanã vira palco da destruição de 1 milhão de Cds falsificados" (Folha de São Paulo, 21/01/2005. Adriana Chaves).

Neste dia cerca de 1 milhão de Cds, incluindo DVDs e fitas de vídeo VHS falsificados foram destruídos no Rio de Janeiro. Após a trituração os Cds seriam reciclados pela empresa Plasnói Comércio de Plásticos e Indústria, a notícia foi ainda amplamente divulgada em vários noticiários televisivos em todos os horários.

 


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