O presente documento é uma contribuição para desenho de novo Projeto de Combate a Pobreza Rural – PCPR, no marco do Convênio de Empréstimo Nº 4624-BR, entre o Governo do Estado do Piauí e o Banco Mundial, o Projeto de Combate a Pobreza Rural – PCPR II, com financiamento total do empréstimo por montante de 45 milhões de dólares. O Projeto foi desenhado para ser executado em duas fases. A primeira, para o período de junho de 2002 a junho 2005 por montante de 22.5 milhões de dólares e a segunda, para o período de julho de 2005 a julho de 2009 por montante dos restantes 22.5 milhões de dólares.
Os resultados do PCPR II, confirmam, que os requisitos para iniciar negociações do Próximo Projeto já foram cumpridos com referencia a Recomendação Nº 581 da Comissão de Financiamentos Externos do – COFIEX/SEAIN/MPOG de 26 de outubro de 2000, colocados como condição para passagem da primeira para a segunda fase do Projeto, quais sejam: (i) desembolso de pelo menos 50 % de recursos de empréstimo, (ii) comprometimento da metade dos 50% restantes e (iii) desempenho satisfatório do Projeto na primeira fase. O Governo do Estado do Piauí, com apoio do Banco Mundial e através da Unidade Técnica (UT), está negociando com as autoridades brasileiras o Projeto de Combate à Pobreza Rural III (Segunda Fase do PCPR II), no Estado do Piauí, em 222 municípios, com o objetivo de contribuir para geração de emprego e renda, no marco mais amplo da luta contra a pobreza e inclusão social dos beneficiários do Projeto no meio rural do Estado.
1.. Resumo das Realizações
A implementação do PCPR II em fase de finalização, está sendo feita em consonância com as diretrizes e metas acordadas no Convênio de empréstimo e cristalizadas no Plano de Implementação e respectivos manuais operacionais. As supervisões semestrais e as revisões de Meio Termo realizadas pelo Banco Mundial , bem como, as avaliações e auditorias realizadas, confirmam na visão do Banco, bem como do Governo e beneficiários em geral, o sucesso que está sendo alcançado em termos de, geração de emprego e renda, inclusão social, em suma, impactos positivos na melhoria das condições de vida da população rural.
Até a data de 17/05/2005, foram implantados 1.025 subprojetos, beneficiando a 66.415 famílias, em 900 associações comunitárias de 195 municípios, com aplicação de R$ 56.781.426,51. Ressalta-se que entre os subprojetos: 829 de infra-estrutura (instalação da rede elétrica, captação e distribuição da água, saneamento ambiental); 89 sociais (construção de fossas sépticas e secas; creche, posto de saúde); 107 produtivos (apicultura, criação de animais de pequeno e meio porte, mecanização agrícola e de processamento primário de produtos agropecuários).
Adicionalmente foram realizadas inúmeras atividades de mobilização, capacitação e assistência técnica, bem como atividade de divulgação e supervisão em parceria com organizações da sociedade civil, empresas privadas prestadores de serviços, instituições públicas do Governo Estadual e Federal, especialmente se tem feito com estas ultimas, a implementação de importantes acordos de cooperação para complementação técnica e financeira em favor de nosso publico meta.
Segundo justificativas para prorrogação do Projeto até junho de 2006, com recursos remanescentes do Projeto, serão atendidos adicionalmente, 595 subprojetos, com as quais nossas metas físicas serão de 1.620 subprojetos financiados, superando amplamente os 1.300 programados para o período.
2. Justificativa para Implementação do PCPR III
O PCPR III é a continuação, sob forma aperfeiçoada, do Projeto de Combate à Pobreza Rural (PCPR I e II), desenhado a partir das próprias experiências na execução do Projeto no Estado do Piauí e outros Estados do Nordeste. O PCPR III tem como característica principal o envolvimento direto das comunidades rurais na identificação, preparação, implementação e operação de subprojetos de investimentos produtivos, de infra-estrutura e sociais, através dos conselhos municipais , bem como a participação dos órgãos públicos e privados a nível local, através de mecanismos de cooperação e parceria. A estratégia adotada pelo PCPR III incentivará ainda mais a participação dos seus beneficiários em todo o processo decisório como também no processo de implementação e fiscalização do Projeto com uso de métodos de participação descentralizada.
