Integração docente-assistencial entre um curso de enfermagem e um hospital de ensino: concepção do processo sob a ótica de docentes, alunos e enfermeiros

Ao amigo João Lima
Pelas dicas inteligentes e pelo respeito às nossas diferenças, que nos unem por uma Geografia emancipadora.

“... una de las virtudes históricas del marxismo há sido su empeño en sintetizar las diversas luchas, com objetivos
múltiples, en un movimiento anti-capitalista más universal”
D. Harvey, 2003

 

1. INTRODUÇÃO

Continuam catastróficas as condições de vida da classe trabalhadora no mundo. No Brasil, os ânimos já crescentemente arrefecidos, nos revelam as fissuras e a verdadeira cara da composição política que sustenta o “jogo” de cena do planalto comandado pelo Partido dos Trabalhadores (PT) e seus aliados, que não é coerente com o profundo desejo de mudanças sociais. No mais, esse desejo de mudanças é incompatível com a continuidade da política econômica neoliberal, com a proposta de independência do Banco Central, mediante as mudanças anunciadas no artigo 192 da Constituição, com tratamento indiferenciado da Reforma Agrária e com a reforma da previdência social defendida pelo novo governo.

Assim, o aperto monetário, o choque dos juros e o ajuste fiscal vislumbrando o reforço do superávit primário para refrear a especulação contra o real e minimizar o repasse da inflação dos preços, além de colocar mais lenha na recessão, intensifica o desemprego e perpetua antigas injustiças sociais, tudo sob o beneplácito do FMI. Tudo isso, como argumentam alguns economistas que ocupam os espaços da grande imprensa, é um retrocesso em relação à era FHC e à família neoliberal.

Como nos lembra Lukács, o complexo de complexos não pode nos ofuscar. É preciso saber que a revolução não eclodiria do governo Lula, mas isso não isenta os reformistas de plantão que – assim como a esquerda – para romper com os padrões de desigualdade e da subordinação exigem confronto político e teórico. O que para alguns comparece ser necessário apostar em mudanças no projeto societal brasileiro, portanto romper com a passividade e entreguismo imperante no governo Lula, para os reformistas convictos (ou a direita para os mais inflamados) – apaniguados hodiernos da subalternização da classe trabalhadora ao comando burguês –, a aposta é no sentido de fortalecer e recriar as formas de institucionalização da dominação de classe. Eis a questão central posta.

 

 

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Antonio Thomaz Júnior
thomazjr[arroba]stetnet.com.br

Professor de Geografia da FCT/UNESP Presidente Prudente;
Membro dos Programas de Pós-Graduação em Geografia da FCT/UNESP e do CEUD/ UFMS Dourados;
Coordenador do Grupo de Pesquisa “Centro de Estudos de Geografia do Trabalho” (CEGeT) < www.prudente.unesp.br/ceget >;
Coordenador do Centro de Memória, Documentação e Hemeroteca Sindical “Florestan Fernandes” (CEMOSi); Pesquisador 2B/PQ/CNPq;
Autor do livro “Por Trás dos Canaviais, os Nós da Cana”, São Paulo: Annablume/Fapesp, 2002.


 
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