Iluminismo e marxismo: a questao ontológica


A relação entre Iluminismo e Marxismo não é um tema inexplorado. As mais diversas correntes teóricas já se debruçaram sobre ele. Os clássicos do marxismo, incluindo aí seus fundadores, sempre reivindicaram a herança revolucionária iluminista – ao mesmo tempo em que assinalavam as diferenças que consideravam essenciais entre marxismo e Iluminismo. A Escola de Frankfurt, a seu modo e com a enorme variedade de posições no seu interior, propôs com freqüência um resgate do racionalismo iluminista. Mais recentemente, o autodenominado «marxismo analítico», através de Roemer e Elster, sugeriram um retorno a um certo individualismo mecanicista semelhante ao que pode ser encontrado em alguns pensadores modernos, o chamado «individualismo metodológico».

Todas essas polêmicas são bastante conhecidas, e ocuparam um lugar importante no debate filosófico deste século – incluindo aí as polêmicas particulares no interior do movimento comunista. Neste, o debate evoluiu, dos anos vinte, quando História e Consciência de Classe, do jovem Lukács, e Marxismo e Filosofia de Karl Korsch, delinearam a linha de frente do confronto com a maré montante da ideologia que se cristalizaria, alguns anos após, como stalinismo, até a aguda disputa nos anos trinta e quarenta acerca da relação entre Hegel e Marx.

O exame da relação entre Iluminismo e Marxismo, em que pese não mais ser um tema original, continua instigante e atual. Em primeiro lugar, tanto o Marxismo como o Iluminismo se propõem uma tarefa transformadora da realidade, verdadeiras ideologias revolucionárias que são. Ambos, mutatis mutandis, afirmam a possibilidade da construção de uma sociedade livre e feliz pelos mesmos homens que vivem em uma situação social degradada e desumana. Tanto um como o outro chamam os homens à ação para a instituição de uma ordem mais justa. Ambos desprezam os poderes vigentes e pregam a revolta contra os mesmos. E, para finalizar uma lista que poderia se estender muito mais, ambos combatem o misticismo como um obstáculo à liberdade e propõem uma concepção racionalista de mundo como a mais adequada à felicidade humana.


(Ver trabalho completo)

 

Sergio Lessa
sergio_lessa[arroba]yahoo.com.br


 
As opiniões expressas em todos os documentos publicados aqui neste site são de responsabilidade exclusiva dos autores e não de Monografias.com. O objetivo de Monografias.com é disponibilizar o conhecimento para toda a sua comunidade. É de responsabilidade de cada leitor o eventual uso que venha a fazer desta informação. Em qualquer caso é obrigatória a citação bibliográfica completa, incluindo o autor e o site Monografias.com.