O eixo principal do Projeto é focalizar a sua atenção na população rural mais pobre do Estadas identificadas com o Índice de Desenvolvimento Humano - IDH mais baixos, bem como, nas áreas prioritárias determinado pelo processo de regionalização, em andamento sob coordenação da Secretaria do Planejamento – SEPLAN e nas políticas e estratégias de luta contra a pobreza junto a programas e projetos como Fome Zero e Programa de Convivência com o Semi-Árido e outras políticas setoriais vinculadas ao desenvolvimento do meio rural piauiense.
Desta forma o PCPR III possibilitará: a) o fortalecimento da integração estadual municipal e local; b) o melhoramento da gestão e monitoramento das atividades do Governo; c) o melhor posicionamento dos gastos públicos do estado com as prioridades de desenvolvimento do PPA; d) o desenvolvimento de parcerias entre os governos federais, estaduais e municipais, e) o apoio a programas estratégicos de educação, saúde, cultura no meio rural e f), gerenciamento dos recursos naturais e sustentabilidade ambiental;
3. Antecedentes: Marco Institucional
A seguir antecedentes institucionais que viabilizam o PCPR III
O nome de novo projeto será: "Projeto Integrado de Desenvolvimento Rural do Estado do Piauí: Combate a Pobreza - PCPR III"
O IDH é uma medida combinada de renda e qualidade de vida, indicadores educacionais e de saúde. O IDH do Brasil tem media de 0,775 (situada abaixo da média internacional). Os cincos estados com maiores IDH-M no Brasil são, respectivamente, Distrito Federal (0,844), São Paulo (0,814), Rio Grande do Sul (0,809), Santa Catarina (0,806) e Rio de Janeiro (0,802), situando-se na faixa de alto desenvolvimento humano. Todos os demais se encontram na categoria de médio desenvolvimento humano. Os cincos IDH-M mais baixos são: Alagoas (0,633), Maranhão (0,647), Piauí (0,673), Paraíba (0,678) e Sergipe (0,687).
Os estados que mais aumentaram o índice, entre 1991 e 2000, foram, respectivamente, o Ceará (passou de 0,597 para 0,699), Alagoas (de 0,535 para 0,633), Maranhão (de 0,551 para 0,647). Em contrapartida, os que menos cresceram foram: Distrito Federal (de 0,798 para 0,844), São Paulo (0,773 para 0,814) e Roraima (0,710 para 0,749). Isso reflete, parcialmente, o fato de que é mais difícil crescer a partir de um patamar mais alto do que de um mais baixo. Contrariamente a esta tendência Sergipe e Pernambuco perderam duas posições cada. Os demais estados ou permaneceram na mesma colocação ou tiveram variação de uma posição para mais ou para menos
O PCPR III, deverá contribuir no incremento do IDH no Estado, o Projeto favorecerá a todos os municípios do Estado, com exceção de Teresina. Os municípios serão classificados em grupos A e B. Os municípios do grupo A serão os que têm IDH abaixo de 0.588 (121 municípios) os quais serão favorecidos com 70 % dos recursos destinados a financiamento dos subprojetos. Os municípios do grupo B serão os que têm IDH acima de 0.588 (101 municípios) que serão favorecidos com 30 % dos recursos destinados para financiamento de subprojetos.
