Neste artigo foi discutida a importância da realização de um screening por enfermarias em hospital escola objetivando detectar os locais que apresentaram maior incidência de consumidores abusivos ou dependentes de álcool com vistas a fornecer um serviço de interconsulta especializada como complementação do tratamento clínico.
Foram entrevistados 275 pacientes internados de ambos os sexos (49,1% masculino) quanto ao consumo atual de bebidas alcoólicas, através do AUDIT (instrumento desenvolvido pela OMS), história pregressa de consumo a procura de tratamento. Destes, 34 obtiveram AUDIT positivo, equivalente a 22,2% da amostragem masculina a 2,85% da amostragem feminina. Da amostra total, 28,9% apresentaram história pregressa de consumo alcoólico superior ao atual, sendo que desses, 51,5% mute AUDIT positivo. A procura de tratamento deu-se apenas por 2,2% da amostra total, sendo os mais freqüentes AA a internações.
Unitemos: AUDIT; álcool; interconsulta; prevalência hospital
No Brasil, nas últimas duas décadas, inúmeros trabalhos relataram a importância do consumo de álcool no hospital geral Fm um trabalho pioneiro Masur a col.(1) mostraram que 55% dos pacientes masculinos internados numa enfermaria geral consumiram mais do que meia garrafa de pinga por dia. A partir desse estudo vários autores, das mais diferentes regiões do país, consistentemente demonstraram uma prevalência de problemas associados com o use de álcool no hospital geral que variou de 9,1% a 32%(2-5). Esta variabilidade nas taxas de prevalência provavelmente ocorreu devido às diferenças de critérios de consumo de álcool a metodologia utilizada.
Na literatura internacional, os estudos mostraram também que pacientes internados no hospital geral apresentaram taxas de prevalência de problemas relacionados com o álcool bem acima da população geral. Cerca de 20 a 50% das internações hospitalares também foram apontadas como decorrentes do abuso ou dependência de álcool(6-10). Além dessa alta prevalência, as pesquisas mostraram que a identificação desses pacientes e um tratamento eficiente podem diminuir o tempo de internação e melhorar a qualidade dos cuidados médicos(11).
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