Desta forma a média do IDH do Estado do Piauí que é 0,673, passará para uma media de 0,700 (similar a media do Nordeste) projetado para 2009. (ver em Anexo 1 a lista dos municípios dos grupos A e B),
O objetivo geral do Projeto, concordante com as políticas e estratégias do Governo, será de contribuir ao desenvolvimento integrado rural do Estado piauiense, no marco do combate da pobreza rural, através prioritariamente de geração de emprego e renda com inclusão social. Mais especificamente o Projeto terá como objetivos:
Os princípios básicos de atuação do Projeto, deverão estar orientados pela eqüidade, sustentabilidade e competitividade e em concordância com a Visão Estratégica Geral e Marcas do Governo, o PCPR III desenvolverá como estratégia básica o fortalecimento do planejamento setorial e monitorando o impacto das políticas públicas e do desenvolvimento das despesas. O projeto dará suporte para esta transformação através de atividades junto a SEPLAN. A integração ocorrerá no nível local, através da coordenação de investimentos em projetos, elaboração de planos de desenvolvimento municipal e convênios Estaduais e Municipais, e no nível central, através das funções de planejamento e controle de despesas do Governo Estadual. Desta forma, o componente Integração Horizontal do Projeto, ajudará a fortalecer as capacidades do Estado para tingir suas metas. Mais especificamente o Projeto terá em conta:
1 - a focalização do Projeto nas associações comunitárias como centro de ação, não só para implantação, operação do projeto mas também para a participação, nos processos de descentralização e desenvolvimento local;
2 - os conselhos municipais, serão reforçados institucionalmente com recursos operacionais para funcionamento, obtenção de personalidade jurídica e execução de atividades através de planos de desenvolvimentos e uso indicativo de recursos orçamentários e de investimentos programados e metas específicas. Estes conselhos, pelas necessidades de gestão local e regional, desenhados no processo de planejamento e integração territorial, deverão ser assimilados organicamente aos Conselhos Municipais de Desenvolvimento e outras organizações de maior abrangência institucional e territorial como as Organizações Sociais - OS. De qualquer forma este processo será gradual na medida que se concluam a elaboração de planos e os respectivos mecanismos de gestão. Em alguns Estados do Nordeste já se vem implementando esta modalidade, bem como em outros paises, os quais podem servir como referencia para nosso caso.
3 – Do ponto de vista metodológico, deverá continuar-se com o trabalho participativo e descentralizado para a mobilização, capacitação, supervisão e toda atividade que implique tomada de decisões.
4 - O Projeto deverá procurar a Integração local de programas e políticas para redução da pobreza, através da integração dos conselhos (por em prática a idéia do antigo Conselhão). Estes Conselhos deverão expandir sua participação na ampliação do planejamento local, visando atingir uma melhor integração de políticas e programas e melhorar o impacto dos recursos públicos direcionados para redução da pobreza, através de parcerias entre agencias Federais, Estaduais e Municipais e sociedade civil. Os conselhos serão encorajados para melhorar as atividades do planejamento e execução de investimentos locais, bem como intermediação na prestação de serviços de assistência técnica e treinamento.
5 - Neste processo, se buscará a complementação técnica e financeira entre instituições, a UT oferecerá suas capacidades nas áreas de mobilização, capacitação, supervisão e administração de recursos, atividades nas quais se tem desenvolvido com bastante sucesso, freqüentemente reconhecido pelas instituições do meio, bem como pela população em geral. Deverá fortalecer-se. mecanismos de parceria que permitam a integração e cooperação para alavancar recursos financeiros de contrapartida sob responsabilidade do Estado. Esta estratégia já vem acontecendo com a Caixa Econômica Federal, INCRA, Agespisa, FUNASA, Projeto de Convivência com o Semi-árido e outras. As iniciativas deverão ser aprimoradas com as políticas de planejamento e monitoramento estadual, territorial e municipal, já em andamento no Estado. O projeto poderá dar suporte para estas atividades através de assistência técnica, treinamento e seminários, trabalhando juntamente com a SEPLAN.
6 - Adicionalmente, deverão fortalecer-se atividades de cooperação com a sociedade civil: Organizações não-governamentais (ONG’s). Estas ultimas, já vem desempenhando um papel importante, na prestação de serviços para mobilização e treinamento de associações comunitárias, bem como, para reestruturação dos Conselhos municipais e fornecimento de assistência técnica e supervisão durante a preparação e execução de subprojeto, principalmente na construção de cisternas.. O projeto fornecerá assistência e capacitação para formação dos quadros técnicos destas ONG´s. Na escolha respectiva, deverá ser muito seletivo da sua idoneidade, bem como, do perfil técnico e formação humanista de seus integrantes.
7 - Com relação a inclusão social, O Projeto pela sua própria natureza, já tem mostrado ser altamente participativa ao indicar as organizações comunitárias como o centro de atuação do Projeto, bem como, a inclusão dos representantes da sociedade civil, na sua administração, estes historicamente excluídos do processo de desenvolvimento estadual. Deverá se efetivar, entre os beneficiários, grupos de mulheres e jovens com atividades direcionadas para seu desenvolvimento (subprojetos produtivos, saúde, educação, escolas rurais e outros). Atenção especial, será dada as comunidades indígenas e remanescentes de comunidades Quilombolas, sobre as quais foi iniciada ainda de forma parcial o levantamento de informações, junto a Universidade Federal e execução de atividades e subprojetos de construção de moradias e cisternas em parceria com a Caixa Econômica Federal.
1. Parcerias Realizadas e em Andamento
Encontra-se em andamento, ainda para iniciar o presente ano, uma parceira para construção de 6.000 casas em 120 municípios com menor IDH, conforme aos moldes aprimorados da parceria atualmente existente;
Em Anexo 1 ver lista de projetos e programas a serem integrados junto ao PCPR na Formação d IDH no período de 2006-2009
Os componentes do PCPR III serão:
1. Financiamento de subprojetos comunitários;
2. Integração horizontal;
3. Desenvolvimento institucional e
4. Administração do projeto..
1. O componente Financiamento de Subprojetos Comunitários,
O projeto financiará subprojetos de infra-estrutura, produtivos, de meio ambiente e sociais (educação, saúde, cultura) e outros investimentos que visam melhorar o IDH do estado. A focalização destes projetos nas municipalidades do Estado, exceto Teresina, deverão levar em conta os critérios de menor IDH, bem como, as condições de viabilidade técnica e social para sustentabilidade e as prioridades do Planejamento Municipal e Territorial. Ainda serão tomados em conta:
Estes subprojetos, têm uma forte demanda, pela carência manifestada na maioria dos municípios e pelo interesse das lideranças e autoridades por este tipo de subprojetos. Os subprojetos de infra-estrutura, nestes anos de atuação, seguem em patamar histórico de 80% do total de subprojetos financiados. Em quanto não se implementem a nível do Estado, o Programa Luz para Todos, no marco da universalização de energia, junto a outros programas de abastecimento d’água e construção de moradias, continuarão sendo atendidos, mas de alguma forma, em percentuais menores, progressivamente para dar espaço aos projetos produtivos, de educação, saúde, saneamento ambiental e de meio ambiente.
Estes subprojetos, têm relação direta com geração de emprego e renda (política de governo), e portanto merecendo alta prioridade, mostram problemas de operação. Em comunidades muito pobres eles se encontram limitadas pela falta de condições técnicas financeiras e operacionais mínimas (capital social baixo), que impedem seu desenvolvimento. Em outros, a manutenção do sentido coletivo, no uso dos serviços à produção, fica difícil de assegurar, pelo uso abusivo e autoritário dos seus benefícios em detrimento do interesse coletivo. O Projeto deverá direcionar, principalmente para estes casos, ações, procedimentos e mecanismos que assegurem supervisão e atendimento, até após o recebimento formal do Projeto. No caso dos projetos de infraestrutura e sociais estas necessidades não são tão sentidas, porque se tem propiciado o envolvimento dos órgãos públicos responsáveis para manutenção dos mesmos.
Os Subprojetos produtivos serão submetidos à rigorosa seleção com viabilidade, técnica, econômica e financeira, bem como, garantias institucionais para, assistência técnica, créditos e mercados. Além destas medidas, deverá pensar-se complementarmente em atividades produtivas de fomento a produção, como as desenvolvidas pela EMBRAPA no município de Regeração, com fins de ensino e difusão de experiências bem sucedidas. Cita-se também o caso das escolas rurais, a exemplo do município de Pedro II com o subprojeto de criação de ovinos, caprinos, galinha caipira, junto ao Projeto Nossa Primeira Terra (PCPR – Crédito Fundiário), na qual os estudantes levam os conhecimentos e experiências, bem como matrizes e insumos produtivos melhorados as comunidades rurais.
Se EMATER e os bancos de desenvolvimento melhorarem seus atendimentos, para o pequeno produtor, como parece ser a tendência, muito dos problemas levantados poderiam ser resolvidos. Finalmente esforços também serão envidados para expandir a participação das comunidades no avanço da iniciativa do comércio justo (Comércio Ético e Solidário).
A seguir Tabela de vocações produtivas por microrregionais territorial, preparado pela Unidade de Apoio ao Planejamento Regional da SEPLAN, que pode servir como referencia para parcerias com a CODEVASP, bem como, para a localização de tipos de subprojeto:
TABELA 1: Vocações Produtivas nos cenários Regionais
TERRITÓRIOS DE DESENVOLVIMENTO |
VOCAÇÕES PRODUTIVAS |
Planície Litorânea |
Turismo (delta do parnaíba), artesanato, fruticultura irrigada carcinicultura, pesca artesanal |
Cocais |
Ovino/caprinocultura, apicultura, turismo ecológico e arqueológico, grãos (arroz), extrativismo vegetal (coco babaçu e carnaúba), mineração (opala e calcário) |
Carnaubais |
Ovino/caprinocultura, apicultura, extrativismo vegetal (carnaúba), mineração (pedra de castelo) |
Entre Rios |
Turismo de negócios e serviços (saúde, educação e comércio), cana-de-açúcar (produção sucro-alcooleira), hortifrutigranjeiros, bovinocultura, piscicultura, artesanato, celulose, |
Vale do Sambito |
Ovino/caprinocultura, hortifrutigranjeiros, cajucultura, apicultura |
Vale do Rio Guaribas |
Ovino/caprinocultura, apicultura, cajucultura, mandiocultura, mineração (argila, mármore, calcário) |
Vale do Rio Canindé |
Apicultura, ovinocaprinocultura, fruticultura, piscicultura |
Serra da Capivara |
Turismo arqueológico, artesanato (cerâmica), ovino/caprinocultura, apicultura, mamona |
Vale dos Rios Piauí e Itaueira |
Mamona, grãos (milho e arroz), bovinocultura (corte e leite), ovino/caprinocultura |
Tabuleiros do Alto Parnaíba |
Grãos (soja e arroz), ovino/caprinocultura, piscicultura, mineração (calcário), algodão |
Chapada das Mangabeiras |
Grãos (arroz e soja), ovino/caprinocultura, fruticultura, apicultura, bovinocultura de corte |
Os investimentos sociais terão foco principal na educação, saúde e cultura. A relativa baixa dos indicadores a este respeito em áreas rurais, tem forte influencia na formação do IDH, bem como para desenvolvimento do capital social e humano. O Projeto financiará atividades e subprojetos para atendimento de necessidades de ensino médio, alfabetização e educação básica para adultos, tais como treinamento de professores, melhoria de infraestrutura física, compra de equipamentos e materiais de ensino. Outros subprojetos incluirão melhoras no saneamento básico, melhoria e construção de mini postos de saúde, participação em programas preventivos, de treinamento de agentes de saúde, entre outros.
Os financiamentos sociais, deverão estar estreitamente atrelados aos programas e projetos existentes nos órgãos setoriais correspondentes, fazendo jus à integração e complementaridade de atividades e investimentos ao nível local, permitindo potencialização dos seus resultados.
d) Os subprojetos de proteção ambiental
Estes subprojetos darão atenção para conservação e proteção ambientais com atividades de investimentos no nível local, tais como treinamento para os Conselhos Municipais, Associações Comunitárias, escolas rurais e instituições participantes no nível local. Adicionalmente, uma nova categoria de investimentos – subprojetos ambientais – , será promovida, tais como, recuperação de áreas degradadas, reflorestamento, aproveitamento econômico dos poços jorrantes, subprojetos produtivos de convivência com a seca, despoluição de microbacias, produção de mudas, conservação de mata ciliar e medidas para evitar assoreamento dos rios, entre outras.
O Projeto deverá oferecer apoio às associações comunitárias e conselhos municipais para desenvolvimento de ações vinculadas ao meio ambiente, sejam localizadas ou no espaço de vários municípios (desertificação, reflorestamento, gerenciamento hídrico, manejo de bacias). O componente poderá financiar subprojetos que estimulem o interesse na adoção de tecnologias de convivência com a seca. Os Conselhos Municipais com participação de ONGs (Desert e outros) terão forte participação. Também poderá aplicar-se recursos para apoiar a avaliação do impacto ambiental dos subprojetos, junto a SEMAR e IBAMA. Os conteúdos de ensino médio e de adultos poderá considerar temas ambientais.
2. Componente de Integração Horizontal
Este componente terá investimentos e ações em função de políticas públicas estaduais e objetivas de desenvolvimento municipal e territorial, criará uma rede de proteção social mais eficiente e melhor direcionada, com menor custo fiscal e mais igualdade. A necessidade de este componente parte da crescente perspectiva de que as soluções para o desenvolvimento necessitam de respostas integradas nos níveis nacional, estadual e municipal.
Trata-se da implementação de um componente específico, em razão das demandas e as atividades do Governo estadual, vinculada a necessidade de integração local de programas e políticas para redução da pobreza. Será necessário estabelecer parcerias entre agencias Federais, Estaduais e Municipais e sociedade civil para melhoria na alocação de recursos usando mecanismos de planejamento participativo, junto a medidas de austeridade fiscal e reforma do Estado. Os trabalhos básicos para dar cobertura a este componente já se encontram em andamento como a construção dos cenários regionais e elaboração de respectivos planos territoriais Já se encontram concluído a elaboração de 31 planos municipais da Região Picos e se encontra em andamento a elaboração do Plano do Território Guaribas e Território Cocais.
Paralelamente a estes esforços, vinculado a integração territorial, o governo vem implementando um sistema de monitoramento e avaliação estadual de ações e projetos baseado em indicadores de desempenho físico-financeiro, desenvolvimento de despesas e de impacto econômico e social das políticas públicas. Por tanto este componente se inserirá em estes esforços do Governo estadual, no sentido de fortalecer sua capacidade de gestão e governabilidade, fornecendo informações sobre estado de situação e resultados das ações do governo e ao mesmo tempo melhorando sua capacidade de planejar, integrar, monitorar e avaliar as políticas públicas.
O componente dará suporte as atividades do Governo com financiamentos para elaboração de planos integrados de desenvolvimento, elaboração e estabelecimentos de modelos de gestão, realização de estudos de avaliação, bem como atividades de capacitação, assistência técnica especializada e organização de cursos, seminários e outros eventos para compartilha de experiências. Estas atividades serão conduzidas diretamente pela SEPLAN.
Especificamente este componente trabalhando junto a SEPLAN fomentará:
3. O componente Desenvolvimento Institucional,
As atividades de desenvolvimento institucional em termos gerais devem realizar-se no cenário da integração e de desenvolvimento territorial a cujos termos e características deverão estar condicionadas. O componente financiará atividades de mobilização, assistência técnica, treinamento e divulgação para melhorar a capacidade de implementação e operação do Projeto. Estas atividades serão financiadas com recursos basicamente do PCT IICA/SEPLAN.
A mobilização da população e beneficiários do Projeto continuará tendo fundamental importância na estratégia de participação nas ações do Projeto, bem como para prática de métodos democráticos nas tomadas das decisões, deverão ser feitas principalmente com a participação de organização de trabalhadores e da sociedade civil organizada.
A assistência técnica, principalmente para projetos produtivos, será desenvolvida através dos órgãos competentes do governo, como é o caso do EMATER, eventualmente municipalizada ou em caso de necessidade através das ONG’s e outros especializados como o SEBRAE, universidade, escolas técnicas. Serão considerados como publico alvo, os membros dos conselhos, as associações comunitárias, como também, pessoal técnico da UT e outros técnicos de instituições parceiras envolvidas.
A divulgação deverá priorizar o nivelamento das diretrizes e características do novo Projeto para captação de solicitações de financiamento de subprojetos. Serão também divulgados aspectos relativos a atividades relevantes do PCPR II e experiências bem sucedidas, bem como, desempenho físico e financeiro do Projeto, tudo isto com a maior objetividade e transparência.
As atividades de capacitação que compreende cursos e eventos, deverá orientar-se a técnicos da UT e instituições vinculadas de nível estadual e municipal, bem como lideranças e representantes da sociedade civil em aspectos relativos a gestão municipal e associativa, conhecimentos da cultura geral, identidade social e outros relativos a resgate da cidadania e valorização do produtores rurais.
4. Administração do Projeto, Supervisão, Monitoramento e Avaliação
Este componente financiará atividades da UT , para garantir eficiente e correta gestão das atividades do Projeto. A supervisão, terá como foco de atuação, alem dos assuntos meramente técnicos e de desempenho físico, a verificação in loco dos aspectos qualitativos do Projeto o desenvolvimento das capacidades organizacionais e de gestão dos conselhos e das associações, o aperfeiçoamento dessas capacidades, bem como a evolução da formação de capital social, dos arranjos institucionais, em suma a evolução das condições de vida dos beneficiários em termos de geração de emprego e renda.
Para facilitar a gestão e operacionalização do Projeto, a UT deverá criar escritórios descentralizados, como faz tempo que se vem propondo, que poderá estar fisicamente nos prédios do EMATER, com pessoal mínimo necessário e meios físicos e logísticos para desempenho de seu papel. Esta iniciativa deverá se adequar ao esquema de gestão descentralizada do Governo Estadual.
Concordante com os relatórios de supervisão do Projeto para melhorar as atividades de gestão o componente cuidará de:
Um dos principais gargalhos do Projeto é a crise fiscal no Estado agravado pelo pagamento do serviço da divida que se traduz em dificuldades para alocação dos compromissos de contrapartida para o financiamento do Projeto. Neste sentido, parte da solução poderia estar em estabelecimento de parcerias para complementação financeira, caso da Caixa Econômica Federal, INCRA e outros acima indicados, aliviando ao tesouro estadual no aporte obrigatório de contrapartida.
Pelas mesmas motivações pensar-se em reduzir os compromissos de contrapartida estadual atualmente existente em 17.5% do financiamento de empréstimo. Esta medida aliviaria muito a carga fiscal do Governo e impediria distorções como concentração de subprojetos em municípios mais solventes, descompassos entre projetos aprovados e projetos com recursos liberados, gerando frustração de expectativas.
As metas do Projeto para o período de 2006 a 2009 será o seguinte:
INDICADORES PRINCIPAIS |
ANOS |
TOTAL |
|||
1 |
2 |
3 |
4 |
||
Número de famílias diretamente beneficiadas |
7.812 |
11.718 |
11.718 |
7.812 |
39.060 |
Número de mulheres beneficiadas (em %) |
30 |
30 |
30 |
30 |
30 |
Número de municípios beneficiados |
44 |
67 |
67 |
44 |
222 |
Número de indicativo de projetos financiados |
174 |
260 |
260 |
174 |
868 |
No. de associações beneficiadas |
174 |
260 |
260 |
174 |
868 |
No.de conselhos municipais formados e atendidos |
44 |
67 |
67 |
44 |
222 |
Nº de representantes e lideranças comunitárias capacitadas |
666 |
999 |
999 |
666 |
3.330 |
Nº de famílias beneficiarias com atividades de assistência técnica em pelo menos 15% de projetos produtivos |
1570 |
1759 |
1759 |
1571 |
5.859 |
Nº técnicos da UT e instituições parceiras capacitadas |
90 |
60 |
60 |
90 |
300 |
K. DISTRIBUIÇÃO DOS CUSTOS DO PROJETO
Componente |
Indicativo de Custos Totais (US$ milhões) |
% do Total |
Financiamento do Banco (US$ milhões) |
% do Total de Financiamento do Banco |
1. Subprojetos Comunitários - Municípios Área A (%) - Municípios Área B (%) |
27.000 |
90.0 70.0 30.0 |
20.250 14.175 6.075 |
90.0 |
2.Desenvolvimento Institucional |
1.500 |
5.0 |
1.400 |
6.2 |
3. Integração Horizontal |
750 |
2.5 |
500 |
2.2 |
4.Administração, Supervisão, Monitoramento e Avaliação do Projeto |
750 |
2.5 |
350 |
1.6 |
Total de Custos do Projeto |
30.000 |
100,0 |
100.0 |
PROJETOS E PROGRAMAS A SEREM INTEGRADOS JUNTO AO PCPR III NA FORMAÇÃO DO IDH NO PERIODO DE 2006-2009
Com relação aos projetos e programas a serem considerados para contribuição da meta mobilizadora. Temos dois grupos:
Tabela 1: Programas e Projetos efetivamente tomados em conta com histórico realizado e parcerias em processo de negociação
Instituição/Programas e Projetos |
Montante de recursos previsto (R$) |
1. MDS- Construção de cisternas |
7.000.000,00 |
2. FUNASA – Saneamento básico |
13.200.000,00 |
3 – SEDUC – Educação de adultos |
5.000.000,00 |
4 – Fundação BB – Financiamento de Projetos produtivos |
4.000.000,00 |
5- CONAB – Compra direta de produtos agropecuários |
1.000.000,00 |
6 – CODEVAF – Financiamento de Projetos Produtivos |
3.000.000,00 |
7 – CEF – Semeando Moradias |
36.000.000,00 |
8 – SEMAR – Financiamento de projetos ambientais |
1.000.000,00 |
9 – MME/ CHESF- Luz para todos |
40.000.000,00 |
10 – SDR – Financiamento de projetos produtivos |
1.000.000,00 |
11 – Secretaria de Saúde/KFW – Programa de Saneamento Rural |
5.000.000,00 |
12 – INTERPI – Regularização fundiária |
5.000.000,00 |
BANCO DO BRASIL – PRONAF. Apoio a agricultura familiar |
15.000.000,00 |
SEPLAN/Projeto Credito Fundiário |
212.000.000,00 |
TOTAL |
|
Tabela 2 – Lista de Programas Governamentais voltados à resolução dos problemas da área de desenvolvimento social
TOTAL DO PPA (Em real 1,00)
Programas Consolidados |
Total |
|
Atenção à Criança, ao Adolescente e ao Jovem |
57.705.108 |
|
Proteção Social e Promoção da Cidadania |
52.015.090 |
|
Desenvolvimento Comunitário |
41.750.274 |
|
Fomento à Organiz. e á Prom. Dos Dir. De Cidadania |
384.725 |
|
Fome Zero |
42.449.468 |
|
Ampliação do Acesso aos Serviços de Saúde |
47.180.236 |
|
Habitar Piauí |
143.715.180 |
|
Saneamento e Qualidade de Vida |
176.643.597 |
|
Gestão das Pol. Púb. do Setor Educacional |
276.119.960 |
|
Escola Ideal |
39.480.000 |
Tabela 3 – Lista de Programas Governamentais voltados à resolução dos problemas da área de desenvolvimento econômico e geração de trabalho e renda
TOTAL DO PPA (Em real 1,00)
Programas Consolidados |
Total |
Desenvolvimento do Artesanato |
7.446.080 |
Desenvolvimento Industrial |
4.512.678 |
Atração de Investimentos |
946.952 |
Desenvolvimento do Comércio E Serviços |
822.941.100 |
Incentivo às Exportações |
448.672 |
Geração de Emprego e Renda |
7.604.400 |
Intermediação e Qualificação Profissional |
8.669.223 |
Combate ao Desperdício |
3.209.104 |
Inclusão e Desenv. da Agricultura Familiar |
59.960.103 |
Sementes e Mudas |
1.936.300 |
Infra-Estrutura Para o Desenvolvimento Rural |
47.692.272 |
Defesa Agropecuária |
3.450.360 |
Convivência com o Semi-Árido – PPCSA |
42.224.991 |
Implementação da Reforma Agrária |
2.831.880 |
Incentivo ao Agronegócio |
797.612.284 |
Assistência Técnica e Extensão Rural |
3.904.060 |
Tabela 4 – Lista de Programas Governamentais voltados ao Planejamento e à Infra- estrutura Estadual
TOTAL PPA (Em real 1,00)
Programas Consolidados |
Total |
Gerenciamento dos Recursos Hídricos |
6.449.620 |
Planej., Aproveit. Ampliação da Oferta Hídrica |
59.881.627 |
Combate à Desertificação |
1.158.760 |
Gestão Integrada do Meio Ambiente |
9.886.770 |
Conservação de Recursos Ambientais |
4.311.560 |
Proágua - Semi-Árido |
6.393.228 |
Por:
Alejo Lerzundi Silvera
Consultor do IICA. Convênio IICA/SEPLAN e Assessor da Secretaria do Planejamento do Estado do Piauí